Song Fic - Because You Live---



Após uns quinze minutos de procura, Harry e Hermione ouviram um grito de Rony:
- Harry! Hermione! Acho que encontrei um jeito de entrar!
Os dois correram na direção do som, para encontrar Rony em pé perto da porta principal da Mansão Malfoy.
- Rony, nós já tínhamos discutido isso! Você mesmo falou que não ia dar pra entrar pela porta da frente, lembra?
- Não estou falando da porta da frente, Harry! Veja!
Ele arredou uma pequena cerca-viva quase imperceptível ao lado do batente da grande porta, revelando uma pequena passagem. Na verdade, parecia mais um buraco qualquer. Mas com um simples lumos era possível ver que tratava-se de um túnel.
- Estou inteiramente sem ação. – Hermione tinha um sorrisinho maroto no rosto e um tom sonhador na voz.
- Mas você tem certeza de que isso leva mesmo para dentro da Mansão, Rony?
Rony ficou sério.
- É claro que não. Mas você terá que concordar comigo que ver aonde esse túnel vai dar é bem mais produtivo do que ficarmos parados aqui, sem fazer nada, mesmo que tenhamos que voltar e procurar por outra entrada depois.
Harry consentiu com um movimento de cabeça. Nos próximos cinco minutos, Rony já havia se esgueirado pela entrada. Então, os dois rapazes ajudaram Hermione a descer, seguida de Harry.
O que viram ali foi um estreito túnel todo de terra, como se tivesse sido construído de qualquer jeito por um motivo supérfluo qualquer, mergulhado na escuridão.
- Lumos!- Hermione já tinha sacado sua varinha.
Os meninos a imitaram, e os três seguiram em frente.
**

Draco não saberia dizer quanto tempo havia se passado. Quinze minutos, talvez.
- Malfoy – ele ouviu a voz de Gina atrás de si.-, quanto tempo mais ou menos você acha que falta para chegarmos a... ao lugar que estamos indo?
- Não sei. Não tenho muita certeza.
- Quanto mede esse túnel?
- Três quilômetros.
- Quê?!- a menina parou de caminhar.
- Três quilômetros, Weasley. – o rapaz também havia parado de caminhar, virando-se para ela e apontando o feixe de luz de sua varinha para onde ela estava, a fim de enxergá-la melhor. – Este túnel atravessa a Mansão. Devemos refazer todo nosso percurso até aqui e ainda andar por mais um bom pedaço, até chegarmos a uma saída ao lado do batente da porta principal, escondida por uma cerca-viva. Mais alguma pergunta?
- Sim. Só mais uma. Agora que não há mais ninguém aqui de quem eu deveria me esconder...
- Você quer dizer, além de mim? – ele a interrompeu. Diante da expressão de perplexidade dela, ele permitiu-se um sorriso que esclareceu sua piada frustrada.
Ela sorriu, um pouco confusa, e continuou:
- Você acha que agora podemos parar para descansar um pouco? Eu sei que não andamos muito do quarto até aqui, mas mesmo assim...
Ele pareceu refletir por alguns momentos, e depois respondeu:
- É... acho que podemos descansar um pouco, sim... – E sentou-se, escorado na parede, arenosa como o chão. Gina fez o mesmo, ao lado dele.
Por um bom tempo, nenhum dos dois falou nada. Não havia pensamento algum na cabeça do rapaz. Ele acabou por decidir que não pensar sobre tudo isso seria o melhor a fazer. Apenas encarava a parede escura à sua frente. A voz da menina a seu lado o tirou de seu transe.

