Duas viagens
Os dias que correram foram completamente normais, a não ser pela crescente ansiedade de Tiago. Voar e capturar seu velho pomo já não adiantava mais. Ele se divertia pregando peças nos vizinhos com sua capa - com muito cuidado, é claro, pra não ser descoberto por seus pais - mas isso não bastou. Após três dias, jogar pelotas de lama na cabeça deles e vê-los olhar para todos os lados, procurando quem as atirou, perdeu a graça.
O tempo passava lentamente, até que um convite inesperado pareceu animá-lo. Lorelayne, antes de Tiago dormir, foi até o seu quarto, deu o costumeiro beijo de boa noite, mas não se retirou. Ficou olhando para o filho, que perguntou intrigado:
-O que foi mãe?
-Sabe, meu filho...Não vou poder mais lhe dar boa noite todos os dias.
Tiago ficou pensando por um momento...Realmente, não havia notado que teria que se afastar dos pais. A idéia de fazer amigos e aprender várias coisas lhe aflorou à mente de tal forma que ele não pensou em mais nada.
-Claro, lhe mandarei corujas e tudo mais, e sempre tem o Natal, as férias de verão...-Continuou Lorelayne
Tiago fitou a mãe...Estranhamente, percebeu-a mais velha do que de costume. Não que a mãe fosse idosa, longe disso, mas certamente não era mais a mesma jovem que já fora. Continuava imponente, mas agora era uma mãe preocupada com seu filho único. Ia abrir a boca pra dizer que sentiria saudade, mas foi interrompido.
-Eu tenho um trabalho pra fazer que envolvem pesquisas. Preciso de ingredientes e novas descobertas. Irei ao Brasil e voltarei uma semana antes das suas aulas. Acho que você gostará de fazer uma viagem com um portal. - e abriu um largo sorriso que mostrou toda sua beleza.
Uma viagem? Brasil? A cabeça de Tiago girou de tal forma que ele mal conseguiu abrir a boca para dizer sim.
-Ótimo querido, agora vá dormir. Arrumarei sua mala amanhã cedo, partiremos após o almoço! É só o tempo de seu pai conseguir as assinaturas no ministério para legalizarem o portal. E saiu do quarto deixando Tiago com um ar abobalhado e um largo sorriso no rosto igual ao da mãe.
O dia seguinte foi repleto de euforia. Enquanto Lorelayne arrumava as malas, Tiago devorou seu bacon com torradas e, sem causar suspeitas, voltou para o quarto, se encarregando de guardar a capa da invisibilidade no malão. Onde quer que fosse desvendar, ele queria sua capa por perto.
Os Lorniux do seu quarto eram uma prova de que ele adorava bichos com poderes exóticos, e ele sabia que o Brasil era um lugar de natureza bastante rica e poderosa.
Quando seu pai chegou do ministério por volta das duas da tarde, Tiago já tinha tudo pronto e sua mãe acabava de ajeitar suas roupas. Os dois estavam vestidos como trouxas, o que não era uma surpresa para quem vive num povoado trouxa.
-Muito bem meu garoto, cuide de sua mãe! - disse Willian abraçando o filho, e despediu-se da esposa com um beijo.
-Agora Tiago, segure nesta agenda quando eu disser 1, O.K?
-O.K, pai.
-5... 4...3...2...1...
Num redemoinho de cores, Tiago sentiu um solavanco no umbigo, ao passo que sua mão parecia colada à agenda...Sua mãe ao seu lado, ele sentiu como se estivesse unido a agenda, mas essa impressão desapareceu quando caiu de mau jeito no chão.
-Levante-se querido, não queremos que nenhum trouxa ache essa cena estranha, não é? - e guardou a agenda no sobretudo.
