The Flowers Of The Sea

The Flowers Of The Sea



-CAPÍTULO QUATRO-

Flowers Of The Sea

Por mais que Harry tentasse, nem Draco, nem Rony, lhe davam atenção. O pior era Draco ignorá-lo, já que por cinco anos ele o amou em segredo. O inusitado foi que agora Draco passara a habitar os seus sonhos. As semanas se arrastavam, e gradualmente Harry foi deixando de alimentar seus sentimentos por Rony, que foi sendo substituído por Rony.

Era exatamente isso que intrigava a Harry – Se o amor que ele sentia por Rony era incondicional, como ele estava esquecendo-o tão rapidamente? Como Draco estava conseguindo ocupar o seu lugar? Harry tentou algumas vezes se aproximar de Draco, mas o garoto se mostrava indiferente. Já que ele o amava, porque relutava em tentar algo?

Durante a aula de poções, individualmente, Harry preparava sua poção revitalizante (estavam fazendo uma revisão completa desde o primeiro ano). Incrivelmente, muitos alunos falhavam na fabricação de poções extremamente simples. Em uma delas, a de cura, Draco Malfoy acrescentou muito Benzoar ao caldeirão, o que o fez exalar um fedor de ovo podre.

- O que esta acontecendo com você, Malfoy? – Snape perguntou ao aluno – Porque não está se concentrando nas aulas? Recebi reclamações suas de outros professores.

- Estou passando por um problema – Draco respondeu – Quando eu resolvê-lo, talvez melhore.

- Assim eu espero – Severo disse lançando um olhar paternal a Draco – Caso necessite de uma poção do esquecimento, posso lhe arranjar uma fácil. Essa sua cara de apaixonado não me engana, hein?

Como os dois falavam em cochichos, apenas Harry ouvia a conversa deles (com a ajuda de uma das orelhas extensíveis dos Gêmeos, Harry a desiludiu para que ninguém a visse).

- É bem por ai – Draco disse – Esta poção pode mesmo me fazer esquecer um amor?

- Claro que pode – Snape respondeu, com ar de conspirador – Farei eu mesmo esta poção, ainda mais porque a garota que esta mexendo com você, o atrapalhou nos estudos.

Draco riu amarelamente, lançando um olhar furtivo a Harry, em seguida voltou-se para o professor – Adoraria.

- Quando fica pronto? – quis saber.

- Hoje à noite você pode passar em meu escritório, depois do jantar. – Severo anunciou – Pois bem, já esta para dar o sinal, com licença.

Severo levantou-se, erguendo sua capa preta, dirigiu-se a sua mesa, onde se afundou em anotações.

Quando estavam na torre da Grifinória, Harry prensou Hermione contra a parede.

- Preciso de um antídoto para a poção do esquecimento – Harry suplicou a amiga.

- Você está me machucando – Hermione tentou soltar-se de Harry.

- Oh, me desculpe – Harry se lamentou – Por favor, Mione. É de extrema urgência.

- Quando a pessoa tomou a poção? – Ela perguntou.

- Vai tomar hoje a noite – Harry explicou por cima – Eu sei que este tipo de antídoto precisa ser ingerido em menos de trinta minutos depois que a poção do esquecimento é administrada.

- É verdade. – Hermione confirmou – Bom, há um antídoto especial. Chama-se Flowers Of The Sea. Precisamos começar a fabricá-la agora para dar tempo.

- No banheiro da murta? – Harry sugeriu.

- É lá mesmo que eu estava pensando – Hermione respondeu – A maior parte dos ingredientes eu consigo no armário dos alunos, a outra parte você precisa pegar na estufa de Herbologia, e o principal é a Flor do Oceano. Sei que há umas mudas dessa flor no coração da Floresta Proibida. Hagrid mencionou isso há uns anos.

- Tudo bem, estou indo buscar. – Harry olhou mais uma vez para a amiga – Nos encontramos no coração da floresta.

O bom era que Hermione sempre ajudava quando se precisava – e sem fazer muitas perguntas. Harry levou consigo o mapa do maroto, a capa de invisibilidade e é claro, a varinha de condão. O sol já estava quase se pondo quando ele se embrenhou na floresta proibida. Estava embaixo da capa, o que o livrou de muitos contratempos. Um bando de centauros havia passado pela sua frente e nem perceberam a presença dele ali. Os galhos começaram a machucá-lo conforme ele entrava cada vez mais dentro da floresta. O ar abafado e úmido o incomodava mais do que os arbustos que pinicava a pele. O cheiro de mato inalava de todas as direções.

Finalmente, depois de caminhar por quase quarenta minutos, chegou ao coração da floresta sem maiores dificuldades. As flores do oceano estavam debaixo da copa de uma grande arvore. Harry ergueu os olhos para a imensa árvore de quase cinqüenta metros de comprimento e soltou um assovio. Somente quando se aproximou o suficiente da árvore, descobriu que tratava-se de um salgueiro lutador. Levou uma ricocheteada violenta no lado direito do rosto, que imediatamente começou a sangrar. Harry estocou o local atingido com a manga da blusa. Mesmo estando invisível sob a capa, a arvore bicentenária era capaz de sentir seus movimentos, já que Harry estava pisando sobre suas raízes.
Harry avistou um nó na raiz, semelhante ao que havia no salgueiro dos jardins de Hogwarts.

- Diamanttus! – Harry lançou o feitiço. O nó da arvore adquiriu um brilho de diamante.

