O Sumiço De Hermione
1.01 - O Sumiço De Hermione
Harry Potter acabava de acordar naquela manhã. Estava fria e gélida, ele se sentia vazio, a morte de seu padrinho ainda o assombrava. Não conseguira dormir na noite anterior estava muito cansado, se sentia moído, em pedaços. Ele desceria naquele exato momento se não tivesse ouvido um ruído na janela.
-Edwiges, vá embora não quero saber de ninguém! – Exclamou o garoto.
Mas a coruja ofendida apenas o bicou, o garoto então desistiu e abriu a carta. Era de Rony, e, embora não quisesse falar nem saber de ninguém ele a abriu.
Harry
Espero que esteja tudo bem. Eu imagino que você queira ficar sozinho, mas mesmo assim queria te informar sobre as novidades, como por exemplo, meu pai ganhou uma viagem para o Egito e eu e a Gina vamos junto.
Harry outra coisa que eu queria falar era sobre a HERMIONE. Eu não recebo cartas dela desde o final do ano. Ela tem mandado algo pra você???
Espero que sim. Estou muito preocupado.
Até mais
R.W.
Harry colocou a carta sobre a mesa e ficou pensando no que Rony havia falado. “O que será que aconteceu com a Hermione? Eu também não recebi nada dela.”
Harry de imediato abriu a carta de Rony e escreveu no verso:
Rony
Eu também não recebi nada de Hermione. Estou muito preocupado. Se souber de algo me avise
H.P.
Harry sentiu pensamentos ruins sobre a amiga assolar a sua mente, mas ao menos havia se esquecido da tristeza pela morte do padrinho. A imagem de Hermione, sem explicações, trazia felicidades. Pensou em mandar uma carta a Dumbledore perguntando da garota, mas foi interrompido pela tia.
–HAAARRRYYY, DESÇA AGORA, QUERO MEU CAFÈ DA MANHAAAA – gritou a tia do pé da escada.
–OK, JÁ VOU – respondeu o garoto.
–NÃO GRITE MOLEQUE INSOLENTE – esbravejou.
–Grossa! – exclamou o garoto para si mesmo.
Harry desceu, preparou o café da manhã para seus tios e Duda, que parecia cada vez mais um porco super inflado.
Naquele dia, Harry passou o dia inteiro pensando em Hermione, embora quisesse mandar uma carta à amiga ou para Dumbledore pedindo por notícias, foi obrigado a fazer uma série de tarefas impostas pelos tios. Ele passou o dia inteiro cortando a grama do jardim, varrendo a casa, e, é claro, preparando as refeições do dia para os tios.
Harry teve que limpar a sujeira que seus tios fizeram na sala, após irem dormir, por isso acabou indo dormir muito tarde sem a resposta de Rony, o que o deixava cada vez mais preocupado.
Acordou tarde na manhã seguinte, o que foi estranho, pois seus tios não haviam o acordado para fazer o café.
A manhã não lhe foi muito boa, não conseguia parar de pensar em Hermione, o que afinal teria acontecido à amiga, se fosse um ataque de comensais certamente saberia e isso o tranqüilizava. Saber que a amiga não estava em perigo lhe causava um grande e bom alivio.
Harry sentia que aquelas férias seriam mais tediosas que normalmente, até porque não poderia ir passar ao menos o final delas na casa de Rony, e ainda tinha Hermione que havia “sumido” misteriosamente. Nada lhe indicava boa coisa, sempre que um mínimo de coisas estranhas acontecia nas férias, era porque o ano em Hogwarts seria agitado, fora assim desde seu primeiro ano, primeiro uma chuva de cartas, depois uma criatura estranha de olhos enormes, um elfo, isso e ainda mais inflar a tia Guida como um balão, ter sonhos absurdamente estranhos e ser procurado por dementadores na Rua dos Alfeneiros.
Desceu e descobriu que seus tios haviam saído, e aproveitando que não tinha nada pra fazer pegou um dos pequenos pedaços de pergaminhos que tinham sobrado do ano anterior em Hogwarts, e começou a escrever uma carta, que primeiramente seria ao professor Dumbledore, mas depois de pensar um pouco decidiu mandar uma pra própria Hermione.
Hermione
Eu e o Rony estamos muito preocupados com você, o que afinal aconteceu? Por que não nos corresponde mais?
Responda por favor, o mais rápido possível, caso contrario mandarei uma carta ao professor Dumbledore.
