Capítulo V
Capítulo V
- Oláááá!! Onde esteve o dia todo, Mione? Essa já é a vigésima nona vez que eu te ligo! No Ministério disseram que você não apareceu o dia todo. Estou preocupado. Beijo, Draco. - a voz dele era diferente no telefone, automatizada, quase gravada; não obstante, apertou novamente o botão para ir para a próxima mensagem - Hermione, aqui é a Gwen. O dia inteiro eu ouvi 'Lojnhy o que é isto??' - ela deixava a voz mais fina e irritante a cada suposição - 'Lojnhy, isto está completamente errado!', 'Lojnhy, cadê a Granger?!' Lojnhy, Lojnhy, Lojnhy! - gritou, arfando, sem se conter - desculpe - pediu, baixando a voz - não agüento mais! Amanhã teremos uma conversa séria! Chegue às nove. Veremos o que fará depois. Tchau.
O que ela achava que poderia fazer? Ela não era a chefe. Ela não era ninguém perto do cargo de Hermione naquele Ministério. Ela era só uma empregada das tantas que Hermione ordenava e mandava fazer! Só mais uma burra e chata aurora! E Hermione fora obrigada a dividir a sala com ela, mesmo tendo um cargo e função disputado entre todos! Lojnhy estaria pensando que poderia castigá-la? Que teria tamanha ousadia? Enganada. Legitimamente enganada.
Hermione se sentia mais madura e feliz depois de passar a tarde com Harry. O sufoco fora aliviado rapidamente, e a sensação era boa. Estava mais segura em relação à opinião dos outros e agora notava que nem todos era delicada e diversificativa como ela.
- Coitada... - suspirou, sorrindo.
Faltavam poucos minutos para a hora que marcara com Draco, e ele provavelmente andava deum lado para o outro, esperando-a agoniantemente. Se trocou, colocando roupas confortáveis e despreocupadas. Sentou-se no sofá, colocando os pés sobre a mesinha, ligando a TV com o controle em mão.
- Oh, Julian! Creio que não poderei te esquecer nesses momentos de guerra e sufoco pelos quais estamos passando cruelmente! - uma mulher loira, os cabelos presos no alto, se agarrava à camisa de um homem alto e forte, vestido de soldado, que a encarou com frieza.
A televisão de 27 polegadas que Hermione comprara em uma grande loja bruxa que vendia e plagiava produtos trouxas, com forçada autorização, era ótima, porém, às vezes ela tinha que se estressar mudando constantemente a antena de lugar, o que fazia ela querer esmurrar em tudo.
- Não se preocupe, eu tentarei de esquecer. - ele falou, virando as costas, jogando-a para trás, esta caindo de costas.
A mulher se ergueu, soluçando, afundando seu rosto nas mãos, as lágrimas caindo incessantemente. Que drama! Então era simples ser ator. Ela só precisava dramatizar, dramatizar, fingir, fingir, e...
- Por que não apareceu? - Draco entra furiosamente pelo quarto, fazendo-a sobressaltar-se.
- Ora... eu... tinha certeza de que viria. - sorriu, aproximando-se para beijá-lo apaixonada - vamos... sente-se.
Draco exibiu um sorriso terno e sentou-se, aninhando-a em seus braços. Era confortável sentir a sensaão se estar em casa e ter a cabeça no lugar novamente.
- Então... porque queria me ver? - perguntou, virando o rosto para encará-lo.
- Porque eu não consigo viver sem você... - falou lentamente, sorrindo, e beijando-a enquanto ela ria - e também por causa de uma idéia que eu tive...
- Que idéia? - quis saber de imediato, abraçando-o pelo pescoço.
- Bom... tem planos para o Natal?
O que isto tinha a ver? Nada. Era estranha as perguntas que ele lhe fazia algumas vezes, mas ela respondeu calmamente, perdendo a euforia, e deduzindo que esta conversa duraria não só um curto e pequeno tempo.
- Não.
Não obstante, como não planejara nada para o Natal? Seus pais já tinham avisado que estariam na Polônia, trabalhando em prol aos doentes de câncer do maior hospital do mundo trouxa; o que a deixara bem chateada, ser trocada por eles. Enfim, seria ótimo para a carreira de dentistas deles internacional.
- O que acha disto? - ele perguntou, erguendo-lhe duas passagens.
Ela leu em letras grandes "Você pensa que já foi ao paraíso?" e em letras miúdas, longe das primeiras: "Se enganou. Só este lugar pode oferecer conforto e comodidade o suficiente para você e sua família! O Caribe te espera...". Não pôde ler o resto. Fora uma grande e maravilhosa surpresa.
