Caçados pela Europa



Capitulo 5
Caçados pela Europa
“OS CANTORES MAIS INCRÍVEIS E FENOMENAIS DOS ULTIMOS TEMPOS”
Esse era o slogan usado pelos jornais mágicos da Europa. Apesar disto eram apenas um rapaz e uma moça de 16 anos, nascidos no mesmo dia e que moravam no Brasil. Agatha era o nome da garota. Uma garota linda, de coração nobre e leal. Já o rapaz, Ricardo, era o seu oposto com relação aos sentimentos.
Ambos estudavam na única escola de magia que fazia frente a Hogwarts, Três Magias. Ela ficava no centro-oeste brasileiro, em Goiás para ser mais preciso. Essa escola se chamava assim, pois estudava as magias dos três povos que constituíram o Brasil: os africanos, os nativos e os portugueses. Lá se estuda num prazo maior. Os alunos de Três Magias começavam aos oitos anos de idade. Começavam tão cedo para consegui assimilar toda a matéria, pois era extensiva.
Ambos estavam fazendo uma turnê extensa e cansativa. Ela se iniciou em São Petersburgo e iria se encerrar em Londres. Mas eles não se importavam, contanto que andasse rápido. Era estranho para Agatha, mas ela poderia jurar que estava sendo vigiada pela Europa inteira. Por quem ela não saberia dizer.
Ela teve um sonho muito estranho em Budapeste. Agatha poderia se lembrar desse sonho muito bem... Ela estava numa praia de areias clarinha e de mar azul. Uma brisa fresca e aconchegante. E um sol perfeitamente colocado num céu azul, como o mar. Só ela... mas ninguém. A praia estava deserta... até então. Ela viu mas alguém. Era um rapaz. Ele andava desnorteado. Era como se ele tivesse empurrado para lá.
Agatha foi até ele sem entender nada. Era estranho, mas seu rosto era extremamente familiar. De onde ela o conhecia, não poderia dizer. Deu um branco em sua mente. Os dois se encontraram e ficaram algum tempo se olhando. Sem dizer nada. Uma força muito grande os puxava para uma casa. Era alta e feita de pedras. Tinha uma aparência sombria e maléfica. Agatha fazia de tudo para não entrar mas não teve jeito, entrou.
Agatha decididamente percebeu que aquele lugar não pertencia à praia, era absurdo ter uma lareira num lugar tropical. Ouviu-se um barulho de cobra que ela e esse garoto entendiam o que a cobra dizia “Bem vindos. Não vou morder ninguém. Eu dei algo para um de vocês quando nasceu, um presente que uniu um de vocês com seu antepassado”. Agatha viu a cobra. Era enorme. Ela deu um grito de horror.
Então um homem alto saiu das sombras. O rapaz tirou Agatha da vista do estranho. Ele não tinha certeza se homem saiu das sombras e sim que tivesse aparatado pra lá. Eles cogitaram a gritar mas algo os impedia. O garoto se sentiu pela primeira vez, na sua vida, em casa. Na sua casa.
Já Agatha não tinha ação perante o homem, era como se ele a mandasse. Então começou a falar. Eles não encontraram razão para não ouvi-lo. Era uma voz masculina grave, como de um comandante, que nenhum dos dois não podia deixar de ouvir. Essa voz sabia aonde ir, em que momentos na vida de cada um ele poderia reviver para ser convincente.
Agatha ficou de lado nessa conversa entre os dois por muito tempo. Como se ela fosse uma menininha mal criada que tentava ouvir a conversa dos outros atrás da porta. Um sentimento de medo do nada a tomou. Ela queria ir embora para sempre daquele lugar. As paredes se tornaram terrivelmente assustadoras. Como aquela conversa lhe causava incomodo. Era como se os dois estivessem negociando-a, como se fosse uma mercadoria.
Ele voltou a conversar com ela. O medo e a sensação de terror desapareceram repentinamente. Apenas um sentimento de segui-lo a tomou. Agatha tentava se livrar dessa dependência, mas de forma alguma ela conseguia isso. Essa voz os seduziam a contar as suas vidas, os seus segredos, os seus medos. Eles contaram tudo para ele. A cada palavra que era dita era um segredo revelado para o estranho. Para os dois, se abrir para aquele estranho era muito fácil. O estranho, colocou Agatha à parte da conversa mais uma vez, mas ela não se importou desta vez.
Quando veio a hora mais critica, quando iria entregar o seu destino a ele, um vento forte e arrebatador a protegera. E com esse mesmo vento ela conseguiu escapar daquele sonho maléfico e acordou.
Depois do sonho que ela teve, há dois dias, tudo em sua vida mudou. Seu melhor amigo e parceiro de musicalidade, Ricardo Tevolma, estava estranho com todo mundo, principalmente com ela. Agora ele ficava resmungando para todo e qualquer homem que olhasse ou conversasse com ela. Ficava com o olhar fixo em cima dela, como se ela o pertencesse. Agatha não gostava dessa atitude.
Apesar de viverem a vida toda no Brasil, ambos eram ingleses. Uma tutora que cuidava dos dois, Marina, não falava muito dos pais de Ricardo. Uma coisa era certa, Agatha e Ricardo não eram irmãos, apesar de nascerem no mesmo dia. A menina descobriu que sua mãe estava viva e também sabia , parcialmente, do motivo que elas não viviam juntas e por isso não brigou com sua mãe.
Já para Ricardo era um mistério o motivo dele está tão longe da Inglaterra. A tutora sempre foi muito rigorosa com ele. Apesar de Agatha defendê-la, Ricardo não via a hora de se livrar daquela tutora. A única coisa que Ricardo não queria se distanciar ou perder era de Agatha. Ele era perdidamente apaixonado por Agatha, mas ela não lhe dava sinais de amor. Ele sabia que com ela era só amizade. Ricardo queria mais do que apenas amizade e faria qualquer coisa para tê-la, até se unir a Voldemort se precisar.
Os dois sempre brigavam feio por causa desse amor doentio e ciumento que Ricardo tinha por Agatha. Ricardo não admitia outros garotos de idade nenhuma chegasse perto de seu precioso ‘tesouro’. E por isso Agatha nunca teve namorados que durasse muito tempo. Mas essas brigas, estranhamente, nunca surtiam muito efeito. Volta e meia eles sempre voltavam com sua amizade que para os dois era inabalável.
Agatha se sentia incomodada com uma ‘vigilância’. Esse sentimento só aumentou depois que estavam ma Europa. Suas suspeitas foram confirmadas em Nice, França. Eles tinham um show naquela cidade. Ela achou que seria legal explorar a cidade, sozinha. Sem ninguém, principalmente Ricardo, no seu pé. Quando estava vendo uma vitrine de loja de roupa bruxa, ela foi abordada por um homem. Esse homem era alto, de cabelos compridos e loiros platinados, de olhos frios e cinzentos e era um homem era muito arrogante.
