Capítulo VI



Capítulo VI




Hermione congelou, prendeu a respiração, e seu coração se partiu ao meio. Exatamente ao meio. Como ele... pôde? Harry fora tão romântico, fora tão lindo, tão... amoroso. E agora ela via a face escura daquele rosto lindo. Agora ela via o lado ruim, o mal.

Harry parecia estar com nojo de beijá-la com tanto fervor, mas a outra parecia satisfeita; suas unhas percorriam suas costas, arranhando-as e apertando a pele dele.

Por que sempre que tudo parecia perfeito e nada poderia dar errado, algo estragava? Atitudes idiotas e sem fundamento? Não... apesar de parecer estar com nojo, ele parecia que não pararia tão cedo de beijá-la. Hermione só observou, as lágrimas de tristeza nos olhos castanhos, sabendo que, mesmo se interrompesse, não apagaria da sua mente a lembrança dos dois se beijando.

Só olhou, seus olhos tristes, paralizada. Sua mente se embaralhava... ela se sentia mal. Quando os dois finalmente pararam de se beijar, quase que automaticamente se viraram para fitá-la, surpresos, embora ela conseguisse distinguir a simulação. Era tudo falso. Era tudo brincadeira.

Não conseguiu falar nada; sua voz não sairia. Só fitou os olhos azuis e preocupados de Harry, que também a fitava. Não quis saber o que Gwen fazia ou como estava se expressando - mesmo que a outra também parecesse preocupada e aparentemente com pena -, sua preocupação era Harry... era horrível vê-lo daquela maneira... tão... diferente.

- Eu... vou embora. - Gwen murmurou, zonza.

Hermione não se moveu, de modo que Lojnhy teve que se estreitar entre ela e a porta para passar.

Os minutos silenciosos que se passaram serviram para Hermione acreditar que de agora em diante sua vida seria uma verdadeira tortura. Harry queria abraçá-la e pedir desculpas pelo que fizera... por tudo que fizera. Por tudo! Mas ela parecia tão triste e descrente que não pôde se mover, hipnotizado por aqueles olhos lacrimosos e castanhos.

Ela não pôde evitar em piscar para tentar afastar as lágrimas que insistiam em vir aos seus olhos, porém, ao fazê-lo, elas vieram mais rapidamente; se escorreram mais uma vez em sua face e ela coçou a cabeça, indecisa, desviando seu olhar para qualquer coisa que estivesse ao lado esquerdo, enquanto as lágrimas escorriam em seu rosto.

Harry fez menção de se aproximar e ela deu as costas, correndo. Queria correr para outro mundo, onde ela não precisaria presenciar tal tragédia em si mesma. Corria para a solidão, sem deixar Harry se explicar. E teria explicações para um beijo? Certamente - como todo homem - ele diria que ela o seduzira.

O que tornara Harry assim? O que... ela fizera a ele? E ele sabia que ela o amava, mais que Draco, mais que si mesma. E agora ela não tinha certeza. Não tinha certeza de nada. Se pudesse parar um único instante no tempo, voltar atrás e nunca ter entrado no quarto número 7, no segundo andar; se nunca tivesse realmente visto os dois se beijando, se nunca tivesse falado com o porteiro... certamente se machucaria ainda mais quando soubesse.

E ela tinha que saber? Isso era realmente doloroso ter que reconhecer que sim. Seu interior - e exterior - sofriam pelo baque: ela não estava preparada para isto. Não estava preparada para nada! Nunca imaginara o seu Harry beijando outra a não ser si mesma! Nunca!

Levantou uma mão para chamar um táxi e um parou quase que imediatamente, abaixando o vidro - um homem de barba, óculos escuros, gordo e cheirava cigarro falou:

- Para onde vai, moça?

Hermione estremeceu. Cada palavra daquele homem lhe arrepiava, como se penetrassem em si e escrevessem nela com uma faca pontiaguda. Ao ver que ela paralisara, ele resmungou, agressivo:

- Você vai para algum lugar?

