Esclarecimentos



RECADO: gente, mil desculpas pela demora... Eu estava muito doente essa semana. Tive um gripe forte que me derrubou e por isso nem mexi no PC.

RECADO²: gente, dêem uma olhada na N/A do final, depois do capítulo, tem umas coisinhas que eu gostaria que vocês vissem lá, blz? ... Bom, agora chega de enrolação. BOA LEITURA!





- Tentando pensar? – perguntou Alyne, curiosa.

- É... – Hermione se ajeitou na cama, lançando um olhar sério a amiga. – É que...

- É que?

A morena revisou toda a linha de raciocínio que seguia desde que beijara Harry e, só depois disso, sentiu-se confiante o suficiente para completar a frase.

- É que eu acho que sei... Aliás, eu tenho certeza, eu sei quem foi que atacou aqueles alunos só para colocar a culpa em mim.




- O QUE? – perguntou Alyne, incrédula. – Mas, como você pode saber?

Hermione riu claramente feliz.

- Por incrível que pareça, descobri hoje mesmo.

- Mas, como? Onde?

- Calma... Olha, confesso que devo isso ao Malfoy.

- Ao Malfoy? Ele por acaso te falou, finalmente, quem é?

- Falar, ele não falou, mas ele me mostrou.

- Eu não to te entendendo. – disse Alyne, confusa.

Hermione se levantou da cama improvisada na sala imprecisa, e foi até a parede, onde uma janela que dava uma linda visão do lago, se abriu.

- Você vai entender, mas só quando eu tiver provas de que é realmente essa pessoa.

- E como você pretende arranjar provas?

- Esse é outro aspecto no qual eu creio que o Malfoy possa nos ajudar. – Ela disse pensativa.

- Ah claro, e pra isso você só precisará sabotar outro jogo de quadribol, não é? – Alyne retrucou irônica.

Hermione riu do sarcasmo da amiga, que chegava a ser cômico. A morena se virou, novamente encarando-a; dessa fez, tinha um sorriso maldoso no rosto.

- Nós não vamos pedir a ajuda dele, nós vamos roubá-la!

- Mi, queridinha, eu já disse o quanto esse seu sorriso me dá medo?

Hermione não respondeu, apenas andou até a outra parte da sala, parou em frente à parede e fechou os olhos.

Alyne estranhou a atitude da amiga, entendo a mesma somente alguns minutos depois, quando a parede da sala imprecisa começava a se distorcer.

Depois de lentamente mudar de cor e forma, a parede tinha formado um grande armário em frente a Hermione.

- O que você quer com isso? – indagou uma Alyne completamente confusa.

- Roupas. – Hermione respondeu naturalmente, já abrindo o armário e tirando de dentro dele, alguns cabides onde havia uma grande variedade de roupas penduradas. – é aqui que você entra!

- Eu?

- Claro, você não queria me ajudar a desmascarar essa pessoa?

- Eu quero entender quem ela é e saber como o Malfoy pode ter te mostrado. – ela disse emburrada.

- Pois então, se me ajudar a escolher o tipo de roupa que preciso, entenderá tudo logo, logo.

- Ai, Mi, eu não quero ter que ficar fazendo seu guarda-roupa novo agora, né?

- O que eu tenho em mente pode ser perigoso, alem de quebrar várias regras da escola...

Antes que pudesse terminar de falar, Alyne já estava em pé, ao seu lado.

- Você disse perigoso?

Hermione apenas sorriu.


- Pronto, eu acho que, segundo suas intenções, essas peças estão ótimas! – Alyne disse animada, jogando em cima da cama da sala imprecisa algumas peças de roupas.

- Ótimo... Então o que a gente tinha combinado ta de pé?

- Claro, você só precisa sabotar o dormitório masculino. – ela brincou.

- Ótimo, então eu vou fazer isso logo, não hoje, eu não to me agüentando em pé, mas eu vou fazer...

- Ai, Mi, me deixa ver sua barriga ao vivo e a cores?

- Se eu não me engano, você tinha me dito que não pediria mais isso.

- Por favor! – Alyne implorou.

- Ta, mas só porque nós estamos bem escondidas. – disse Hermione, sentando-se na cama enquanto pegava a varinha na cabeceira da mesma e apontando-a para a barriga, ordenou. – Revelis!

O jorro de luz rosada contornou seu corpo rapidamente, mas ficou pairando em volta de si algum tempo, antes de desaparecer revelando novamente o corpo da morena.