Com Carinho
H.P.
Harry nem sabia de onde aquele “com carinho” havia saído, mas dobrou a carta cuidadosamente destrancou Edwiges e amarrou a carta na perninha da coruja.
–Edwiges, por favor, entregue esta carta ainda hoje pra mione.
Avistou a coruja sair e sumir em meio a uma nuvem muito branca.
–Ela deve é estar furiosa comigo, se eu ao menos tivesse praticado oclumência, e tivesse me dedicado como ela sugeriu Sírius estaria aqui – disse pra si mesmo, tristemente – Ta mais do que na hora de pedir desculpas – concluiu depois de um longo tempo.
Aquele dia pareceu passar mais lento do que normalmente, e, ao enfim terminar Harry deitou em sua cama e adormeceu em meio a confusos pensamentos sobre a amiga.
Ouvia passou calmos e pausados vindo em sua direção
Apesar de estar em um lugar escuro onde era quase impossível se ver qualquer coisa, sabia que estava em uma grande e espaçosa sala pelo eco que fazia o andar do pequeno homem que caminhava calmamente até uma grande poltrona de enorme encosto aonde estava sentado um homem o qual tinha seu rosto banhado pela escuridão.
Ao chegar em frente a poltrona o homem se ajoelhou cordialmente sem encarar os olhos do outro.
–Mestre, ela fugiu, para as montanhas, acha necessário procurá-la? – Disse um homenzinho com vestes escuras.
–Claro, seu verme, como ousou deixá-la fugir. – disse o homem que estava sentado na poltrona, ele trajava longas vestes pretas com filamentos dourados nas bordas.
–Mas mestre ela morrerá, ninguém sobrevive aos terrores daquela montanha – suplicou o pequeno homem.
–Sem mas, será que você é tão burro a ponto de não saber quanto poder ela carrega consigo – esbravejou antes de voltar ao tom de voz normal – Entenda que se ela não deixar não podemos controlá-lo nem ao menos tomá-lo dela.
-Ok. Iremos atrás dela se é assim que o senhor deseja – o homenzinho disse se levantando e se dirigindo a um imenso corredor que dava em uma espécie de porta redonda.
–Mais uma coisa. – ordenou.
O homenzinho parou e se virou, olhando temeroso para seu mestre.
–Sim? – respondeu.
–Não a mate, você sabe o que isso pode acarretar e eu não quero problemas futuros – disse calmamente – se o fizer, você morre da forma mais dolorosa possível.
–Como quiser – Respondeu antes de dizer alguma coisa e sair pela porta.
Tudo começou a escurecer... Parecia que o mundo resolvera girar mais rápida e confusamente.
Harry acorda assustado em seu quarto, e vê que Edwiges já tinha voltado sem nenhuma carta, e ainda desnorteado pensa se seria a melhor opção esquecer o sonho que acabava de ter.
–É Mione, acho melhor não cometer o mesmo erro de novo – disse pensando na amiga e no que acontecera no ano passado.
O garoto pega imediatamente um pedaço de pergaminho e começa a escrever uma longa carta onde explica tudo o que aconteceu, desde o desaparecimento de Hermione até o estranho sonho que tivera com dois homens que nunca tinha visto antes em sua vida.
Mandou Edwiges fazer a entrega em Hogwarts e sentou em sua cama.
”É, com certeza esse vai ser um ano agitado, espero que...” – pensava até ser interrompido por um grito estérico de sua tia.
-DESÇA AGORA – gritava de baixo – VOCÊ AINDA PRECISA TERMINAR DE LIMPAR O QUARTO DO DUDINHA.
O garoto foi até o quarto do primo, que estava totalmente de pernas pro ar, arrumou tudo em minutos, que pareceram uma eternidade e foi almoçar.
Aquele dia parecia que nunca ia acabar, cada minuto parecia ser uma eternidade, Harry achou que o tempo tinha parado, aliás, enquanto Dumbledore não respondesse sua carta o tempo passaria muito mais lentamente.
Pela primeira vez na vida Harry pediu aos seus tios por mais tarefas para não ficar sem fazer nada, já eles percebendo que era o que ele queria disseram que não tinha mais nada pra fazer.
Por varias vezes, Harry sentiu vontade de matar os tios, mas nunca como sentia agora. Foi para o jardim deitou no chão e começou a observar o céu até o anoitecer.