Ela deu um sorriso tímido para o homem. Ele devolveu o sorriso, com um sorriso sinistro, muito sinistro. Agatha tinha certeza que vira ou conhecera aquele homem de cabelos loiros e compridos em algum lugar, mas não sabia de onde. Agatha então suspirou profundo, mas não se virou para conversar com aquele senhor.
-Dia bonito aqui em Nice, não?
-Com certeza. -disse o homem, que Agatha suspeitava que conhecia, friamente.
-Você é francês? Por que eu não sou. Pra falar a verdade, sou brasileira.
-Eu sou inglês.
-Bem... legal, né. Eu ...já vou indo.
-Eu posso lhe mostrar algo?
-Não! – disse Agatha tomada pelo medo – Eu não te conheço. Fica longe de mim.
Agatha o empurrou para bem longe. O homem caiu como se fosse um pacote no chão. Ele ficou espantado com a força dela. Ela estava assustada, não sabia o que fazer. Então começou a correr. Corria o mais rápido que conseguia, pois as ruas estavam cheias de pessoas. Achando que tinha se livrado do bruxo ‘tarado’, Agatha começou a andar. Mas ele havia aparatado e parou diante dela.
-Não vai fugir. Há uma pessoa que quer conhecê-la pessoalmente. E eu vou levá-la comigo. Querendo isso ou não.
Ele apontou a varinha para Agatha. Ela não sabia o que fazer, pois estava diante de um bruxo formado. Ela era proibida de usar a varinha até completar a idade legal. O homem percebeu o seu desespero.
-Eu não vou machucá-la se vier comigo, agora. Não me force a isso menina tola e sem juízo. Não precisava correr...
-O que...o que você quer comigo? Não te conheço!
-Se você começar a puxar na sua memória todas as pessoas que conhece...
Algo brilhante o fez parar de falar. Uma lamina muito afiada passou perto de seu cabelo. E isso fez com que ele abaixasse a varinha para ver quem tinha jogado. E viu um rapaz alto, de cabelos negros, de olhos verdes com um brilho voraz e levemente avermelhado, com uma cara de poucos amigos. Esse homem soltou um sorriso pelo nariz quando viu aquele rapaz. Ele era muito parecido com um homem que conhecia.
-Larga ela se não quiser ver o seu sangue escorrer pelo chão.
-Ricardo! Como é que você me achou?
-Eu não te achei. Eu te segui.
-Não larga do meu pé.
-Devia me agradecer! Ingrata! Será que você é burro ou surdo? Solte a Agatha agora. Ou vou colocar a ameaça em pratica. E eu tenho certeza que não vai gostar de ver o seu sangue... se conseguir ver.
Ele a empurrou no chão e desaparatou. Ela tinha caído e se sentia frágil e indefesa como se fosse uma donzela medieval a espera do seu príncipe encantado. Ricardo foi o mais rápido possível para socorrê-la do chão. Então, estendeu a mão, a levantou e a abraçou muito forte. Ele não poderia perder essa oportunidade de beijá-la. E não perdeu. Lascou-lhe um beijo. Por um momento ela começou a se entregar. Ele percebeu isso e foi ainda mais forte. Mas depois se recusou a beijá-lo. Mas nem por isso Ricardo se abalou. Foi um beijo muito forte pois chegou uma hora que Agatha não conseguia se livrar.
Agatha ficou sem jeito quando Ricardo a beijou. Para ela, Ricardo não passava de um irmão. Ela se sentiu meio invadida e meio a vontade por causa desse beijo. Era estranho. Quando ele a largou ela não tinha o que falar. Estava respirando superficialmente.
-Como... se... atreve?
-Bem...você sabe que eu te amo! Você que não quer namorar comigo. Namora qualquer um no Três Magias mas a mim, não. Eu fiquei com medo daquele homem te machucar. Aqui o que mais tem é Comensal da Morte e se quiserem te machucar...
-Aquele homem... queria me apresentar a um outro homem... será que ele era um Comensal?
-Mas o que Voldemort quer? Ele quer que você cante para ele? É um pouco pitoresco!
-Um pouco? É bastante pitoresco. Mas será que Voldemort me quer mesmo?
-Eu não sei.
-Isso é muito estranho. E você nunca mais me beije!
-Foi um premio por serviços prestados. Eu te salvei de Voldemort ou de uma ameaça eminente, nada mais natural me dar algo em troca.
-Mas é a ultima vez! E a gente nem sabe se era para Voldemort.
-Ok! Vamos?
-Certo. Apesar de tudo Nice é linda.
-Me veio um pensamento na mente.
-O que?
-Se Voldemort te seqüestrasse, eu iria te buscar. Não iria admitir que ele toque um fio de cabelo seu.
-Você está cada vez mais ciumento... mais ciumento que o normal. Vamos voltar para o hotel.
-Mas eu estou falando sério, Agatha.
-Eu também. Ou você volta ao normal e arranja uma namorada ou sigo carreira solo e nunca mais falo com você no Três Magias.
-Eu bem que tento namorar, mas...
-Outra para você colocar no altar. Eu já estou me enchendo de você.
-Você venceu. Quer comer alguma coisa?
-Quero.
Mas essa conversa não surtiu efeito, pois Ricardo continuava olhando-a como se fosse sua propriedade. Ambos foram comer alguma coisa. A tarde foi bem agradável para os dois. Mas aquela sensação de vigilância voltou. Agora não era incomodo nenhum. Era como se alguém tivesse a protegendo de bruxos das trevas.
-Há um anjo me vigiando. – disse Agatha tendo certeza do que estava falando
-Eu?
-Não. Essa pessoa está zelando o meu bem estar. Protegendo-me dos Comensais da Morte ou qualquer outra coisa. Vamos temos um show a fazer aqui.
-É só amanhã. Relaxa.
-É só que temos que fazer o treino.
-Eu já sei o que fazer.
-Vai se surpreender com o que vou fazer.
-Nada o que você fazer vai me surpreender. Já me acostumei.
-Não dessa vez.
Os dois voltaram para o hotel. Agatha não estava enganada em relação ao seu novo ‘anjo’. Ela estava sendo vigiada por Tonks. Foi meio que por acaso, pois ela estava passando pelo local e reconheceu quem era o seqüestrador. Só não sabia do porque Lucius tentava seqüestrar a garota. Então decidiu proteger essa garota sem avisar nada a ninguém. Depois resolveria isso. Tonks imaginou que quem queria Agatha era Voldemort. Mas por que? Ninguém poderia informar direito.
O dia do show em Nice passou e transcorreu normalmente. A surpresa de Agatha foi sair de baixo da terra como se ela não fosse de carne e começou a cantar do lado dos fãs. O que havia de inovador nos shows que Agatha fazia era que nada era igual. Ela sempre tinha um truque novo para mostrar.
Agatha teve outro sonho, logo após o show, com o mesmo homem e com o mesmo rapaz. Mas agora eles estavam num lugar muito frio e sombrio. Não havia felicidade naquele lugar. Era coberto por muita neve. A casa era a mesma do ultimo sonho.