Estavam no norte do país e, embora fosse inverno no hemisfério sul, o calor era quase insuportável. Depois de uma rápida caminhada chegaram a um vilarejo que deixou Tiago de queixo caído. Não só pela diferença nas construções, mas porque era um povoado completamente bruxo! Instalaram-se em uma pensão muito aconchegante no meio do vilarejo, era um grande e espaçoso lugar. Na recepção havia uma bruxa que estava vestindo leves trajes verdes que combinavam perfeitamente com a cor morena de sua pele, Lorey sorriu para a mulher que começou a falar um inglês pontuado de sotaques. Fascinado, Tiago explorou cada canto, cada pessoa do povoado, enquanto sua mãe trabalhava. Às vezes sumia por debaixo da sua capa, o que o libertava das inúteis tentativas de se comunicar com pessoas que não falavam o inglês, deixando sua mãe preocupada, mas logo voltava, ansioso por um jantar e para dormir no quarto da pensão da dona Iracema.
Na semana seguinte, Lorelayne deu a Tiago uma notícia que se equiparou a uma caixa de corujas de chocolate com pasta de amendoim: iriam a uma excursão na floresta amazônica! Incríveis criaturas viviam em áreas embrenhadas na floresta... Essas áreas eram fortemente vigiadas por bruxos do ministério, para que trouxas que as avistassem tivessem sua memória alterada. Vários boatos e lendas fantásticas eram sustentados por esses bruxos para que ninguém percebesse como real a existência dessas criaturas.
Quando chegaram ao hall da pensão da Iracema, Tiago se deparou com um jovem bruxo de rosto fino e cabelos mal cortados que parecia ter uns 25 anos, vestido com roupas surradas.
-Sr Durgão, ao seu dispor, sra Potter. Podem me chamar de Felipe e serei sua companhia hoje na nossa visita à floresta.
-Oh, muito prazer sr Durgão – disse Lorelayne num aperto de mão - só temos um probleminha. Tudo bem se meu filho nos acompanhar?
-Tudo bem...Está certo que existem lobisomens na floresta, mas o rapazinho aqui certamente não tem medo!-Felipe disse num sorriso amarelo.
-Não é lua cheia! - Disse Tiago ofendido.
Lorelayne e Felipe riram, e os três saíram da pensão rumo a uma lareira que os conduziria diretamente ao coração da mata.
Certamente Tiago não se assustara, estava louco para ver várias criaturas, independente do perigo que ofereciam. Felipe falava fluentemente o inglês e, embora tivesse o sotaque carregado, Tiago o compreendeu perfeitamente bem quando ele mostrou pegadas no chão.
-Essas marcas foram deixadas pelo Curupúpis. – disse Felipe Durgão.
E num golpe de sorte, o bicho passou perto dos três, de maneira que Tiago pode vê-lo perfeitamente. Era uma criatura verde, de cabelos muito vermelhos e tinha os pés trocados.
- Felipe, o que é aquilo ali? –havia uma criatura negra e com no máximo um metro de altura, com uma tanga vermelha comparável à roupa de elfos domésticos. Girava em uma perna só, provocando pequenos tornados em volta de si.
- Perneun Sacis, vulgo saci. É uma espécie de duende muito rara que só é encontrada aqui. A fumaça dos mini tornados dele é muito poderosa, pode se extrair milhares de elementos mágicos dela.
- Tal como a Psicomilia que, com gotas de essência de mandrágora produz um excelente removedor de verrugas – disse Lorey, que tinha acabado de pegar uma amostra de uma plantinha que crescia no pé de uma árvore bastante frondosa.
- Exatamente sra Potter.
-Sr. Durgão...- disse Lorelayne que agora estava ocupada em por outro filme encantado na maquina fotográfica.
-Felipe, por favor, sra Potter.
-Oh desculpe Felipe, nós Ingleses temos o costume de chamar as pessoas pelo sobrenome... Mas deixe-me lhe perguntar algo, há acromânturas aqui?
- Sim, mais estão muito inquietas, devido à época de acasalamento, seria muito perigoso irmos lá...
No mesmo momento um grande cavalo, cinza e com a cabeça constantemente coberta por labaredas de fogo, vinha lentamente na direção deles.
-Esse é o “Piro cavalus”, ou mula-sem-cabeça segundo as lendas locais. É o Cavalo de fogo, da mesma família que os unicórnios, são muito inteligente. Venham - e todos foram em direção ao lindo cavalo.
- Permita-me perguntar... Sua varinha é de pêlo de unicórnio?