Pensava no ano anterior, e, pela primeira vez passou na sua cabeça a possibilidade de um dos vários feitiços que Hermione recebeu no ministério ter deixado seqüelas, pensou também no encontro com a Cho.
“ Será que era isso eu realmente queria? ” O primeiro beijo com Cho havia sido maravilhoso mas não pensava mais nela como antes, talvez não tivesse sido amor, talvez fosse apenas algum tipo de paixãozinha adolescente ” – Concluiu.
Ao ver que já estava escuro o garoto subiu para o quarto e se deitou.
Seus pensamentos foram direto pra Hermione, ele mais uma vez se encontrava perguntando por que a amiga teria desaparecido daquela forma, por que todo aquele silêncio da parte dela.
Harry passaria o resto da noite pensando nessas coisas se não fosse interrompido por pequenos baques na janela. Ele se levantou, e abriu a janela dando passagem a sua coruja branca, que pela primeira vez em 4 dias, trazia uma carta.
Ele rapidamente tirou a carta da pata da coruja e a abriu.
Harry
Entendo sua preocupação, talvez eu tenha as respostas que você procura. No entanto, nas atuais circunstancias não acho prudente tirar suas dúvidas por meio de uma carta.
Estarei ai por volta das 10:00, e poderemos conversar melhor.
Alvo Dumbledore
Olhou para o relógio em seu pulso e pode ver claramente que ainda falta cerca de meia hora para as 10h.
Passou a ultima tentando desviar os pensamentos ruins de sua mente.
– Por que se preocupar tanto com Hermione? – Perguntava uma voz em sua mente
– O que tem de mais? – perguntava a si mesmo.
– Isso não é normal – Afirmou a outra.
– Claro que é – Retrucou – Ela é minha amiga, minha melhor amiga.
– Só amiga Harry? – Perguntou uma voz cínica
– Eu... Bem... É, ela...
Teria continuado aquela conversa com sua própria consciência se não tivesse ouvido um forte baque vindo do corredor.
Ele foi até a porta e a abriu lentamente até poder ver um homem com longas barbas brancas parado, examinando-o com os óculos de meia lua.
–Se você quiser Harry, podemos conversar agora mesmo. – disse calmamente.
–Eu só quero saber o que está acontecendo com a Hermione – falou preocupado
–A Srta Granger está em uma situação difícil Harry, mas muito bem. – Respondeu calmamente.
–Então fala. – Disse em tom de súplica – Por favor.
– Sente-se – Pediu indo em direção a cama, se sentando e indicando a mesma – É uma história complicada.
O garoto sentou-se na cama e observou apreensivo o professor, aquela calma toda já estava irritando-o. Harry estava ansioso e queria saber o que havia acontecido e qual era a difícil situação pela qual a amiga passava.
– Fala professor – disse aumentando o tom de voz – Que droga, faz quatro dias que eu to nessa agonia.
– Harry o que eu tenho para dizer não é fácil – disse tentando acalma-lo – Você tem que entender que é uma história complicada, acalme-se.
– Ok. Mas então... Bem... Comece – disse baixo.
– Eu recebi uma carta da Srta Hermione, no começo das férias– Começou Dumbledore – Nela ela contava sobre um ocorrido muito estranho nas proximidades de sua casa, mas também pedia conselhos.
– Conselhos? – Perguntou – Que tipo de conselhos?
– Sobre você Harry.
– Sobre mim? – Perguntou incrédulo – Mas... Como assim? Não estou entendendo nada professor.
– Ela contava que havia decidido a não te mandar mais cartas, achava que você estava muito sensibilizado com a morte de Sírius.
Pela primeira vez o garoto ouvia o nome de Sírius e não de entristecia, na verdade, ele sorria por dentro. Estava certo, a amiga como sempre estava zelando por ele.
– No entanto – Recomeçou tirando aquele sorriso interior de Harry, que agora prestava atenção no diretor – Isso não é exatamente o motivo pelo qual ela não tem correspondido nos últimos cinco dias.
– Mas... Então... - O garoto agora estava confuso.
– A Srta Granger alegou ter visto vultos em um bosque perto de sua casa – Explicou – E parecia muito preocupada com isso
– Professor, me conta, exatamente, o que aconteceu – Pediu com seriedade.
– Você não tem nem idéia do que eram aqueles vultos, Harry?
– Não... – Pensou melhor – Não me diga que... Meu Deus... Eram comensais?