Quando ela entrou a lareira estava acessa e em brasas incandescentes. Os dois estavam conversando animadamente. Era alguma coisa muito interessante, mas Agatha não conseguia ouvir. Mal conseguia ver quem estava lá. Mas uma coisa era certeza que o rapaz estava postado em pé do lado de um trono. Agatha, então deduziu que o homem mais velho estaria sentado lá. Não era a primeira vez que ela se sentiu que o seu corpo estava fora do seu comando. Ela não queria ir, estava com medo, assustada. Tentava sair correndo mas suas pernas continuavam ir a direção da lareira. Como ultimo recurso, ela gritou. Gritou o mais alto que conseguiu. Com toda a sua voz e determinação. Então o velho ouviu e soltou um sorriso pelo nariz.
-Por que você está gritando? – disse o estranho, docemente para ela
-Eu não quero ficar. Deixe-me ir. – disse quase chorando.
-Eu estou tão triste e decepcionado com você, minha pequena. Por que não veio até a mim? Por que você não me trouxe o que eu te pedi? É inútil não fazer o que eu quero. Uma hora eu acabo vencendo... sempre.
-Saia dos meus sonhos. Eu quero ir embora. Eu quero dormir em paz. Não adianta. Você não vai me pegar, não vai conseguir.
-Vou. E você vai me trazer o que eu quero.
-Você não manda em mim.
De repente o mais novo entrou na conversa. Agatha já estava irritadíssima nessa altura. Tudo se misturava em sua cabeça. Medo, raiva, ódio...
-Alguém que conhece arrancou de mim o meu lugar, a minha vida, o meu caminho, o meu destino...
-O que eu tenho a ver com isso. Não fui eu...
-Eu sei que não foi você. Você não tinha idade para fazer isso comigo. Eu não sei o caminho de volta e você vai me levar de volta. Querendo ou não. Gostando ou não.
-Eu não te conheço.
-Me conhece sim...
-EU QUERO SAIR!!!!! – gritou com toda as suas forças.
Ela acordou do sonho. Ofegante e cansada. Não sabia o que fazer. Estava com medo de dormir e sonhar com aquela casa, com aqueles homens. Não agüentava mais. Era o segundo sonho e não foi diferente. Depois do desespero do sonho ela repentinamente começou a sentir uma sensação de paz. E voltou a dormir
Mal sabia que quem a fez dormir foi a sua tia, que estava do lado de fora. Marina ouviu um grito alto e cortante minutos atrás, vindo do quarto de sua sobrinha e foi ao seu auxilio. Quando ela ia entrando sentiu uma mágica poderosa. Ela tinha a absoluta certeza que era magia negra e sabia de quem poderia ser aquela magia... aquele poder maléfico. Não havia como interferir do lado de fora do sonho. Só sua sobrinha, mas mesmo assim Agatha tinha que ser bastante poderosa e perspicaz para conseguir escapar desse sonho. Incrivelmente ela conseguiu escapar dessa armadilha. Marina sabia também que só uma pessoa poderia fazer aquilo.
Depois de Nice a próxima parada era Amsterdã. Agatha e sua tia, que a acompanhava por todos os lados, saíram para fazer algumas compras na cidade. Lucius achou mais difícil abordá-la. Seu mestre com certeza sabia que ela seria protegida pela sua tia. Então, Bartô levaria Agatha até o seu mestre. Ela, no meio das ruas mágicas de Amsterdã saiu de perto de sua tia para ir ao banheiro.
-Não demore!
-Certo, tia.
Ela saiu sem se preocupar com nada. Quando Agatha saiu do campo de visão de sua tia, ela foi abordada por um homem de muitas sardas e enegrecido pelo tempo e pela raiva. Ele a olhou de cima para baixo, como se fosse um objeto numa prateleira. Decidida a não encará-lo, apresou ainda mais o passo. O homem foi atrás dela. Quando ela ia entrar no banheiro feminino, o homem a pegou pelo braço.
-Realmente você deixa qualquer homem maluco...
-Me larga! Eu quero ir ao banheiro.
-Como eu queria te levar para um lugar...
-Já disse. Larga-me.
-Você é necessária para um conhecido meu. Gostaria de conhecê-lo?
-É a ultima vez que eu te aviso... me larga.
-Não! – disse o homem apertando ainda mais o braço de Agatha. – Vou te levar daqui. Gostando ou não, Nelkiss. E vou levá-la agora, comigo.
-Você foi que pediu. – disse em um tom de ameaça.
Agatha virou de uma vez, sem aviso prévio. Com essa manobra ela conseguiu se livrar da mão do estranho e torcê-la com força. O estranho se ajoelhou no chão e começou a gritar de dor.
-Eu lhe avisei três vezes.
-Me larga!!!!! Está me machucando.
-Não. É a ultima vez... Deixe-me em paz. Eu não dou trela para caras safados e sem escrúpulos feito você e um outro que me abordou em Nice. Eu não sei se você está ligado a esse cara, mas eu não vou para lugar nenhum. Agora... SAIA DA MINHA FRENTE!
Ela o soltou de uma vez. Isso fez com que ele caísse de boca no chão. Agatha entrou no banheiro feminino sem dar muita moral para o cara que ficou caído no chão. Lá dentro encontrou uma figura que no mínimo era engraçado e que a fez melhorar de humor. Uma bruxa metamórfica muito simpática.. Essa bruxa ficou mexendo no cabelo, que mudava de cor.
-Preciso de uma opinião. O que você acha? Meu cabelo fica melhor de azul celeste....
Seu cabelo instantaneamente ficou azul celeste.
-...Ou laranja?...
Do nada eles se transformaram em laranja intenso.
- ...O meu nome é Tonks.
-Eu prefiro laranja. Prazer, Tonks. O meu é Agatha.
-Nelkiss?
-Exatamente.
-Está gostando de Amsterdã?
-Um pouco. Tirando o cara que me pegou pelo braço. E dizendo que eu era necessária... é boa.
-Ele te machucou? – disse ela um tanto assustada com a informação.
-Não. Só foi um susto.
-Bem... gostei de você. Se você estiver em perigo e quiser ajuda. Me procure. A coruja saberá onde estou.
-Certo. Obrigada. Não sei bem porque, mas mesmo assim obrigada
Agatha estava um pouco assustada com os caras que a pegaram pelo braço. A cada dia que ela ficava na Europa mais vontade ela tinha de nunca mais voltar. Ela tinha uma estranha sensação que deveria ser outra pessoa, mas como?, ela não sabia. Agatha também sabia que se fosse com esses caras que a abordava iria ver o que ela seria. Até onde poderia ter sido diferente o seu caminho
Tonks saiu do banheiro de cabelos laranjas e vivos. Ela estava muito preocupada e não deu a atenção devida para ver se o agressor estava por perto. Com certeza era outro Comensal atrás dessa garota. Mas por que?... Quem era dessa vez que abordou a cantora?... O que eles queriam com ela? O único jeito era informar Dumbledore. Essa situação estava ficando insustentável.