Da última vez que Alyne vira o ventre da amiga, ele já dava sinais da gravidez, mas dessa vez, ele estava muito maior do que ela imaginara. Quem visse o ventre da morena daquela maneira, exposto, diria que a morena já tinha, pelo menos, oito meses de gravidez.

Talvez pelo tamanho do mesmo, Alyne levantou uma olhar assustado a amiga.

- Mi, você está, realmente de sete meses? – ela perguntou, alisando carinhosamente o ventre da amiga.

Hermione riu gostosamente e, enquanto fitava a própria barriga, imaginando que ali dentro tinha um pedaço, não só de si mesma, mas também de Harry, lágrimas rasas se formaram nos seus olhos.

- Tenho sim!

- Poxa, então são gêmeos!

- A essa altura do campeonato, seria uma grande felicidade pra mim se fossem dois. – ela afirmou sorrindo, seus olhos ainda rasos em lágrimas. – Mas é um menino!

- Como você sabe?

- Isso que é engraçado, eu não sei... Simplesmente sinto que é um menino.

- Seu sexto sentido de mãe já esta se manifestando. – brincou. – E você já sabe que nome vai dar?

- Já sei o nome que quero. – ela disse, abaixando a blusa novamente, enquanto refazia o encantamento para esconder aquela barriga enorme. – Agora, se eu vou por esse que tenho em mente, já são outros quinhentos.

- Bom, eu vou dormir um pouco, ver se esse cansaço todo passa!

- Ok, vai lá.

Hermione levantou-se e foi até a porta, enquanto acenava um “tchau” para Alyne.



***


Logo que ouviu Minerva McGonagal bradar “dispensados”, Hermione arrumou seu material rapidamente, para chegar ao lugar combinado com Alyne.

Saiu em disparada até o corredor deserto mais próximo, esperou que uma porta se materializasse em frente de si, e a escancarou, adentrando o lugar.

- E então, pode ser hoje? – perguntou ansiosa a Alyne, que já a esperava sentada em um enorme pufe rosa choque.

- Pode ser quando quiser, só precisa fazer seu assaltinho básico ao dormitório.

- Ta, então eu vou fazer isso agora mesmo. – ela disse, mordendo o lábio inferior nervosamente. – Se tudo der certo, amanha a pessoa que atacou os alunos não será mais eu, nem mesmo para os alunos daqui!

- Aii, que perfeito – Alyne gritou animada.

- Bom, eu vou indo... – disse Hermione, voltando à porta por onde entrara.

- Te espero aqui! – gritou Alyne.

Hermione forçou um sorriso para a amiga e depois saiu do lugar, direto para o corredor onde ficava o quadro da mulher gorda.

Ela disse a senha e adentrou a sala comunal. Como previra, era fim de tarde e ela estava completamente vazia.

Sem hesitar, correu escada acima até o dormitório masculino, onde entrou nervosa, indo diretamente ao malão que sabia ser de Harry.

Com uma velocidade que ela desconhecia em si mesma, abriu o malão do rapaz e o revirou inteiro, até achar o que queria.

Pegou a capa da invisibilidade e a escondeu na mochila, em seguida, arrumou novamente o malão e o fechou.

Sem dar tempo para que alguém a flagrasse, Hermione deixou o dormitório grifinório masculino e desceu ao salão comunal.

- Hermione? – chamou uma voz que a morena seria capaz de reconhecer em qualquer circunstância.

Seu coração foi a mil enquanto ela se virava para encarar Harry.

- Oi... Se você me der licença, eu tenho que ir...

- Espera! – ele exclamou, pegando-a pelo braço.

Hermione estranhou aquele toque, há muito tempo, sempre que encontrava Harry, eram discussões feias e ele costumava ser violento com ela, porém dessa vez, ela não poderia ter sentido maior gentileza naquele gesto.

- O... O que você quer? – perguntou. Estranhamente as emoções lhe subiram a cabeça e os olhos não demoraram a marejar.

- Você disse que eu teria que escolher a Hermione que eu acreditava ser a verdadeira, e... Bem, eu já escolhi.

- É... É mesmo? – gaguejou.

- É. – ele sorriu. – Você está tão... Estranha.

- Não estou estranha... Estou perfeitamente normal. – ela disse cada vez mais nervosa.

Porque ele tem que sorrir desse jeito? Porque justo esse sorriso tão... Lindo?”, ela pensou, mordendo o lábio inferior com força.