Staring out at the rain with her heavy heart
It's the end of the world in my mind
Then your voice pulls me back like a wake up call

- Malfoy... – ela começou, sem olhar para ele.
- Sim?
- Eu... obrigada por tudo.- as palavras saíram com uma certa intensidade, coisa que ela não pretendera.
- Você já disse isso. – ele respondeu, fitando-a com um meio sorriso que decididamente faria a garota sentir seus joelhos cederem se estivesse em pé. – Não precisa agradecer.
Gina sorriu.
- Você também já disse isso. – ela sentiu-se mais à vontade na presença dele naquela hora. Os dois riram brevemente, antes de uma pequena pausa.
Foi Gina quem quebrou o silêncio, novamente:
- Malfoy... por que você está fazendo isso? Quero dizer, eu agradeço muito, se não fosse por você eu ainda estaria naquele quarto, chorando, provavelmente.- ele levantou-se e deu as costas a ela. – Mas mesmo assim, eu estou curiosa. – ela também levantou-se, postando-se atrás dele, encarando as costas do rapaz. – Você não tinha razão nenhuma para isso... – a menina pousou a mão sobre o ombro dele, para fazê-lo virar-se. O que Draco eventualmente fez, reduzindo a distância entre os dois a cinco centímetros.
Ela podia sentir o perfume dele àquela distância. Era doce, inebriante. Gina poderia perder-se naquele aroma, ser atraída para mais perto dele apenas pelo cheiro adocicado.
- Não faça perguntas das quais possa se arrepender.- ele quase sussurrava no ouvido dela.
- Não vou me arrepender dessa. – ela esquecera-se completamente de sua mão no ombro dele.

I've been looking for the answer somewhere

- Não posso te dizer! – ele baixou a cabeça, como que tomando uma difícil decisão.- Weasley... meu pai é um Comensal da Morte.- ela não pôde deixar de pensar que aquilo não era nenhuma novidade. – Todas essas pessoas hospedadas aqui em casa, o homem que entrou no quarto naquele corredor, também são. Eles encontram-se aqui com freqüência, e algumas vezes acabam passando um fim de semana, como agora, tentando maquinar alguma forma de pegar e matar Potter.
Gina ouvia com atenção.
- Certo. E onde eu entro nessa história?
- Dessa vez, eles estão executando o plano. Precisam atrair o Potter para algum lugar longe da proteção de qualquer pessoa. Que lugar melhor do que a residência de um Comensal? Mas aí tem outro problema: como fazer para trazê-lo para cá? E que isca melhor do que a coisa mais valiosa para ele: os amigos?
Ela sentiu-se um pouco estranha por saber que mesmo por outras pessoas, era considerada valiosa para Harry. E sabia que isso era verdade, pois tinha certeza de que ele, Rony e Hermione não ficariam muito tempo parados e viriam procurá-la.
O rapaz continuou:
- Meu pai deu um jeito de deixar subentendido que Voldemort - Gina sentiu um arrepio à menção desse nome. Percebeu que Draco o pronunciava da mesma maneira que Harry: sem temor algum. – estava aqui em casa quando deu uma entrevista ao Profeta Diário, para facilitar ainda mais as coisas para Potter.
- Então, à essa altura, Harry, Rony e Hermione já devem estar a caminho daqui! E correndo perigo!- a menina horrorizou-se.
- Não há como saber. Eles estão apenas esperando para ver se Potter aparece. Vão dar um prazo. Uma semana, eu acho.
- E depois disso?
- Depois disso, se ele não aparecesse, te matariam, sem dúvida.
Os olhos cor de avelã dela arregalaram-se e seu sangue pareceu congelar dentro das veias. Ela fechou os olhos em uma tentativa de acalmar os nervos, e baixou a cabeça, que pareceu pesada de repente.
- Mas não precisa se preocupar. – Draco colocou uma mecha dos cabelos cor de fogo da menina para trás de sua orelha, em um gesto de consolo. - Ainda temos algumas horas de vantagem. Eles só irão dar por sua falta quando forem entregar o seu almoço amanhã. Até lá, temos bastante tempo para tirá-la daqui.
Ela olhou fundo nos olhos dele.
- E onde você entra? Ainda não entendi por que você está me contando tudo isso, traindo os planos de seu pai, sua família, e de Você-Sabe-Quem.
Ele pareceu impaciente, e caminhou para longe dela.
- Não é tão simples, assim, Weasley!
- Como não é tão simples assim?- Ela foi atrás dele. - Você nunca pareceu nem notar a minha existência durante todos esses anos, e agora do nada, me ajuda a escapar disso tudo, provavelmente arriscando a sua vida por mim, então, eu pergunto por que você fez isso e você me diz que não é tão simples assim?
Draco suspirou, parecendo de repente muito interessado no chão de terra. Tudo o que estava arriscando, arriscando por Gina, passou por sua cabeça em um flash, em um décimo de segundo.
- Há muitas coisas que não são simples, coisas que você simplesmente não entende!
Pausa. Gina inspirou profundamente, como que controlando seus nervos.
- Tudo bem, Malfoy. Pode não ser simples, eu admito. Tudo pode ser complicado, como você acabou de me dizer, e eu posso não entender. Mas mesmo assim, eu quero saber pelo menos o porque de você estar fazendo isso por mim. Tudo diz respeito diretamente a mim e eu acho que tenho o direito de saber a razão disso tudo, por que escolheram justamente a mim e... e por que você não é a pessoa que eu pensava que fosse.

