Xeque Mate
-CAPÍTULO DOIS-
Xeque-Mate
Pela primeira vez na história, o caldeirão da Hermione estava lançando uma fumaça negra pelo ar. Para Snape, aquele era o maior presente que ele ganhou na vida, então não perdeu a oportunidade de ser o mais sacana possível com a garota.
- Cinqüenta pontos redondos a menos para a Grifinória – Severo riu com gosto – E se essa fumaça fedida não parar agora, levará uma semana de detenções limpando latrinas no quarto andar.
Antes que Rony e Harry xingassem o professor de poções, Mione se virou para eles e lançou um olhar que ordenou silêncio a eles. Com um ligeiro movimento da varinha, ela limpou o seu caldeirão.
- Porque você não conseguiu fazer a poção mata-lobo? – Rony perguntou a ela depois que o professor se afastou – Aquele seboso nem olhou torto para Goyle, e olhe que o caldeirão dele estava cuspindo merda de morcego por todas as direções!
- Você sabe muito bem que Snape nunca foi justo conosco – Harry disse entre os dentes para não ser ouvido. Estava em território inimigo e tinha cuidado com as palavras que dizia.
Quando deu o sinal para sair da sala, Draco lançou um olhar ameaçador para Harry. Este, não se intimidou, apanhou a mochila e se dirigiu as masmorras. Rony e Hermione caminhavam ao lado do garoto. Durante o almoço, Harry não disse uma palavra sequer. Estava arrependido de ter dado a Draco a oportunidade de arrancar informações dele. Os dois tempos com Minerva exigiu de Harry uma concentração maior, se ficasse viajando na aula de Transfiguração, acabaria chamando a atenção de Hermione para si, e ele sabia que a amiga era perita em descobrir confusão.
No fim da tarde, Harry já havia entrado em uma leve depressão. Até quando carregaria esta mentira nas costas? Havia muitos momentos em que Harry ficava confuso em relação à sexualidade de Rony. Tinha hora em que ele ficava mais solto perto de Harry, olhava fundo nos olhos dele. Mostrava que se importava de verdade, mas a simples de presença de alguém o tornava mais agressivo, nada parecido com o dócil canarinho de instantes atrás. Esses distúrbios de personalidade que Rony tinha agravara mais ainda o emocional de Harry. Já não bastava ele amar em segredo o seu melhor amigo – Agora estava sujeito às ameaças de Draco.
O pior de tudo não era amar a Rony ou enfrentar a escola inteira. Harry não sabia qual seria a reação do amigo quando soubesse a verdade. Depois do jantar, Harry afundou-se em uma das poltronas da sala comunal da Grifinória e ficou lá, jogando Xadrez de Bruxo com Rony, até que todos os alunos foram se deitar e eles ficaram sozinhos.
- Você esta trapaceando – Harry se queixou depois que o peão de Rony andara em “L” no tabuleiro, e depois de incrivelmente avançar cinco casas, capturou o Rei.
- Admita a derrota – Rony disse com ar de sério – Você nunca soube ser um bom perdedor...
Harry olhou a volta e certificou-se que estavam sozinhos – Bom, ao menos na vida real, eu quem sempre salvei sua pele, como os mocinhos salvam as donzelas.
Rony corou, ele fuzilou a Harry com os olhos.
- É mesmo? – Rony estava sendo cínico – Eu não pedi para ser o bem mais preciso da sua vida, quando você me resgatou do fundo do lago da lula gigante!
Harry ficou de queixo caído. Jamais esperaria uma resposta destas. Ficou atônito por alguns instantes, Rony tentou se desculpar, mas Harry o ameaçou com os punhos fechados.
- Repita isso e te afundo os dentes – Harry o ameaçou.
- Qual é, Harry? – Rony riu nervoso – Foi só uma piada!
- Isso lá é maneira de brincar? – Harry estava ficando irritado e sentiu que estava para explodir.
- E porque você se importaria com uma bobagem dessas que eu disse? – Rony estava confuso.
- NÃO É BOBAGEM! – Harry falou em voz alta, em seguida baixou o tom, de maneira que Rony precisou esforçar para ouvir, ainda sim Harry tinha raiva na voz – AMÁ-LO, PARA MIM, NUNCA FOI BOBAGEM!
- De que tipo de amor você está falando, cara? – Rony se assustou, inclinando o corpo para trás.
Harry ficou mais aflito, não agüentava mais ver Rony fazer aquele joguinho – Você sabe do que estou falando. Pegou-me excitado vendo-o tomar banho, já acordou de madrugada, comigo na sua cama, acariciando seus cabelos. Recusou-se a largar a minha mão naquela noite em que nos perdemos na floresta proibida...
- Cala a boca! – Rony gritou – Eu não tenho culpa!
- Eu também não – Harry respondeu, se aproximando do garoto e pegando a sua mão – Escute, cara. Eu mal durmo a noite, é verdade. Você é o que mais importa na minha vida.
Rony empurrou Harry contra a poltrona – Fica longe de mim! – Ele falou – NUNCA mais olhe na minha cara! Seu imundo...
Harry sentiu o chão sumir debaixo dos seus pés. Rony trotou enfurecido para o dormitório dos garotos. Ele havia estragado tudo, confundido os sinais. Estava fudido.
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