No Beco Diagonal



1.02 - No Beco Diagonal


A garota abriu mais o sorriso achando graça da reação dele.

– Eu mesma – Disse sorrindo.

– Er... Oi, como, como você esta? – Disse nervoso

O sorriso dela diminuiu drasticamente, o que o fez se arrepender, de imediato, do que havia dito. Perguntava-se como pudera ser tão burro, seus pais haviam sido assassinados cerca de 5 dias atrás ,e ele, quando ela finalmente abria um sorriso, perguntava como ela estava.

– Bom, levando em consideração os últimos acontecimentos, ótima eu diria.

Ela agora descia a escada lentamente.

Para Harry, aquilo parecia uma cena de filme em câmera lenta, o tipo de cena que sempre tem também um fundo musical destacando sua importância.

Quando já estava no andar de baixo foi em direção ao garoto e se sentou no sofá direcionando seu olhar para os próprios pés.

– Não imaginei que a Luna tivesse conseguido te convencer a se produzir toda. – disse tentando consertar o erro.

– Nem eu. – concordou sorrindo e dirigindo o olhar ao garoto – Ela realmente não pareceu uma garota normal quando me propôs sair e me arrumar toda, mas tinha razão, é muito bom e ajuda a esquecer os problemas.

– O que vocês fizeram de bom?

– Bom, ela me deu praticamente um guarda-roupa novo e me levou em cabeleireiros muito bons – explicou – Ela é uma amiga e tanto.

– Deu pra notar. – Disse vagamente.

– Como?

– Digo, bem, você está realmente muito bonita.

Ambos coraram violentamente e desviaram os olhares para os outros objetos da sala. Depois de voltar a sua cor normal, Hermione se virou novamente para o garoto e encarou-o.

– Mas me diz. – Faz uma pausa para escolher bem as palavras, sabendo que o assunto que iria tocar era muito delicado – E você, como se sente, com, o Sirius?

– Bem também. – Respondeu simplesmente – Acho que com o tempo vira uma saudade gostosa.

Agora era ele quem sorria. Aquela troca de sorrisos, embora fossem pequenos e com vestígios de tristeza, faziam ambos se sentirem bem. Hermione se sentia tonta e confortável com o melhor amigo ali, ao seu lado.

– Acho que no momento a gente se consola junto, não é? – Disse não conseguindo segurar as lagrimas.

O garoto a olhou e a abraçou. O perfume da garota o embriagava e encantava ao mesmo tempo. Ele se perguntava o que diabos estaria acontecendo com ele, nunca havia sentido algo assim com a Cho, nunca alguém havia o deixado daquela maneira.

Hermione chorou o maximo que pôde. Ela se sentia extremamente bem, com a cabeça depositada no ombro do amigo.

Eles se afastaram e ela agradeceu com o olhar. Estavam muito próximos, olhando um para o outro, diretamente nos olhos.

– Podemos passar por isso juntos, temos o mesmo problema. – ela disse parecendo ler a mente do amigo apenas pelo olhar, se levantou em seguida e enxugou as lágrimas que teimava em escorrer pela face.

– Tem janta. – Disse indo em direção a cozinha – Vem, vamos comer, você deve estar faminto.

O garoto se levantou do sofá ainda confuso com a proximidade e com o abraço que dera na amiga, e a seguiu para a cozinha. Ao chegar lá, observou como o local parecia não ter mudado nem um pouco, e ao chegar mais perto da mesa, pôde notar um grande caldeirão de sopa.

Vamos ver se eu adivinho... – disse levando a mão ao queixo e fingindo pensar. Ela virou-se para ele e o olhou, ele fez cara de esclarecimento e continuou animadamente – a Sra. Weasley que mandou certo?

Sim. – Disse abrindo um sorriso discreto – Você precisa ver como estou sendo mimada.