Voou no pescoço de Draco, fazendo-o cair para trás, rindo, beijando-a. A felicidade e a sorte logo tomou conta de Hermione: os dois juntos tornavam-a uma pessoa totalmente diferente do que era antes.
- Então... vocês vão para o Caribe. - concluiu Harry, olhando para os lados, nervoso.
- Sim...
O restaurante exalava um cheiro diferente naquele dia, que eles não conseguiram distinguir de onde vinha. Se encontravam numa situção constrangedora, apesar de ela quase se azarar para tentar se controlar dos fortes impulsos que sentia de beijá-lo.
- Boa sorte, então. - ele murmurou baixo antes de abaixar a cabeça para voltar a comer sua torta, mesmo que sem apetite.
E foi assim, que em poucas palavras, eles passaram aquele dia. Tentavam evitar os olhares e saíram mais cedo do restaurante, por terem comido rapidamente sem terem conversado.
Mesmo sem Draco saber, ela vinha sempre em companhia de Harry comer naquele restaurante. Todos os dias, para ser específico. E ele passava para buscá-la, tentando não trombar com Gwen, que saía cada vez mais cedo do trabalho. Inventava desculpas esfarrapadas como "ter que arrumar os cabelos" ou "enfrentar o trânsito" para se encontrar com o desconhecido - para Hermione - novo namorado.
- Tchau... - ela falou em voz baixa, ficando na ponta dos pés para dar-lhe um beijo na bochecha - até amanhã. - sorriu e ia se virando, quando sentiu a mão de Harry em seu braço, impedindo-a de qualquer ato.
- Hermione, eu... - ele a puxou, mas reparara que ficaram próximos demais.
Tão próximos que a garota pôde sentir o hálito quente de Harry. Seus olhos tinham um misto de surpresa e mansuetude, mesmo nas tais circunstâncias, quando Harry pressionou seus lábios contra os dela.
O toque fez Hermione arrepiar-se! Nunca sentira isto quando beijava Draco. Sentiu as mãos de Harry envolvendo-a pela cintura, e cedeu, enfim, quando ele inclinou a cabeça para aprofundar o beijo, introduzindo a língua prazerosamente. Ela afundou suas mãos rápidas em seus cabelos negros e rebeldes, despenteando-os ainda mais, segurando-o ali.
Ninguém deveria nem poderia saber daquele momento dos dois juntos. O beijo era algo tão perfeito que não chegava a se rebaixar à fofocas tolas e infantis. Antes fosse, ela descobrira que não era Draco que ela realmente amava. Enquanto beijava Harry calidamente, ela pôde distinguir amor de paixão. O amor é mais firme, mais concreto, mas forte. A paixão é leve, lenta, e deixa indícios de que pode sair à qualquer hora.
Por mais que o tempo lhe parecesse firme e instável, os grossos pingos de chuva começaram a cair, despertando-os com um susto. Ao se afastar, Hermione não conseguiu encarar aqueles olhos azuis e carinhosos, seria arriscado demais; optou por desviar os olhos, mesmo que sentisse os olhos azuis perseguindo-a.
- Desculpe - ele pediu, em voz rouca e baixa.
Ela virou-se para fitá-lo, com um sorriso no rosto. Por que diabos tentava esconder o que sentia? Não fora tempo demais esperando por aquele beijo? Qual era o problema, afinal? Segurou novamente a nuca de Harry, despenteando e empapando o cabelo molhado, sorrindo, fazendo ele rir.
- Não desculpo! - exclamou, brincando, entre os risos - sabe... - parou de rir, ficando séria - nunca tive momentos como este com Draco. Ele não me faz realmente feliz, nunca corremos no parque, ou tomamos sorvete juntos. - falou sincera, ainda bem próxima à ele, este a abraçando pela cintura, escutando-a com atenção.
A chuva caía vagarosamente sobre os corpos molhados e ansiados, que se encaravam profundamente.
- Por que você faz isso comigo? - ele perguntou, num sussurro, pois seus narizes estavam quase se encostando, aproximados.
- O quê? - ela perguntou, dando um riso leve.
Este novamente lhe estudou a expressão.
- Você me dominou, Hermione, e eu não gosto de ser dominado. - falou, dando um sorriso apaixonado e maroto.
Ela riu e, antes que pudessem ficar sérios novamente, seus lábios se encontravam para outro beijo profundo e apaixonado.
- Você não vai dar as costas para mim agora, vai? - ele perguntou, sério.
O barulho da chuva caindo no chão e batendo nas tampas de alumínio das latas de lixo lhe proporcionavam uma sensação de que o mundo, felizmente, não seria tão cruel e infiel à ela.
