Perdão



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!

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Cap. 11 – Perdão

Severo aparatou com Hermione no colo. Sua expressão estava transtornada, gritou desesperadamente até Judithe aparecer e ordenou que fizesse bandagens pro sangue cessar e usasse sua mágica para fechar as feridas. Saiu do quarto para apanhar algumas poções curativas que tinha no seu estoque. Estancou na sala quando viu uma bela moça de cabelos escuros e encaracolados muito bem acomodada no sofá.

- O que você está fazendo aqui? – Sibilou com a voz furiosa.

- Boa noite, Severo. Fui incomodada na minha casa e resolvi passar um tempo aqui.

- Ficou louca? Era só o que me faltava... Estou com um problema sério e não tenho tempo para bobagens de irmã caçula.

- E o seu problema sério deve ser muito maior do que o meu não é? Serve para você o fato que eu estava muito bem escondidinha como me mandou ficar e simplesmente me aparece um bruxo do nada procurando por você e me diz como se fosse à coisa mais normal do mundo que você é um assassino?

- Não me interessa o que lhe disseram. Eu tenho uma pessoa sob meus cuidados que pode morrer dentro de poucas horas, então seja o que for que queira conversar terá que esperar! Preciso repetir? – Ele agora estava gritando.

Alinne não se deixou intimidar, sangue Snape corria nas suas veias também.

- Posso esperar o tempo que for preciso, mas terá que me explicar tudo nos mínimos detalhes, entendeu Severo?

Severo deu as costas e seguiu para o laboratório. Era só isso que me faltava acontecer, mais uma vida nas minhas costas. Apressadamente selecionou os frascos que precisava e com um aceno da varinha eles desapareceram, para reaparecerem de imediato no andar de cima. Voltou correndo, parou no terceiro degrau da escada, lembrou-se da irmã sentada na sala, não podia correr o risco de Draco fazer mais uma besteira.

- Pro meu quarto Alinne, e guarde as perguntas para depois.

Ela o seguiu em silêncio, quando passaram pela porta do aposento, Alinne olhou para a cama e reconheceu a criada de Severo ao lado do que parecia ser um corpo sem vida. Pôs as mãos na boca em choque. Aos pés da cama havia trapos de panos que deveriam estar sendo usados como bandagens, todos bastante ensangüentados. Uns frasquinhos estavam na mesa de cabeceira e a criatura misturava uns e outros com alguns movimentos das mãos. Ela aproximou-se mais ainda e pôde ver alguns cortes profundos na jovem que estava de bruços na cama. Alguns deles estavam abertos, mas já não sangravam, à medida que a Elfo passava o líquido que havia misturado há alguns minutos por cima deles, fechavam-se imediatamente e deixavam uma cicatriz quase imperceptível no lugar.

- Meu Deus! O que fizeram com ela?

- Agora não Alinne, por favor... Agora não...

O tom de voz dele estava estranho, Alinne conseguiu despregar os olhos da moça na cama e olhou para seu lado. Seu irmão, o homem mais gelado que conhecia, estava chorando. Aquelas lágrimas a comoveram, deveria ter sido algo muito grave para ele chegar a esse ponto. Caminhou até ele e o abraçou. Foi à deixa que Severo precisava para deixar sua emoção fluir, abraçou-a de volta e soluçou em seu ombro, após alguns minutos ele a afastou.

- Ainda quer ouvir o que tenho a dizer?

- Quem é ela? – Perguntou lançando um outro olhar para a moça na cama.

- Hermione. É assim que ela se chama. – Voltou-se para Judithe – Como ela está?

- Meu senhor, a menina está muito fraca. Precisa descansar muito e querer acordar também, a menina está dormindo agora. Judithe pode ficar acordada até que ela desperte, Judithe já fechou os ferimentos, mas Judithe não conseguiu remover a tatuagem no braço da menina, Judithe se desculpa com o seu senhor e pode se castigar por isso.

- Não precisa se castigar Judithe, apenas cuide dela como sempre cuidou de mim, é sua responsabilidade. Dê poção para ela dormir por uns três dias seguidos, todo repouso será o melhor a ser feito.

- Sim, meu senhor Judithe vai fazer o que o meu senhor mandou. – E a elfo pôs-se a trabalhar nos frasquinhos de novo.