***
Bartô continuou naquela região e quando viu Tonks sair do mesmo banheiro que estava Agatha. Percebendo que não havia mais jeito, ele desaparatou. Com muita raiva.
***
Marina encontrou Tonks no meio da rua, meio distraída. As duas se olharam repentinamente e sem dizer nada elas se aproximaram.
-Você deve ser a tia de Agatha.
-Sim, sou eu. Por que? Quem é você?
-Sou uma auror e amiga intima de Dumbledore. Um Comensal a abordou novamente. Tome cuidado. Você sabe o que Você-Sabe-Quem quer com ela?
-Você faz parte da Ordem... Também já fiz. Mas agora eu tenho que proteger algo que me foi incumbido. A questão não é ‘o que?’ e sim ‘quem?’. E eu tenho quase certeza que sei quem ele quer.
-E ela sabe quem é?
-Não. Ela não tem idéia de quem poderia ser. Eu acho.
-E Dumbledore?
-Também não. Mas terei que contar essa história, mais cedo ou mais tarde.
-Torço que seja o mais breve possível.
-Eu receio que seja tarde demais. – disse em um tom melancólico – Foi um grande erro não ter contado a ele. Minha e de minha irmã. E acho que há mais coisas para serem contadas do que isso. Do contrario se torna tarde demais também.
-Conte o mais rápido possível.
-Irei fazer isso.
-Tenho que ir. Mas ficarei de olho em Agatha.
-Obrigada.
-Avisarei a Dumbledore também. O mais rápido possível.
-Certo. Muito obrigada, mais uma vez.
-Até a próxima. Eu não sei o seu nome...
-É Marina e o seu?
-Tonks.
-Certo. Espero que Voldemort não consiga pegá-la.
Tonks foi embora. Logo após Agatha apareceu. Sua tia ficou aliviada em tê-la debaixo de sua vista. As duas foram embora para o hotel, caladas.
***
Bartô voltou todo machucado e bufando de raiva e ódio para o esconderijo. Lucius viu aquilo e achou repugnante e patético.
-Foi o garoto?
-Não. Foi ela, mesmo. Agora ela não sai mais sozinha. Mesmo que saísse ela dá conta do recado, sem ninguém por perto.
-Agora é quem que está com a garota?
-Uma delas é a uma auror chamada Tonks...
-O que aquela auror mestiça está fazendo aqui?
-Não sei... mas isso não é bom sinal.
-É claro que não!!! Ela faz parte da Ordem da Fênix. E quem mais?
-Uma tutora. Essa eu não entendi. A Nelkiss não tem mãe?
- Claro que a menina tem mãe. O nome dessa tutora que você viu é Marina. Outra bruxa tinhosa. Outro mau sinal.
-Por que?
-Ela subjugou um poderoso Comensal para proteger a irmã. Ela deu uma surra homérica em Rabastan. Essa tutora é tia dela. Isso quer dizer que nem a mãe dela e nem Dumbledore não deve estar sabendo que estamos perseguindo a menina. Do contrário era Dumbledore e não a mestiça da Tonks que estaria vigiando. Esse fato pode ser convertido em nosso favor. Agora me explica como que ela fugiu de você. Porque comigo ela parecia uma garota muito indefesa e delicada...
-Foi por que ela ficou assustada com você. Agora ela estava confiante. E a garota acha que você a quer para algo que ela não quer. Ela comentou que não iria aturar outro como você. Tem mais ela sabe lutar e se esquivar como se ela fosse uma trouxa oriental.
-É melhor planejarmos outro meio de abordagem. E rápido. Milord não quer esperar muito tempo.
-Eu sei.
***
Chegando no hotel, Agatha se sentiu deslocada de tudo e de todos. Ela decidiu ir para o seu quarto, sozinha. Mas isso se tornou uma missão impossível de se cumprir. Lá dentro estava Ricardo, olhando antigas fotos dos dois e sentindo o perfume dela nas roupas. Ele se sentia meio embriagado quando as sentia. Como Agatha queria que ele sumisse do seu quarto.
-Como foi o passeio com aquela tutora chata? – disse sem olhar para Agatha, mas sim de uma foto que os dois tinham tirado juntos no colégio.
-Não fala assim dela. Ela é minha tia. – ela retrucou para Ricardo e colocando as lembranças em cima do criado mudo
-Ok. Como foi o passeio que você e... sua tia fizeram? Me deixaram para trás. – falou meio entristecido ainda sem encará-la
-Não se faça de vitima. Foi bom o passeio. Por que? – disse displicentemente tirando as sandálias
-Eu...queria falar uma coisa com você... – agora ele amassava a foto energicamente com a mão direita
-O que? – agora Agatha estava mais interessada no que ele queria falar com ela...
-Bem... por que?
-Por que, o que? – insistiu Agatha como se nada tivesse fazendo o menor sentido.
-Por que não namoramos? – disse Ricardo largando a foto no chão e indo lentamente em direção a Agatha, como se fosse um predador determinado a tê-la de qualquer jeito
-Você sabe que não rola química entre nós dois...
-Isso não é resposta digna para nós dois. – agora ele segurava a delicada mão de Agatha firmemente entre as suas mão fazendo-a sentar junto com ele na cama do hotel – Eu fico sem jeito e perdido quando você não me olha com os seus olhos lilás. – ele tocava em seu rosto com carinho, mas isso só estava assustando Agatha – Eu queria que eles só olhassem para mim. Só para mim. Como eu te amo...como eu te quero... A única coisa que importa é que eu posso ter você um dia só para mim. – ensaiando um beijo que ia dar nela e a empurrando para os dois se deitarem um em cima do outro naquela mesma cama – o que eu preciso trazer para você?
Ricardo ficou em cima de Agatha por causa dessa manobra... ele conseguiu segurar as mãos dela em uma de suas mãos. Com a outra livre começou a passar as mãos nas pernas de Agatha. Ela estava muito espantada com aquela reação e desejo de Ricardo. Por causa disso não parecia se opor a satisfazer esse pedido de Ricardo. Mas ela retirou forças e determinação o suficiente para tirar Ricardo em cima dela.
-Você tem que entender uma coisa. Eu não tenho nenhum sentimento carnal por você. É só fraternal. Eu olho para você... e...e vejo um irmão...