Ela fungou e limpou as lágrimas rapidamente, surpresa pela falta de educação de um taxista diário.

- Rua Wimbledon Kurstin, prédio 212. - falou, sem tentar demonstrar que ele intimidou-a.

- Ok, entre. - apontou para trás sem olhar para ela - eu te levo de graça. - falou.

Uma pessoa com duplas personalidades às vezes engana, ela tinha que admitir que ficara com receio de entrar na porta do carro baixo e amarelo ovo; não obstante, puxou a porta e entrou. O carro era quente, apesar de o dia estar nublado e as pancadas de neve cairem constantemente, e o cheiro de cigarro era predominante, forte, e ruim, fazendo-a sentir-se mal e nojo.

- Também tenho problemas, sei que é um saco ter que pagar taxistas. - ele resmungou, girando a chave no automóvel - Meu nome é Tonny Thunder, às suas ordens. - se apresentou rapidamente, dando uma olhadela para trás.

- Hermione Granger. - ela fez o mesmo, dando um sorriso frouxo e molhado.

- O que aconteceu entre vocês? - quis saber de imediato.

- C-como sabe? - ela sentiu aquela chata e familiar pontada fria no estômago, e estremeceu.

- Não se preocupe, moça, eu trabalho em taxis à vinte anos e conheço bem uma pessoa quando briga com o namorado. - ela olhou para o retrovisor, de onde ele a olhava por trás dos óculos.

- Se não se importar, não quero falar sobre esse assunto. - falou, tentando parecer o mais ríspida possível, deixando-se soluçar.

Seus olhos estavam vermelhos e seu rosto também, porém, não chorava mais. Não valia a pena gastar suas preciosas lágrimas por um homem que certamente teria chamado novamente Gwen para continuarem o que começaram. Além disso, tinha Malfoy! Ele era ideal para ela. Este sim era o namorado perfeito.

- Tempo feio, esse de Londres. - ele comentou, dando uma rápida apontada com a cabeça para a janela embaçada e escorrendo água.

- Muito feio...

Entraram em um tráfego. Os carros de repente pareceram-lhe todos juntos, esperando o sinal abrir. Olhou à sua volta: as pessoas que dirigiam os carros reclamavam, buzinavam e, raramente, xingavam. Os limpadores de parabrisas estavam ligados, correndo de um lado para outro, da esquerda para a direita... "Como a minha vida...", ela pensou, aborrecida.

- Droga, acho que essa viagem demorará um pouco, moça. - ele avisou, passando as costas da mão direita no vidro da frente para limpá-lo.

- Tudo bem, já perdi a hora no escritório e acreditarão em mim. - informou, levando a mão à boca para roer as unhas, encolhendo suas pernas no banco.

O dia se passou lento e calmo. Por fim, chegaram às seis no prédio de Hermione, que teve que pagar algo à ele, já que a suportara durante temíveis duas horas em um tráfego e chuva intermináveis.

- Obrigado, moça, espero te encontrar nessa grande cidade algum dia desses. - ele falou, dando uma piscadela e saindo.

A chuva caía e molhava-a da cabeça aos pés, esta sem se importar. Era difícil saber por que se sentia tão mal e legitimamente fria e sólida, quando na verdade era tão carinhosa e demonstrar transparência.

Subiu as escadas até o seu apartamento, onde pegou uma toalha e secou-se. Tinha que pensar, e era a única idéia nítida em sua mente embaralhada. Colocou uma roupa quente e sua pantufa e saiu, lentamente, até o andar de cima.

Ao subir as escadas, o ranger dos degraus lhe davam uma sensação de leveza. Uma sensação de que nada mais seria como fora. Uma sensação... ruim.

E lá estava ela, imponente, as cortinas brancas e finas esvoaçando para a direção de Hermione com o vento forte. A janela que nunca fora aberta para ela estava ali, pedindo para ser usava em uma última ação da vida, em uma tentativa de suicídio.