-Sim...
-Perfeito, aponte-a para as chamas.
E, sem ter certeza do que estava fazendo ou sem esperar algum resultado, Lorelayne fez o que o jovem bruxo havia mandado. De repente, uma explosão de luz tornou as chamas do cavalo azuis, e estas começaram a envolver a varinha de uma Lorelayne perplexa. Tiago se assustou, e quase tropeçou ao se afastar, mas a varinha da mãe agora absorvia a chama azul, revelando assim o magnífico rosto do cavalo que se tornou muito semelhante a um unicórnio, exceto pela cor que adquirira um tom prateado. Tudo estava envolto de uma fina névoa quando a varinha de Lorelayne absorveu todas aquelas chamas. O cavalo estava ali parado, e permitiu que ela o tocasse, fazendo a senti um leve arrepio. E de repente o animal se afastou - podia-se ver novamente as labaredas de fogo em sua cabeça - soltou um lindo som e partiu em um trote suave.
-O que aconteceu?- disse Lorelayne olhando fixamente para o lugar onde o Cavalo de Fogo estivera há um segundo.
-As chamas aumentaram a capacidade mágica de sua varinha só isso...
-Incrível...
-Bem acho que por hoje já é o suficiente, vamos voltar para o vilarejo e descansar, amanhã será um longo dia, e tentaremos ver uma criatura um pouco mais perigosa.
-Ah meu filho, melhor será se você não for então...
-Que isso mãe, o papai me mandou cuidar de você, não foi?
-Você ficará na pensão, tenho certeza que o sr Durgão ajudará a me proteger...Ora, você não confia na sua mãe? Sei me proteger muito bem e estarei bem mais tranqüila se você estiver seguro na pensão.
No dia seguinte Tiago não deixou sua capa pra trás. Mal dormira depois das experiências do dia anterior e planejou levar sua capa para assegurar que não deixaria de ver nada importante. Como sua mãe pode ter duvidado de sua coragem? Lorelayne e Felipe seguiram uma outra trilha pela qual ela anotava tudo o que via ou Felipe falava com um toque de sua varinha: pássaros com dois bicos, pequenos furõezinhos com penas, plantas de vários tipos, desde parentes do visgo-do-diabo a espécies desconhecidas. Como a mãe parava constantemente para anotações, Tiago pôde segui-los a certa distância.
-Bem, eu queria lhe mostrar esse lago – disse Felipe parando diante de um lago de águas claras, pontilhadas por luzes verdes, roxas, azuis...Tiago reconheceu no mesmo instante aquelas luzes.
-Lorniuxs – disse Lorelayne - meu filho tem deles em casa.
-O garoto cria esses bichos em casa?- perguntou Felipe
-Sim, mais só de chama roxa, que são perfeitamente inofensivos...Há sereianos aqui, Felipe?
-Sim, existem vários povoados em algumas partes dos rios também. Neste lago existem também Botus Primaeras, mais uma lenda local. O Boto cor-de-rosa, como o chamam, adquiriu a singular capacidade de tomar a forma de seres humanos
-Oh!- espantou-se Lorelayne.
-Sim, é espantoso, mas eles só vivem nesse lago e não podem se afastar muito dele. Seu tipo de mágica dura apenas 20 minutos e não são capazes de desenvolver fala...O difícil é evitar que as pessoas se banhem neste lago, mas parece que já estão começando a temer os boatos de que é encantado por uma maldição...Agora, acho que estamos perto de onde vive o Iectus Dragonaus.
-Dragonaus...Uma espécie de dragão? – perguntou Lorelayne.
-Sim, é um parente muito próximo, e é melhor termos cuidado, permanecendo em silêncio.
E lá estava, uma enorme montanha verde, dormindo soltando pesadas baforadas com cheiro desagradável.
-Espetacular!- disse Lorelayne, e era exatamente isso que Tiago estava pensando quando alcançou os dois e viu o bicho.
-Está dormindo. Ele acorda apenas de noite, quando se prepara para caçar onças e outros animais de grande porte. Essas baforadas que ele solta são de grande poder sonífero.