-MAS EU NÃO SOU SEU IRMÃO E EU NÃO QUERO SER O SEU IRMÃO. – ele se levantou da cama e começou a berrar – AQUELA MALDITA TUTORA DEIXOU ISSO BEM CLARO PARA NÓS DOIS. FOI À ÚNICA COISA BOA QUE ELA ME DISSE... A ÚNICA. EU QUERO SER SEU. DA MESMA FORMA QUE EU QUERO VOCÊ SEJA MINHA PARA SEMPRE E DE MAIS NINGUÉM. QUERO UM DIA QUANDO ESTIVERMOS MAIS VELHOS TÊ-LA JUNTO COMIGO DO MEU LADO COMO DEVERIA SER. SER A MINHA ESPOSA. E QUERO QUE VOCÊ TENHA ORGULHO DO NOME QUE DAREI A VOCÊ... EU TENHO CIUMES QUANDO VOCÊ FALA COM OUTRO HOMEM COM DOÇURA E CARINHO. ESSES SENTIMENTOS ERAM PARA SEREM MEUS...SÓ MEUS. E DE MAIS NINGUÉM. EU TE AMO COM TODAS AS MINHAS FORÇAS E QUERO...NÃO...EU EXIJO QUE OS MEUS SENTIMENTOS SEJAM CORRESPONDIDOS POR VOCÊ.!!! AGORA. – ele a pegou com força e a beijou com muita força. Deixando-a sem ação
Ela se sentiu sem jeito, sem ação e com o orgulho meio ferido, mas sabia o que fazer. Agatha interrompeu o beijo que Ricardo havia roubado dela
-Saia... do meu... quarto... agora. – disse com uma certa polidez e frieza
-O...o que? – disse largando-a espantado por causa da frieza dela
-Você ouviu. Você não é surdo. Fora daqui. Estou cansada e quero dormir. Fora do meu quarto.
-Não vai me dizer nada a respeito do que disse agora. O que eu quero com você? – disse um tanto surpreso com a reação gelada de Agatha
-Não, eu não vou me pronunciar com relação a isso. Saia do meu quarto. – continuou dizendo com mais frieza. – deixe eu lhe dizer uma coisa Tevolma. Antes um irmão do que inimigo ou nada. Continue assim que você passa a ser nada.
Ricardo ficou chocado com a atitude de Agatha. Nunca havia imaginado que ela poderia tratá-lo com tanta indiferença e desprezo. Ele saiu do quarto dela como ela mesma pediu. Pediu, não. Exigiu. Agatha estava em estado de choque por causa da ousadia que Ricardo foi capaz de fazer e de pensar. Ela nunca pensou que ele tinha tais sonhos com ela. Agora Agatha não tem idéia de como lhe dar com isso. Não estava apaixonada por ele e nem por ninguém ainda...
Ricardo estava escorado na parede do corredor do quarto dela, repassando mentalmente tudo o que havia dito ou feito no quarto de sua amada. Ele sabia que fez a coisa mais estúpida da sua vida. E ao mesmo tempo estava feliz, pois agora mostrara a Agatha que não ia desistir dela. Nem que para isso ele teria que se unir à magia negra para tê-la. Não sabia como encobertar isso. O que ele mais queria, mesmo, era estar no quarto dela e tento a maior descoberta da vida deles, juntos. Mas tudo que ele tinha era a rejeição da mulher de sua vida.
Quando estava perdido em meio de seus pensamentos encontrou a tia de Agatha. Marina estava observando o desde que saiu do quarto de sua sobrinha. Ela não gostava dele e Ricardo sabia disso, pois já deixou bem claro isso. Mas não sabia o motivo desse ódio. E talvez por isso também não gostava dela.
-Ricardo, o que você está fazendo no quarto da minha sobrinha? – disse em um tom de cobrança
-Nada. Pode perguntar para ela. – disse meio receoso se Agatha iria ajudá-lo a se livra da tutora maluca
-É bom que seja nada. Eu não quero que você fique entrando e saindo no quarto dela há essa ou qualquer hora. Está me entendendo Ricardo? – disse pegando o pelo braço. – Fique longe dela.
-Me larga. Eu não fiz nada com ela. Só fui conversar com ela. A Agatha é apenas...uma irmã. – disse Ricardo com muita tristeza na voz.
-É bom que seja só isso. E que não passe disso. Vá dormir Ricardo. Agatha precisa dormir... ela teve outro dia pesado
-Por que?
-Ela sofreu outro ataque...
-Comensais de novo? – disse assustado com a noticia
-Talvez sim talvez não. Mas ela conseguiu escapar... – Marina suspirou entristecida – Boa noite.
-Boa noite.
***
o choque que Agatha acabara de passar, mas demorou muito para passar. A sua mente parecia não querer funcionar direito. Depois do choque que Agatha passou com tudo que acabara de ouvir, ela voltou ao mistério principal. Estava cada vez mais intrigada do motivo de ser seqüestrada. Passou vários minutos tentando descobrir o motivo, mas foi totalmente em vão. Ela se escorou na porta sem saber do porque.... isso a corroia. Então olhou para cama com receio de mal agouro. Também não queria dormir, estava com medo de sonhar. Então foi em direção de sua agenda e pegou uma foto que ela tinha de ninguém mais que Harry Potter que ela mandou tirar secretamente. Sem saber o motivo. De alguma forma aqueles olhos vivos lhe ajudava a enfrentar os problemas mais difíceis. Ela viu seus olhos verdes entristecidos por causa da eterna luta que ele tinha que travar.
-Pois é Potter... – disse para foto – ...acho que estou no mesmo barco que você. A única diferença que temos é que eu não faço a mínima idéia do que Voldemort quer comigo. Já você...
Ela largou a foto em cima da cama e foi até a varanda e contemplou o céu.
-O que o meu pai ia dizer se me vissem assim? Agora? Eu nunca vou saber... A minha mãe não pode ficar comigo o tempo todo. Ela disse que é para o meu bem. Mas que bem é esse que é necessário que eu fique longe da minha própria mãe. Eu nunca saberei o que ele iria dizer a mim. Pelo menos eu tenho certeza que ele foi morto por que defendia arduamente a minha mãe.
Ela não tinha percebido que lagrimas saiam de seus olhos. Era uma mistura de tristeza com raiva e incompreensão. Como ela queria que nada disso tivesse acontecido. Mas por outro lado ela não tinha conhecido suas melhores amigas, Liz e Isis, seus amigos, Alex e, talvez, Ricardo. Esse aí estava cada vez mais estranho com todos ao seu redor. E nem teria vivido seus anos mais felizes em Três Magias. Apesar de tudo, que o colégio era muito puxado e muito extenso, lá era legal.
-É...a vida tem que continuar com ou sem perseguições. Potter – continuou pegando a foto novamente – só agora é que eu te entendo. Só falta eu te conhecer. Já mandei ingressos e tudo mais para os seus amigos. Para que você não desconfie de nada. Nem você e nem o Ricardo. Boa noite e durma bem e que todas as proteções que tudo o que é bom e todos que o ame possa lhe conceder.
Talvez ela não tinha percebido mas ela começou a se apaixonar por um homem, um rapaz que mal conhecia. Agatha finalmente foi vencida pelo sono e foi dormir. Não sonhou tampouco teve pesadelos. Só dormiu. Mal sabia ela que Harry ouviu algo muito parecido com boa noite em voz de uma doce mulher que vinha do vento, lá na casa dos Weasley e retribuiu dizendo boa noite ao vento. E desejou que ela dormisse em paz. E ele conseguiu realizar o que estava pedindo...
No outro dia ela pareceu disposta no café da manhã. Ela não sabia bem o por que, mas estava feliz, disposta. Todos perceberam isso. Até Ricardo. Ele pensou que ela tinha aceitado o seu pedido de namoro, mas estava enganado...
