Dé-Jàvú
-CAPÍTULO UM-
De Jàvú
Era incrível experimentar a sensação de voar, ainda mais quando se ficava sem ver uma vassoura por todo um verão. Harry sobrevoou as balizas da Sonserina em busca do pomo que havia voado naquela direção, até quando ele foi mais rápido que a visão e desapareceu sobre o borrão de cores da arquibancada. O Placar do jogo de abertura do Campeonato de Quadribol estava tecnicamente empatado. A Grifinória levou a pior nos últimos minutos, deixando a Sonserina ficar também com 190 pontos.
Draco Malfoy surgiu como um foguete na frente de Harry, deixando o garoto assustado, já que estava absorto em seus pensamentos.
- Acorda ai, cicatriz – Draco zombou, enquanto corria atrás do pomo de ouro.
Sem misericórdia alguma, Harry forçou sua Firebolt a atingir a maior velocidade que ele já tivesse experimentado. Em poucos segundos, estava com os joelhos emparelhados a Draco, o Sonserino não demonstrou chateação por Harry tê-lo alcançado tão rápido, pelo contrário, parecia até feliz. Como haviam a muito deixado a altura segura do campo, eles estavam a sós.
- Porque você me atraiu até aqui? – harry perguntou desconfiado. O pomo já esquecido, fugira para o campo abaixo.
- Estamos a trezentos metros de altura – Draco comentou, depois de desacelerar a vassoura e virar-se para ele – Quero propor um negócio.
- E precisa ser justo agora? – Harry ficou irritado – Não estou interessado...
Harry virou as costas e ia descer para o campo quando Draco o chamou.
- Ótimo! – Draco sorriu maliciosamente – Contarei a toda Hogwarts o seu envolvimento com o Weasley.
Harry parou de súbito, Draco sorriu depois de alcançar o efeito desejado – Do que você esta falando? – Harry interpôs.
- Não me venha com clichês – Malfoy tinha um olhar ameaçador – Ou me deixa apanhar o pomo e ganhar este jogo, ou a escola toda vai saber sobre o seu namoro com Rony!
Harry sentiu um aperto no coração, seguido de um frio esquisito no estomago. Como seria possível que Draco viesse a descobrir tudo.
- Esqueça – Harry disse – Você não tem como provar nada.
- Então é verdade? – Draco gargalhou – Você e o Weasley são namorados?
- Cala a boca, Malfoy! – Rony se aproximou dos dois sem nenhum deles perceber.
- Quem está cuidando dos Aros, Weasley? – Draco zombou – A gorda da sua mãe?
- Ria do final do jogo, panaca – Rony apontou para o campo abaixo – O jogo já acabou, enquanto você ficava amolando a Harry, Gina marcou sessenta pontos.
O sorriso forçado no rosto de Draco desapareceu instantaneamente. Sem dizer uma palavra, voltou para o campo. Não seria estúpido de xingar mais os dois porque ele estava em desvantagem.
- O que o Malfoy queria com você? – Rony perguntou quando eles estavam sozinhos no vestiário – Eu só escutei ele falando o meu sobrenome...
- Não foi nada de importante – Harry mentiu, tentando mudar de assunto – Nós temos uma vitória para comemorar! Vamos a torre da Grifinória...
- Me espere, ainda não tomei banho! – Rony reclamou, tirando a camisa rapidamente, seguido das calças, e depois a cueca. Ele ficou na ponta dos pés e correu até o chuveiro.
Harry ficou estarrecido. Por sorte, Rony já havia ensaboado o cabelo e tinha espuma sob os olhos e não percebeu que Harry havia se excitado ao vê-lo nu. O amigo ruivo tinha um corpo entrando em formação atlética, mesmo tento seus quinze anos, Rony já fora abençoado com um membro espetacularmente avantajado e apetitoso. Harry se deliciou nas curvas do seu melhor amigo, ficou imaginando a sua língua passeando pelo seu corpo liso, isento de pelos. Rony fechou o registro e enrolou-se na toalha. Se havia percebido a excitação de Harry, fingiu que nada viu, porque agiu normalmente.
