Entardecer em Hogsmead
O sol dourado do fim de tarde entrava sonolentamente pela pequena janela do seu escritório. Já havia passado um mês, desde que chegara a Hogwarts e não havia meio de conseguir aproximar-se de Cláudia. Ela parecia não confiar inteiramente nele, como se soubesse que a sua estadia ali era mais do que mero desejo de ensinar…
Que ela era inteligente, já descobrira, mas tinha que admitir que ela superara qualquer expectativa que fizera nascer em sua volta. Não conseguira manter com Cláudia mais do que simples diálogos entre colegas de trabalho pouco chegados, o que não minimamente satisfatório, à medida que recebia mensagens particulares de Voldemort, pedindo-lhe que se apressasse, pois este tinha grande planos para a filha…
Engoliu em seco, observando três alunos distantes, através da janela. Não queria imaginar qual seria a reacção do seu mestre se lhe apresentasse uma missão falhada… não era nada bom!
Três pancadinhas leves na porta, acordaram-no do seu transe pessimista. A sua “missão” batera à porta. O rosto da rapariga apareceu por trás da porta, acompanhado de um sorriso, que ele classificava como sendo: O-sorriso-professor-quando-não-tem-aulas-pla-frente…
- Eu e os outros professores vamos até ao bar da Madame Rosmerta em Hogsmead, vêm connosco, colega?
- Por favor, Cláudia, trate-me por Richard… colega parece-me tão distante. – sorriu-lhe aproximando-se da porta, como se atraído pelo perfume feminino que ela exalava – E sim, gostaria muito de tomar um copo.
* * * * * * * * *
O bar encontrava-se praticamente vazio. Quando os alunos estavam no castelo, os poucos habitantes em Hogsmead não eram suficientes para encher a larga divisão e as suas inúmeras mesas.
- Professores! – saudou Madame Rosmerta apresando-se a liberar o caminho para uma mesa de grupo – Sejam bem-vindos… são sempre bem aparecidos. O que vão tomar?
Um a um, fizeram os seus pedidos. Cláudia ficou-se por um licor vermelho com pitada de gengibre, enquanto ele optou por uma bebida não alcoólica… precisava de ter a mente sóbria para cumprir a ideia que lhe surgira no caminho.
Precisava tomar atenção a todas as conversas e conhecer os gostos da rapariga, de modo a conseguir colocar-lhe questões que a atraíssem e chamassem a sua atenção.
O primeiro passo para a conquista é a partilha de interesses mútuos…
- Ai… - gemeu baixinho sentindo que a marca negra do seu braço ardia como se nela estivessem cravadas centenas de agulhas em brasa. Voldemort chamava-o à sua presença. Precisava sair dali e materializar-se diante do seu mestre, o mais rápido possível. – Vou apanhar ar. – disse disfarçando a expressão de dor – Está abafado aqui.
Antes que algum deles levantasse questões, abandonou a mesa, saindo do bar em direcção à floresta cerrada que se antecedia à Cabana dos Gritos… pelo grau de dor que a sua marca fazia em si, o mestre não estava nem um pouco satisfeito com a demora.
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