-Você pensou naquilo que conversamos ontem à noite?
-Não. A resposta será sempre a mesma. Não quero namorar e nem vou fazer algo que não quero. A não ser que apareça o homem da minha incansável busca. Aí sim eu vou namorá-lo. Não estou me preocupando em me casar. Só namorar.
-Mas e quanto a nós...
-Não há essa frase para nós. Não existe nós dois, amorosamente. Só nós dois, amigavelmente, musicalmente. E em breve...
-Eu não vou admitir outro homem tomando o que é meu. – disse abaixando o tom de voz que se tornou um sussurro sinistro – Pode ter certeza disso. Você não sabe do que eu sou capaz de fazer ou de me aliar para tê-la.
-Não há nada de seu aqui que possa dizer tamanhas barbaridades. Eu sou livre e independente. Não preciso de você e nem de ninguém para me sustentar. Continue assim que eu não converso com você nunca mais. Decidi-se como vai querer.
-Certo, você venceu. Então com quem que você sonhou? – disse com um certo mau humor, mas não estava disposto em cumprir com sua palavra.
-O que eu acabei de falar?! – disse aborrecida
-Desculpa...como foi? Conseguiu dormir sem precisar gritar?
-Eu não sonhei e portanto eu não sonhei com aquela...Hei como que você sabe?
-Bem... – disse meio sem graça – você andou gritando muito de noite. Frases do tipo “eu quero sair” ou “sai dos meus sonhos” coisas do gênero.
-Bem...eu não tive sonho nenhum. Então eu não sonhei com aquela maldita casa. Mas...
-Isso é ótimo – disse uma voz por trás dos dois.
-Bom dia tia Marina. – disse melhorando o tom de voz
-Bom dia meu anjo. Você vai ensaiar hoje?
-Vou. Eu vim para cá exatamente para isso.
-Ótimo. Bom dia Ricardo. – disse Marina secamente
-Bom dia sra. Delacroiar.
-Será que posso conversar com a senhora em particular?
-Mas é claro, meu anjo. Vamos.
As duas saíram do restaurante e foram para uma sala mais reservada Agatha sabia que o que iria dizer era ao mesmo tempo ótima noticia para a sua tia e péssima para Ricardo.
-O que quer dizer, meu bem?
-É sobre o Ricardo...
-O que ele fez desta vez? – disse como se estivesse pressentindo problemas
-Ele foi ao meu quarto exigindo que eu namorasse ele, que eu pertenço a ele...
-Eu vou conversar com ele. Não se preocupe.
-Mas o que eu queria falar com você desta vez... é que eu aceito a sua proposta de fazer carreira solo, ou com as minhas amigas. Eu estou cansada de pegá-lo no meu quarto ou vendo as minhas fotos ou cheirando a minha roupa ou as duas coisas juntas. Depois que viemos para cá, ele está muito mudado. Eu estou com medo dele. Muito medo.
-Você não tem noção de como noticia é boa de se ouvir.
***
No restaurante, Ricardo ficou com todo o seu ódio por não ter o amor de Agatha e como que a tia dela conseguia atrapalhar tudo. Foi aí que ele ouviu uma voz estranha em sua mente. Ricardo poderia ter ignorado essa voz, mas no final ele acabou fazendo o que a voz pedia. Foi até a sala que Agatha e sua tia estavam conversando. E escutou mais do que devia.
-Mas o que eu queria falar com você desta vez... é que eu aceito a sua proposta de fazer carreira solo, ou com as minhas amigas. Eu estou cansada de pegá-lo no meu quarto ou vendo as minhas fotos ou cheirando a minha roupa. Depois que viemos para cá, ele está muito mudado. Eu estou com medo dele. Muito medo.
-Você não tem noção de como essa noticia é boa de se ouvir – disse Marina
-Mas não para mim. – falou irrompendo na porta.
-Ricardo... – disse Agatha – Tia, eu poderia ficar a sós com o Ricardo. Eu preciso explicar o meu motivo de rompimento.
-É claro. Vou até ao estádio de quadribol para ver a quantas anda o palco.
-Então tá. Eu não vou demorar.
-Eu não tenho pretensão de demorar muito com essa conversa. – disse Ricardo
- Ótimo. – Marina saiu da sala.
-Pode falar Ricardo.
-Como que você pode me trair assim?
-Eu não estou te traindo...
-Ah, não! O que é isso então? O que você está querendo fazer é me tirar de perto de você. Me explica então como é que você pode fazer isso comigo?
-Você mudou. Eu estou com medo de você. De me machucar... – disse meio amedrontada e dando as costas para ele.
-Eu nunca te machucaria. Nunca. A única coisa que eu quero mesmo...
Ele a virou para que os dois se encarassem. Enquanto ele falava, Agatha começou a se sentir mal e ao mesmo tempo entrou em uma espécie de transe. Ricardo sabia disso. Quando terminou o seu discurso, ele pode ver que Agatha não iria fazer mais nada, nem gritar ou fugir dele. Seus olhos estavam vidrados e perdidos. Estava totalmente a sua mercê. Um brilho avermelhado e voraz e uma sombra de sorriso sarcástico apareceram em seu rosto
-Você não tem idéia de como é linda...
Ele começou a rodeá-la e tocar a pele dela. Ricardo pode sentir o quanto a pele de Agatha era macia e sedosa. Seus olhos, mesmo que parado, eram lindos. Agatha não estava se importando com que ele iria fazer com ela. Mas de alguma forma isso era algo que uma parte do seu subconsciente queria. Mas era mínima...
-...Queria poder tê-la junto comigo. Terminar a nossa conversa de ontem com mais calma e ter bons resultados disso. Conhecer a cada pedaço da sua pele sedosa sem nenhum pano te envolvendo. – ele a pegou pela cintura e começou a passar a mão nos cabelos de Agatha – Mas eu sei qual seria a sua reação. Junto comigo. Mas eu não vou fazer nada se não querer.
-Me beije. Por favor. Eu sou sua... eu quero...– disse sussurrando
-Mas é claro. – interrompeu Ricardo tocando os seus dedos nos lábios de Agatha – E posso fazer muito mais...
Quando ele ia beijá-la algo muito estranho ocorreu. Vários pontinhos de luz branca e incandescente apareceram e o fez parar. Era como se aqueles pontos a protegesse de algum mal. Ricardo não pode mais tocá-la. era como se o corpo dela estivesse se dissipando no ar. Do nada Agatha saiu do transe.
-O que você ia fazer comigo, seu monstro? – disse assustada
-Nada. – mentiu descaradamente – Você estava desmaiando e eu fui socorrê-la.
-Ela já...
-Sim... Foi para o estádio.
-Então também vou. Você entende do porque que quero que acabe.
-Só mais este e o de Londres. Depois você pode seguir carreira solo.
Ele sabia de alguma forma que Agatha não iria contar para a sua tia sobre isso. Ela estava tonta, mas mesmo assim, foi para a quadra para se encontrar com sua tia. o resto do dia foi normal. Mas algo estava para acontecer...
