Propagação bruxa



Aviso: Todas as personagens do universo Harry Potter, assim como as demais referências a ele, não pertencem ao autor deste texto, escrito sem nenhum interesse lucrativo, mas a JKR.

Por favor, não me processem! Só peguei emprestado para me divertir e divertir os outros!
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Cap. 10 – Propagação Bruxa


Depois de ir embora do Hospital Rony partiu para Rússia. Ele tinha conseguido algumas pistas sobre um tal Snape associado ao professor de Hogwarts. Iria repassar a informação para Hermione, mas não teve tempo. Deu uma pausa em suas obrigações e foi ele mesmo checar. Ouviu dizer que esse parente morava em uma cidadela trouxa nos arredores de Vladvostock, usou a lareira do próprio hospital e dirigiu-se a parte Trouxa da cidade.

Ao chegar lá, entrou em um bar muito movimentado, pediu uma bebida e muito displicentemente começou a puxar conversa com uma turma de jovens que bebiam e conversavam alegremente próximo a ele. Perguntou a um jovem loiro se eles conheciam alguém pelas redondezas com o sobrenome Snape.

- Está com sorte cara! A Alinne mora logo no fim da próxima rua. Ela não quis vir com a gente hoje... Você entra na primeira rua à esquerda e segue até a última casa do lado esquerdo.

Ainda trocou umas palavrinhas com o rapaz só para despistar o interesse na moça. Despediu-se deles e seguiu o caminho indicado. Parou em frente a uma casa simples. Parecia que há muito tempo não davam um trato da aparência dela, mas mesmo assim era uma casinha simpática. Viu um botão esquisito ao lado da porta, mas preferiu bater. Esperou.

Atendeu uma bela jovem de aparentemente 23 anos, cabelos escuros cacheados, estatura média.

- Com licença, eu estou procurando uma moça de sobrenome Snape, na verdade, Alinne Snape. Informaram-me que ela morava aqui, você a conhece?

- Depende. Quem gostaria de falar com ela? – Sua voz era suave, porém profunda.

- Meu nome é Ronald Weasley, eu sou da Inglaterra. Você conhece ou não a Aline Snape?

Ferrou... Estão procurando o Sevvie. – Pensou a moça.

- Sou eu. Alinne Snape.

- Srta. Snape será que eu poderia lhe fazer algumas perguntas?

- Por acaso é policial?

- Não senhorita Snape, não sou da pli... Polícia. Estou apenas querendo encontrar uma pessoa. A Srta. conhece alguém com este mesmo sobrenome que more fora daqui? Eu digo que more na Inglaterra?

- Veja bem senhor...Weesal...

- Weasley.

- Weasley, eu já ouvi dizer que existe um primo meu muito distante que vive por lá. Mas o que faz o senhor aqui, numa cidadezinha tão pequena procurando por um Snape? Se veio de tão longe alguma coisa muito importante aconteceu. Qual o primeiro nome de quem o senhor está procurando?

- Severo. Severo Snape.

Na mosca! É o Sevvie! Tenho que fingir como ele ensinou.

- Severo Snape???? Desculpe-me, tenho mesmo um primo com esse nome, mas nunca o vi pessoalmente. Deve ser da parte “estranha” da família, sabe. Têm um pessoal com o mesmo sobrenome que o meu, que são um pouco estranhos... Mas o que foi que ele fez para trazer o senhor até os confins da Rússia?

- Não querendo ser mal educado, mas pode me chamar de você Srta. Snape. E o seu primo, ele matou um homem. Um homem muito importante para mim. Praticamente um parente meu.

- Deus!... Infelizmente, eu não o conheço senhor Weasley, não posso lhe dar informação alguma sobre este homem simplesmente porque não tenho nenhuma. Graças a Deus jamais o vi pessoalmente e nem quero vê-lo depois que me disse que ele é um assassino.

- Bom Srta. Snape. Se por algum acaso ele entrar em contato poderia procurar a policia? E eu posso colocar seu nome nos autos da minha investigação?

- Sem problemas, Weasley. Se eu souber de algo informo na delegacia.

Ela o acompanhou até a porta. Um clarão iluminou o céu e Rony parou de chofre a porta. Ficou petrificado ao ver e ouvir o que se passava. Alinne parou ao seu lado sem entender o que o impedia de continuar, ele olhava o céu com uma expressão de horror. Ela também olhou na direção, mas só viu as estrelas.

*
*
*

Severo ajoelhou-se a sua frente e passou seus braços pelos ombros dela.

- Confia em mim? – Sua voz saiu como um sussurro bem próximo ao ouvido dela.