Sem pensar, Tiago estava se aproximando do bicho, seguro por estar oculto por sua capa. Mas a capa não ocultava sons e ele tropeçou num grande galho de árvore e caiu com um baque ensurdecedor, devido à ação do gás sonífero do dragão.
-De onde veio o barulho? – perguntou Lorelayne, mas foi puxada por Felipe.
-Corra!
Tarde demais: o dragonáceo tinha acordado, e estava louco. Começou a bater as asas que estavam quase acertando um Tiago ainda oculto pela capa e sonolento por suas baforadas. Talvez por um instinto de mãe, e para o horror de Felipe, Lorelayne parou de chofre e apontou sua varinha para o animal. Estava de frente, numa posição que, caso o bicho atacasse, seria letal. Tiago via tudo sem poder fazer nada, todo o seu corpo parecia pesar uma tonelada.
Com uma expressão intensa, Lorelayne fez um movimento com a varinha e um relâmpago vermelho circundado por chamas azuis acertou o dragão, fazendo soltar um ganido de dor e voar, saindo dali, e ela caiu com um baque surdo. Felipe, num misto de pavor e admiração, carregou-a.
A força do feitiço foi tamanha, que fez com que Tiago desmaiasse, mas alguns minutos depois ele recuperou suas forças e desatou a correr. Ele precisava ajudar a mãe e achar o caminho da pensão, e ficou andando cegamente dentre as árvores e plantas, por alguns minutos confuso, quando foi atraído por estranhos sibilos. Caminhando mais devagar, seguiu o som, de maneira que quanto mais ele caminhava para a origem do sibilo, mais a mata se tornava densa. Ele deu mais alguns passos e se viu em um brejo, incrivelmente lotado de cobras, alguma que chegavam a dez metros. Paralisado, Tiago viu um homem a alguns passos de si – parecia falar com as cobras. Era bastante pálido e tinha os cabelos bem negros. O que mais assustou Tiago foram os olhos, vermelhos e com fendas de gato. Um frio tomou conta do ar, Tiago tentou se aproximar mais do estranho homem quando este levantou o rosto.
-Quem está ai? – a voz dele era fria e aguda.
O homem levantou a varinha e olhou na direção de Tiago.
-Imperius – disse o homem com uma voz aguda e fria.
Um raio verde passou a duas polegadas da cabeça de Tiago, e o feitiço acertou o cavalo de luz que ele conhecera no dia anterior. Suas chamas se tornaram verdes e ele foi em direção ao homem, dócil como um animal de estimação. Aliviado, e sem querer saber o que iria acontecer como cavalo ou com as cobras, com o máximo de cuidado Tiago seguiu as pegadas que animal tinha deixado, e para a sua sorte, elas o levaram a uma trilha. Sem sentir as próprias pernas, ele correu o mais que pôde e rapidamente chegou à entrada da pensão. Para sua sorte, percebeu uma movimentação no hall de entrada e viu sua mãe, recém acordada sendo bombardeada por vários chás reanimadores de Iracema. Aproveitando-se das distrações, ele foi para o quarto, guardou sua capa, trocou suas roupas e fez a cara mais inocente que conseguiu. Assim que a dona Iracema subiu com sua mãe, auxiliando-a, Tiago fingiu estar espantado e perguntou:
-O que foi mãe?
-Problemas meu filho, tive que fazer coisas que necessitam muita força... – e diante da expressão intrigada do filho, completou – mas já estou bem, basta descansar um pouco.
-Bem que eu disse que precisava te proteger...
-Está bem meu corajoso! Pelo que vejo, você vai seguir os passos do seu pai, não os meus...Prometo levá-lo em todas as minhas expedições a partir de amanhã. E adormeceu deixando Tiago confuso com relação à casa que seria selecionado em Hogwarts.Será que iria para Grifinória, como o pai.
A semana passou com novas aventuras tão emocionantes que fizeram o tempo passar mais depressa, e logo já estavam de volta pra casa.
-Obrigado – despediu-se Tiago com a única palavra que havia aprendido em português e, segurando bem a agenda da mãe, sentiu o mesmo solavanco no umbigo e, num rodopio de cores, se viu em casa.