I couldn't see that it was right there
But now I know what I didn't know

- Weasley, quantas vezes eu vou Ter que te dizer!- Ele estava quase gritando.- Você acha que sabe tudo, você acha que tudo é fácil, que tudo sempre vai acabar bem porque você sempre tem o Potter pra te salvar! Mas adivinhe? EU NÃO SOU O POTTER!- ele gritou essas últimas palavras.
- Ninguém falou no Harry agora, Malfoy, cuidado com as palavras!- Gina realmente se irritou, e também começou a gritar. - Não fuja do assunto: por que você está fazendo isso? Por que se preocupa comigo assim, de uma hora para outra?
- Você não ia querer saber.- dessa vez, foi um fiozinho tímido de voz que saiu da boca de Draco, que novamente mirava o chão, como se estivesse indeciso.
- E por um acaso acha, Malfoy,- a voz da menina poderia ser ouvida a vários metros de distância. - que se eu não quisesse saber, estaria gritando com você desse jeito, no meio do nada? Anda, me fala! Eu não sou um bebê, como todos me vêem!
- Nada é do jeito que você pensa que é Weasley!- ele vociferou severamente, mas sem gritar.
Ao fim dessas palavras, Draco, sem pensar no que estava fazendo, passou rapidamente seus braços em volta da cintura de Gina, a puxou para perto de si e a beijou, antes que ela pudesse entender ou questionar o que ele estaria fazendo.

Because you live and breath
Because you make me believe in myself
When nobody else can help
Because you live, girl
My world has twice as many stars in the sky

No começo, ela pareceu surpresa, pois não correspondeu diretamente ao beijo. Mas aos poucos, foi rendendo-se às carícias de Draco, e acabou por envolver o pescoço do rapaz com seus braços.
Eles ficaram ali, apenas sentindo os sentimentos um do outro. O tempo pareceu parar em volta do casal, e eles simplesmente não se importavam.
Gina sentiu um arrepio percorrer-lhe a espinha, chegando à nuca da menina. Ela não estava se reconhecendo, mudara tanto em tão pouco tempo. Mas uma coisa era certa: mudara para melhor.

It's alright, I survived, I'm alive again
Cuz of you, made it through every storm
What is life, what's the use if you're killing time

Separaram-se por um momento.
- Malfoy...
- Não. Não fale. Nós não precisamos de razões.
Gina sorriu, e ele voltou a beijá-la. Mergulhada no beijo dele, a menina percebeu que Draco tinha razão.

I'm so glad I've found an angel
Someone who was there when all my hopes fell
I wanna fly looking in your eyes

Because you live, I live
Because you live, there's a reason why
I carry on when I lose the fight
I want to give what you're giving me always

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