cap4



O dia amanheceu calmo enquanto o sol brilhava lá fora alheio a tudo e todos.

Quando Tiago acordou sentiu o peso extra sobre o seu corpo e olhou para o lado, ela dormia tranquilamente a cabeça em cima do seu ombro, as mãos em cima do seu peito nu. Demorou um certo tempo a perceber porque ela estava lá, mas depois apenas sorriu e saiu da cama sem fazer barulho para não acordá-la. Foi para o banheiro e tomou banho, quando saiu ela ainda não tinha acordado. “está mesmo cansada” pensou.

Foi até à cozinha para comer alguma coisa, não estava lá ninguém provavelmente já tinham saído, sentou-se à mesa e começou a servir-se de sumo e torradas quando a sua mãe entrou.

-Bom dia

-Bom dia mãe, pensei que já tinhas saído.

-Estou atrasada – disse enquanto pegava uma maçã e beijava o filho na bochecha.

-Vais chegar tarde?

-Não sei – disse já à porta de casa.

O rapaz levantou-se e começou a preparar uma bandeja com o pequeno-almoço para Lily. Quando chegou ao quarto ela ainda dormia calmamente.

-Ruivinha? – Chamou-a baixinho, acariciando os seus cabelos. – Acorda.

Ela abriu os olhos verdes vivos devagar.

-Tiago? O que foi? – disse com os olhos baços e uma voz sonolenta.

-são horas de acordar dorminhoca

-Que horas são?

-Já é um bocado tarde.

Ela levantou-se um bocado, os cabelos ruivos a caírem-lhe pela face, o lençol a cobrir-lhe o corpo.

-O que faço aqui? – disse olhando à volta.

-Tu dormiste aqui Lily, estás melhor?

Então ela lembrou-se de tudo como um flash, os sonhos e aquele sentimento, quando entrou no quarto dele e quando ele a confortou mesmo sem saber o que ela tinha. Sorriu-lhe ainda com sono, agradecida.

-Come qualquer coisa – ele disse-lhe empurrando a bandeja.

-Tu já comeste?

Nesse momento a campainha tocou.

-Eu já venho – disse e saiu do quarto chegando logo a seguir com Ana

-Lily! Tu ainda estás deitada? A estas horas?

-Ela não dormiu muito bem Ana

-Hum… tá bem mas agora toca a levantar que hoje temos muito que fazer- disse, enquanto levava Lily para o quarto dela para esta se vestir e tomar banho.

Quando Lily saiu do banheiro Ana não estava mais no quarto, sendo assim vestiu-se e saiu dele. Bateu à porta do quarto de Tiago mas ele já não se encontrava lá também. Desceu as escadas então, e quando estava a entrar na sala parou de repente “Outra vez não!” pensou suspirando e entrando na sala fazendo algum barulho enquanto andava para que eles dessem conta que ela estava ali. Mas eles nem se aperceberam e ela sentou-se no sofá à espera que os dois se dignassem a parar com aquela estupidez.

-Não tens vergonha na cara?

-Porque haveria de ter? – replicou aborrecido

Os dois falavam baixo mas com um tom frio e cortante e olhavam um para o outro com vontade de se matarem.

-Ora porquê, ainda perguntas? Mudas de rapariga como quem muda de roupa, engana-las. Tu não tens coração, não? Elas sofrem, sabias?

-Eu só quero me divertir e além do mais eu não as engano “Só um bocadinho” pensou, e tu não tens nada a ver com o que eu faço ou deixo de fazer, a vida é minha e tu não tens moral nenhuma para falar afinal de contas não era eu que saia da Torre da Grifinória há noite para me encontrar com o Dover num sítio qualquer e ficar a noite toda no marmelanço, fazendo-se mais sabe lá Deus o quê.

Ana serrou os dentes e estreitou os olhos.

-Isso não é da tua conta!

-É sim, quando a minha prima sai com um palhaço da Sonserina qualquer e vai para um canto escuro fazer o que não deve. – disse quase gritando.

Ana arregalou os olhos, inconformada. Quem é que ele pensava que era para lhe dizer tudo aquilo? Ninguém tinha o direito de se intrometer assim na vida dela. Foi naquele momento que perdeu a cabeça com o primo e ergueu a mão até à face dele, enquanto se sentia extremamente ofendida.