- Porque está nervosa? – ele perguntou, agora se sentando no sofá bordô da sala comunal e puxando-a para junto de si. Ela apenas cedeu, não conseguia relutar.

- Eu? Nervosa? Não estou nervosa.

- Está sim... Você ta mordendo a boca e eu sei que você só faz isso quando ta nervosa. – ele disse, achando graça do nervosismo dela.

- Harry, não enrole, o que você queria me dizer?

- Que eu acredito em você! – ele disse, assustando-a.

- Acredita?

- Acredito... Olha, vou ser sincero com você, a imagem de você naquela noite, atacando a Pansy é algo que ainda me incomoda, mas eu sei que deve haver uma outra explicação pra aquilo, por mais absurdo que ela possa ser... Espero que você consiga me perdoar. – completou incerto.

A garota deixou as primeiras lágrimas escaparem dos olhos.

- Não tem como não te perdoar. – ela disse baixinho.

Harry sorriu abertamente, mas ao se aproximar para beijá-la, foi detido pela própria Hermione.

- Harry, eu disse que não posso deixar de te perdoar, porque eu também errei com você.

Mais que instantaneamente o sorriso escapou dos lábios do garoto.

- Você e o Malfoy...

- Não! – ela disse veemente. – O problema é que eu menti pra você.

- Como?

- Eu menti, Harry. Escondi de você algo que você deveria saber, mas que eu não tive como te contar.

- Então me conta agora.

- Não é tão fácil assim... – ela ponderou. – Aliás, é algo bem difícil de contar.

- Pode falar. – ele incentivou, pegando a mão dela.

Hermione respirou fundo, pensando qual era o melhor jeito de lhe contar uma coisa como aquela. Certamente não poderia simplesmente chegar dizendo: “Harry, eu estou grávida de você”.

- Não é nada... Aliás, é, mas... – realmente, discutir aquilo com ele, naquele momento, não tinha como. – Olha, eu preciso ver a Alyne agora, você pode me encontrar na sala que me mostrou no começo do ano, aquela que aparece em qualquer lugar, as oito!

A morena se levantou, ela teria ido embora naquele momento se ele não tivesse, novamente, a detido.

- O que foi? – perguntou. Seu tom de voz saiu impaciente, mais do que ela queria.

- A gente podia acabar de uma vez com toda essa situação, não é? – ele pediu, aproximando-se de uma maneira que ela julgava perigosa demais para a circunstância.

- V-vamos conversar sobre isso depois, ta? – ela disse, querendo sair logo dali, mas sendo ainda impedida por ele.

Hermione sentiu Harry se aproximar ainda mais.

Céus, porque tem que ser tão difícil olhar os olhos dele, a boca, e me controlar ao mesmo tempo?

- Eu não posso te perder... Por favor... Volta pra mim? – ele pediu, tinha uma expressão sólida no rosto. O perfume da morena sempre o deixava naquele estado, extasiado.

- Como eu disse... – ela continuou, tirando, sem saber de onde, uma força de vontade que não sabia existir em si mesma. – Conversamos na sala imprecisa.

Hermione, finalmente, conseguiu se desvencilhar dele.

- Eu não entendo. – ele disse confuso. Ainda sentia-se anestesiado.

- Você vai entender, Harry. – ela disse, antes de correr até a saída e atravessar o quadro da mulher gorda.

Harry, confuso, correu atrás dela, mas quando chegou à entrada da sala comunal, perdendo-a de vista somente por alguns segundos, Hermione já tinha sumido.

Tempo de virar o corredor, ela não tinha tido e por isso Harry se perguntava onde teria ido.

- Ela é impossível. – exclamou a si mesmo, antes de voltar para dentro da sala comunal, agora sorrindo abertamente enquanto se lembrava dos momentos os quais passara com ela, desde o começo do ano, quando se deu inicio aquele sentimento tão forte.



***



- Ai, até que enfim, pensei que não vinha mais. – reclamou Alyne, escondida na escuridão do canto de um corredor.

- Desculpe... – Hermione disse, ela parecia meio atordoada. – Eu tive... Um imprevisto, por assim dizer...

- Ta, ta, mas me diz, é aquela sala ali? – Alyne indicou uma porta negra, no corredor que cruzava com o que estavam.