Severo puxou a irmã pela mão e desceu novamente as escadas. Draco estava na sala, lançou um olhar abatido na direção de Snape e ele entendeu o que ele queria questionar.

- Se quiser ficar fique, não tenho o que esconder. O circo já foi armado.

Draco sentou-se numa confortável poltrona em frente à lareira. Severo e Alinne lado a lado no sofá.

- Primeiro quero saber como chegou aqui, não é bruxa. Eu teria sentido assim que cruzasse a fronteira da Rússia pelo feitiço de rastreamento que pus em você, mas estava muito ocupado nas últimas horas para reparar. Portanto como chegou tão rápido?

- Lembra do bruxo que eu disse que me encontrou? – Severo assentiu – Ele me trouxe, me deu carona numa Aparatação.

- Quem foi esse imbecil que não se importou de levar uma Trouxa para aparatar com ele?

- Ronald Weasley. Ou só Rony, como ele me pediu para chamá-lo.

Draco soltou um muxoxo de desaprovação. Uma expressão de total desagrado passou pelo rosto de Severo e uma ruga de preocupação surgiu em sua testa.

- A que horas aquele imbecil fez isso?

- Há pouco mais de uma hora. Ele não é um completo imbecil Sev, acho que algo o deixou transtornado. Ele estava conversando comigo sobre você e de repente olhou o céu e ficou paralisado uns quinze minutos... Eu achei que tinha tido um ataque, mas daí ele voltou a si e estava totalmente desnorteado, falava o tempo todo em matar alguém... Em matar... Você. - Severo lançou um olhar amargurado na direção dela. – Depois disso foi fácil convencê-lo a me trazer junto com ele. Procurei você na antiga casa de papai e não o encontrei então supus que estivesse aqui, graças a Deus os feitiços de proteção me reconheceram e pude entrar e esperar aqui. Judithe estava me fazendo companhia até você chegar gritando. Ela não deve ter tido nem tempo de informá-lo que eu estava aqui.

- Ela não me disse.

- Bom você não vai brigar com ela por isso... Mas agora é com você, no que está metido Sev?

- No que eu sempre estive Alinne. No erro que cometi quando era um garoto lerdo que tinha uma cabeça-oca. Essa idéia que todo jovem imbecil tem de grandeza, de poder. Perdi minha vida Alinne, dessa vez pra sempre.

Draco mexeu-se desconfortavelmente na poltrona. Essa noite ele havia entendido o que Snape tentou lhe dizer durante todo o ano passado.

- O que você fez meu irmão? Juro que não vou condená-lo por isso. Só quero o seu bem.

- Não existe mais bem para mim Aline. – Olhou nos olhos dela – Eu sou um assassino, o Weasley disse a verdade. Eu sou um monstro.

Severo levantou-se e caminhou pela sala. Alinne e Draco se entreolharam.

- Eu torturei Trouxas que tem sangue igual ao meu, torturei bruxos que também tem sangue mágico como o meu, eu matei o diretor de Hogwarts, matei Alvo Dumbledore. Achava que estava no fim. Mas ainda não. Mais uma vez machuquei alguém que amo. Machuquei a Hermione.

Ela o olhava pasma, olhou para Draco novamente esperando que negasse o que Severo havia dito, Draco baixou os olhos, era a confirmação.

- Mas você deve ter tido um motivo Sev, um motivo muito forte, você não é um mostro.

- Nenhum motivo é bastante forte para maltratar alguém que se ama Alinne. Nenhum motivo é forte o bastante para tirar a vida de outra pessoa. Só os tolos pensam assim.

- Sev, por fav...

- Chega Alinne. Vá se deitar, agora tenho mais um com quem me preocupar e você é a mais fraca de nós, sabe disso. Amanhã conversaremos mais. Estarei com a Hermione caso precise de algo.

Ambos se levantaram, Alinne e Draco, ela parou em frente ao irmão e o abraçou ternamente, ele não reagiu. Ela o soltou e subiu as escadas.

No dia seguinte, reuniram-se na biblioteca. Severo contou como e porque Hermione estava sob seu poder e reafirmou amá-la.

- Já que está aqui e não posso mandá-la de volta, vai ficar cuidando dela junto com a Judithe. Quando ela acordar estará confusa, eu preciso deixá-la refletir.

Seu tom de voz estava amargurado.