Ultimamente Londres passava por um inverso rigoroso, cheio de chuvas pesadas e extensas e neve que cobria toda a extensão dos telhados, forrando-os.
- Pode apostar que não, Harry. - lhe deu um beijo rápido, antes de desviar-se, puxando-o pela mão para fora da chuva.
Ela o puxou para um café que tinha ali perto, chamado Coffe of Moment. Nome criativo, ela considerou. Não era um nome como Café para todas as horas ou Café do Zé, era algo lindo e inspirador. Café do momento, ela pensou, alegre, certamente do nosso momento. As pessoas os olhavam assustadas e surpresas. Certamente entrar correndo molhados não era muito bom; porém os dois pareciam felizes, e riam.
Uma senhora baixa e de cabelos grisalhos e brancos se aproximou, segurando duas toalhas brancas e limpas, estendendo para os dois carinhosamente, dando um pequeno e saudável sorriso:
- Vocês ficarrão gripados - ela falou, com forte sotaque russo e francês - trarrei um café quente e espumoso para vocês. - concluiu, dando as costas, antes que qualquer um pudesse fazer qualquer objeção.
Não obstante, se enrolaram na toalha, sentando-se próximos. Os dentes de Hermione se debatiam apressados, enquanto ela abraçava à si mesma olhando à sua volta.
- Ela é gentil, não? - Harry perguntou, quase numa afirmação, admirado.
- O quê? - ela não pensou em uma resposta, pedindo explicações.
- Bom, ela acolhe os desconhecidos... isso é... gentil. - ele explicou docemente, abraçando-a.
- Este lugar é acolhedor. - ela conseguiu dizer, antes da velha senhora chegar novamente trazendo duas xícaras de café equilibradas habilmente em uma bandeja.
- Obrigada... - agradeceu Hermione, ajudando-a a descer as xícaras da bandeja - mas não queremos ocupar seu tempo.
- Ora, serria um insulto se não ficassem! - seu sotaque se indignou, ela ficando ofendida.
- Muito obrigada, senhora...?
- Olívia Kostinov, podem me chamarr de Lívi. - deu um sorriso amigável e quis saber - e vocês, são...?
- Hermione Granger e Harry Potter, prazer. - a morena os apresentou, dando um sorriso.
- Oh... bruxos. - Lívi suspirou aliviada, e todos no café pareceram fazer o mesmo.
Hermione riu internamente; então era isso que fofocavam? Realmente seria desagradável ter um trouxa entre tantos bruxos, onde poderiam estar conversando sobre assuntos relacionados ao seu mundo.
- Trrabalham em quê? - ela quis saber, simpatizando com ambos.
- Eu sou chefe do Departamento de Aurores - ela falou, orgulhosa, deixando Harry responder à pergunta.
Harry corou violentamente e pareceu ligeiramente encabulado, como se não tivesse conhecimento do que fazer em seguida. Ao receber um beliscão de Hermione, respondeu rapidamente:
- Auror e ex-jogador do time de quadribol da Inglaterra.
Ex? Ex? Ela ouvira direito? Então... que diabos ele fazia tão longe dela o tempo todo? Porque nunca voltara? Porque nunca... agitou a cabeça, afastando os pensamentos chatos e impreferíveis que lhe atordoavam a mente.
- Oh... você é... Harry Potter! - a mulher levou as mãos à boca, maravilhada, e puxou a cadeira de frente à eles para sentar-se.
- Sim, eu... acho que sim.
Conversaram enquanto a chuva continuara a cair torrencialmente e as pessoas corriam para seus objetivos na rua, e eles num lugar tão aconchegante e quente que nem viram a hora passar. As horas passavam rápidas e a chuva - que caía interminavelmente durante toda a tarde - lavava a alma de Hermione, dando-lhe clareza, o que não acontecia nos últimos dias.
Gostou de ser reconhecida ali como namorada dele, porém, preocupou-se. E se alguém conhecesse Draco? O que faria? Mas Draco nunca tivera tempo para sair com ela como Harry fazia. Também não falava palavras bonitas e significativas. Só gostava dela. Só namorava ela.
Ouvia as histórias arrepiantes que Harry contava para um grupo que se aglomerara em torno da mesa rapidamente, histórias de quadribol, de aventuras de auror na Espanha e na África, e sobre os incontáveis confrontos com Comensais e bandidos trouxas e bruxos. Sinceramente: ele realmente passara por tudo aquilo? Ela hesitou em acreditar. Era difícil. E agora, o que ele fazia?