Não demorou muito para que um pufoso aparecesse e corresse para roubar o falso diamante. Quando a criatura tocou no nó, a arvore parou de se mecher. Harry, mais que rapidamente, correu até os pés da arvore e sem cerimônias apanhou uma quantidade generosa de flores do oceano. Enfiou tudo no bolso da capa de Hogwarts e correu o mais rápido que pode da arvore assassina. Quando olhou para trás o pelúcio estava tentando fujir dos golpes violentos que o salgueiro investia nele. Harry estendeu os braços no momento em que o pelúcio saltou no ar, em sua direção. Ainda no ar, o salgueiro lutador desferiu um golpe mortal que cortou o bichinho ao meio. Traumatizado e salpicado de sangue, Harry largou as duas metades do pelúcio no chão e saiu o mais rápido do coração da floresta.

Mal percebeu que já estava na Orla. A Cabana do Hagrid estava com as luzes pagadas, conferindo o mapa do maroto, certificou-se que os alunos ainda não haviam descido para o jantar, e Draco ainda estava no dormitório da Sonserina. Quando já estava com o pé na escadaria do castelo, lembrou-se que precisava ir até as estufas. Quando chegou lá, só precisou arrombar a fechadura com o canivete que Sirius deu para ele no seu aniversário. O armário da Professora Sprout tinha todos os ingredientes que Harry precisava. Atônito, encontrou uma dúzia de Flores do Oceano no armário da professora. Se tivesse passado nas estufas primeiro, não teria sido necessário ter quase sido morto na floresta proibida, nem tampouco sacrificado a vida do pelúcio.

Ainda sobre a invisibilidade da capa, seguiu até o castelo, e silenciosamente, correu até o banheiro interditado da Murta que Geme, no segundo andar. Hermione esta enfiada e um dos boxes, mexendo em um caldeirão. Harry saiu debaixo da capa, a garota tampou a boca com as mãos.

- Você foi pra guerra? – Disse ela assombrada, contemplando o rosto ensangüentado do amigo, e sua blusa salpicada de sangue.

- Não tenho tempo para explicar – Harry disse, entregando os ingredientes para a amiga – Só espero que seja rápida com a poção, eu não disponho de muito tempo.

- Tudo bem – Ela disse – Enquanto isso poderia se lavar aqui no banheiro. Deixe suas roupas na porta do boxe que depois eu faço uns feitiços para limpá-la e recosturar os rasgos que você fez nelas.

- E a Murta? – Harry perguntou antes de entrar na ducha.

- Esta tendo um encontro com um dos fantasmas do castelo. – Mione explicou – Nunca a vi tão feliz. E também nunca vi você lutar tanto pelo amor de alguém. Harry, eu não preciso saber quem é a pessoa que vai beber a poção, só me preocupo se ela é boa o suficiente para valer todo o sacrifício que você fez por ela.

Harry apenas acenou com a cabeça antes de entrar debaixo da água. Levou quase dez minutos no banho, sentiu seu corpo descansar debaixo da água quente. Quando suas roupas apareceram limpas encima da porta do boxe, Harry desligou o chuveiro e depois de enxugar-se, vestiu-se, tentou domesticar o cabelo e foi de encontro com Hermione.

A amiga lhe estendeu um pequeno frasco com o conteúdo transparente, parecia água.

- Muito obrigado, não sei como lhe agradecer – Harry murmurou, abraçando-a – Sou muito grato pelo o que esta fazendo por mim.

- Basta apenas melhorar o seu olhar triste das últimas semanas – Hermione pediu – Isto bastaria.

- Vou fazer o possível – Harry respondeu – É melhor irmos jantar antes que sintam a nossa falta no salão principal. Já faz um tempo que todos desceram para o salão principal...

Chegando lá, Harry devorou algumas batatas cozidas, uma coxa de frango e rins de carneiro. Empurrou tudo com o suco de abóbora e deu uma leve espiada no salão principal. Draco não tinha vindo jantar, o que significava que ele já tinha ido para o escritório do professor Snape! Conferindo o relógio, Harry viu que o tempo acabara de estourar.

Ele saltou do banco e se esforçou para não sair em disparada do salão principal. Por debaixo da escada do Hall de entrada, passou pela porta de acesso as masmorras. Ao virar o primeiro corredor, deu de cara com Draco que avançava em direção a Sonserina. Rapidamente, Harry encheu sua boca com a poção Flowers Of The Sea e puxou Malfoy pelo braço.

- Quer levar uma azaração? – Draco perguntou arrogantemente a Harry. O menino pensou que chegou tarde demais, seu amado não tinha mais o brilho nos olhos. Havia se esquecido que o amava. Tinha apenas ódio e rancor pela maneira que tratou a Harry.

- Se não me soltar agora vou acabar com você, seu... – Mas Draco não completou a frase. Harry fez a única coisa que veio a sua mente: O beijou.

Draco relutou por alguns momentos. Vendo que Harry não o largava, tentou alcançar a varinha, mas Harry continuava a beijá-lo com verocidade, derramando um líquido doce por sua boca. Aos poucos, Harry percebeu a expressão facial de Draco ir mudando. Primeiro os seus olhos foram diminuindo a forte expressão de repugnação. Depois de se neutralizar, passou a exalar calor. Agora era Harry que começou a ficar sem fôlego – Draco começou a relembrar o forte desejo que tinha de beijá-lo. Forçava o frenesi entre os seus corpos, se beijavam com movimentos sensuais, Malfoy o saboreava com um puro e verdadeiro amor.

- Eu te amo – Draco disse depois de aliviar a vontade de Harry de respirar – Nunca mais vou esquecer-me disto.

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