E o que ela mais precisava numa hora dessas, se não de acabar com tudo de uma vez por todas? Era óbvio que o que ela mais necessitava era paz interior e deixar os amores velhos de lado. Deus a ajudaria, ela partiria dessa para a melhor.

Subiu no parapeito da janela, ficando em pé neste. Os guarda-chuvas pretos faziam um extenso e comprido caminho escuro, limitando a visão dos rostos e expressões variados.

Pensou em Harry: a pessoa em quem menos queria pensar apareceu nitidamente em sua mente, proporcionando-lhe mais ódio e vontade de pular sob aqueles pés apressados, que não dariam pela falta dela. Gwen ficaria com os dois, ela podia sentir tal traição. Sua morte seria um alívio para todos, a quem ela só importunou e serviu como pedra grande e pesada no caminho.

Pularia, se antes não tivesse ouvido a familiar e carinhosa voz que lhe causava arrepios:

- Hermione...

Ela virou-se cuidadosamente no parapeito, para ficar de costas para Londres chuvosa.

- Draco...

Ele caminhou lentamente até ela, com tanta cautela e cuidado que parecia nadar em um mar de pregos sem se furar. Atento à ela, ele murmurava:

- Calma, não entre em pânico...

Ela sorriu. Ele não podia estar falando sério. Sua cautela e minunciosidade a deixava alegre e ao mesmo tempo, triste. Era engraçado vê-lo, enquanto ela poderia dar um simples pulo e saltar prédio abaixo, até o chão firme, onde começaria sua sentença de vida; ou até o chão frio e liso do corredor do prédio, no qual começaria sua sentença de tortura, na Terra.

Não obstante, sentiu o braço forte de Draco entrelaçá-la e tirá-la do lugar que decidiria sua vida dali por diante, escolhendo a segunda opção.

Ela pareceu cair em si: não podia morrer. Tinha Draco para amar! Ele sim, valia a pena. Não era como um certo alguém que aparecia, misturava seus sentimentos e, logo após, procurava outra para seus jogos infantis e torturantes.

Desatou em chorar, a cabeça apoiada no peito de Draco, soluçando triste e desesperadamente.

- Shhhh... - ele afagava seus cabelos castanhos com carinho, como se afugentasse uma criança pequena que tivera um pesadelo - você não precisa terminar comigo assim... podemos pelo menos ser amigos, mas você viva... ok? - ele a soltou e deu um de seus sorrisos cúmplices.

Ela o fitou nos olhos, os seus estavam lacrimosos e vermelhos. Seus olhos verdes a faziam ficar desnorteada, sem saber se concordava ou se acabava logo de uma vez com a vida complicada e estranha que levava.

O abraçou com força, impedindo-o de não estar ali para ajudá-la.






- Tudo pronto, amor? - ele pegou em sua mão e lhe deu um beijo rápido.

Usava óculos escuros e os cabelos loiros penteados charmosamente para trás. Estavam no aeroporto e Hermione usava um vestido de verão com flores grandes e amarelas, destacando suas curvas. Draco usava uma blusa branca fora da calça preta. Ela sorriu com os dentes e entrelaçou os dedos nos dele, falando:

- Tudo pronto.

- Atenção passageiros com o vôo para o Caribe: os passaportes serão conferidos antes e depois do portão de embarque, por favor, se dirigir até o balcão. - a voz feminina doce e bela avisou no autofalante.

Hermione sentiu um aviso de agonia no estômago; ia para o Caribe! E tinham que ir de avião, já que o lugar seria inteiramente trouxa. Mesmo assim, nunca andara a mais de cinco mil pés do chão! Draco a puxou pela mão, arrumando os óculos nos olhos e segurando firmemente os dois passaportes.

A fila que os esperava não era tão grande: no mínimo havia sete pessoas. Suspirou, aliviada. Não teria que esperar as pessoas gordas e chatas reclamando para a recepcionista que nada tinha a ver. A garota à sua frente devia ter dezessete anos, mascava chicletes, os cabelos pretos e roxos espetados para cima, e várias tatuagens e piercings pelo corpo; vestia preto. Ela virou-se para fitá-los e deu um sorriso espontâneo e amigável, o que deixou Hermione com menos medo.