- É, lembra, quando a porta se abrir, você fica na frente dela, mas fora do caminho que vou seguir, depois você entra e pega tudo que servir... Mas pode ter calma, porque mesmo que ele não se convença, não volta mais aqui hoje...

- Ok, e depois?

- Depois você guarda o que for interessante e amanhã me mostra... Ta bom?

- Ta, ótimo.

- Então, aqui está a capa. – disse Hermione cobrindo a amiga com a mesma e explicando como usá-la.

- Perfeito, vamos começar? Temos sorte de ainda ser sete e meia, eu quero descer e jantar ainda.

- Está bem, vamos.

Hermione ajeitou a roupa que vinha escondendo por debaixo do uniforme de Hogwarts, e suspirou, antes de caminhar lentamente pra porta negra.



***



Ele juntou o bolo de papel e deu algumas batidinhas na mesa, deixando-os em perfeito alinhamento.

Quando já estava os guardando na gaveta da escrivaninha, ouviu o rangido da porta e em um movimento não só ágil, mas também assustado, virou-se para a mesma.

- Gran... Digo, Hermione? O que faz aqui? – perguntou ao ver Hermione fechando a porta cuidadosamente; o ruído fora, provavelmente, provocado quando a garota a abrira.

- Surpreso em me ver, Draco? – ela perguntou com um sorriso que, podia-se dizer, malicioso.

- Muito. O que te trás aqui? – ele perguntou, finalmente notando o vestuário da morena. – Assuntos de monitoria, certamente não são! – completou também sorrindo.

- Apenas queria agradecer pelo que fez por mim... Sabe, o caso das vassouras. – ela disse se aproximando.

Hermione usava uma saia curta e justa que delineava bem suas coxas, uma blusa de alça que deixava exposta a barriga, de uma maneira sexy. Os cabelos soltos e desarrumados lhe davam um ar sensual, enquanto uma longa bota de couro negro completava o visual.

- Ah, sim... Não precisa agradecer, você já devia saber que eu fiz o mínimo que podia, afinal, eu te coloquei naquela enrascada.

- Era a reação que esperaria de qualquer um, menos de Draco Malfoy. – ela disse, agora mordendo o lábio inferior.

- Pra você ver como não sou o monstro que pareço. – ele disse, olhando-a de cima a baixo, enquanto relaxava os músculos, baixando a defesa e deixando-se seduzir por ela.

- Realmente não é. – ela disse, se aproximando mais e começando um carinho distraído nos cabelos loiros do rapaz. - Aliás... É bem bonitinho. – completou em um sussurro.

- Nunca imaginei que tivesse essa opinião sobre mim. – ele disse atônito; seus lábios rentes ao dela.

- O que você acha de... – ela se aproximou mais e a distância entre os lábios ficou em menos de um centímetro, mas quando ele fez menção de se aproximar ela se afastou bruscamente, voltando a falar com a voz em tom normal, enquanto contemplava a expressão claramente frustrada do loiro. – darmos uma voltinha pelo castelo.

Malfoy suspirou, passando as mãos no cabelo.

- Pode ser... Aonde? – perguntou, claramente ansioso.

- Que tal nos jardins? – ela cogitou.

- Ótimo, deixe-me só fechar o...

- Ora, Draco, se quiser é agora, senão tchau. – disse indo em direção a porta da sala.

- Espere! – exclamou o sonserino, correndo até ela e abrindo a porta para a morena. – Vamos, já terminei tudo por aqui.

Hermione apenas sorriu e deixou o lugar, sentindo uma rápida deslocação de ar ao seu lado, antes de deixar o lugar e seguir com Malfoy aos jardins.

Um rápido minuto de silêncio se passou naquela sala, antes que um suspiro profundo ecoasse pelo lugar.

- Nossa, a Mi foi rápida. – espantou-se Alyne, saindo de baixo da capa de invisibilidade.

Sem demora, começou a vasculhar a sala de monitoria de Malfoy, procurando por qualquer pista que ajudasse nos propósitos de Hermione, qualquer prova que Malfoy tivesse contra a pessoa que a amiga dizia ter certeza em saber quem era.

Começou pelas gavetas da escrivaninha, onde acreditou que Malfoy guardasse as coisas mais importantes, mas estava errada, as únicas coisas que havia ali eram todas da parte de monitoria.

Nunca pensei que Malfoy realmente cumprisse as tarefas de monitor-chefe”, ela pensou.

Tentando afastar os pensamentos mais idiotas da cabeça, passou para um armário, logo ao lado da escrivaninha, recostado a parede.