-ANA!!! – gritou Lily e ela parou, ficou estática enquanto a sua mão ficava a centímetros da face de Tiago. Então fechou-a e apontou-lhe o dedo à cara.

-Deves pensar que eu sou como aquelas oferecidas com quem dormes todos os dias não?

Tiago ainda chocado com a atitude da prima, não respondeu. Lily que já estava levantada, segurou Ana pelos braços e fê-la sentar-se no sofá enquanto fazia o mesmo com Tiago. Ana apoiou os braços no joelho e escondeu a cara, dando a impressão que estava a chorar enquanto Tiago olhava um ponto qualquer ainda abismado.

-Vocês não conseguem parar com isso nem um bocadinho? Será que não conseguem parar de discutir? – e parou de falar para olha-los – vocês viram onde isto tudo ia dar? Será que não têm noção de que em vez de se ofenderem deviam tentar compreenderem-se um ao outro, vocês são primos – uma pausa – porque foi isto afinal?

Ana olhou-a, os olhos azuis sem uma única lágrima, a voz cheia de amargura.

-O Dover mandou-me uma carta e o Potter teve um ataque, achas normal?

Lily olhou Tiago e suspirou estava na altura de terem uma conversa a sério.

-Ana será que podes ir para o quarto onde estou a dormir e esperar lá por mim um bocado? Eu queria ter uma convercinha aqui com o Tiago, pode ser?

Ana levantou-se e saiu da sala. Lily esperou até a ouvir subir as escadas e depois sentou-se no sofá onde Tiago estava.

-Tiago deita-te aqui – disse

Ele apoiou a cabeça nos joelhos da ruiva enquanto ela acariciava os seus cabelos revoltos e em meio ao silêncio ele começou a falar.

-Ela ia-me bater Lily? – falou, uma ponta de mágoa talvez.

- Ia Tiago

-Porquê? Eu só quero o bem dela....e aquele Dover…eu não gosto dele

- Mas o que interessa é que ela esteja feliz e não se tu gostas do ex namorado dela que apenas lhe mandou uma carta Tiago.

- Mas ele não presta

-Mas é ela que tem que chegar a essa conclusão, deixa-a errar, ela tem que aprender com os próprios erros.

-Eu sei, mas ela é minha prima.

Lily supirou. Ficaram um tempo calados até que uma dúvida se apoderar da cabeça de Lily.

-Tiago?

-Sim?

-Esses ciúmes todos….tu por acaso estás a gostar da Ana?

Tiago levantou-se e olhou-a.

-De onde tiraste essa ideia Lily?

-De lugar nenhum só pensei que…

-Eu não gosto dela, ela é só minha prima e uma grande amiga mais nada.

-E se vocês fizessem as pazes?

-Não sei não, eu posso ter errado mas ela ia-me bater Lily!

-Tu ofendeste-a!!!

-Ok Ok

-Entao vai lá em cima falar com ela, vais? – Pediu

-Está bem

Ele saiu da sala e subiu as escadas. Lily deitou-se no sofá e soltou o ar que estava preso nos pulmões desde que aquela briga começara.
Passado um tempo os dois apareceram à porta da sala, os dois com um sorriso no rosto.

-E então já deixaram de ser criancinhas e entenderam-se?

-Sim. – respondeu Tiago

-Óptimo então …. – Lily ia começar a falar quando entra uma coruja pela janela da sala e pousa na mesa, olhando para Tiago.

“Sirius, ele resmungou” enquanto ia até à coruja e tirava a carta da pata.

Olá Pontas,

Como está tudo por ai? Bem, imagino. Tem aprontado muito, tem que treinar para quando chegarmos a Hogwarts. Ah! Mas eu esqueci que agora está meio difícil aprontar por aí, uma vez que a ruivinha certinha está em sua casa. Bem que pena meu amigo…é realmente uma pena. Mas mudando de assunto….tem recebido notícias do Aluado? Eu não. Aquele infeliz sempre que vai para casa no Verão nos deixa sem notícias…mas ele vai ver ah se vai e Rabicho por onde é que ele anda? É verdade isto aqui em casa anda meio difícil e …estranho também, tenho umas coisinhas para lhe contar quando chegarmos a Hogwarts mas até lá umas boas férias e MANDE NOTICIAS.

Um abraço do Almofadinhas

P.S-manda aí beijos para a LiLy e Ana.