Não obstante, ele a levou para o prédio depois de pegar um táxi - sem poder aparatar na rua, pois era muito arriscado. Insistiu em levá-la até a porta de seu apartamento, embora ela hesitasse, pois Draco poderia estar ali. Mesmo assim, levou-a.
- Então... o que fará? - ele perguntou, balançando os cabelos molhados.
- Falarei com Draco depois da nossa viagem ao Caribe - concluiu, mas depois finalizou ao ver a careta que ele fez: - ele está muito animado, eu não posso magoá-lo!
Harry sorriu e lhe beijou docemente. Aquele beijo que causava arrepios em Hermione; aquele beijo que a levava para outro mundo. Depois de descolar seus lábios dos dela, sorriu, seus narizes quase encostando-se:
- Até amanhã, no mesmo lugar de sempre, me espere, vou te buscar. - e lhe colou os lábios novamente e rapidamente, dando as costas e acenando depois.
Hermione estaria fazendo a coisa certa? Encontrar-se às escondidas e esperar ansiosamente pela viagem ao Caribe que, ao contrário de se divertir, esperaria para logo chegar o dia de voltar.
- Olá, minha namorada sumida. - a voz de Draco e a aparência lhe assustaram, fazendo-a recuar dois passos para trás.
- O-oi... - ela balbuciou, indo em sua direção.
Oh, Deus que a ajudasse! E se Draco tivesse ouvido a voz de Harry? Mas ele falara tão baixo... e se...
- Onde estava? - ele perguntou, abraçando-a pela cintura, olhando-a carinhosamente, sorrindo.
- Em um café para me livrar da chuva. - balançou os cabelos molhados, agitando-os com as mãos, molhando Draco um pouco.
- Em um café? - ele pareceu ligeiramente interessado - com quem?
Aquela pergunta extraviou-a. Como... com quem? Ele desconfiava dela? Expirou profundamente, um sorriso nos lábios, como se fosse fatal a pergunta que ele fizera.
- Sozinha... morrendo de saudades de você. - ela murmurou em voz baixa, aproximando seus lábios dos dele.
Não... certamente aquele beijo era bem diferente do beijo quente e apaixonado que ela e Harry deram. Como um beijo poderia ser tão diferente do outro? Ela não tentou saber, não se preocupou em definir certos sentimentos. O amor era tão único? Então por que ela se sentia obrigada a ficar com Draco?
Magia não seria, ela não sentia aquela sensação agoniante da vez em que fora hipnotizada pela Imperius e quase matara a si própria, no último ano. E enquanto beijava-o, sentia nojo de si mesma.
- O que foi? - ele perguntou, notando sua agitação, separando-se dela - parece pálida... Lojnhy me contou sobre sua visita ao médico... tem certeza de que está bem? - ele quis saber.
- Ah... Lojnhy! - ela mudou rapidamente seu espírito e seu humor, a raiva lhe assumindo os olhos - por que não me falou que era ela no telefone? Ah... esteve com ela novamente, não é?!
Malfoy ficou com a expressão aterrorizada, como se tivesse culpa e não queria que ninguém soubesse. Como se tivesse libertado um grande e misterioso segredo. Como se tivesse...
- Responda! - ela pediu, agressivamente.
- Olha... - ele gesticulou, afastando-se dela - não temos nada... eu não sei porque você...
- Não pense que sou idiota, Malfoy! - ela falou em voz alta o bastante para que as pessoas que passassem do lado de fora escutassem - sei que se encontra com Lojnhy constantemente! O que acha que eu sou? Um joguinho? - ela perguntou, sarcástica, surpresa com a própria raiva.
- N-não... - a puxou para mais perto, como para protegê-la, e tentar fazê-la esquecer com um abraço.
- Me solte! - ela o empurrou violentamente para trás, indignada com a paciência e temor do rapaz.
Draco a fitou, com os olhos verdes em chamas. Hermione congelou: em questão de segundos ele voltava a ser o Draco de antes, frio e orgulhoso, e depois o Draco de agora.
- Você é minha namorada! Não pode me tratar assim! - suplicou com os olhos vidrados.
- Eu sou sua namorada? Ou Gwen é? Não darei a você a ousadia de escolher uma e outra, Malfoy, por isso suma da minha casa! - ela começou sarcástica, mas decidiu acabar logo com tudo aquilo.
Ele pareceu não acreditar no que ouvia. Acabara, então? E seus planos? E os planos que ele demorara cinco anos para elaborar minunciosa e secretamente? Não os jogaria fora. Eram preciosos. Renderia...
- OUVIU BEM? FORA! - ela gritou, abrindo a porta, apontando para o corredor.
