Capitulo 02
Fui acordada pela claridade que vinha de minha janela semi-aberta.
Espreguicei-me na cama, levantei e fui ate a casa de banho, onde ao olhar-me no espelho notei dois pequeninos furos na parte central de meu pescoço. Passei os dedos levemente e senti uma dor aguda. Voltei ao quarto e arrumei minha cama. Ao sair do dormitório lembrei das palavras de Draco. Comecei a explorar aquela mansão com os mínimos detalhes. Os quadros eram muito antigos, alguns tinham ainda amostra de tintas do século passado. Alguns eram simplesmente pintados a óleo. O corredor era abarrotado de portas e alguns avisos dos quais eu não sabia ler.
A escadaria era em mármore batido com algumas peças de prata lisa. No hall havia mais alguns quadros e uma porta que dava acesso à sala. Um tanto suja e mal cuidada, mas ainda assim se via as cortinas de seda, com ouro em suas barradas, formando chocalhos.
Os moveis de pinho e chintz bem envernizados, completavam a sala, a tornando majestosamente bela.
Aos sair da sala, tinham mais três portas: a ala esquerda era a sala de musica. Com um lindo piano de cauda branco, uma lira talhada em ouro e largado na mesinha de centro um violino europeu. Na época esse tipo de violino era usado e vendido somente por ciganos.
Na porta da direita a cozinha. Porcelanas francesas, corpos de cristais, mesas que duravam uma eternidade ate serem completamente corrompidas pelo tempo. Na dispensa muitos alimentos, como Draco havia me dito.
E na porta a frente das demais, se encontrava uma saída para o jardim mais belo que eu já havia visto. Todo forrado por flores silvestres, com uma fonte de água límpida escorrendo de um pequeno anjo barroco. Muitos bancos e vários canteiros de armênias e papoulas de varias cores. Fiquei por algum tempo fitando aquele belo e estrondoso jardim.
Já se passavam do meio dia quando retornei para dentro de casa. Fui ate a cozinha e preparei para mim um lanche, ou pelo menos tentei, já que vivi parte de minha vida rodeada por mucamas. Sentei-me à mesa e comi silenciosamente. Satisfiz-me e voltei ao jardim onde passei a tarde inteira lá.
No começo da noite, fui ate a sala de musica e me vi tentada a tocar naquele belíssimo piano. Sentei-me ao banco e comecei a tocar.
Fiquei tão envolvida com a musica e com o ambiente da casa, a melodia de Mozart mexia comigo, fazia tempo que eu não tocava com tanta...Violência.
Só voltei à realidade quando ouvi a porta bater.
- você fica belíssima quando toca sabia?- falou Harry ao meu lado.
- e quando eu tomo um susto?- retruquei ficando com a face rubra-sabia que eu poderia morrer por causa disso?
- não fale besteiras-ele sentou-se ao meu lado-não morreria nem se uma cobra a picasse!- levantei-me e rumei de volta ao meu quarto. Quando abri a porta, dei de cara com uma outra pessoa lá, sentado em minha cama.
- quem é você?- perguntei ainda parada na porta.
- sou amigo de Draco...Meu nome é Ronald...Mas pode me chamar de Rony-disse um ruivo de pele mais branca ainda a de Draco ou ate mesmo a de Harry. Os olhos pareciam mais preciosos, uma tonalidade azul que se sobrepunham a pele e os cabelos.
- muito prazer...agora queira se retirar!- abri a porta numa falsa esperança dele ir embora.
- hmmm...arrisca- ele disse vindo lentamente em minha direção- as preferidas de Draco...
- poupe minha cabeça e ouvidos de suas gracinhas- eu continuei em pé, encarando-o.
- irônica, áspera, bela, perfeita!- ele num gesto rápido e persuasivo, prendeu meu corpo contra o batente da porta- há mais segredos por trás de seus belo rosto?- perguntou ele me encarando.
- não-ele sorriu, mostrando seus branquíssimos caninos. Com um leve toque ele afastou o babado que cobria meu pescoço, descobrindo duas marcas.
- Draco já passou por aqui-disse ele ainda analisando os dois furos-melhor eu deixa-la em paz...Mas só ate eu consultar Draco- ele fechou a cara e saiu do quarto.
Respirei profundamente. Certamente, aquilo era desgastante para meus pensamentos. Ate para meus atos.
Cada um deles tinha suas características, mas eu só vim saber isso mais adiante, por isso não irei lhes contar meus leitores afoitos.
Estava compenetrada em tirar minhas miseras conclusões que nem senti a presença de Draco ao meu lado.
- olha, doce esposa-eu me levantei, meu rosto tinha tomado uma expressão de pavor.
- como vocês fazem isso?- eu perguntei furiosa
- isso o que exatamente querida?- perguntou ele brincando com meu decote.
- isso...Chegar sem avisar ou dar ate um aviso prévio!- eu tirei a mão dele do meu decote.
- de um modo tão insignificante que não iria lhe interessar-disse Draco me encarando-coloque seu melhor vestido de festa, vamos sair.
- para onde?- ele não respondeu. Apenas saiu.