Tiago sentou-se no sofá, o olhar perdido. Como será que o amigo estava? Guardou a carta e decidiu responder-lhe depois pelo espelho.

-Está tudo bem com o Sirius Tiago? – perguntou Ana

-Han? Ah sim, está tudo bem sim.

-Entao nesse caso podíamos ir dar uma volta por ai não? –disse Lily

-Sim, e se fossemos dar uma volta a cavalo? Eu ainda não mostrei o Ventania e o Greeneyes para a Lily. Ah é verdade Ana, temos uma égua nova, mas é um bocado difícil de domar.

O rosto de Ana iluminou-se.

-Uma égua nova? Eu posso monta-la? Posso?

Tiago sorriu – claro… se conseguires.

Ana sorriu e começou a andar para fora de casa e muito apressada entrou nos estábulos com Tiago e Lily em seus calcanhares.

-É aquela Tiago? – Perguntou eufórica.

A égua era realmente linda. Tinha pelo preto um bocado comprido, a crina era negra com reflexos avermelhados, nas patas o pelo era ainda mais comprido com madeixas brancas e os olhos eram pretos, mas não eram bem pretos também eras azuis escuros, mas também não eram só azuis, eram verdes mas também….parecia um bocado de todas as cores.

-É sim

-É linda!!!

Tiago foi até à box da égua e com cuidado tirou-a para fora e pô-la no picadeiro.

-Pronto Ana quando quiseres podes ir. – Disse-lhe – mas tem cuidado

Ana entrou no picadeiro com cautela, devagar com movimentos lentos enquanto ouvia Lily comentar com Tiago “Esta rapariga gosta mesmo de animais”. Ela começou a aproximar-se mais e mais do animal, que ao nota-la parou de galopar e olhou-a. Ana olhou-a bem nos olhos e então um flash, num segundo “tudo escuro à sua volta sentiu-se cair”, no outro estava outra vez a olhar para aqueles olhos. Deu mais um passo, outro flash “um lago”era outro lugar, outro mundo tinha a certeza e então outra vez aqueles olhos. Deu outro passo, outro flash e “alguém conversava com ela, não conseguia ver quem era”. Outro passo, outro flash estava mais perto da égua “olhou para si, um vestido vermelho-vivo, ela odiava vermelho”. Outro passo, estava tão perto, outro flash “olhou o lago outra vez, a agua…era sangue, sorriu”. Outro passo e agarrou as rédeas da égua que em vez de se debater como sempre fazia, ficou ali quieta presa sobre as mãos dela, submissa a ela. Ana apenas fazia festas na crina da égua tentando a todo o custo evitar os olhos da égua. Montou-a, ela não deu resistência, deixou-se ser dominada como um animal de estimação. Ana trotou até os amigos que sorriam para ela.

-Como é que conseguiste? – perguntou Tiago – essa égua é danada, nunca se deixa montar.

-É uma égua bastante mansa , tens é que saber lidar com ela – desmontou – mas deixa-me andar no Star que estou com saudades dele. – disse saindo com a égua do picadeiro – é verdade já tem nome?

- Não

-Posso dar-lhe?

-Claro

-Vai ser Devel… – disse olhando para a égua desconfiada, não queria estar muito mais tempo ao pé dela, não percebia aquilo que tinha acontecido.

- Mas porquê esse nome Ana? – perguntou Lily

-Não sei

-Vá então vai lá por a Devel que eu vou mostrar a Greeneyes à Lily – disse e levou a Lily para outras boxes enquanto deixava Ana ir arrumar a Devel na boxe muito pensativa.

Greeneyes tembém era muito bonita. O pelo era muito branco, a crina tinha reflexos prateados e os olhos eram verdes, verdes vivos como os da Lily.

-Gostaste? – perguntou Tiago

-É muito bonita.

-Sim eu gosto dos olhos dela, fazem-me sempre lembrar os teus –disse fazendo festas na égua, Lily sorriu – é a minha égua. Vem vou mostrar-te o Ventania, vais monta-lo.

O Ventania era um cavalo de pelo castanho meio avermelhado, bastante elegante.

-Sabes montar?

-Tive aulas antes de ir para Hogwarts

Ana chegou nesse momento montada no Star, ainda muito pensativa.