– Mas descobrimos tarde demais – disse triste
– Não me diga que... – por mais que tentasse não tirar conclusões precipitadas a última frase que ouvira só lhe trazia uma dedução – Professor, o senhor disse que ela estava bem.
– E não retiro o que disse, mas, realmente chegamos tarde demais – Justificou.
– Poderia ser mais claro? – perguntou tentando se acalmar.
– Eles foram pegos de surpresa. Ela não estava em casa na hora do ataque, mas teve a infelicidade de perder os pais.
– Os pais da mione morreram, em um ataque? – Perguntou alterado.
– Infelizmente – Declarou – Chegou em casa e encontrou tudo destruído.
– Ela deve estar arrasada. Onde Hermione está?
– Está no Largo Grimmauld nº12.
– Sozinha? – perguntou se recompondo.
O professor apenas afirmou com a cabeça. Harry estava abismado, as coisas estranhas sempre aconteciam com ele por que isso agora? Seria dele a culpa?
Ainda estava tentando se conscientizar do que havia acontecido, tentava ligar as palavras que pareciam não querer se encaixar na mesma frase.
Os pais da sua melhor amiga estavam mortos .
Pais...
Hermione...
MORTOS!!
Sei que é difícil acreditar – ouviu a voz de Dumbledore se aproximar, e o ajudar a entender o “estranho ocorrido” – Mas é verdade.
– Quero ir pra lá – Disse de súbito, porém decidido – Quero ir pra lá professor... Ela... Ela não pode ficar sozinha.
– Se é assim que quer... irá!
Harry abriu um sorriso.
“ IDIOTA, você não deveria esta feliz “ – Pensou. Mas bem iria rever Hermione, ajudá-la a passar por aquilo, e o melhor, Dumbledore não havia nem ao menos tentado impedi-lo.
Ele pensou que seria óbvio que o professor entendesse, ela havia perdido os pais, isso não era fácil pra ninguém. Não era pra ele que nem se lembrava dos pais, como seria para Hermione que vira os seus caídos, mortos, nos chão da sua casa destruída.
– Posso arrumar minha mala? – perguntou
– Não ainda – disse pausadamente – Você irá ao final da semana. A Srta Luna sai com ela todo dia, ela me pediu permissão para levar Hermione pra sair pelo menos por essa semana, parece que vai ajudá-la a dar remake na aparência, seja lá o que for isso.
– Ok. – Disse um pouco desanimado – é triste saber de tudo isso.
– Pelo menos a Srta Granger não saiu machucada – pensou um pouco e concluiu – Pelo menos não fisicamente.
– É... – Foi a única coisa que conseguiu dizer.
– Mas agora... – continuou sem tristeza não voz – quero que me conte seu sonho. O que o deixou tão preocupado? Foi com Voldemort?
– Não, quer dizer, Não sei... – respondeu confuso – um homem era baixo e quase careca, usava umas estranhas vestes negras, nunca havia visto iguais
– E o outro?
– Não reconheci – respondeu simplesmente – Estava muito escuro, não via quase nada.
– Quero que me descreva tudo, Harry – Disse seriamente – Não perca um detalhe.
– Bom... Vejamos, Eu estava lá fora deitado e daí fiquei com sono e subi para tirar um cochilo, e... – Começou antes de ser interrompido
– Harry, só preciso saber do sonho – esclareceu.
– Ta bem... Eu tava em um lugar escuro, muito escuro – Narrou – Não conseguia ver quase nada. Eu comecei a ouvir passos vindo em minha direção, mas não era a mim que o homem vinha. Mais ou menos na minha frente, uns dois metros á frente, tinha uma poltrona com um encosto realmente enorme. O homem careca se ajoelhou em frente à poltrona, e deu pra notar que tinha um homem sentado na poltrona, um homem com vestes escuras como as do outro, mas essa tinha riscos dourados. O homem pequeno parecia ter realmente muito medo do outro.
– Suponho que você tenha ouvido alguma conversa – Deduziu.
– Sim, eles conversavam sobre um prisioneiro eu acho... Não, era uma mulher. O pequeno disse “ela”... Então era uma prisioneira eu acho.
– Prisioneira? – Perguntou.
– Sim... Pelo menos eu acho. Ele disse “ela fugiu” – concluiu
– Prossiga.
– Anh... O homem da poltrona queria que a capturassem novamente, mas sem matá-la... E ela tinha ido pra umas montanhas também, que pareciam bem perigosas pelo que o anãozinho falou. Faz idéia do que pode significar? Onde são as montanhas? – perguntou ansioso.