Somente agora eu lembro o quanto eu detestava os modos de Draco. Ele era imprudente. Era bruto.
Mas ainda contrariada fui ao baú e peguei meu melhor vestido. Enquanto eu me arrumava, Harry abriu a porta e se escorou na mesma.
- mulheres demoram a se arrumarem-disse ele olhando para meu vestido-estas belíssima...
- não foi estipulado um tempo exato para que eu estivesse arrumada-eu retruquei arrumando meu vestido. Ele era todo vermelho, de corte moderno. Liso com poucas estampas pretas. Muito decotado. Estava terminando de colocar minha gargantilha quando Harry quebrou o silencio.
- vamos, Draco deve estar impaciente-disse ele me dando o braço.
- certo...Vamos..- disse eu aceitando o braço dele.
Realmente. Harry tinha toda a razão. Draco estava uma fera. Gritou a plenos pulmões que seu tempo era valioso e não queria desperdiçá-lo esperando uma mortal egocêntrica e altamente rude com homens.
Não tinha idéia de onde Draco estava me levando. Os demais pareciam claramente inalteráveis. Apesar de ouvir a voz de Draco sempre me dando bronca por que perdera horas a mais de sua alimentação. Notei que entravamos no bairro mais chique de Nova Orleans, onde havia casarões e fazendas ao norte. O coche foi diminuindo sua velocidade e aos poucos paramos em frente a uma fazenda muito bem iluminada. Deslumbrei-me com os candelabros feitos a mão pendurados na entrada.
- o que iremos fazer aqui?- eu perguntei a Draco.
- iremos confraternizar com eles-disse Draco lançando um olhar de cobiça a uma moça que descia de outro coche.
- igual à confraternização que você fez com meus pais?- perguntei saindo do coche e colocando minhas luvas.
- maneire suas palavras, lembre-se que somos superiores a você mortal-ele rugiu entre os dentes, antes de me dar o braço e começarmos a caminhar para a entrada.
- sim...Mas sou a mortal que paga seus gostos expansivos-respondi mantendo um sorriso ao encontrar com as pessoas. Separei-me após essa discussão e segui ate uma mesa onde estavam seguindo os drinques.
- menina insolente-disse Rony sorrindo.
- sim, faz meu gênero-Draco sorriu sanguinariamente-vamos ver por quanto tempo ela ainda vai manter essa pose.
Observei ao longe eles saindo em busca de suas inocentes vitimas. Harry era discreto, sempre envolvia suas vitimas apartir de conversas inteligentíssimas e claramente declaradas. Draco era mais aberto, elogiava, tocava os pontos fracos de suas vitimas. Rony era recatado, o exemplo de bom moço de família. Vivia rodeado de belíssimas mulheres.
- ora... O que temos aqui...? Virginia Weasley-eu me virei lentamente, mesmo sabendo quem era o dono daquela voz.
- Miguel Conner...- eu sorri ironicamente-não tens mais o que fazer alem de correr atrás de mulheres para somente um objetivo?
- minha cara, meu objetivo tem mudado muito e devo dizer que esta linda essa noite – ele se curvou e beijou minha mão. Miguel era um jovem muito bonito, mas tinha somente uma vontade na vida. Sexo. Talvez por influencia de seu pai que o levou com 15 anos para perder a virgindade.
Bem, ele perdeu a virgindade, mas tbm o aspecto moral de qualquer jovem de sociedade.
Nossa conversa pode ter durado horas. Ele era engraçado e gentil quando queria, um pouco safado, boca suja, mas divertido.
No meio da noite, após alguns copos de champanhe, eu estava bem mais “amiga” dele. Nos estávamos sentados nos bancos do jardim, falávamos e riamos muito.
- Virginia...Diga-me-ele colocou a mão em meu ombro-você já fez sexo?
- seja mais educado Miguel!- eu ri levemente e bati a mão na coxa dele.
- desculpe minha ruiva...Mas a curiosidade é maior só que a educação-ele puxou meu rosto em direção ao dele-e eu quero saber quem foi o sortudo a te ter na cama...
- Miguel...- eu respirei fundo-ainda não fui possuída por ninguém...Quero que seja especial.
- hmmm...Uma garota antiga-ele passou a mão em meu pescoço-acho que seria melhor você modernizar sua mente...- ele passou a mão lentamente no vão de meus seios.
- você quer que eu me deite com você?- eu sorri e mantive meus lábios perto dos dele-só para eu ser mais uma em sua vasta lista?
- não...- ele sussurrou-você seria a única em minha vida cherrie...- ele levantou e me estendeu a mão.
- e o que eu ganho com isso tudo?- perguntei cedendo a ele, que me puxou delicadamente.
- meu coração...Alem de ter a certeza de que vou te levar as estrelas...- ele sussurrou em meu ouvido.
- Miguel... É um terreno perigoso...- ele roçou os lábios nos meus.
- prefiro arriscar...- ele me beijou! Como eu nunca havia sido beijada. As línguas se enroscando, ambos respirando fortemente, corpos colados.
N/A: comentem!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!