-Entao vamos? – perguntou

-Claro - respondeu Tiago enquanto montava na Greeneyes e Lily no Ventania.

Atrás da mansão de Tiago e da de Ana havia uma pequena floresta, em que os dois primos se embrenhavam quando eram pequenos e andavam a cavalo. Os três galoparam até lá e entraram nela, desapareceram dentro dela entre os ramos das árvores. Galoparam até chegarem a uma clareira. O lugar….era lindo. Havia uma pequena cascata por onde um rio de cores azul esverdeado caía, nas bordas do rio havia pequenas florzinhas de todas as cores, esquilos saltavam de arvore em arvore, e pássaros chilreavam alegremente.

-Isto é lindo!!! – disse Lily maravilhada com a beleza do lugar.

-Eu sabia que ela ia gostar disto Tiago.

-É maravilhoso - disse a ruiva olhando em volta com os olhos verdes muito brilhantes.

Ana desmontou do cavalo seguida de Tiago que ajudava Lily a descer.

-Nós vimos aqui desde crianças, não é Ana?

Ela abanou a cabeça positivamente enquanto tirava a T-shirt branca com desenhos azuis e a saia azul escura, deixando à mostra o biquini azul marinho.

-Agora percebo porque disseste para trazer o biquini Anne – disse Lily sorrindo

Tiago tirou a T-shirt e mergulhou na água transparente à espera delas. Lily tirou as calças jeans e o top rosa e seguiu Tiago mergulhando nas águas transparentes do rio com o biquini rosa.

-Ana não vens?

-Não me apetece Tiago

-Anda lá Ana – disse Lily

-Oh está bem – e mergulhou também

Os três fizeram guerra de água e quando se cansaram sentaram-se na borda do rio. E assim ficaram os três, Lily com a cabeça no colo de Tiago e Ana com a cabeça encostada no ombro dele enquanto olhavam a sol pousar-se sobre aquele sítio magnífico.

***

Fechou a porta com força, sentia-se preso naquele lugar. Assim que fechou a porta Monstro entrou atrás dele, o maldito elfo doméstico que desde que sua mãe resolvera trata-lo como um filho bastardo o elfo já nem lhe respondia quando lhe dava uma ordem, apenas obedecia contrariado e de mau humor.

-O que queres aqui? – perguntou

-A sua mãe mandou avisar para o traidor de sangue descer imediatamente devidamente arrumado porque o jantar vai começar dentro de dez minutos.

-Tudo bem Monstro e não entre outra vez no meu quarto sem bater à porta – gritou – e podes dizer à minha querida mãe que lá estarei – concluiu num tom de voz mais baixo.

Monstro saiu, deixando a porta aberta. Sirius foi até ela e fechou-a. Depois foi até ao seu guarda fato e escolheu um fato preto dos muitos que lá se encontravam e vestiu-o com nojo da própria roupa comprada pela mãe que odiava. Saiu do quarto e desceu as escadas devagar e elegantemente.

A casa estava impecavelmente limpa e arrumada, o chão estava tão brilhante que parecia ver-se o próprio reflexo e os móveis estavam todos encerados, tudo perfeito para uma noite importante.

Na sala já se encontravam os seus tios Victor e Eliza, elegantemente vestidos assim como Narcisa, Bellatrix e Andromeda e os seus pais Úrsula e Ivo que conversavam animadamente com os tios. Regulus estava ali para completar o cenário, com o fato azul escuro e um sorriso muito parecido com o esnobe dos outros. Sorriu interiormente pelo disfarce do irmão , que assim como Bellatrix desempenhava muito bem, sempre frios e intocáveis. Andromeda a prima preferida de cabelos castanhos-claros compridos e olhos castanho escuro, a única que olhara para ele assim que descera as escadas. Era um ano mais velha, sempre se dera bem com ele e não escondia isso de ninguém, não era fria, mas embora discordasse das ideias dos pais mantinha tal como o seu irmão e Bella um disfarça muito bom. Já Narcisa, ele odiava a prima, era esnobe e metida a superior, tinha cabelos loiros platinados, olhos azuis claros e andava um ano abaixo dele com o irmão.