– Não, não tenho idéia de onde seja.
– Bom... Também falaram de um poder que a fugitiva tinha, segundo o homem, um poder, que se ela não os deixassem controlar, eles não o teriam, e que também era impossível de tirar dela – terminou a narração lembrando do que o homem tinha dito.
– Entendo, e como era esse lugar?
– Como já disse, tava muito escuro pra ver certinho, mas eu acho que devido a escuridão era meio isolado – respondeu pensativo – Devia ser bem grande pelo eco das vozes e dos passos e... Bom... Talvez fosse um local com muita água também, o ar estava muito úmido, tava frio.
– Só?
– Sim, só isso mesmo. Depois que o homem da poltrona mandou o pequeno achá-la, ele saiu dizendo alguma coisa... Por uma porta redonda eu acho.
– Ótimo, então, obrigado – disse se levantando.
O garoto se levantou também e fez menção de o seguir.
– Espere. – Pediu
O professor parou, se virou e sem dizer nada o olhou por cima dos óculos.
– O senhor não vai nem ao menos me dizer o que tudo isso significa? – perguntou.
– Eu não sei exatamente o que significa – o garoto o olhou incrédulo – Mas acho que dessa vez não é coisa de Voldemort. – Completou simplesmente.
– E quanto á Hermione?
– Sexta Lupin e Tonks virão buscá-lo. Esteja pronto... Vejamos, às 15 horas.
– Ta. O senhor já vai?
– Sim, até Hogwarts – despediu-se.
– Até.
O professor saiu do quarto fechando a porta cuidadosamente, e segundos depois o garoto ouviu um forte baque vindo do corredor.
Harry se levantou foi até a janela e ficou observando a rua, à noite. Depois de um longo tempo assim ele foi até o armário, colocou seu pijama e foi dormir.
Harry acordou pela manhã com os gritos histéricos da tia, se trocou e desceu para preparar o café pros tios.
Depois de preparar o café da manhã e tomá-lo sozinho, depois dos tios, Harry saiu pela rua pensando na desgraça que acontecera aos pais da amiga. Ele não parava de pensar o quão horrível ela deveria se sentir vendo os pais, mortos, no chão da casa que se encontrava toda destruída. Ele se perguntava se seria culpa dele, afinal, o que Voldemort realmente queria era machucá-lo e com certeza conseguiria ferindo seus amigos.
Ele se sentia mais seguro nesse aspecto. Rony havia ido para o Egito e lá, com certeza, Voldemort teria certa dificuldade para encontrá-lo, e, quanto a Hermione, estava na velha mansão Black, totalmente escondida, sem, com certeza, correr nenhum risco de vida.
Harry cortou a linha de pensamento e se perguntou desde quando Luna era tão amiga da mione, ela estava tentando fazer um remake em Hermione, será que ouvira bem? Certamente se preocupar com aparência era algo que Hermione não costumava fazer, mas talvez estivesse seguindo a dica de Luna para se distrair da tragédia e não pensar naquilo a todo o momento.
Ele não via a hora de chegar naquela casa, mesmo tendo que enfrentar o medo de estar lá, e ajudar Hermione a superar o medo da ausência dos pais. Eles fariam isso juntos, um dando forças ao outro. Naquele momento ambos tinham perdido pessoas importantes nas suas vidas, portanto, não deveria ser difícil superarem isso juntos, já que tinham o mesmo problema.
Pensando nessas coisas, Harry mal notou o dia passar, o dia seguinte seria, finalmente, a tão esperada sexta-feira, mas será que conseguiria dormir com tanta ansiedade?
A resposta lhe veio mais que rapidamente, o garoto adormeceu em meio a pensamentos bobos sobre a amizade com Mione. Ele pensava agora em como ela sempre o ajudara, pensava que, talvez, sem ela, ele não estivesse vivido pra contar história no primeiro ano, no segundo, em como Sirius e bicuço poderiam ter morrido no terceiro ano, em como um dragão poderia facilmente tê-lo devorado no quarto, e pensava, mais do que tudo, em como se arrependera da não tê-la ouvido no ano anterior.
Aquela noite foi muito boa para o garoto, teve maravilhosos sonhos com suas aventuras em Hogwarts.