Ela se dirigiu ao armário onde pegou dois pratos e depois foi até a gaveta onde estava a concha. Voltou à mesa ao lado do garoto e serviu a sopa.

Eles se sentaram um de frente pro outro e começaram a comer em silencio.

– Er, é, você esta muito bonita. – Disse corado quebrando o silêncio.

– Brigada. – Respondeu sorrindo – Tudo graças a Luna.

– Mione?

– Sim? – perguntou dirigindo o olhar ao garoto, ao entender o que ele queria dizer ela apenas se calou esperando.

– Promete que não vai chorar nem ficar magoada com o que vou falar?

– Harry, se é sobre meus pais, pode falar. – disse com um meio sorriso.

Harry naquele momento descobriu que Hermione não era uma garota como todas as outras, aliás, sempre soube que não era, mas naquele momento notou que, além de inteligente, ela era muito determinada também.

– Só queria saber como aconteceu. – Pediu a olhando sério.

– Bom, foi algo chocante pra mim. – disse serena – Eu tinha saído, ido em umas lojinhas que têm perto de casa, quando voltei vi um alvoroço na frente da minha casa, e me amassando no amontoado de pessoas, eu consegui chegar na frente do portão, bem, digamos que já não era mais uma casa exatamente, estava tudo destruído, tudo em ruínas. Quando eu cheguei mais perto pude ver o que tinha acontecido, uns vizinhos me levaram pro hospital e de lá eu mandei uma carta pro Dumbledore e ele tomou todas as providencias possíveis e necessárias, como apagar a memória de todos e fazer um velório discreto.

– Por que não me chamou? – perguntou indignado.

– Achei que não quisesse falar com ninguém.

– Obrigado por se preocupar, mas eu realmente queria ter estado com você, assim como você sempre esteve comigo nos meus momentos mais difíceis – Disse gentil.

A garota apenas sorriu e continuou jantando.

– Sabe. – Disse depois de terminar de jantar – Tem uma coisa, entretanto, que está me incomodando.

O garoto que acabava de comer agora a olhava com ar de duvida.

– O que?

– Bom, sabe Harry, você não acha estranho os comensais terem, bem, ido embora depois do que fizeram?

– Não entendi – Disse confuso.

– Harry, acorda, por que eles não ficaram pra me matar? – Disse como se fosse óbvio – Por que foram embora antes que eu chegasse?

– Talvez pra não chamar atenção – arriscou.

– São comensais, você acha que se preocupariam com isso?

– Tem razão. – respondeu pensativo

Hermione se levantou sem dizer nada, pegou os prato e os levou até a pia, depois olhou para o relógio no pulso e viu que já passavam das 11.

– Harry, melhor irmos dormir, não?

– Que horas são?

– Já passa das 11.

– Vamos.

Os dois subiram a bagagem de Harry para o quarto que dividira com Rony no ano anterior. Hermione saiu e ficou parada em frente ao quarto que estava dormindo, Harry foi até a porta do seu quarto também.

– Boa noite. – disse bocejando – Bons sonhos.

Nesse momento o garoto se lembrou do sonho que tivera, mas decidiu que contaria em outra oportunidade.

– Boa noite.

Hermione entrou em seu quarto e fechou a porta, minutos depois a abriu novamente deixando-a entreaberta e foi se deitar. Harry fez o mesmo e adormeceu em meio a pensamentos sobre o fato que Hermione citara como estranho, achando o mesmo.




No outro dia Harry acordou ansioso para contar seu sonho pra Hermione. Levantou-se, se trocou rapidamente e saiu do quarto.

Fazia alguns dias que estava lá, e, tanto ele quanto Hermione pareciam ter superado a morte dos entes queridos.

Ao ver que a porta do quarto de Hermione estava aberta, ele se aproximou e a única coisa que viu foi a cama toda arrumada. Supondo que ela já tivesse descido foi procurá-la no andar de baixo.