Assim que se aproximou mais do local as reacções foram diferentes. Andromeda correu para o abraçar, Bellatrix continuou a olhar desinteressada para as unhas vermelhas, Narcisa alargou ainda mais o sorriso esnobe e Regulus continuou a olhar para a parede. Abraçando a prima pelos ombros ele dirigiu-se até aos tios e comprimentou-os e dando as costas aos pais foi até onde os outros primos se encontravam para esperar pelos convidados.

-Boa noite Narcisa, Bellatrix – disse cínico

-Boa noite primo- replicou a loira

Bella continuou a olhar as unhas como se nada a tivesse incomodado.

Ignorando dirigiu-se ao irmão – Regulus os convidados demoram muito?

-Acho que não Sirius – disse num tom frio

-Sirius temos muito que conversar – disse Andromeda

-Mais tarde And, depois conversamos – disse sorrindo-lhe

- Está bem – e meteu conversa com Regulus

Ele pode então fazer aquilo que tanto queria desde que chegara ali: observa-la. Os cabelos negros estavam soltos agarrados apenas por dois ganchos bem discretos de cada lado da cabeça, o vestido vermelho-sangue era justo ao corpo e alargava em baixo, arrastando no chão num toque de elegância mostrando as curvas que a prima tinha.

-Cuidado para os olhos não caírem – disse sem tirar os olhos das unhas.

A voz…sempre tão doce para ele mas naquele momento fria “o disfarce lembrou-se”
Sorriu, ela não perdia uma para se meter com ele.


-Fique descansada, vou ter cuidado. – e continuou a olhar descaradamente para o decote do vestido… o pescoço….os lábios…. “sirius!, disse para si mesmo “

-Perdeu alguma coisa? – disse desta vez olhando para o primo.

Mostrava aborrecimento, mesmo que no fundo estivesse satisfeita pela observação dele.

-Na verdade sim, quer me ajudar a encontrar? - disse com um sorriso malicioso e depois completou ao ouvido dela – lá em cima….

Ela arregalou os olhos e abriu a boca chateada e ofendida, mesmo que por dentro apenas lhe apetecesse aceitar a proposta. Cerrou os olhos.

- Não perderia o meu tempo com um verme como tu.

Mas ele continuou no mesmo lugar a sorrir.

-Tenho a certeza que perderias…

- convencido

-realista

-Não vou perder mais tempo contigo – disse e foi ter com Narcisa.

Não tinha passado nem meio minuto, quando a campainha tocou e os convidados começaram a chegar. Todas as famílias de puro-sangue estavam lá. Os Malfoy, os Longbottom, Lestrange…e mais algumas, tudo puro-sangue e esnobe dos pés à cabeça.
Cumprimentou toda a gente com um sorriso superior nos lábios e isolou-se até uma mesa com bebidas, onde se encontrava um rapaz loiro e de olhos cinzentos.

- Boa noite Malfoy – disse servindo-se de uma bebida.

-Boa noite Black

-Há muito tempo que não o via…que prazer revê-lo

-Igualmente – disse pelo canto dos lábios

-Bem eu tenho que ir, vemo-nos por aí, em Hogwarts – disse sorrindo abertamente.

E saiu para o jardim perfeitamente encantado. Ela estava lá …acompanhada.
Encostou-se à parede enquanto ouvia a conversa.

-Mas então não há sequer uma hipótese? – perguntou o rapaz de cabelos castanhos curtos e olhos castanhos.

-Não Lestrange

-Hum…que pena tenho a certeza que nos poderíamos entender.

-Tenho a certeza que não

O rapaz estreitou os olhos, inconformado, queria-a e ia tê-la. Agarrou-lhe pelo braço violentamente puxando-a mais para ele.

-Larga-me – disse a rapariga sem perder a calma.

-Não me apetece.

Sirius ouvia a conversa ruidinho de cíumes, com vontade de esmurrar aquele infeliz.

-Olhem só o que eu encontrei aqui! Bella nunca pensei isso de ti! A minha querida prima inocente aos amassos com o Lestrange?

Bella suspirou sem ser notada e continuando com o mesmo tom de voz disse – Isso não é da sua conta, agora se me dão licença eu tenho que ir. – e saiu

-Por sua culpa eu perdi uma oportunidade perfeita

-Entao Lestrange? Calma!Umas vezes perde-se, outras vezes ganha-se e sinceramente com a Bellatrix? Há melhor! – disse e saiu do jardim deixando o outro para trás.

Encontrou Andromeda sentada sozinha a beber.

