Tommy



-CAPÍTULO DOIS-

Tommy

-Quem é você? – o fantasma perguntou novamente – O trasgo mordeu a sua língua? Porque assustou o bolha?

-Quem é bolha? – Rony perguntou ao fantasma.

-Meu bicho papão – o fantasma disse, em seguida perguntou – Agora você pode me responder o que faz tão longe de Hogwarts?

O bom censo de Rony o fez voltar do choque. Só agora havia reparado que o fantasma do menino na sua estava vestindo um uniforme de Hogwarts. Louro, de olhos azuis, pele branca – talvez porque estivesse morto, é claro – E um ar de mandão.

-Eu me chamo Rony Weasley, estou no quinto sexto ano. – Rony respondeu nervoso – Ah... eu estava apenas passeando pela floresta!

-Na minha época, nenhum aluno podia entrar na floresta, por isto eu me escondi aqui. Se as regras mudaram eu vou embora – O fantasma se queixou.

-Espere – Rony deu um passo a frente quando o fantasma se virou – Qual é o seu nome?

-Tommy – o menino sacudiu os ombros, indiferente – Porque a curiosidade?

-É que ninguém em Hogwarts aparentemente não sabe da sua existência – Rony disse tentando forçá-lo a ficar, queria ganhar tempo, sentia-se estranhamente bem na companhia de Tommy – O que aconteceu com você?

-Eu não quero falar sobre isso – Tommy amarrou a cara, ele zangado deixava Rony mais excitado.

-Sinto muito, não quis ser intrometido... – Rony se lamentou – Apenas queria Ter alguém para conversar um pouco... Alguém que não fosse como tantos outros.

Aquilo que Rony disse despertou algo adormecido em Tommy. Ele jamais havia encontrado alguém que o tratou daquela maneira...

-O que você quer saber? – Tommy se mostrou menos hostil.

-Queria conhecer você melhor. – Rony argumentou, tentando parecer um pouco mais a vontade – Ao contrário da Murta que geme, você não é um fantasma melancólico.

-A Murta esta morta? – Tommy perguntou chocado.

-Aham – Rony respondeu surpreendido – Você a conhecia?

-Sim, claro, ela é da minha época em Hogwarts – Tommy contou – Tom queria dar uma lição nela.

- Você esta falando de Tom Riddle? – Rony estava pasmo.

-Porque você perguntou do Tom com este olhar de pânico?

-Qualquer bruxo de hoje em dia treme só de ouvir falar em Tom, ele tem outro nome agora – Rony falou.

-Voldemort? – Tommy perguntou.

-Hey, não fale este nome! – Rony o censurou – Esse filho da puta matou a única pessoa no mundo que eu amei!

-E o que eu tenho haver com isso? – Tommy encarou Rony – Ele matou a mim também!

Rony deu um passo para trás – Do que você esta falando?

-Ele me afogou na banheira dos monitores. Depois sumiu com o meu corpo, fui dado como desaparecido, por isso ninguém sabe que eu morri. Depois que me transformei em fantasma, me escondi de todos, moro aqui na floresta a cinqüenta anos!

Rony estava pasmo.

-Porque ele o matou? – Rony perguntou – você é mestiço?

-Não. Sou sangue-puro. – Tommy disse.

-Então não vejo outra razão para que Riddle o tenha assassinado. – Rony comentou, voltando a se aproximar do fantasma.

-Ele tinha razões. Eu que fui tolo para não perceber isto, me deixei ser seduzido por aquele monstro.

-Como assim? – Rony estava perplexo – Você se apaixonou por Tom?

-Isso mesmo – Tommy sentiu confiança em dizer toda a história para Rony.

Encarou mais uma vez o ruivo a sua frente e pediu que ele se sentasse. Passou quase duas horas narrando todo o seu romance com Tom Riddle. Houve momentos em que Rony se emocionou e chorou junto com Tommy, isso o tocou profundamente, estava diante de um garoto sensível que o fez sonhar mais uma vez.

-Eu também já namorei um garoto – Rony confessou depois de ouvir a história de Tommy – Fiquei junto dele para esquecer um verdadeiro amor. Eu amava um outro menino.

-Qual o nome deste outro? – Tommy perguntou, seus olhos agora brilhavam.

-Harry Potter – Rony contou.

-E o que aconteceu com ele? – Tommy quis saber.

-Harry se apaixonou por Draco Malfoy, um garoto da Sonserina. Os dois viveram um grande romance, nunca tive coragem de dizer a Harry que eu o amava em segredo. Harry morreu tentando salvar a vida de Draco, Tom Riddle foi responsável diretamente pela vida de Harry, ele que o assassinou. Eu achei que realmente nunca mais seria feliz, até que...

-Até que o que? – Tommy perguntou.

Rony engasgou naquele momento. Tocou a rocha embaixo de si com as pontas dos dedos. – Há momentos em que a gente sente que nada na vida vai dar certo. Quando eu entrei aqui nesta floresta, eu tinha um propósito: acabar com a minha dor, queria morrer. Então depois de achar que não havia uma maneira de ser feliz outra vez, você apareceu na minha vida. Pode parecer estranho, não faz nem duas horas que a gente se conhece, mas no momento em que eu olhei no seus olhos eu... – Rony não conseguiu continuar, não dava para segurar o nó na garganta. As lágrimas quentes começaram a rolar pelo seu rosto sujo e enlameado. Ele sentiu o aperto em seu coração se aliviar, ele precisava continuar – Eu olhei fundo nos seus olhos e encontrei a resposta para tudo na vida. Um grão de areia seria capaz de explicar tudo o que sinto, acabei encontrando o que sempre estive atrás. Não ache que estou louco, acredite em mim. Eu sonhei com você há algumas noites atrás, sabia que conseguiria encontrá-lo, você é exatamente como eu o imaginava. Por favor, não me leve a mal, u realmente...

-Não precisa se explicar mais – Tommy ficou de frente para Rony – Eu acredito em você. Também senti a mesma coisa. Parece que algo em mim vai explodir quando ouço a sua voz. Se ainda estivesse vivo, certamente sentiria borboletas no meu estômago.

Rony pensou que iria perder os sentidos, uma leve dor começou na nuca e quando chegou a frente da testa quase rachou seu crânio ao meio.

-Esta sentindo-se bem? – Tommy ficou preocupado.

-Foi só uma tontura, já me sinto melhor. Acho que já é hora de voltar para o castelo.

-Sim, claro – Tommy disse – quando nos tornaremos a nos ver?

-Em breve – Rony respondeu – Você poderia me encontrar amanhã a noite, enfrente ao lago da lula gigante, ninguém nos veria lá.

-Que horas – Tommy perguntou.

-As onze – Rony disse – Bom, eu vou indo...

Tommy se aproximou de Rony e chegou bem perto do seu rosto. Levemente passou seus lábios nos de Rony, que sentiu um frescor gelado.

- Até amanhã – Rony falou. Ele segurou na cauda do Max e saíram voando em direção ao castelo.

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