Na sala não havia ninguém, mas ao chegar à cozinha a viu já trocada e arrumando a mesa para o café da manhã.

– Bom dia! – ele disse sorrindo – Está melhor?

– Muito, afinal, mais cedo ou mais tarde ia ter que superar aquilo, não é? – Disse sorrindo.

– Você preparou tudo isso? – perguntou espantado, olhando a mesa farta.

– Isso se chama instinto de sobrevivência – brincou.

– Adquiriu isso em 10 dias?

– É a necessidade, não é?

– Bom, só tenho uma coisa a dizer. – disse tentando parecer sério – Se o café da manhã é assim, imagina o almoço.

Ela respondeu com um sorriso e se sentou seguida por ele. Eles comeram discutindo sobre coisas banais e depois de terminarem o café e lavarem a louça, foram até a sala onde sem assunto ficaram calados por um bom tempo.

– Hermione, – chamou-a quebrando o silêncio que a pouco invadira a sala.

– Sim. – respondeu vagamente abrindo um livro grosso que estava na mesa de centro desde a noite anterior.

– Eu tive um sonho.

– Eu sei, Dumbledore me contou, não disse nada sobre como foi, eu também achei que contaria quando fosse a hora. – informou-o sem desviar o olhar do livro.

– Eu queria te contar. – disse se irritando com a atitude da amiga.

Ela finalmente fechou o livro e o deixou onde estava há poucos minutos, depois olhou Harry com um olhar apreensivo.

– Conte então, estou ouvindo.

Ele descreveu o sonho assim como descrevera dias atrás para Dumbledore.

– Estranho. – comentou – Muito estranho.

– Tem idéia do que pode ser?

– Bom, se Dumbledore afirmou que não tem nada a ver com Voldemort, então, com certeza não tem.

– É.

– Você esta preocupado? Acha que Dumbledore possa estar enganado?

– Não, muito pelo contrario, o fato dele ter me dito isso me tranqüiliza.

– Hum – Ela pegou o livro sobre a mesa e o abriu novamente – Vamos terminar os deveres de férias, e, amanhã, podemos ir ao Beco Diagonal.

– Já terminei. – disse desanimado por não ter nada pra fazer.

Ela o olhou como se fosse uma criatura de outro mundo.

– Bom, o que você acha que me distraiu nos Dursley? – disse entendendo que a amiga achara estanho o fato de estar em dia com os deveres, que os professores haviam passado para fazerem durantes as férias

– Ótimo. – disse voltando o olhar ao livro, satisfeita com o que tinha ouvido – Nesse caso suba e mande uma carta a Dumbledore, avisando que sairemos amanhã.

– Ok.

Harry subiu pro quarto e escreveu uma carta assim como Hermione mandou, amarrou-a na perna de Edwiges e soltou a coruja pela janela. Desceu depois de ver a coruja desaparecer no céu, desceu e viu a amiga lendo um livro, ajoelhada a frente da mesinha de centro da sala, e fazendo algumas anotações num extenso pergaminho.

– Falta muito? – perguntou se aproximando e sentando no sofá atrás dela.

– Sim, – disse desanimada – Mas vou fazer o almoço, até porque, vou provavelmente passar o dia inteiro fazendo isso.

– Quer ajuda? – perguntou enquanto ela se levantava e ia em direção a cozinha.

– Ta brincando, homem na cozinha só atrapalha, – disse sorrindo porém seguindo sem parar.

Em poucas horas um almoço tão farto quanto o café da manhã estava à mesa.

Eles almoçaram e passaram o resto do dia jogando conversa fora enquanto Hermione terminava os deveres.

Eles terminaram a noite por ir dormir sem ao menos jantar. Parecia que finalmente eles haviam superado de vez as mortes recentes, e, agora só restara uma saudade gostosa que faziam felizes lembranças serem recordadas ao pensarem nos parentes.


Harry, felizmente, acordou aquele dia com Edwiges na janela, ela trazia a resposta de Dumbledore em relação a irem ao Beco Diagonal.

