A Ajuda de Hermione
-CAPÍTULO OITO-
A Ajuda de Hermione
Narcisa Malfoy aguardava impaciente do lado de fora da sala. Quando finalmente o médico liberou os familiares para o horário de visitas, ela entrou no quarto. Draco estava acordado, o braço enfaixado. Tinha o olhar fixo em um ponto qualquer do quarto.
- Meu filho! – disse ela indo depressa em direção ao menino. – Por Deus, o que fazia na Floresta Proibida?
- Eu não quero falar sobre isso – Draco disse – Como eu vim parar aqui?
Narcisa olhou com receio para o filho – Hagrid o encontrou na Floresta. Ele disse que deu trabalho para fazê-lo largar o lobisomem que o atacou. Ele disse que você estava fora de si. Falou que quando chegou ao local de onde vinha o grito do lobo, topou com você encima do animal, Hagrid disse que por um momento chegou a ter pena do bicho, pois você o socava e berrava que “ele jamais vai esquecer”.
- Sério? – Draco custava a acreditar que teve um surto – Bom, os medibruxos disseram que eu vou ficar bem?
- Honestamente, não. – Narcisa Malfoy respondeu – É claro que sempre há excelentes poções mata-lobo sendo criadas, é preciso ter fé, meu filho.
Draco baixou o olhar. Estava condenado a ser um lobisomem para o resto da vida. Por instinto, varreu o leito com o olhar e encontrou sua capa pendurada atrás da porta. De um dos bolsos ele podia ver um pedaço da Flowers Of The Sea.
- Quando eu volto a Hogwarts? – Draco perguntou.
- Hoje mesmo – Narcisa respondeu – Já faz três semanas que você está aqui. Dormiu o tempo todo.
Draco não respondeu. Não teria voz para dizer qualquer coisa. Meia hora depois, um velho bruxo o examinou e disse que ele estava liberado. Apanhou os seus pertences e sua mãe o acompanhou até os portões de Hogwarts.
- Tem certeza que não quer ficar em casa? – Narcisa perguntou.
- Absoluta. Tenho muito o que fazer aqui na escola. – Draco se despediu da mãe com um beijo no rosto.
- Eu mandei uma coruja semana passada para o Professor Snape. Ele me prometeu que preparará sua poção mata-lobo pessoalmente – Narcisa disse – A propósito, ninguém, excerto os professores e Hagrid, sabem que você foi infectado. Assim não sofrerá qualquer discriminação dos alunos.
- Valeu, mãe...
- Mais uma coisa – Ela sorriu para o filho – Eu sempre vou te amar, aconteça o que acontecer. Espero que a pessoa que foi o motivo por você ter se embrenhado na Floresta, seja especial o suficiente para valer o sacrifício que fez.
- Eu faria tudo outra vez...
- Adeus, filho.
- tchau, mãe.
***
Hermione não pôde esconder a expressão de incredulidade em seu rosto. Ela estava absorta em seus livros, na biblioteca, quando Draco Malfoy a chamou para conversar.
- Eu preciso da sua ajuda – Ele pediu, seriamente.
- E porque eu o ajudaria – Hermione perguntou sem erguer o olhar.
- Porque você é inteligente o suficiente, percebeu tudo o que se passou e não vai aceitar uma injustiça destas. – Draco respondeu.
Hermione ergueu o olhar. – Eu não vou interferir no relacionamento deles – Ela abriu o jogo – Mesmo que ninguém tenha me contado nada, eu honestamente estou do seu lado. Foi horrível o que Rony fez.
- Então me ajude! – Draco suplicou, ele apanhou as mãos de Hermione. – Eu entrei na porra da Floresta Proibida para pegar a Flowers Of The Sea. Você é a única que pôde preparar a poção.
- Isso ainda não me convence. – Ela disse – Harry fez o mesmo por você. E sem muitos riscos. Tudo o que eu sei é que você foi atacado por um bando de centauros.
- É mentira! – Draco disse desenrolando a faixa do braço, mostrou a mordida para a garota examinar – Eu lutei com um lobo. Agora estou amaldiçoado. Você acha que isto não foi o suficiente? – Draco se descontrolou e começou a chorar. – Eu quero que Harry se lembre da nossa história... – Draco soluçou – Fomos felizes, ele merece isto!
Hermione fechou o livro de feitiços. Olhou com pena para Draco. O menino a sua frente parecia realmente empenhado em conseguir o que queria. Seu senso se justiça falou mais alto, ela se levantou da mesa, colocou a mochila nas costas e saiu sem falar nada.
- Hermione! – Draco a chamou – Por favor...
- Ande logo! – Ela ralhou sem se virar – Eu não tenho muito tempo, e esta poção dá muito trabalho para fazer!
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