Não pensava se estava sendo agressiva ou maníaca demais. Seria preciso fazer isto algum dia! E o ciúmes lhe feria o coração... sua mente trabalhava. Os olhos de Malfoy pareciam pensar no que fazer, sem se mover.
- Está surdo ou precisa de um empurrão? - ela perguntou, cerrando os olhos.
- Não, não! - falou rapidamente, segurando suas mãos - preciso de você! Eu amo você, Hermione!
Aquilo amoleceu seu coração rapidamente. Em três semanas de namoro nunca ouvira tal declaração forte e profunda, que lhe atraía e traía sua mente, afastando Harry.
- Não acredita em mim, não é mesmo? Acha que eu sou um galinha sem coração, acha que brinco com seus sentimentos, e em breve você se arrependerá de ter se entregado à mim algum dia, mas entenda... eu te amo... - ele suplicou, agitado, sua face contorcida.
Como ele podia fazer isto? Era fácil, não era? Palavras. E ela percebia isto pelo olhar horrorizado por um beijo, por uma carícia. Mas ele não necessitava dela. Ele não a amava. E quando beijara Harry sentira realmente o oposto do que sentia com Draco. Harry despertava um fogo, uma chama, um sentimento profundo dentro dela. Draco só encostava seus lábios quantes nos dela e os abria, aprofundando o beijo, sem nada mais. Nem sentimentos.
- Por favor, saia. - ela pediu, em voz baixa.
Ele a olhou, com súplica. Não era mal ator, ela tinha que admitir. Se ele se ajoelhasse ela até hesitaria em perdoá-lo! Não... ninguém brincava com Hermione Granger. Os poucos namorados que ela tivera no último ano ficaram bem informados disto. E ela nunca tivera motivos para terminar com eles por brigas que envolvia outras garotas no meio, o que dificultava sua resistência, que ela implorava em sustentar.
Seus olhos verdes tinham um misto de hesitação e, como ela constou, se o perdoasse, daria pulos de alegria. Se se recusasse, seria o contrário. Ele sairia de cabeça baixa, e, quando chegasse à porta, a olharia pela última vez daquela maneira, antes de ela não resistir e voar em seu pescoço, enchendo-o de beijos e desculpas. Porém, ela só o olhou friamente.
Ele entendeu e caminhou lentamente até a porta, parando onde ela imaginava que pararia.
- Herm... - ele começou, mas foi interrompido pela forte batida de porta que recebeu.
Hermione corria apressada, sorrindo, feliz. Finalmente conseguiria ter Harry, finalmente seus sonhos não seriam só sonhos, finalmente ela realizaria o que mais desejara no mundo! E o apartamento de Harry não ficava muito longe dali, como ele próprio lhe segredara.
Sonhos, fadas, anjos... talvez sua vida ainda pudesse ser perfeita. Apesar de todo o horros e medo do passado, com todas as mortes, com todos os feitos e não-feitos, todas as meias-verdades... por que tinham que ter acontecido?
Refletiu sobre o enigma que Draco lhe passou. Como assim... se arrependeria de ter se entregado? Não era o bastante ter machucado ela? A curiosidade lhe subiu à cabeça.
O vento cortava seu rosto feliz, e as pessoas da rua a olhavam correr, desejando estar feliz como ela se sentia naquele momento. Não obstante, aquela lembrança a perturbava. Draco não poderia ter falado realmente sério. Era bem típico dele tentar fazê-la sentir medo, embora ela nunca demonstrara qualquer sinal do sentimento.
Segurou o corrimão da escada e quase pulou-o para subir com mais rapidez. Sua espontâniedade ajudou a convencer o porteiro de que tinha uma coisa que decidiria sua vida à fazer, no quarto nº 7 no segundo andar.
O prédio era escuro e frio, lhe dava arrepios: como uma pessoa como Harry poderia morar ali? Era inacreditável como o lugar não conseguiu tirar a alegria interna que ela sentisse. Era... possível? Aquilo realmente estava acontecendo? Harry estaria lendo um livro ou assistindo TV quando chegasse, o que aumentou seus passos.
Parou repentinamente no nº 7. Sentiu sua respiração parar também, prendendo-se. Ela a soltou devagar, com um sorriso, sendo impossível contê-lo. Abriu a porta rapidamente para encontrar Harry beijando ferozmente Gwen Lojnhy.
N/A: aháááááá!!! Agora vão ficar morreeeeeendo de curiosidades, não é? hushuahushuas é a minha intensão \o\ bem fora do comum, mas éééé *-*~ então.. comentem, ok? Acho que demorarei a postar novamente aqui... hmm... é só... bjooo gentee.. adoro vcs!! ^^
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