Ele rapidamente pegou a carta e a abriu.

Harry,

Se você e a Srta Granger realmente quiserem ir ao Beco Diagonal, podem ir, mas gostaria de adverti-lo quanto ao envio de informações por cartas, você sabe que elas podem ser interceptadas por Voldemort.

Não faça mais isso.

Mando junto sua lista de material adiantada e seus N.O.M.s, parabéns.


Alvo Dumbledore

Harry guardou a lista de material no bolso da calça que usaria para sair e em seguida pegou seus N.O.M.S, porem, não ficou surpreso com o que viu, fora melhor do que imaginara, mas mesmo assim nada muito bom.

Sr. Harry James Potter,

Aqui estão os resultados dos N.O.M.S por você prestado no último ano letivo:


Herbologia = Ótimo

Defesa Contra as Artes das Trevas = Excelente

Historia da Magia = Deplorável

Trato de Criaturas Mágicas = Excelente

Feitiços = Excelente

Poções = Excede Expectativas

Adivinhação = Deplorável

Parabéns,

Profª. Mineral

PS: Aproveito para informar também que como diretora da casa Grifinória lhe concedo o direito de voltar a ser apanhador do time de quadribol da mesma, e o nomeio, também, o novo capitão do time.


Harry, esbanjando alegria, se trocou rapidamente para contar as novidades para Hermione, porém enquanto o fazia ouviu um grito vindo do quarto da amiga e foi correndo ver o que acontecia.

Chegando lá ele se deparou com uma Hermione totalmente alegre e produzida. Ao vê-lo ali a garota foi correndo ao seu encontro e o abraçou.

Quando se soltaram, o entregou uma carta e um pequeno broche.

– Leia. – Disse com um sorriso que ia de orelha a orelha.

Ele olhou a carta e ficou impressionado com o que via, sabia que a amiga era inteligente mas os N.O.M.s eram difíceis e não achou que nem mesmo ela fosse tirar nota máxima em todas as disciplinas.

Srta. Hermione Jane Granger,

Aqui estão os resultados dos N.O.M.s por você prestado no último ano letivo.


Herbologia = Excelente

Defesa Contra as Artes das Trevas = Excelente

Historia da Magia = Excelente

Trato de Criaturas Mágicas = Excelente

Feitiços = Excelente

Poções = Excelente

Aritmancia = Excelente

Runas Antigas = Excelente

Parabéns,

Profª. Mineral

PS: Mando junto seu novo distintivo, a Srta. Acaba de ser promovida a Monitora-Chefe da casa da Grifinória. Encontre seus colegas de monitoria no vagão dos monitores no dia do regresso a Hogwarts.


– Muito bom. – disse dobrando a carta e devolvendo a ela.

– Muito bom não, muito ótimo, maravilhoso... – falou ela abraçando-o.

– É, mais não precisa soltar rojões.

– Isso é ótimo, você apanhador e capitão do time da grifinória e eu monitora-chefe.

– Muito ótimo – dando ênfase nas palavras da garota – Bom, vamos descer?

– Vamos, mas, nós vamos poder ir? – perguntou indicando uma terceira carta.

– Sim, quer ver?

– Não, não. – foi em direção à cama, pegou um pequeno envelope, depois voltou, pegou na mão do garoto e o puxou para fora do quarto – Vamos, quero aproveitar o maximo possível.

Ta, tudo bem. – assentiu constrangido.

Eles desceram as escadas e pararam na frente da lareira. Ela pegou um pote em cima da mesa, abriu e retirou com as mãos um pó.

Pó de Flú, Beco Diagonal – disse indicando o pote.

Ele pegou também um punhado de pó e foi em direção a lareira, mas parou de lado e estendeu a mão à amiga.

– As damas primeiro.