- Caribe... ótimo, não é? - ela falou, se virando novamente para encaras as costas gordas e espremidas da mulher à sua frente.

Bem que as aparências realmente enganam, certo? Ela achou que a adolescente se viraria para ela e a xingaria porque ficara a encarando com tanto espanto. Mas ela fora tão... doce e amável. Sorriu, sentindo o rosto arder com o beijo rápido que Draco lhe tascara.

Em pouco tempo a recepcionista chamou-lhes e eles foram rapidamente:

- Bom dia. - ela saldou, calorosamente - seus passaportes, por favor.

Draco ergueu os óculos para os cabelos e Hermione ouviu a recepcionista suspirar, maravilhada com a beleza do seu namorado. Ele entregou-lhe as passagens e deu um sorriso gratificante e feliz à Hermione, que retornou.

- Sr. e Sra. Malfoy... - ela murmurou, triste com a definição de Hermione e ao mesmo tempo, querendo parecer feliz: - muito bem...

Murmurou mais algumas palavras que Hermione não entendeu, conferindo alguns números e nomes no computador, sempre tentando parecer o mais amável possível. Hermione trocava algumas palavras rápidas com Draco, este sempre dando aquele sorriso lindo que a deixava zonza; ela e as mulheres à sua volta.

Ouviu a recepcionista ruiva pigarrear para chamar a atenção dos dois e entregar-lhes os passaportes, agora nada gentil:

- Bem, chamarei o vôo em trinta minutos. Estejam presentes no devido horário, por favor. - informou, ríspida.

Ele pegou o passaporte, atônito, e, ainda segurando a mão de Hermione, deram meia volta, desviando dos poucos que restavam na fila, indo diretamente à uns bancos almofadados de azul que havia por ali. As pessoas que não andavam apressadas puxando suas malas de rodinha, estavam conversando, rindo ou murmurando algo.

Ficou surpresa ao sentiu os olhares descarados das mulheres em Draco, o que quase soou irônico. Como ela poderia namorar alguém como ele e não querer que nenhuma mulher desviasse os olhos quando ele passasse?

- O que você está achando? - ele perguntou, pegando um jornal e abrindo-o.

Ela desviou seu olhar para ele, sorrindo.

- Ainda preciso dizer algo, Draco? - ela falou, vendo-o dar um sorriso cúmplice e aproximar-se para beijá-la.

Olhou para os seus lábios enquanto ele se aproximava, sorrindo. Sentiu um imenso orgulho do namorado. Embora nunca tivesse se sentido completamente feliz depois que vira Harry com Gwen, agora sentia uma pontada de felicidade.

Nunca mais falara com Harry nem com Gwen. Simplesmente fingia que a mulher que trabalhava ao seu lado não existia e com Harry... não costumava vê-lo por completo. Quando o via em algum lugar de longe, sem olhá-la nem notar sua presença, ela desviava o caminho.

- O que foi? - Draco quis saber, desviando uma mecha castanha que perambulava no rosto da namorada - parece tão pensativa...

Ela sorriu, em um sinal de que não era nada e lhe deu mais um beijo rápido, antes de olhar completamente para o lado e ver Gwen e Peter Houstin, a quem ela não via desde o dia em que recebera flores lindas e viçosas do atual namorado.

Suspirou... tendo a incrivelmente triste dedução de que Peter era só mais um joguinho de Gwen, como ela mesma fora de Harry e de Draco... "Idiota", pensou de si mesma, agressiva, "sou a pessoa mais idiota do mundo, e não faço nada para mudar isto."

Tentou afastar as lembranças que ela tanto tentara esquecer nas últimas semanas brincando de adivinhar consigo mesma onde eles iriam.

- Você os conhece? - perguntou o namorado, dando um olhar de esguela para o casal que andava de mãos dadas, ocasionalmente dando sorrisinhos envergonhados e beijos rápidos, mas nada que entregasse-os realmente.