Já era tarde quando Agatha chegou do ensaio. Cansada, foi se deitar. Novamente ela sonhou com aquela casa. Agatha estava perdida no meio do nada e viu a casa novamente. Era o mesmo lugar sombrio da ultima vez e ela sentia muito frio do lado de fora daquela macabra residência. A casa foi a sua única saída para se abrigar do frio. Entrou sorrateiramente. Na lareira não havia ninguém. Ela se sentia mais aliviada por não encontrar ninguém. Porem alguma coisa a chamava para o segundo andar. Agatha subiu lentamente, mas já se arrependendo disso. E como se arrependeu
Então ela ouviu gemidos. Vários gemidos. Não eram gemidos quaisquer. Nem tampouco de alguém sendo torturado. Mas de prazer... Engraçado, ela poderia jurar que conhecia a voz. Mas de quem? Ela pensou.
Agatha foi até a porta do quarto de onde vinha os gemidos... Sua respiração começou a se tornar superficial. Sem ritmo. A sua mente começou a se perder diante daquele som. Estava perdendo a razão. Os gemidos continuavam. Ela ia abrir a porta, mas estava muito indecisa. A sua mão estava na maçaneta Uma parte dela estava querendo abrir a porta e ver o que estava acontecendo. A outra não queria fazer aquilo. Agatha olhou para as paredes do corredor. Como odiava aquelas paredes. Elas conseguiam fazer com o que se dividisse ao meio. Ser tão indecisa...
Ela decidiu não abrir a porta. Não era da sua conta quem estava lá. Ela não queria saber de nada, não estava curiosa. Começou a retroceder. Estava decidida a ir embora. Em meios aos gemidos altos saídos do quarto ela ouvia passos. Os passos se tornaram cada vez mais rápido. E de repente alguém apareceu e a segurou pelo ombro da garota. Agatha se assustou. E deu um grito de susto e medo.
-Abre a porta – disse o estranho parecendo um ultimato
Agatha obedeceu cegamente o que fora pedido, porem ela conseguiu resistir abrir o resto... Do nada parou, mas deixou uma fresta e lá ela pode ver o que estava acontecendo... Havia um casal na cama, estavam tão juntos que na penumbra era como se fossem um só. Agatha pode perceber que quem gemia era a mulher. A única coisa que Agatha conseguiu ver era os cabelos da mulher. Tão negro quanto os dela.... Então ela fechou a porta rapidamente junto com os seus olhos.
-Eu não quero. Não é da minha conta o que tem aí dentro. Eu... eu nem deveria estar aqui.
-Mas está. É da sua conta – disse o estranho com a sua voz estranhamente doce.
-Não quero saber. Essa casa me dá calafrio.
-Mas você tem que abrir. Este é o seu futuro. É o que está guardado para você. Então vai ser inútil não fazer o que peço.
-Por que você não me deixa em paz? Por que você não deixa eu ter uma noite de sono decente?
-Você parece não entender. – a voz do homem se transformou de doce para desespero – Não tenho muito tempo. Eu quero o que é meu. Você... você é a única que pode me dar o que quero. Você será senhora de muito ao lado de seu marido. Gostará disto.
-Nunca... quem é você?
-Olhe! – ele indicou para a porta – Vou te dar uma colher de chá. Sabe quem é que está lá dentro? É você, minha querida. Mais madura. Para mim, ouvindo daqui, você estar gostando do que está fazendo lá dentro. Me parece, muito contente daqui. Eu e ele tivemos mais uma conversa e disse que está pronto. É só você levá-lo a mim.
-Quem é você? – continuou a perguntar
-Um amigo... Alguém que sabe do seu passado, presente e, como pode ver, seu futuro. Ele foi escrito por mim. E mais ninguém.
-O futuro sou eu que construo. – disse a garota totalmente transtornada – Comecei fazer as minhas bases no passado e construirei o resto agora.
-Você fala como a sua mãe...
-Você conheceu a minha mãe? – disse amedrontada
-Mais do que imagina e menos do que eu gostaria...
-Eu vou embora. Prefiro morrer de frio a ver ou ouvir essas barbaridades.
-Pois vá. Desta vez eu não estou te prendendo. Eu até prefiro que vá...
Ela acordou repentinamente e sentiu uma estranha vontade de ir até o quarto de Ricardo. Essa vontade se tornou em obsessão. Algo incontrolável. Então Agatha saiu do quarto e foi em silencio ao quarto de Ricardo. A porta estava entreaberta e ela podia ver que Ricardo estava dormindo tranqüilamente. Nada o perturbava. Agatha lutou contra esse estranho sentimento que queria entrar no quarto dele e fazer o que Ricardo tanto queria com ela.
Agatha voltou para o seu quarto e foi dormir. No outro dia ela não quis dizer nada para Ricardo. Mas de alguma forma Ricardo sabia. Como?, ela não poderia dizer. Ele tentava de todas as formas ficar sozinho com Agatha, mas ela não permitia a ele essa oportunidade. Estava muito fraca...
Tudo aquilo que Agatha viu e sentiu, estavam praticamente a controlando. Era um sentimento imundo, que não pertencia a ela. Nem a ela e nem a ninguém daquele grupo. Pela primeira vez isso ocorria a ela. Era estranho, mas Agatha estava dividida em duas. Uma, era conhecida, achava que Ricardo era seu irmão. E como irmão permaneceria para sempre. A outra, a recente e totalmente descontrolada, deveria se entregar às vontades de Ricardo. Sem objeções, sem restrições... sem nada impedindo.
Mas a sua força de vontade era enorme e não iria permitir que aquilo a tomassem de vez. Agatha sempre foi forte. Não poderia esvanecer logo agora. Nessa situação tão perigosa. Ela decidiu ir para o seu quarto e algo veio em sua mente e instintivamente pegou a mesma foto de Harry que ela havia pegado dias atrás. Do nada, todo aquele sentimento que ela estava desprezando desapareceu e finalmente Agatha conseguiu se concentrar no seu show.
Ela então foi para o local do show para se concentrar, não estava afim de muitas pessoas e ia se isolar no seu camarim. Tinha tudo para se tornar mais um show de enorme sucesso. Todos estavam ansiosos pelo inicio do show. Principalmente a cantora. Agatha estava indo para o seu camarim. Iria se aprontar toda para o show. Não estava se preocupando com quem poderia entrar ou poderia estar lá.
Mas deveria e como deveria...
Entrando no camarim, ela viu dois vultos de preto se esgueirando numa parte do camarim. Não se importou com isso. Pensou que poderia ser fruto da imaginação dela, já que estava sendo arduamente perseguida pela Europa. Agatha escorou a porta para se trocar e só então viu que não era fruto da imaginação. Havia dois homens encapuzados no camarim dela. Eles estavam parados em sua frente. Ela tentou retroagir para fugir deles. Mas não conseguiu, não houve tempo para retroagir.