Lá tinha, muito provavelmente, três vezes a quantidade de papéis que havia na escrivaninha. Ela ficou muito tempo procurando e revisando cada um dos papéis, mas depois de olhar um por um, notou o quanto perdera tempo útil ali.

Eram apenas os registros de detenção que Malfoy dera aos alunos.

Realmente, muitas detenções”.

Quando, sem mais saber onde procurar, ia deixar a sala, até que avistou em um canto escuro, atrás de um sofá verde-escuro, um malão. Ao se aproximar do objeto, que parecia mais escondido do que guardado, notou finalmente que aquele era o malão de Malfoy.

Por um minuto, apenas se perguntou o porquê de Malfoy deixar o malão ali ao invéz de deixá-lo no dormitório sonserino, mas não se prendeu a esse pensamento, apenas abriu o mesmo e começou a procurar.

Ela não sabia ao certo “o quê” procurar, mas supôs que, se estivesse ali, não estaria difícil de achar, afinal, porque o rapaz iria querer proteger tanto a pessoa que atacara os alunos para incriminar Hermione.

Não foi preciso mais do que cinco minutos para que ela, em baixo de muitas roupas e uniformes sonserinos, achasse o que acreditou que pudesse ser as provas que Hermione procurava.

Nervosa e apressada, ela se pôs a examinar tudo aquilo, querendo saber se era realmente o que procurava e ficando cada vez mais horrorizada.

Será que era, realmente, aquilo que Hermione esperava que ela encontrasse? Aquelas cartas não eram só provas de quem havia atacado os alunos, mas também explicavam como e porque.

Cada vez que examinava as provas, Alyne também se impressionava com a inteligência de Hermione... Sabia que a amiga era extremamente inteligente, mas ligar os fatos como ela achava que Mione ligara, era uma coisa praticamente impossível.

Antes que notasse, Alyne já havia levado a mão até a boca, tampando-a, talvez para conter o grito de horror que ela queria dar ou, talvez, apenas um reflexo por estar tão horrorizada quanto estava.

O aluno que tinha feito aquilo não queria somente incriminar Hermione, aquela pessoa queria causar intrigas, queria confundir, queria ludibriar ao máximo de pessoas que pudesse.

- A briga. – disse em um sussurro, vendo, finalmente, todas as peças daquele quebra-cabeça, se unirem em sua cabeça. – A briga do Harry e da Mi, foi tudo planejado!

Quando seus olhos terminaram de percorrer a ultima prova, tudo de tornou claro como se uma luz se acendesse de repente em sua cabeça.

Todos os porquês estavam ali, até mesmo o porquê daquela pessoa querer culpar Hermione, separa-la de Harry e deixa-la completamente sozinha, desarmada.

Claro”, pensou Alyne, “A palavra era a arma mais forte da Hermione, se ninguém acreditasse na palavra dela, ela estaria completamente desarmada”.

Ainda sentindo-se presa no pior pesadelo de sua vida, a corvinal pegou tudo aquilo e fechou o malão de Malfoy. Depois, sem demorar, se cobriu com a capa da invisibilidade e se pôs dali para fora.

Precisava encontrar Hermione... E precisava ser rápida.



***



Depois de deixar Malfoy no salão principal com a desculpa que iria se arrumar melhor para o jantar, Hermione subiu correndo até o corredor mais escondido possível.

Ainda teria que contar a Harry toda aquela história de gravidez, o que com certeza não seria fácil, ainda mais agora, que ela já se encontrava de sete meses.

Ela não demorou a parar em frente a uma parede qualquer e imaginar a sala com a decoração idêntica a do seu quarto. Uma porta se materializou diante de si e ela entrou, encontrando Harry sentando na copia idêntica da sua cama, admirando uma foto que tirara com ela, Rony, Gina e Luna no ultimo passeio a Hogsmead.

O moreno rapidamente recolocou a foto em cima da cômoda.

- Oi... – respondeu, claramente constrangido.

- Oi... – ela cumprimentou, indo até a cama e sentando-se ao lado do rapaz.

- Eu... Eu estava só olhando. – respondeu temeroso, rezando para que ela não se zangasse.

Hermione fez o contrário, abriu um lindo sorriso no rosto, enquanto pegava a foto e a contemplava da mesma maneira que o moreno fizera.

- Com tudo que tem acontecido, parece que isso foi há anos, enquanto foi há uns meses atrás. – ela disse em tom sonhador.