- Tudo bem, ficarei no quarto.

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Severo estava sem dormir a dois dias, seu humor estava péssimo. Havia deixado Alinne a par de toda sua história e proibido-a de sair. Também havia proibido Draco e evitou falar com eles esses dias. Passou as noites ao lado da cama onde Hermione ainda dormia. Ela teve pesadelos na primeira noite, seu sono estava agitado e ele entreouviu seu nome algumas vezes.

Agora olhava o céu de fim de tarde do terceiro dia após aquela noite fatídica. Um gatinho prateado apareceu ao seu lado e ficou brincando com o próprio rabo. Uma correspondência para Hermione. Ele afastou-se do parapeito da janela e deixou que o patroninho avistasse a destinatária deitada. Ele apenas a observou e continuou ao lado de Snape.

Lembrou-se da noite que os dois tiveram juntos, parecia um dia a milhares de anos atrás. Estendeu a mão para o gatinho, ele soltou o pergaminho na sua mão e sumiu no ar. Era da diretora de Hogwarts.

Hermione,

Estou escrevendo para lembrá-la de nossa reunião social, estamos aguardando por sua presença e do seu acompanhante para discutirmos todos os pontos de nossa programação de eventos comemorativos. No lugar de sempre,segunda-feira às 20:00hs, estaremos todos lá.

Atenciosamente,

Minerva McGonnagall

Severo olhou para a jovem na cama, talvez devesse descansar um pouco também. Teria um dia turbulento no dia seguinte. Saiu do quarto e bateu na porta ao lado. Alinne saiu já arrumada para recolher-se.

- Vá para o outro quarto. O efeito da poção passa essa noite.

Era madrgada, Hermione mexeu-se na cama, sentiu seu corpo dolorido. Olhou para seu lado e viu a cama vazia. Demorou alguns instantes para reconhecer o quarto onde estava. Lembrou-se de Severo. Não foi um pesadelo. As imagens de uma tortura vieram em sua cabeça. Lembrou-se das feridas, levantou-se sem fazer barulho, postou-se frente ao espelho. Retirou lentamente a roupa e virou-se de costas, ali tinha sido o pior. Não viu muita coisa diferente do que já estava lá, a não ser alguns traços fininhos que quase não dava para notar. Meus olhos não devem estar nítidos. Respirou aliviada. Foi um pesadelo. Apanhou a camisola no chão e elevou acima da cabeça tentando vestir. O que viu a fez soltar um grito de surpresa.

Alinne acordou sobressaltado. Pulou da poltrona onde estava e olhou para a cama. Estava vazia. Passeou os olhos pelo quarto até encontrar a jovem próxima do espelho, estava paralisada. Ela aproximou-se de Hermione e pôs as mãos sobre seus ombros. Hermione pareceu acordar do estado de surpresa e começou a esfregar seu braço esquerdo com força.

- O que é isso? O que é isso em mim?

- Calma querida, venha deitar-se, você deve estar muito cansada ainda.

Gentilmente Alinne apertou mais suas mãos sobre os ombros dela e a conduziu de volta a cama. Apanhou um frasquinho na mesinha de cabeceira e dosou um pouco numa colher.

- Para você se acalmar. Não vai fazê-la dormir, só normalizar sua respiração e diminuir a ansiedade.

Sorriu gentilmente. Um sorriso vagamente familiar.

- Quem é voce? – Hermione perguntou.

- Sou uma amiga, me chamo Alinne e estarei com você até melhorar.

- Eu achei que... Há quanto tempo estou dormindo?

- Três dias.

- E onde está... – Não conseguiu concluir a frase, a ultima lembrança que tinha dele era horrível demais para ser lembrada. Fechou os olhos e deixou uma lágrima teimosa escorrer pelo canto do olho. Virou-se de lado para que a moça ao seu lado não a visse tão deprimida.

- Severo? – Esperou uma confirmação que não veio – Ele está com alguns assuntos urgentes para tratar, você quer vê-lo?

- Não! – Saiu num grito imediato, involuntariamente um tremor percorreu seu corpo. – Não.

- Tudo bem Hermione, já está mais calma? Tenho uma carta aqui para você.

Alinne entregou o envelope de Minerva na mão de Hermione que o leu com a expressão amargurada. Um nó se formou em sua garganta e ela segurou as lagrimas. Não queria chorar na frente de uma desconhecida.