- Sim. A mulher acho que você também conhece, apesar de estar usando um chapéu quase do tamanho dela. - ela falou, irônica, depois de olhar do namorado para o casal novamente - ele é Peter Houstin, o entregador de flores.

Draco pareceu ter se lembrado de algo extremamente horrível. Não que fosse estranho da parte de Hermione lembrar-lhe, mas... ela era tão mal assim???

- O que... foi? - Hermione quis saber, brincando com um sorriso travesso nos lábios.

Sabia que o namorado ficava constrangido quando mencionava alguma namorada do passado, então decidiu fazer algo para acalmá-lo, mesmo que ele não parecesse tão aterrorizado. Correu os dedos por seu rosto liso e lhe beijou carinhosamente os lábios vermelhos. Mesmo que ouvisse os suspiros à sua volta, continuou a beijá-lo docemente.

Quando finalmente descolou os lábios dos de Draco, ficaram se olhando por uns minutos e depois ele sorriu, ela correspondendo. "Está dando certo", ele pensou rapidamente.

Voltou a se encostar na cadeira, arrumando o jornal e voltando a lê-lo. Hermione desviou os olhos para uma mulher alta e loira que os encarava de longe; esta parecia fria e amarga, balançou a cabeça negativamente, como se desprezasse os dois e achasse ridículo o que eles tinham acabado de fazer, e desviou o olhar para algo que Hermione não se preocupou.

Nas últimas semanas conhecera muita gente de aparência realmente diferente do que é. Mas aquela mulher.... a fizera sentir-se tão... suja... por estar com Draco. Mesmo que não a conhecesse, mesmo que nunca a vira na vida, mesmo que... ela a fez sentir-se suja. Mas havia razão?

- Vamos comer algo? - ele perguntou, fechando o jornal e parecendo adivinhar seus pensamentos, mas os em relação à mulher.

- Vamos.

Ele a puxou para um café que havia dentro do aeroporto, no local de espera. Uma garçonete de cabelos negros caminhara rapidamente até eles, perguntando gentilmente:

- O que o casal ia querer? - deu um sorriso alegre.

- Dois pedaços da torta de maçã e um café. - Draco respondeu e, virando-se para Hermione, continuou: - o que vai tomar, amor?

- O mesmo. Só que o café com adoçante, por favor. - falou.

Ela e Draco se sentaram juntos e com as mãos entrelaçadas em cima da mesa redonda de mármore; havia um porta-guardanapos em cima desta, e os bancos eram altos, fazendo-a lembrar-se dolorosamente de Harry.

- O que foi? - Draco perguntou, tocando de leve no seu queixo.

- Nada... quando acha que partiremos? - ela quis mudar de assunto e se acentuar mais no namorado.

- Bem, chamarei o vôo em trinta minutos. - ele afinou a voz para imitar a recepcionista, fazendo-a rir.

Ele também riu, acenando para uma garota de fones de ouvido, que acenou distraidamente, voltando a balançar a cabeça no ritmo na música que escutava, em três mesas vazias dali.

- Conhece? - perguntou, quase que mecanicamente, em um ato de defesa.

- Conheço. É Lanna Yaont, trabalha na empresa. - respondeu a pergunta que a namorada fez com os olhos - que preocupação... até parece que não confia em mim... - pressionou os lábios nos de Hermione, carinhosamente.

Desde que chegaram ali, não tinham dado um beijo "daqueles", como ela e Gwen costumavam dizer quando se falavam; só trocavam selinhos rápidos ou lentos.

Como ela previra animada, ele abriu seus lábios nos dela, num ato de amor. Ela, quase que mecanicamente, levou suas mãos rápidas aos cabelos loiros, despenteado-os. Os braços de Draco passaram pela sua cintura, abraçando-a.

Ela nunca se arrepiara com um beijo. Com exceção àquele que queria esquecer. O primeiro beijo que dera em Harry... porque ele tinha que voltar em sua mente? Ela estava bem o bastante com Draco. Bem até demais, para ser verdade.

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