- Foi no ano passado. – ele ponderou.

- Foi. – ela disse de maneira vaga, ainda admirando a foto. – Mas você terá de convir comigo que não parece que já estamos a menos de dois meses das férias.

- Eu concordo... Parece que foi ontem que completei dezesseis anos... Acho que os últimos acontecimentos... Essa guerra... São coisas que têm afetado a gente de uma tal maneira que não vemos o tempo passar.

Dezesseis anos”, ela pensou. No mês em que Harry atingiria a maioridade era o mesmo mês em que completaria nove meses, era a primeira vez que Hermione se dava conta daquilo.

Lágrimas se formaram involuntariamente nos seus olhos.

- Está tudo bem? – ele perguntou.

- Nada está bem, Harry. – ela disse, tinha um sorriso triste e sonhador no rosto. – A guerra não tem somente nos atingido, tem atingido a todos... Porque você acha que ninguém se deu conta da falta do baile de primavera? Era pra ser em abril, mês passado.

Os olhos do garoto se arregalaram, a verdade era que nem ele havia se lembrado do tal baile.

- É verdade! – exclamou, mais para si mesmo que para Mione. – Porque será que não aconteceu?

Hermione se fez a mesma pergunta mentalmente. Ela achava saber a resposta para aquela pergunta... A resposta deveria ser ela mesma... Dumbledore devia ter cancelado o baile de deixado todos se esquecer dele por causa da lenda. Isso confundiu ainda mais Hermione, afinal, os desastres naturais já haviam começado, a cada dia uma nova tragédia era publicada, será que Dumbledore não havia se dado conta que os seis meses já haviam passado?

- Acho que depois de tudo, Dumbledore não queria correr o risco de colocar os alunos em perigo. – ela mentiu. – Afinal, cada vez tem mais pessoas desaparecendo e isso deve ser obra de Voldemort. Pra ele, um baile seria ótimo... Imagine só, um monte de crianças e adolescentes juntos em um salão enorme, seria um prato cheio para ele.

- Hum...

Novamente o silêncio se apossou do quarto, mas Hermione não demorou a cair em si e colocar a foto de volta na cômoda, sem desgrudar os olhos dela.

- Harry. – ela disse sem desviar o olhar da foto. – Você lembra da nossa primeira vez?

Ele, que estava disperso, voltou o olhar para ela, sorriu, e depois começou a encarar a foto da mesma forma que a morena.

- Não conseguiria tirar os nossos momentos juntos da minha cabeça nem que tentasse. – ele lhe respondeu, sorrindo.

- Então... Depois da primeira vez, a gente não se importou em repetir a doze, não é? – ela disse corada, mais afirmando do que perguntando.

- Realmente não. – ele disse, sorrindo abertamente.

- Então, a gente descuidou muito... – ela comentou em tom brando. – E depois brigamos e não nos falamos mais.

- É...

- Então, depois de umas semanas, embora você não saiba, eu passei muito mal... Tive enjôos, tonturas...

- Você esteve doente? – ele perguntou, desviando um olhar preocupado para ela. Sentia-se, novamente, um cretino.

- Digamos que eu não possa comparar o que tive com uma doença já que doença é uma coisa ruim demais. – ela disse, retribuindo o olhar e acalmando-o com um sorriso.

- Então, o que foi?

- Harry, digamos que essa “doença” implicou no atraso da minha menstruação. – ela disse nervosa.

Mal a última palavra fora pronunciada, os olhos do rapaz já estavam quase sentando para fora do rosto.

Ainda computava todas aquelas palavras, sem saber se queria ou não ter chegado aonde a menina queria que ele chegasse.

Sentiu seu corpo suar frio, enquanto um frio gostoso lhe subia pela espinha. Sentiu-se com medo, aterrorizado e assustado, mas o que se manifestou na sua expressão foi um sorriso.

- V-você está... Está gr-gráv – ele disse gaguejante.

- Grávida. – ela completou, assentindo. – Eu to grávida daquela noite, Harry... De um filho, um filho seu...

- M-mas isso é impossível, você deveria estar enorme! – ele exclamou, olhando diretamente para a barriga dela.

Hermione, preocupada com a reação dele, puxou lentamente a mão do rapaz, até encostá-la na sua barriga.

Retirou a varinha do bolso e sussurrou “revelis”, vendo em seguida, uma luz rosa contornar seu corpo.