- Posso ficar sozinha?

- Não tenho ordem de deixá-la só. Mas prometo voltar a minha poltrona e não incomodá-la.

Hermione continuou de costas para a garota. Sentiu o peso na cama diminuir quando ela se afastou e suas lágrimas começaram a escorrer livremente. Tentou chorar silenciosamente, mas alguns soluços escapavam. Parou de se importar com Alinne quando viu que estava piorando seu estado de espírito prende-lo. Pareceram horas e não conseguia consolar-se, aquele silêncio ajudava muito porem a ausência de alguém em que confiava fazia a dor aumentar ainda mais.

Seus olhos secaram e arderam quando sua tristeza foi diminuída. Os pensamentos começaram a vir em turbilhões sobre si. Enrolou-se mais ainda nas cobertas. Uma frieza abatendo sobre seu corpo pela falta da companhia constante de Severo. Fechou os olhos e lembrou-se dos momentos vividos há apenas alguns dias atrás.

- Que a partir de hoje, isso é uma promessa, você será a única mulher a povoar meus pensamentos e meu coração. Passe o tempo que passar aconteça o que acontecer, até o dia da minha morte, e mesmo após esse dia, uma parte da minha alma estará sempre com você.

- Não se deixe enganar, eu ainda estou aqui.

Ela apertou os ouvidos para tentar fazer os pensamentos pararem. Não adiantou muita coisa. Desistiu de lutar contra si. Se seu coração acreditava não havia chance de lutar contra ele. Precisava ouvi-lo. Era sua sanidade e sobrevivência que estava em jogo. Olhou em direção a janela e viu alguns raios de sol entrando por ela, para aquecê-la.

- Alinne?

- Sim Hermione?

- Preciso ver o Severo.

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Hermione estava parada de costas para a entrada. Contemplava o céu azul lá fora, uma brisa suave balançava os cachos dos seus cabelos por sobre seus ombros. Severo paralisou quando entrou no quarto e a viu assim, uma imagem de pureza, realçada ainda mais pelo vestido claro que usava.

Ela sentiu a aproximação mas não despregou os olhos do céu lá fora.

- O que é essa marca no meu braço?

- A marca da morte. É a primeira dos aliados ao Potter que foi capturada.

- O que significa?

- O Lorde das Trevas pretende matá-la mesmo que o Potter a substitua. A marca serve como lembrete que você é uma inimiga declarada. Se conseguir fugir, qualquer comensal que lhe encontrar poderá executá-la.

- E eu vou estar com ela o resto da vida?

- Sim. Mas se o Lorde cair, sumirá. Como as dos comensais.

Ela deixou uma lágrima escorrer pelo seu rosto, permaneceu onde estava. Severo sentiu vontade de tocá-la, confortá-la. Não conseguiu se aproximar, estava sentindo um enorme vazio dentro de si. Não sabia qual seria a reação dela quando se aproximasse, se nem ao menos tinha se virado para olhá-lo. Preferiu ficar onde estava, apenas olhando-a.

Hermione virou-se repentinamente e o encarou. Venceu a distancia que os separava e o abraçou. Puxava-o para mais perto de si e molhou seu ombro com seu choro. Ficaram assim por longos minutos, sentindo o calor do corpo um do outro, ouvindo as batidas dos corações.

- Me perdoa – Severo disse com a voz rouca.

- Não tenho do que perdoá-lo... É seu destino...

- Prefiro desistir desse destino. Quero parar...

- Está perto. Muito perto, só mais um pouquinho.

- Não vou conseguir machucá-la de novo.

Ele pôs mais força no abraço. Era sua redenção. Que se explodisse o disfarce, a luz, as trevas. Nada importava. Só queria tê-la assim, sempre perto de si. Hermione deixou-se ficar naqueles braços. Sentiu a emoção que fluía de Severo. Ficou em silêncio, guardando dentro de si o cheiro dele, o toque macio, o corpo aquecido. Nenhum dos dois queria pôr fim naquele momento. Era sagrado. A bonança depois da tempestade.

- Virá comigo a Ordem? – Hermione perguntou ainda aconchegada no peito dele – Precisaremos de muita ajuda.

Ele hesitou em responder.

- Você sabe o que todos estão pensando?