Harry acordou pela manhã, se sentou na cama observando o dia lindo que fazia lá fora. Levantou-se minutos depois e foi em direção ao armário, abriu e ficou observando todas as suas roupas, pensando em qual delas usaria, afinal, queria estar bonito ou ao menos apresentável para reencontrar Hermione no Largo Grimmauld.
Escolheu as roupas mais bonitas que tinha, arrumou a mala, deixando no armário apenas as roupas velhas e largas, que herdara de Duda.
Foi em direção ao banheiro, que inexplicavelmente estava vazio, entrou e tomou um longo banho. Quando terminou o banho se vestiu e depois de uma tentativa, frustrada, de arrumar o cabelo que teimava em ficar bagunçado, passou o melhor perfume que tinha. Foi ao seu quarto pegou o malão e desceu.
– Tio, tia, vou passar o final das férias na casa do meu padrinho. – Disse ao descer e ver que seus tios já tinham almoçado e estavam sentados no sofá assistindo TV – Com uma amiga que perdeu os pais.
– Vá, contanto que não me peça pra te levar. – Disse sem desviar os olhos da Tv.
Foi em direção à cozinha, almoçou o que havia sobrado e foi ao quintal.
Lá ficou contando os minutos, os segundos, para que viessem o buscar. De certa forma se sentia sortudo naquele dia. Os tios não haviam o acordado, portanto havia acordado tarde, o que lhe pouparam horas mais de espera.
– Por que ficar tão ansioso? – Perguntava uma parte da sua consciência.
– Simples, porque vou poder rever a Hermione – Respondia outra parte como se fosse óbvio.
– Hummm... Só porque vai vê-la é?? – Perguntou irônica.
– Não é o que está pensando – Repreendeu a outra.
– Não? Será que não?
– É claro que não! Não seja burra, ela é minha melhor amiga.
– Nunca ouviu falar em amizade colorida?
– Eu não vou discutir com você, ta bom?
O cérebro de Harry estava entrando em parafuso, como poderia estar discutindo com sua própria consciência? Isso era bizarro, não fazia sentido. Como sua consciência, ousara insinuar algo como estar gostando da melhor amiga? Isso era loucura.
De repente os pensamentos do garoto foram interrompidos por dois baques que vinham de dentro da casa.
Ele se levantou e entrou. Logo ao passar pela cozinha pode ver na sala, que como suspeitara, eram Lupin e Tonks que haviam chegado, o garoto foi em direção aos bruxos que eram observados pelos olhares assustados dos tios, que estavam calados no sofá.
– Lupin, Tonks, até que enfim chegaram – Disse parecendo irritado.
– Bom Harry, chegamos na hora – Disse Lupin
– Você não entende mesmo né Lupin – Disse Tonks em tom de deboche.
– A Tonks tem razão, a Mione ta passando por um momento difícil, quero estar lá pra ajudá-la – Argumentou o garoto.
– Não era disso que eu estava falando – O garoto a olhou espantado e confuso – É que você esta todo arrumadinho e perfumado só por causa da Hermione, ta caidinho por ela – Completou abafando risadinhas.
– O QUE? – Perguntou incrédulo – Claro... Claro que não! Não seja tonta Tonks. – Disse dessa vez muito irritado.
– Chega de bate-papo – Ordenou calmamente – Temos que trabalhar depois de te deixar na mansão black.
– Ta... Vou pegar meu malão.
O garoto saiu da sala e minutos depois estava de volta.
– Pronto, como vamos?
– De vassoura – respondeu Tonks
– Mas demora muito – Justificou – Vamos de chave de portal.
– Já está decidido Harry. – Disse Lupin em um tom levemente aborrecido – Vamos de vassouras.
– Ta, ta... Então... Vamos?
– Claro...
– Senhor Dursley?
– S... Sim? – Perguntou tio Valter parecendo apavorado.
– Vou deixar o malão do Harry naquele canto com esse relógio em cima. Não toque, poderá ter sérias conseqüências.
– Ta... Ta bom.
Pronto... Podemos ir – Disse Tonks.
Os três saíram pela porta de entrada e foram até a frente, no jardim, onde havia três vassouras pousadas no chão paralelamente.
Lupin montou na primeira, seguido por Tonks e Harry.
– Eu levanto vôo primeiro e vou à frente, Harry, você será o segundo e a Tonks irá logo atrás.
Harry viu Lupin se erguer no ar, montado na vassoura, e logo em seguida deu um impulso contra o chão, fazendo sua vassoura também flutuar, e ao ver Tonks ganhando altitude ao mesmo tempo em que Lupin começava a seguir em uma direção, começou a acompanhá-lo.