Enquanto aquela luz pairava em torno do corpo da menina, Harry pôde sentir algo repelir sua mão da barriga da garota, como se a mesma crescesse. Somente pode ver o quão real era aquela sensação, quando a luz se dissipou, revelando a enorme barriga de Hermione.

- Você está mesmo grávida. – ele concluiu. – De... De quantos meses?

- Sete – ela respondeu, arriscando um pequeno sorriso. – Deve nascer em julho... Mesmo mês que o pai...

- Eu... Eu vou ter um filho. – ele dizia sorrindo tontamente. – Eu vou ser pai!

Retirou rapidamente a mão da barriga da morena, com um sorriso confuso no rosto. Logo depois, voltou a colocar a mão lá, alisando com carinho a enorme barriga de Hermione.

- Vai ser pai, sim... – ela disse.

O garoto não conseguiu prestar atenção no que ela dizia, estava muito entretido com a idéia de que ali dentro estava crescendo seu filho.

Tanto estava distraído, que se assustou quando sentiu o bebê se mexer dentro do ventre da morena.

- O bebê... Ele se mexeu. – disse abobado, ainda fascinado com a idéia de ser pai.

- É... Ele costuma se mexer bastante. – ela comentou sorrindo.

Harry, contudo, não compartilhou daquele sorriso, já que aquelas palavras o fizeram perceber – ou talvez se dar conta pela primeira vez – que não acompanhara o desenvolvimento daquela criança. Ela existia há sete meses e ele acabara de descobrir isso.

Logo, voltou um olhar irritado a Hermione.

- Porque você não me contou? – perguntou indignado. – Eu tinha direito de saber Hermione, tinha direito de saber dessa gravidez desde os primeiros meses.

O sorriso da morena também desapareceu, fazendo seus olhos voltarem a se enxerem de lágrimas.

- Como você queria que eu te contasse? Nós estávamos brigados... Eu sei que você tinha o direito de saber, mas eu não conseguia te encarar, Harry.

- Isso não interessa. – ele disse ríspido, elevando a voz. – Eu tinha o direito de acompanhar essa gravidez por inteiro... Você não fez esse filho sozinha!

- E como você queria que eu te contasse? – ela perguntou com a voz falha, em um tom suplicante. – Harry, eu não conseguia olhar pra você sem lembrar das suas palavras... Você não sabe o quanto elas me machucaram, o quanto você fez eu me sentir pisada!

Harry suspirou, admitindo a si mesmo a razão dela. Essa acusação o atingiu como o sonoro tapa que recebera no dia da briga. Ele não conseguiu manter a expressão severa no rosto.

Ela tentou argumentar mais, mas sentia uma antiga ferida abrir dentro de si, roubando-lhe a voz.

Sem saber se aquilo era uma briga ou uma reconciliação, ela pousou a cabeça no ombro dele, chorando compulsivamente.

O rapaz, sentindo-se novamente arrependido, como se sentira nas últimas semanas, fez um carinho nela, levantando seu rosto.

Os dois já não pensavam, ambas as cabeças latejavam sem um pingo de consciência.

Os rostos se aproximaram mecanicamente, as respirações tornaram-se ofegantes e os corações aceleraram.

Quando os lábios finalmente se tocaram, um choque percorreu ambos os corpos, só então os deixando perceber a falta que aquele gesto havia feito.

Vendo que Hermione não resistiu aquele primeiro toque, Harry investiu no beijo, tornando-o mais urgente, querendo sentir o gosto dos lábios dela, que há tanto tempo não sentia.

De repente, a sala que antes estava fria pareceu um verdadeiro forno, sem que os dois jovens se percebessem deitados naquela cama, um sobre o outro, separados somente pelo enorme ventre de Hermione.

Talvez, se ele não estivesse tão grande como já estava, os dois já estivessem sem roupas, saciando a necessidade que um fazia ao outro, mas aparentemente, a criança ali dentro pareceu não gostar da idéia.

Hermione sorriu em meio aquela confusão de lábios, empurrando Harry com força e se pondo novamente sentada na cama.

- O que foi? – ele perguntou ofegante.

- Aparentemente, alguém não gostou muito das suas intenções para comigo. – ela brincou, alisando a barriga. – Ele... Ou ela... Chutou bem forte!

Harry, primeiramente, respondeu com um sorriso, mas lembrar-se do bebê o fez lembrar da discussão que a pouco tinha com ela.