A expressão de duvida no rosto de Hermione mudou para uma expressão de felicidade. Vermelha ela pousou sua mão em cima da dele e entrou na lareira.

– Beco Diagonal – falou em alto e bom som, jogando o pó que estava em suas mãos contra o chão.

Chamas verdes esmeraldas se levantaram sobre seu corpo, e em alguns segundos estava postada na lareira do bar que dava a entrada ao Beco.

Ela saiu da lareira e ficou observando mais chamas levantando e se apagando em seguida deixando Harry no lugar em que estava antes.

Ela pegou a mão dele e seguiu sob os olhares curiosos, até uma parede que se abriu após Hermione tocar de leve alguns de seus tijolos com a varinha.

– Bom, vamos ao Gringotes primeiro. – determinou ela – Meus pais sempre me deram dinheiro pros matérias, agora, bem, Dumbledore me disse que se entregasse esse envelope lá e eu ganharia um cofre, ou algo assim. – completou antes que ele perguntasse qualquer coisa.

– Ta, mas olha Hermione, se você precisar, digo, se o problema for dinheiro eu te empresto.¬ – disse gentilmente.

– Obrigada, mas não precisa. – agradeceu sorrindo – Dumbledore disse que basta entregar isso lá no gringotes e ta tudo resolvido.

– Vamos então.

Eles seguiram até o banco no final da rua. Ao entrarem foram no caixa mais próximo. Harry entregou sua chave ao duende e Hermione o envelope, eles seguiram até o cofre de Harry.

– Bom, este é seu cofre Sr. Potter – Disse o duende abrindo o cofre de Harry e lhe dando a chave – Quanto a você, poderá escolher seu cofre entre um dos que estão desocupados.

Hermione assentiu com a cabeça e ficou observando o local enquanto Harry pegava o dinheiro. Ao olhar para o cofre ao lado notou que este estava aberto, escancarado.

– Por que aquele cofre esta aberto? – perguntou ao duende.

– Esta sendo preparado á uma cliente especial – respondeu sem dar muita atenção a garota.

– Quem?

– Srta. Hermione Jane Granger.

– Mas, Eu sou Hermione Jane Granger, não leu no papel? – exclamou perplexa.

– Srta. Granger?

– Sim.

O duende olhou novamente o envelope e parecendo não acreditar no que via disse.

– Vamos então, esse cofre será seu.

Hermione foi até a entrada do cofre de Harry e avisou que iria com o duende resolver a questão do envelope, depois seguiu até o cofre ao lado.

– Pronto – Disse um outro duende ao que guiava Harry e Hermione, que se virou para ela e disse que já poderia conhecer o que havia ganhado.

Ela entrou no cofre e viu uma montanha de moedas de ouro, prata e bronze quase duas vezes maior da que havia no cofre do amigo, num outro canto havia um monte de objetos estranho os quais ela não deu muita importância. O cofre era com certeza duas vezes maior que o de Harry o que a deixou impressionada.

Ela se sentou diante de alguns livros que havia ali, e pegou um que estava a sua frente.

– “ Lendas e Mitos Sagrados “, interessante – Disse a voz de Harry atrás dela.

Já pegou o dinheiro? É só pegar e ir embora?

Já sim. – respondeu pegando um saco de pano que estava pendurado na parede. – Coloque o que quer aqui e dê ao duende, ele vai apenas ver o que você pegou e registrar em um pergaminho, depois vai te devolver melhor embrulhado e, provavelmente te dar sua nova chave.

Pega pra mim o quanto você pega pra você todo ano. – pediu enquanto colocava alguns livros que estavam naquele canto – Eu não sei exatamente quanto que se gasta.

– Ok.

Ele colocou algumas moedas no saco, ajudou a amarrá-lo e por fim entregou ao duende junto ao seu saco e sua chave.