Estavam tão alto que era possível ver as pessoas na cidade pequenas como formigas.
Aos poucos o dia foi deixando de ser tão bonito e claro e foi escurecendo, o calor que vazia no início da viagem foi substituído por uma brisa fria e cortante.
– Estamos quase chegando – Disse Lupin horas depois – Quando eu der o sinal baixem de altitude, Ok?
Os dois atrás confirmaram com a cabeça.
Depois de um bom tempo de viagem, Harry já se sentia congelando, a noite chegara limpa, sem ao menos uma nuvem no céu, as estrelas pareciam brilhar para ele, como olhos que o observam de longe.
O sinal de Lupin o tirara do transe, ele, ao ver que o mesmo perdia altitude começou a descer, não mais sabia se Tonks continuava atrás dele, apenas seguiu o ex-professor, chegando a mesma rua pra onde fora mandado no ano anterior.
Ao pousarem o garoto começou a seguir pra dentro quando viu que os outros dois estavam parados atrás dele, parou também.
– O que é? – Perguntou.
– Nada, não vamos entrar, temos muita coisa pra fazer.
– Ficaremos sem nenhuma guarda? – perguntou achando estranho depois de toda a cautela da última vez como que ficariam sem guarda.
– Não. – respondeu Tonks com um sorriso maternal – Há aurores por toda parte aqui, não haverá ninguém dentro da casa.
– Bem... Então, tchau – Despediu-se.
– Tchau. – responderam juntos vendo o garoto seguir para dentro da casa.
Harry entrou na casa, poderia se lembrar como se fosse ontem a primeira vez que entrara naquela casa.
Ela continuava do mesmo jeito, toda suja e com o aspecto de velha. Foi mais adentro e notou toda a sua bagagem num pequeno canto do hall de entrada. Depois de um breve momento se lembrando de Sírius e da tristeza da perda do padrinho, Harry seguiu para a sala onde achou uma garota de cabelos loiros sentada no sofá.
– Oi Luna. – Disse. A garota o olhou, abriu um imenso sorriso e correu até ele abraçando-o.
– Harry, que bom te ver aqui, tudo bem? – Disse animada.
– Sim. Er... Luna... Cadê... Cadê a Mione? – Perguntou com um misto de nervosismo e ansiedade.
– Ta lá em cima – Respondeu parecendo ter ficado triste de uma hora pra outra – Eu fiz um remake com ela sabe, pra ela não ficar naquele baixo astral.
– Hum... Funcionou?
– Sim ela ta linda, irreconhecível – respondeu – mas me diz e você ta bem?
– Se esta se referindo ao que aconteceu no ministério bom... – pensou antes de continuar – To levando.
– Anh... Bom tenho que ir – A garota pegou uma bolsa e foi em direção a lareira – Tchau.
Tchau. – disse somente, antes de vê-la sumir pelas chamas verdes na lareira.
O garoto foi até o sofá, estava cansado e sentia que iria desabar ali mesmo.
– Harry? – disse uma voz muito conhecida atrás dele.
Harry se virou e deparou com uma linda morena que o olhava do alto da escada. A garota usava cabelos soltos e cacheados caindo por cima dos ombros, uma blusinha branca feita de um tecido fino e delicado que deixava aparecer uma pequena parte da barriga, uma calça jeans levemente desbotada e justa que destacava as belas curvas do próprio corpo, um tênis rosa e branco, discreto, porém muito moderno e com acessórios, usava um colar de pequenas pedras que intercalavam azul e verde numa corrente fina de ouro e uma pulseira de ouro branco com pequenas gravações e símbolos estranhos.
“ Está simplesmente linda ” pensou ele.
Ele se perguntava se a amiga havia adquirido aquele lindo corpo, com curvas bem definidas e aquele rosto de anjo durante as semanas do verão, ou se realmente nunca havia notado nela.
A morena abriu um pequeno sorriso que o tirou daquele transe.
– He... Hermione? – Perguntou fascinado com o que via.
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N/A¹: Obrigado a Lílian Granger Potter que vem me ajudando muito com essa fic.
N/A²: obrigado a todos que comentaram
Comentários (1)
k,kkkkkkkkkkkkk muito bom a´te o proximo cap bem minha primeira inpresaõ parece que estava errada não é
2012-05-22