O Reencontro



-CAPÍTULO NOVE-

O Reencontro

O silêncio foi quebrado pelos firmes passos de Harry. Ele caminhava sozinho em direção a enfermaria do quarto andar, havia sido envenenado por um dos chicletes mal feitos de Fred e Jorge. Os gêmeos surgiram logo atrás. Estavam com as faces azuladas, igual a Harry.

- Desculpe-nos – Jorge pediu a Harry antes de entrarem na enfermaria.

- Acidentes acontecem – Harry comentou, antes que perdesse totalmente a voz – Só não se esqueçam de concertar a fórmula. Foi tentador ser cobaia de um chiclete que melhora a capacidade cerebral.

Eles entraram na enfermaria. Madame Pomfrey estava dando uma poção para Draco beber quando os três apareceram.

- O que aconteceu? – Perguntou ela, enquanto socorria os meninos.

- Tomamos veneno por acidente – Fred disse – Uma alta dose de Saraiva Africana.

A enfermeira virou-se para Draco – Pegue benzoar no armário para mim.

O garoto correu até a dispensa. Apanhou três pedras de Benzoar e um jarro com água e três copos. Enquanto a Enfermeira administrava a poção nos Gêmeos, os mais graves, Draco cuidou de Harry. O menino já estava em estado de semicoma, quando Draco lhe enfiou o Benzoar goela abaixo, junto com a poção Flowers Of The Sea que ele estava carregando no bolso, e um copo de água. A Enfermeira dispensou Draco e deixou os pacientes de repouso.

***
Rony passou apressado pela porta da enfermaria, fingiu que Draco nem estava do lado de fora. Fazia quase uma hora que Malfoy estava esperando Harry se recuperar. Se tudo desse certo, Harry se atiraria em seus braços. Poucos minutos depois, a porta da enfermaria voltou a se abrir. Rony apareceu, com um sorriso nos lábios. Fechou a porta e jogou Draco contra a parede.

- Filho da puta! – Rony aparentava um descontrole emocional – Porque deu a Flowers Of The Sea para Harry? Porque você não nos deixa em paz?

- Você o rejeitou e ele me quis! – Draco respondeu, se defendendo dos socos que Rony tentava lhe acertar – O que você fez não tem perdão...

- Esta certo – Rony disse parando de lutar – Você venceu. Harry acabou de me expulsar da enfermaria. Isso não vai ficar assim – Rony apontou o dedo para o rosto de Draco – Você vai me pagar caro. Todos tem um passado, vou desenterrar coisas podres do seu.

A porta da enfermaria tornou a abrir e Madame Pomfrey chamou por Draco. Rony já estava subindo a escada do quarto para o quinto andar. Malfoy foi até o cubículo onde Harry estava de repouso. O garoto estava sentado na cama, lendo o Pasquim.

- Oi – Draco disse anunciando sua chegada.

- Sente-se nos pés da cama – Harry pediu com uma tranqüilidade anormal. – Precisamos conversar.

- Você está legal? – Draco perguntou.

- Agora nós vamos falar de você. – Harry disse com a mesma tranqüilidade – Temos um problema e precisamos resolvê-lo.

A alma de Draco ficou em silêncio. Durante os próximos minutos, Harry confessou ao garoto que estava envergonhado por tudo o que aconteceu e que havia terminado com Rony.

- Não precisa se desculpar – Draco disse, segurando a mão de Harry – Você não tem culpa por ter tomado a poção.

- Isso não é tudo – Harry declarou – Rony me contou uma coisa. Achou que isto seria definitivo para que eu o esquecesse.

- O que ele disse? – Draco estava apreensivo.

- Ele me disse que você foi mordido por um lobisomem – Harry contou – Ele o viu tomando a poção mata-lobo várias vezes aqui na enfermaria, e viu o professor Snape entregando as poções para a madame Pomfrey. Me conte como você foi mordido.

Draco não respondeu de imediato. Ficou apenas parado, olhando fundo nos olhos verdes da pessoa que ele mais amava no mundo, e honestamente, não queria que Harry soubesse que ele havia se transformado em Lobisomem por causa da poção... Mas Malfoy precisava se abrir com ele, tinha que contar a verdade. Respirou fundo...

- Harry... – começou ele – Eu fui até a Floresta Proibida buscar a Flowers of The Sea. Depois que apanhei as flores no chão, escutei um latido de lobo, quando me virei, um lobisomem me atacou.

- Oh meu Deus! – Harry tampou a boca com a mão. Tentava segurar os soluços, mas a emoção foi mais forte. Ele abraçou Draco com força – Me perdoe. Você não deveria ter feito isso. Não valia a pena...

- Nunca mais diga que lutar por você não vale a pena – Draco xingou – Eu faria tudo outra vez se fosse necessário. Não quero perdê-lo nunca mais.

O sentimento de culpa que Harry sentia diminuiu. Estava diante da razão da sua vida.

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