Quando estavam novamente no caixa, o duende devolveu o dinheiro melhor embrulhado e organizado, em algo que lembrava vagamente uma carteira, e a chave a Harry e depois deu a Hermione uma chave, com aspecto muito envelhecido e transparente parecendo ser de cristal, junto com o dinheiro e os livros bem embrulhados.

– Aonde vamos agora? – Ela perguntou ao saírem do banco.

– Não sei, mas, mudando se assunto, de quem ganhou aquele cofre enorme? Você nunca me disse que era tão rica assim.

– Não disse porque não sabia, assim como não sei quem me deu aquilo se é que eu ganhei. – disse pouco irritada – Não quero falar sobre isso agora, vamos mandar fazer nossas vestes, depois vamos almoçar, e daí podemos comprar penas e pergaminhos e por último ir até a floreios e borrões comprar os livros.

– Ta bom.

Eles foram até a loja que mandavam fazer os uniformes da escola. Harry rapidamente fez o pedido da mesma maneira e somente um número maior que as vestes do ano anterior.

– E você Srta Granger? –perguntou a costureira – quer o mesmo número do ano passado? Lembro-me muito bem poderia usar aquelas mesmas vestes, até porque são um número maior.

– Não, gostaria de experimentar 2 números menor que aquelas, e, também quero comprar as saias dessa vez.

– Venha experimentar, então.

Harry viu Hermione sumir atrás da cortina vermelha da loja. Depois de quase uma hora esperando, ele vê a garota saindo muito sorridente de traz da cortina e logo atrás dela a costureira.

– Bom, as suas Sr. Potter são o mesmo pedidos do ano passado somente um número maior e as suas Srta. Granger, 2 números menos, menos três dedos no comprimento da blusa branca e com a adição de duas saias?

– Isso mesmo – respondeu.

– Ok – A costureira fez um aceno com a varinha e duas grandes sacolas apareceram no balcão – aqui estão seus pedidos.

– Obrigada – disse Hermione pagando as suas vestes enquanto Harry pagava as dele.

Eles saíram da loja e foram a um restaurante bruxo não muito longe dali, onde fizeram seus pedidos e começaram a almoçar.

– Hermione – ele a chamou.

– Sim?

– Você nunca namorou? – perguntou corando.

– Por que essa pergunta? – ela parecia ter ouvido uma piada muito engraçada, ria freneticamente imaginando o porque daquela pergunta.

– Nada, é que, bem, você sempre sabe se eu e o Rony estamos com alguém, ainda que não tenhamos ficado com ninguém, – concluiu lembrado que o relacionamento com a Cho não pudesse ser considerado namoro – mas, nós nunca sabemos de você, não sabemos nem se você teve alguma coisa com o Krum.

– Não, não tive nada com o Krum, nem tenho e, aliás, nem pretendo ter, nada com ninguém.

– Mas como seria o seu homem perfeito ? – perguntou parecendo mais animado.

– Ah... Nunca parei pra pensar nisso.

– Então pense agora.

– Não, Harry, esquece isso – pediu irritada

– Fala vai, qual o problema?

O garoto ficou insistindo enquanto Hermione pensava no que disser. Ela juntou em sua mente todas as características que poderia querer em um namorado. Foi montando como que num quebra-cabeça, em que a pessoa pretende no final ver a imagem, ela queria ver o homem perfeito.

Quando terminou de juntar todas as características de um homem ideal ficou impressionada com a imagem que seu mente lhe mostrou, simplesmente, Harry sorrindo.

– Igual a você. – concluiu mais alto que pretendia.

O garoto a olhou com um misto de surpresa e desconfiança. Ela tinha realmente dito que o homem ideal pra ela, era igual a ele? Não, não podia ser.

– Como? – perguntou incrédulo.

– Nada, eu só... só... só estava pensando alto – respondeu quase gritando e chamando a atenção de algumas pessoas que estavam sentadas comendo.