- Colloportus
A porta estava lacrada. Agatha gritava e murrava a porta em vão... ela estava desesperada... não haveria ninguém para salvá-la depois de tanta gritaria?, pensou ela com muito medo.
-Aprovando ou não srta. Nelkiss virá conosco. Agora! – disse um deles em tom imperativo.
-Eu não vou com vocês. – disse ela gritando ainda mais
-Estamos armados, somos perigosos e você é de menor. Não tenha nenhum surto de heroísmo ou de idiotice, vai ser pior. – disse o outro tentando ser realista.
-Tenho opções?
-Sabe que não. – disse o mesmo
-Virá conosco ou não? – continuou o parceiro
-NUNCA. – gritou ainda mais
-ESTUPEFAÇA – gritou o seqüestrador
Mas ela conseguiu se esquivar. Algo tremeu furiosamente dentro de uma bolsa do lado dela. E em um grito de Agatha um leque dourado com rubis enormes, rasgou a bolsa.
-PROFERIS HANNAN.
O leque parou em sua mão. Quando tocou no leque ela sentiu que alguém estava em perigo.
-Vão matá-lo... Não posso permitir – sussurrou tristemente.
Os invasores não entenderam muito bem o que ela estava falando. Logo depois que ela disse isso o tempo, repentinamente, parou. E depois disso tudo começou a tremer e a ventar muito. Os olhos de Agatha se tornaram brancos, tão brancos que sua pupila desapareceu. O leque pairou no ar depois disso. Então ela começou a falar alguma coisa em uma língua estranha...
Do lado de fora se ouviu um barulho de porta batendo e gritos. Vários gritos. Principalmente de Agatha. Tonks foi até a porta mas não conseguiu abrir.
-O que houve? – perguntou Marina alarmada com os gritos de sua sobrinha
-Trancaram a porta com magia.
-Agatha?!
-Receio que não. Eu ouvi os gritos dela.
-Eu também. Você acha que pode ser Comensais...
-Eu acho que sim...
As duas pegaram as suas varinhas simultaneamente e olharam uma para a outra com uma mescla de raiva, medo e repulsa pelos Comensais que estavam tentando seqüestrar Agatha.
-No três? – perguntou Tonks
-É... – concordou Marina
-1... – começou Tonks a contar – 2... 3...
-ALORROMORA – gritou as duas...
mas a porta não abriu. Algo ainda mais estranho acorreu. Do nada a terra começou a tremer e ventar muito. Então se ouviu gritos de homens e barulhos deles desaparatando. O tremor e a ventania pararam subitamente. A porta se abriu sozinha e então elas viram que Agatha estava quase desmaiada. Eles... haviam fugido.
-Tonks, você conhece o Potter? – disse uma Agatha fraca, que segurava a roupa de Tonks com o resto de suas forças
-Conheço... por que? – disse Tonks preocupada com o estado de Agatha.
-Tonks vai salvá-lo por favor... o Harry está em perigo muito maior do que o meu... os Comensais da Morte vão tentar matá-lo ou levá-lo para Voldemort. Eu não sei o que eles pretendem fazer com o Potter. São vários! Ele e todos que estiver ao seu redor estão em enorme perigo... por favor vai – Agatha estava quase delirando
-Como é que você sabe do Harry? – a preocupação de Tonks foi ainda maior quando escutou
-Isso não importa...Não agora... Eu não consigo mais...
-Não consegue o que?
-Vai por favor... – Agatha então começou a chorar.
-Tá. – Tonks olhou para Marina muito alarmada com a informação – Eu... eu não posso ficar...
-Eu sei. Vai. Se ela está pedindo é por que ele precisa. – disse Marina – Eu consigo tranqüilizá-la. sei que consigo
Tonks se levantou e desaparatou para a casa dos Weasley, pois era do seu conhecimento que Harry estava lá.
Agatha se recompôs a tempo para o show, pois não queria cancelá-lo. Tentou não remoer aquela tentativa de seqüestro, pois sabia que se fizesse isso iria lhe fazer um grande mal. Mas se era possível, ela ficou ainda mais curiosa em saber quem eram e para quem eles a levariam. Fazendo um pacto a si mesma, ela decidiu descobrir o real motivo. E sabia que não estaria sozinha, pois a suas amigas não iriam deixá-la sozinha.
***
bem longe do ataque, Lucius e Bartô estavam estupefatos de como ela poderia ser tão poderosa e não perceberam que estavam com visita...
-Eu... eu não acredito no que eu vi. – disse Bartô.
-Como ela pode ser capaz?
-Tendo a mãe que ela tem... sou eu que não acredito que vocês não deveriam saber disso. – disse Voldemort. Ele estava saindo das sombras como se fosse um mau agouro
-Milord... – disse os dois se ajoelhando rapidamente e beijando a barra da roupa de Voldemort.
-Nos perdoe... – disse Bartô temeroso pela punição – nós falhamos.
-Realmente falharam. Mas a falha de vocês não levou o meu plano a total ruína. Pelo contrário.
-Não entendemos... – Lucius falou.
-Ao invés de espantá-la só fizeram com que ela tivesse mais curiosidade. E a curiosidade vai levá-la até a mim. Ela é do tipo de pessoa que não tem medo e que não se contenta ir embora sem saber de nenhuma resposta concreta. Ela tem uma curiosidade fora de si. Agatha pensa que essa curiosidade vai levá-la a descobrir esse mistério. Devemos concordar que ela tem razão. Essa gana em xeretar, ou procurar a verdade vai trazê-la até a pessoa certa... que sabe das respostas que ela tanto quer saber.
-Sendo assim... – agora a voz de Bartô estava mudada. Beirava a exitação.
-Sendo assim Bartô, vocês só tiveram êxito. Ela vai para Londres e eu vou esperá-la de braços aberto, como se ela fosse uma filha. Uma filha pródiga que retorna a casa. – Voldemort olhou para os dois e deu um leve sorriso – vamos voltar para a Inglaterra para nos divertir?
Os três desaparataram do esconderijo e voltaram para a Inglaterra.

























bem... oi para o UNICO QUE COMENTOU A MINHA FICS querendo ou não foi o unico que deu importancia para mim... mas eu infelizmente não entendi o que vc quis dizer no seu comentário... então poderia me explicar melhor? se sim.. fico realmente grata!
agora vamos a certos esclarecimentos...
1º essa fics NÃO contêm spoiler do HBP pois ele tem apenas spolers até o ODF...
2º tirando agatha, ricardo, marina e cia NADA ME PERTENCE! TUDO ESTÁ DEVIDAMENTE PATENTIADO PELA ROWLING E SUA EDITORA E A WARNER...


acho que é só...


MINTO!!!!
COMENTEM POR FAVOR... EU IMPLORO.. SUPLICO... PODEM XINGAR E FALAR MAL DA FICS É BOM PARA MIM... EU MELHORO, MAS NÃO VOU MENTIR QUE SERIA MUITO BOM LER QUE ESTÃO GOSTANDO!!!!!!

agora sim é SÓ!

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