- Você se importa?

- Só com o que você pensa.

- Então nós vamos. E eu penso que faz muito tempo desde a última vez que...

Severo beijou-a com ardor. Como desejou ouvir aquelas palavras. O mundo podia parar e ele estaria no seu paraíso agora. A levou de volta para cama e o reto da tarde foi intenso, toques quentes, gemidos, orgasmos, sussurros ao pé do ouvido. O cansaço foi chegando aos poucos. Quando sentiram seus desejos saciados, deitaram-se frente a frente. Hermione com a coxa nas pernas de Severo. Ele com o braço em torno da cintura dela. Olhos nos olhos, o brilho dos castanhos refletindo a escuridão dos negros. Sem despregar um segundo, Adormeceram, guardando a imagem do rosto da pessoa amada em cada canto de suas memórias.

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Uma batida na porta. Severo acordou preguiçoso, Hermione fazia o mesmo ao lado. Olhou o relógio na mesa de cabeceira. Seis da tarde.

- Adoraria fazê-lo parar. – Deu um beijo na mulher ao seu lado e saiu catando as roupas pelo quarto. Mais uma batida – Já vai, mas que droga!

Hermione apanhou a varinha na mesa de cabeceira e com facilidade reuniu as vestes espalhadas e as fez flutuar até ele. Assim que se vestiu abriu a porta e Alinne o olhou sorridente.

- Entre – Severo ordenou.

Ela passou pelo lado dele e sorriu.

- Está com uma aparência bem melhor. – Viu Hemrione ainda deitada – Ah... Desculpe... Eu... Não sabia que...

- Se soubesse esperar e parasse de bater na porta como uma louca, teria me ouvido tentar dizer. Já se conhecem, Hermione, essa é minha irmã Alinne Snape. É Trouxa, mas sabe tudo da minha vida.

Ela agora observava a moça atentamente. Parecia ser apenas uns poucos anos mais velha que ela, era muito bonita. Irmã?

- É o lado da minha vida que me desliga dos bruxos. É um refugio que tenho quando me sinto sufocado.

Alinne sorriu. – O que foi isso? Nunca pensei que chegaria o dia de ouvir que sou importante para você.

- Sabe que é. Só não gosto dessas besteiras de ter que falar.

- Jantam conosco? Eu e o Draco estamos comendo sozinhos há dois dias.

- Não. Terei que sair com Hermione. Precisamos ainda nos arrumar.

- Nem se te pedir de joelhos? – Alinne pôs as duas mãos juntas como se rezasse, Severo apenas lhe lançou um olhar carrancudo – Então vou fazer salinha pro seu convidado, pelo menos ele é bonito.

Alinne respirou fundo e saiu do quarto. Severo ainda lançou mais um olhar mortífero a ela ao ouvi-la dizer que Draco era bonito, mas ela não percebeu. Hermione ainda com a varinha de Severo na mão lacrou-a com feitiços anti-sons.

- Irmã? Quando ouvi alguém dizer que você tinha uma irmã? E andei pesquisando sua vida...

Severo a olhou desconfiado.

- Você não está dizendo isso! – Começou a esboçar seu sorriso de descrença – A julgar pela sua expressão pensa que ela é outra coisa? Acha que estou mentindo?

- Eu não disse que estava mentindo.

- Não precisa, e também não preciso penetrar sua mente para perceber. A Sabe-tudo está com ciúmes?

- Não me chame de sabe-tudo! E também não estou com ciúmes! Apenas achei que era a única mulher na sua vida.

- No sentido que está perguntando Granger – Ele aproximou-se mais dela – Será sempre a única na minha vida. – Avançou para beijá-la, ela não retrucou. – Esqueceu do meu juramento? Só tenho você.

- Nunca esqueceria.

Ele beijou-a apaixonadamente. Encostou testa com testa na dela. Ainda com os olhos fechados.

- Não queria interromper esse momento nunca. Mas temos uma reunião. Não há o que discutir. Nós vamos.

- Mas você nem perguntou como receberam a notícia de que eu havia encontrado você.

- Não se engane Hermione, o que quer que tenham dito mudaram de opinião depois daquela noite. Não quero premeditar o que pode acontecer, mas se aqueles tolos não agirem decentemente. Essa noite, minha cabeça vai a prêmio.

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