Willian os recebeu com grande alegria, sem disfarçar a saudade.
-Preparado para novas aventuras amanhã, meu filho?
-Não me diga que viajaremos de novo?- perguntou Tiago, olhando para os dois.
-Bom...Não deixa de ser uma pequena viagem, mas se você não quiser...
-Aonde vamos papai?
-Acho que precisamos de material escolar, não é? – riu-se Willian da afobação do filho -...Bom, vamos ao Beco Diagonal!
-Beco Diagonal!? Uau, sempre quis ir lá!
Na manhã seguinte Tiago foi com o pai a uma rua cheia de lojas trouxas, e já estava imaginando como chegariam ao beco diagonal quando pararam em frente a um feio bar. “O Caldeirão Furado”.
-Olá Tom - disse Willian ao dono do bar.
-Olá sr Potter...Bela caçada a anti-trouxas ontem!
-Obrigado!
Cumprimentando várias pessoas e apresentando o filho a muitas, Willian atravessou o bar e saiu em um pátio, deu três toques com a varinha na parede de tijolinhos crus – e esta se abriu - revelando uma fantástica rua apinhada de pessoas que faziam compras nas mais diversas lojas bruxas.
-Bem vindo ao Beco Diagonal!
Eram simplesmente fantásticos todos os artigos daquelas lojas, e até Willian teve que se segurar para não comprar tudo. Não se privaram, é claro, de um sorvete da Florean Fortescue e foram direto para a Madame Malkin em busca de uniforme. Enquanto as medidas de Tiago eram tiradas, Willian saiu da loja e voltou com uma gaiola: um lindo corujão cor de palha com olhos mel.
-Vou chamá-lo de Kaifus!
De posse de um caldeirão de estanho tamanho padrão dois, um telescópio, um conjunto de frascos e uma balança de latão, Tiago e Willian saíram da Floreios e Borrões carregados de livros de todas as matérias.
-Chapéu, luvas de couro de dragão, OK, roupas, livros, OK, objetos pessoais, OK – Willian conferia a lista de materiais - ótimo, só falta a varinha. Vamos ao Sr Olivaras!
Eles entraram em uma pequena loja onde um senhor estava parado atrás de um balcão rodeado de estantes apinhadas de varinhas.
-Boa tarde - disse com voz suave - primeiro ano de Hogwarts! – e virou-se para Willian - pode apoiar suas compras naquele banco.
Vamos tirar suas medidas... Tiago não é? – antes mesmo de se espantar com o fato do Sr Olivaras saber seu nome, Tiago ficou boquiaberto com a fita métrica que media tudo, até o tamanho de sua orelha. O Sr. Olivaras foi até uma das estantes e voltou com uma varinha.
-Experimente esta. Corda de coração de dragão, 30 cm.
Tiago mal a segurou e o homem disse “não”, pondo em sua mão outra varinha.
-Pêlo de unicórnio e freixo.
Após muitos “não”, o Sr. Olivaras abaixou-se por trás do balcão e reapareceu por trás da pilha de varinhas rejeitadas com uma outra varinha e uma expressão bastante intrigada.
-O que foi senhor?- perguntou Tiago.
-Por que não? Experimente esta.
Com um repentino calor entre os dedos e os cabelos da nuca arrepiados, Tiago deu uma leve guinada na varinha que soltou faíscas verdes e vermelhas.
-Oh, muito bem! 28 centímetros, flexível e feita de mogno. Excelente para transformações, rapaz...Curioso que o senhor tenha sido escolhido por ela. Sei que sua mãe foi da sonserina e seu pai da Grifinória. Essa varinha oferece um pouco mais de poder, sr Potter, do que você pode imaginar. Diante de tantas adversidades que hão de vir, creio que seu sangue esteja destinado...
-Oh, vejo que já temos uma varinha!- Willian acabava de acordar de um cochilo – muito obrigada Sr Olivaras! Vamos meu filho, ou sua mãe se preocupará.
E saíram da loja para a avenida banhada por um fantástico pôr-do-sol que afastou todos os temores de Tiago.
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