Agora ele sentia um estranho frio na barriga. Não era engano, não havia ouvido errado, e ainda era o que ela estava pensando. Gostaria de ter continuado a conversa e ter esclarecido aquilo, mas ao ver a expressão de nervosismo no rosto dela resolveu parar por ali.

Ela parecendo ler sua mente mudou de assunto imediatamente.

– Harry, olha, desculpa por ter sido meio grossa com você quando saímos do Gringotes.

– Esquece, eu sei que talvez não queira falar sobre aquilo e, acredite, eu sei como é isso.

Eles terminaram de comer e foram comprar as penas e pergaminhos. Ao saírem da loja encontraram ninguém mais, ninguém menos que Cho Chang.

Oi, Harry, Hermione. – disse ela alegremente, como se nada houvesse acontecido com eles no ano anterior, deixando-os confusos.

– Oi. – disse Harry num tom que confundia entre tristeza e alegria.

– Oi Cho. – Hermione a cumprimentou a olhando de uma forma, que poderia ser facilmente confundida com um furioso lobisomem querendo matar sua presa sem piedade.

– Harry, eu queria muito conversar com você, – ela pediu – A SÓS –Completou parecendo querer desafiar Hermione.

– Cho eu, bem, é que...

– Vai Harry, vocês têm muita coisa pra conversar, não? Vou ver umas lojas, me encontra depois na frente da loja de artigos para quadribol, daí a gente vai comprar os livros de dar uma volta, JUNTOS. – ela interrompeu meio irritada, também perecendo rebater a provocação de Cho, dando ênfase na última frase, falando “juntos” em alto e bom som.

Hermione se afastou pensando no que ela teria pra conversar com Harry as sós, isso a irritava profundamente, sem que ela percebesse.

– Harry. – Chamou Cho. O garoto olhou pra ela e levantou as sobrancelhas – Queria me desculpar, e também resolver a nossa situação.

– Que situação? – Perguntou incrédulo e meio irritado – Caso você não se lembre, o que aconteceu Cho, eu vou refrescar sua memória...

– Não. – ela pediu antes que ele começasse a jogar na cara dela tudo que ela havia feito.

-Não quer que eu jogue na sua cara tudo que você me fez? – perguntou se controlando pra não gritar.

– Não, não quero, quero pedir desculpas e...

– Esta desculpada, era só isso?

– Não, eu queria tentar mais uma vez, tentar fazer certo dessa vez, o que você acha?

– Não sei.

– Por favor Harry, vamos tentar, prometo que dessa vez faço tudo certo.

– Por que? – perguntou calmo – Por que afinal você quer tentar ficar comigo?

– Por que acho que estou apaixonada por você.

Aquelas palavras o deixaram paralisado, estático, simplesmente sem reação, ele não sabia o que dizer nem o que fazer, então ela o fez.

Ela o pegou de jeito e o beijou, o beijo dela não era mas a mesma coisa, não o fazia flutuar, não o deixava tonto e nem mais dava um frio na barriga. Era simplesmente um contato de bocas que até pareceu salgado, amargo.

– Olha, vou te dar um tempo pra pensar – disse ela quando se afastou – No dia de voltar pra Hogwarts, no trem, você me responde ta?

Harry a viu sumir em meio às pessoas que caminhavam pelo Beco, antes mesmo de conseguir responder. Não sabia dizer ao certo quanto tempo ficou ali, pensando, refletindo. Finalmente quando saiu a procura de Hermione, decidiu que só resolveria depois o que Cho havia pedido.

Quando de longe conseguiu avistar uma morena de braços cruzados e com uma expressão nada amigável no rosto, afastou esses pensamentos e foi correndo ao encontro dela.

– Pronto, er, vamos na... Floreios e Borrões certo? – comprimentou amigavelmente.

A garota apenas assentiu com a cabeça.

– Não quer saber o que ela falou? – perguntou confuso

– Não. – respondeu secamente.

– Ela quer uma segunda chance.

– Vocês por acaso estão namorando? – perguntou parando de andar.