O rapaz, ainda que reconhecendo a injustiça feita contra ela, não conseguia deixar de pensar no segredo que ela mantivera tanto tempo como uma outra injustiça e Hermione pareceu perceber isso.

- Eu acho que precisamos pensar. – disseram ao mesmo tempo, rindo de si mesmos em seguida.

- A gente...

Um barulho grave ecoou, não só pelo lugar, mas pelo castelo inteiro, enquanto tudo ali começou a tremer.

A lenda”, pensou Hermione, tentando se levantar, mas sendo derrubada novamente na cama após se desequilibrar pelo tremor do chão.

Durante cerca de cinco minutos, todos os objetos balançaram, alguns chegaram a cair de onde estavam, se espatifando no chão.

Quando o barulho passou e o quarto parou de tremer, bem como o resto do lugar, os dois se entreolharam assustados.

A lenda era algo que, se Harry não estava aceitando a mentira da gravidez, ela não podia contar.

- Isso... Deve ter sido...

O que Hermione pretendia dizer, Harry não chegou a descobrir já que um forte estampido a interrompeu, enquanto a porta se escancarava.

- Hermione, eu... – Alyne se assustou ao ver Harry ali e por um momento, sair dali parecia ser uma ótima idéia, mas sentiu as provas que achara no malão de Malfoy pesarem no seu bolso, trazendo-a de volta a realidade. – Desculpa entrar assim. – disse, fechando a porta e indo até os dois, apressada; não era a reação que ambos esperavam. – E, acreditem, a minha maior vontade era sair daqui e deixar vocês dois incendiarem essa sala por completo, mas isso é uma emergência.

- Por quê? – questionou Hermione, levantando-se da cama e usando novamente o encantamento de “Effacir” para depois caminhar calmamente até a amiga.

- Porque o que eu achei lá – disse com certa ênfase. – É muito mais do que o que você queria que eu encontrasse!

- Do que estão falando? – perguntou um Harry confuso, esquecendo-se completamente do assunto discutido anteriormente e indo até o centro da sala, onde as duas conversavam.

- Dê uma olhada nisso, Mi. – disse Alyne, entregando uma das coisas que encontrara no malão de Malfoy à Hermione, sem dar atenção à Harry.

Hermione examinou cuidadosamente aquilo.

- Ei, dá pra vocês me explicarem o que esta acontecendo? – Harry tornou a protestar, agora se postando ao lado de Hermione, tentando ver o que ela tanto olhava.

Hermione não conseguia responder, seus batimentos cardíacos aceleravam rapidamente enquanto mantinha os olhos no objeto que estava em suas mãos, agora trêmulas.

Depois de correr os olhos rapidamente pelo objeto que ela tinha nas mãos, Harry não pode deixar de lançar um olhar desconfiado a Hermione, como se perguntasse se aquilo era realmente o que ele pensava que era.

- O povo ainda está jantando? – ela perguntou, depois de responder o olhar dele apenas afirmando com a cabeça e entregar o objeto em suas mão.

- Sim, eu passei por lá... Ainda estão todos lá em baixo, ou, pelo menos, a maioria de Hogwarts. – respondeu a menina.

- Então vamos pra lá, rápido. – disse, correndo para fora da sala, logo atrás de Alyne, mas parando ao ver que Harry ainda encarava aquilo surpreso.

Hermione voltou até o garoto e o puxou pela mão, quase o derrubando, mas o forçando a correr com ela.

- Vamos logo, Harry, não sei se você notou, mas é meio urgente. – disse impaciente, correndo de mãos dadas com o rapaz.





N/A -> bom, dessa vez vão todos os recados em uma só N/A. Em primeiro lugar, desculpem pela demora mais uma vez, mas vocês já até sabem o motivo. Segundo, espero realmente que vocês tenham gostados desse capítulo, porque depois dele a fic vai tomar um rumo deferente do que ta agora, é agora que as grandes coisas começam a acontecer. Eu gosto muito dele, espero que vocês também tenham gostado. Outra coisa, eu postei uma pequena song-fic que eu tinha no PC há algum tempo, já que não dá pra dar 2 caps da fic pelo atraso, vai a song-fic mesmo, blz? Espero que vocês curtam ela. ~~~~ http://www.floreioseborroes.com.br/menufic.php?id=13989 ~~~~ Bom, fico por aqui... Comentem e votem bastante, por favor. Te + ~~ lucaas.

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