-Entao prima? Como vai tudo?

Andromeda olhou para ele e sorriu.

-Tudo bem Sirius

-E a Narcisa continua a mesma de sempre? – disse olhando a prima mais nova passar indo de encontro a Malfoy.

-Continua – suspirou – a mesma.

Sirius levou o copo à boca enquanto um silencio aborrecido se instalava.

-E como vai o Ted? – disse baixo perto do ouvido dela.

Andromeda virou-se muito depressa.

- Bem – sorriu – mas não vamos falar disso aqui.

-Ok

Nesse momento passa Belatrix por eles e vai até à mesa das bebidas, Sirius despede-se da prima mais velha e vai até à mesa onde Bella estava.

-Lá em cima daqui a meio minuto – disse-lhe junto ao ouvido fazendo arrepia-la – vai tu primeiro.

Não foi preciso dizer mais nada. Passado uns segundos ela estava a subir as escadas até ao quarto do primo. Sentou-se na cama, não foi preciso esperar muito, ele entrou logo a seguir e trancou a porta.

-O que querias? – ela perguntou sem olhar para ele.

Ele não respondeu, foi até à cama dele e agarrou-a pela cintura atirando-a para trás, beijou-a com pressa, passando as mãos por todo o vestido.

-Estava morto por fazer isto. – ele sorriu malicioso

-Mas é muito arriscado e se alguém nos apanha?

-A porta está trancada – disse enquanto distribuía pequenos beijos pela curva do pescoço dela.

-Mesmo assim… - mas foi calada pelos lábios dele que se colaram mais uma vez aos dela, entrelaçavam línguas, misturavam perfumes.

-Droga Sirius, tu quando queres… - e beijou-o. Colocou a mão na nuca dele outra na camisa, puxando-o para ela, enquanto ele mantinha uma mão na cintura dela e outra no cabelo preto e encaracolado.

Aquele momento era deles, só deles. Não havia mais ninguém, não havia ninguém para lembrar-lhes que era uma relação praticamente impossível.

Bateram à porta, eles separaram-se apressados.

-Esconde-te no banheiro

-Compõe a camisa

Ele abriu a porta.

-Que se passa Regulus? – disse dando passagem para o irmão entrar

-Passa-se alguma coisa lá em baixo

Levantou uma sobrancelha – Porquê?

-Eles mandaram-nos subir a todos, agora estão lá em baixo a conversar

-Que estranho

-Olha eu vou para o meu quarto já estou aqui à tempo demais podem desconfiar. Estão todos lá, se quiseres vai lá ter.

-Acho que não sou muito bem-vindo

O irmão sorriu-lhe e ia a sair quando se virou para ele – Viste a Bella?

-Não

O irmão saiu e ele trancou a porta.

-O que é que eles estão a fazer lá em baixo?- disse enquanto saia do banheiro

-Não sei, mas que é estranho é. Ah e o que é que o idiota do Lestrange queria contigo Bella?

-O que tu viste – respondeu sem emoção

-Eu sei o que vi e não gostei, apetecia-me esmurra-lo todo.

Ela riu.

-Não é necessário, agora eu tenho que ir.

-Não – disse e puxou-a pela cintura distribuindo vários beijos pelo pescoço dela

-Sirius para eu tenho que ir

-Está bem, mas depois vem ver-me

-Está bem – disse dando-lhe um último beijo como despedida

Ele fechou a porta e encostou-se a ela. Aquilo estava muito estranho, o que é que se passaria lá em baixo?

Lá em baixo sentados nos sofás as quatro famílias discutiam um assunto de todo importante para elas.

-Ainda acho muito arriscado juntarmo-nos a ele

-Longbottom, é agora ou nunca. E ele faz aquilo que à muito desejamos, acabar com os Trouxas.

-Sim, mas o que é que ele quererá em troca? – perguntou Victor, o tio de Sirius

-Oh desculpem lá mas é uma óptima oportunidade. Ele é poderoso, já deu para ver, é bem capaz de acabar com esses estúpidos todos dos sangue-ruim, a única coisa que tínhamos que fazer era estar do lado dele e apoia-lo.

-Não sei Lestrange, não me parece assim tão simples.

E continuaram a discutir aquilo por bastante tempo. Afinal, algo novo estava para começar e não estava assim tão longe. A guerra estava bem perto…

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