– Não.

– Então esquece isso que o dia ta muito bom – disse ligeiramente mais alegre e amigável.

Ele não disse mais nada, apenas seguiu com ela a caminho da Floreios e Borrões.


Eles já estavam saindo da Floreios e Borrões quando viram a figura de Draco Malfoy vir na direção deles. Rapidamente, Hermione puxa Harry pra lateral da loja.

– Ei, porque você fez isso? – Harry pergunta sem entender.

– Não sei quanto a você, mas eu não quero ficar discutindo com Draco Malfoy, como já disse, o dia está ótimo, então vamos mantê-lo assim. -ela fala baixo e fazendo sinal pra ele se calar, porque Malfoy se encontrava cada vez mais próximo.

– Droga, sair hoje pra entregar isso... "Tome cuidado pra ninguém segui-lo, não mostre isso a ninguém" – Disse o loiro imitando alguém – Bobagem!

– Temos que segui-lo. – Harry fala olhando o caminho que o sonserino seguia.

– Harry você ta louco! -Hermione fala seguindo Harry que já saía do local.

– Você não ouviu o que ele disse, não acha suspeito?

– Bom, talvez, mas talvez devêssemos avisar a ordem.

– Não temos tempo de avisar a ordem, vamos. – fala pegando a mão dela e seguindo no encalço do loiro, com cuidado, pra não serem percebidos.

Eles o seguem até a Travessa do Tranco, onde observam de um beco, Draco entrar num bar, mas sair logo depois acompanhado de uma mulher de cabelos negros e olhos castanhos esverdeados.

– E então, trouxe a encomenda pro Lord? – ela pergunta indo na direção de Harry e Hermione.

– Sim, está aqui. – Draco entrega um livro muito grosso com capa verde escuro e listas amarelas muito chamativas, mas eles não conseguem enxergar nenhum símbolo ou letra. Os dois param perto do beco, estando Draco, dois passos à frente da entrada do beco, fazendo com que Harry e Hermione ficassem escondidos, apenas ouvindo a conversa pra nao serem vistos pela mulher.

– Ótimo, continue sendo tão eficiente e logo será um comensal de confiança como seu pai! – A mulher fala transparecendo um pouco de orgulho na voz

– Ótimo ter tocado nesse assunto, quando o mestre vai libertá-lo? -pergunta ansioso, já que seu pai havia sido preso no departamento de mistérios há alguns meses, por causa de Harry.

– Não se preocupe, tenho certeza que ele estará livre na próxima semana! – ela fala otimista – O Lord o resgatará daqui a 4 dias, durante a noite.

– Ótimo, minha mãe gostará de saber disso. – fala contente.

– Então vá contar a ela, e cuidado pra não ser seguido – fala alertando-o.

– Pode deixar, não sou nenhum trasgo! -fala ofendido pela recomendação e já se preparava pra sair quando ouve um barulho vindo do beco.

Hermione havia esbarrado em uma lata de lixo e provocado o barulho, então num movimento rápido, Harry a empurra contra a parede e, depois de tirar os óculos, dá-lhe um beijo de tirar o fôlego.

– Prepare-se. – a mulher ordena empunhando a varinha e Draco repete o movimento, mas ao chegar ao beco, apenas vê um casal aos amassos – Esses jovens de hoje só sabem se agarrar por aí! Vamos logo. – fala guardando a varinha e seguindo pela rua à frente do beco.

Acho que os enganamos, você ta bem? – Harry pergunta ofegante depois de terminar o beijo, algum tempo depois de Draco ter ido embora.

Sim, estou. É melhor sairmos daqui logo. – Hermione fala se recompondo e saindo com Harry de lá, antes que os reconhecessem.





N/A¹: obrigado novamente a ajuda incrível que a Náy ta me dando... bjus... Brigado

N/a²: Obrigado pelos comentários e continuem falando o que estão achando...

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