Já na torre da Grifinória, foram recebidos pelos entusiasmados amigos que comemoravam a abertura do campeonato de Quadribol. Embora Harry tentasse beber um pouco de cerveja amanteigada e jogar um pouco de Strack’s Explosivos, ele não conseguia imaginar a razão que ele deu a Draco para suspeitar que ele nutria sentimentos por Rony. Harry havia sido eximiamente cuidadoso em relação a isto. Quando descobriu que estava apaixonado por Rony, ocultou ao máximo seus sentimentos – qual jamais revelaria ao amigo – este segredo, Harry decidiu carregar para o túmulo. Porém esta promessa tornou-se algo difícil de cumprir e carregar nas costas. A cada dia, Rony se tornava inconscientemente mais provocante, seu corpo excitante povoava os sonhos mais pornográficos que Harry podia ter. O garoto chegou a ponto de gozar dormindo, acordou no outro dia com a cueca melada.
- Hey, Harry! – Rony estralou os dedos enfrente aos olhos do amigo – A festa acabou, vamos dormir. Cara, você está tão esquisito...
- Ah, sim, vamos – Harry concordou, levantando-se da poltrona – Eu tive um dia difícil, desculpe-me.
- Não precisa se desculpar – Rony disse – Não há nada que você não possa fazer por mim...
Harry parou abruptamente e puxou Rony pelo braço, ele já estava subindo a escada em caracol que o levava até o dormitório – O que você disse? – Harry perguntou – Eu já ouvi isto em algum lugar!
- Esta tendo De Jàvú? – Rony riu – Qual é o problema, Harry? Que bicho te mordeu?
- Não é nada – Harry mentiu pela segunda vez – Acho que estou precisando dormir.
- Concordo, é a melhor idéia que você teve hoje – Rony declarou depois de ser libertado por Harry e continuar a subir os lances de escada.
O Dormitório estava em silêncio, os outros garotos já estavam aparentemente dormindo. Sobre a cama de Harry estava uma bandeira com o leão da Grifinória. Algum deles havia o colocado lá. Harry tirou a bandeira e a colocou sobre o seu baú na cabeceira da cama. Rony já estava vestindo o pijama, quando percebeu que Harry o observava se trocar.
- Vai ficar me assediando agora? – Rony brincou.
- O que? – Harry se fingiu de besta – Oh, eu estava pensando em uma coisa, acabei viajando. Não estava necessariamente olhando para você, foi um ponto inconsciente que encontrei para olhar.
- Você está muito complicado para o meu gosto – Rony disse – Bom, continue com as suas maluquices que eu preciso dormir. Temos duas aulas com o maldito Snape...
Harry forçou um sorriso e depois de se trocar e vestir o pijama, cobriu-se apenas com um lençol fino, estava muito calor. Absorto mais uma vez em seus pensamentos resgatou a memória do seu quarto ano em Hogwarts, quando executaria a segunda tarefa do campeonato de Tribruxo. Dobby, o Elfo doméstico havia dito a ele, que o Weasley era a coisa mais importante na sua vida. Que tipo de feitiço Dumbledore havia feito para descobrir isso? Será que ninguém, além de Draco, desconfiava que Harry realmente amava o Rony? Porque tudo isso era tão embaraçoso?
Ele se virou para o lado, o colchão rangeu um pouco. Em instantes, começou a escutar a respiração alta de Rony. Quando Harry quase adormeceu, um flash de memória involuntário apareceu diante dos seus olhos – Durante um dos seus sonhos calorosos com Rony, o garoto havia dito para ele “Não há nada que você não possa fazer por mim...”.
Esta era a chave. De alguma maneira, ele talvez tivesse transmitido a Rony os seus desejos mais íntimos – o de possuí-lo. Será que o amigo sentia os mesmos sentimentos por ele? Harry decidiu que seria melhor parar de se torturar. Ficar imaginando como seriam as coisas se ele pudesse se relevar ao amigo era irrelevante. Causaria muita dor e o pior – vergonha. Rony obviamente o ignoraria pelo resto da vida se soubesse que Harry o amava. A Sra. Weasley nunca mais iria querer que Harry desse as caras lá na Toca. Sirius com certeza o rejeitaria e Dumbledore o expulsaria de Hogwarts. Harry parou de exagerar as mil maneiras pela qual ele seria queimado na praça pública de Hogwarts e por fim adormeceu.
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