Ela levantou os olhos para encará-lo e o medo que emanava da sua pele não estava presente neles. Naquele momento ele percebeu que não precisava da resposta, aquele olhar já dizia tudo.

- Mas é claro que eu confio você. Não devia nem perguntar isso. Só que a idéia de estar no meio de um monte de porcos que não suportam Trouxas e ainda por cima desarmada não me agrada nem um pouco.

- Acho que nossos papéis estão invertidos, quem costuma falar assim sou eu. - Ela sorriu em meio à tristeza. - Assim está bem melhor. Não se preocupe, não deixarei que nada de grave te aconteça. Estarei o tempo todo com você.

- Você sabe o que vai acontecer não é?

- Sei. – Sua voz estremeceu um pouco – Mas se eu contar para voce sofrerá duas vezes, agora e depois.

- O Harry conseguiu destruir as horcruxes, resta apenas a cobra Nagini, isto é, se ela for de verdade uma horcrux, o professor Dumbledore não deu cem por cento de certeza, era apenas especulação. Graças a você ele escapou de morrer, mas ele não está preparado para um duelo com o Vold... – Segurou a língua a tempo de dizer o nome dele.

- O melhor a ser feito agora é o Potter conseguir fechar sua mente e aprender os feitiços não-verbais. Ele precisa estar pronto e muito rápido. Todos correm perigos, você mais do que todos. E não se engane o Lord vai usá-la.

Um arrepio percorreu a espinha de Hermione e ela se recusou a imaginar como seria usada para atrair Harry.

- Precisamos ir, esteja preparada. Não tente resistir, vai pôr sua vida em risco se isso acontecer. E se ele pedir para tirá-la da Maldição... Não duvide, eu estarei com você aconteça o que acontecer.

- Está bem, já disse que confio em você. – Ele notou que a voz dela estava fraca, mas havia sinceridade.

A ultima coisa que Hermione ouviu em sua consciência antes do prazer a envolver totalmente foi à voz de Severo murmurando: Império. Ele realizou ainda mais um feitiço para que as roupas dela ficassem com aparência de sujas e na pele fez surgir uns arranhões superficiais. Puxou-a pelo braço e ambos aparataram numa imensa clareira.

Ao redor da clareira uma floresta densa cobria toda área. Espalhados pelos cantos estavam Gigantes, muito maiores que Grope. Dementadores faziam círculos no céu. Algumas pessoas mal vestidas também estavam presentes, até Elfos Domésticos estavam reunidos próximos aos seus donos. O número de Comensais era imenso, muitos eram jovens como ela.

Belatriz estava à espera deles. Quase no centro da clareira havia o que parecia ser um palco quadrado, vários instrumentos estavam dispostos numa pequena mesa. Eles estavam bem próximos desse lugar.

- Ah Severo, que bom que chegou, estava achando que não iria comparecer.

- Você costuma achar demais Belatriz, deveria ensinar adivinhação.

Ela olhou Hermione que estava absorta admirando olhando a paisagem.

- O que não faço pelo meu mestre... Essa imundice Trouxa... – Fez um rápido aceno com a varinha e um raio azul claro voou em direção a Hermione, Severo o rebateu com a mesma rapidez dela.

- Se tocar num fio de cabelo dela, esqueço que estamos no mesmo lado e não respondo pelos meus atos. Ela é minha responsabilidade entendeu?

- É mesmo Severo? Pensa que lhe devo respeito porque o Lorde das Trevas lhe acha importante? Você não me engana, ainda vou provar para todos quem você é de verdade.

- Ora, ora minha querida Bela, todos aqui sabemos quem o Severo é. – Aquela voz fria ecoou pela noite, vários comensais começaram a aparatar ao seu lado formando um circulo ao redor deles e do palco. Os outros seres também começaram a se aproximar. Severo fez uma pequena reverência e aguardou o que estava por vir. – Creio eu, que deixei claro para todos, o meu contentamento com o Severo e não admito que desobedeçam minhas ordens. – Encarou Belatriz - Cuido de você depois.

Belatriz murmurou algo compreensível somente ao Lorde e postou-se um pouco mais afastada. Todos os olhares estavam voltados para Hermione. Severo podia ver o brilho de ódio e repugnância em alguns, mas ninguém faria nada a ela enquanto Voldemort não ordenasse. O Bruxo maligno se aproximou dela, segurou-a pelo queixo e a fez olhar em seus olhos.

- Uma Trouxa! Como alguém pode considerar uma Trouxa valiosa? Vocês acreditam nisso?

Murmúrios de desaprovação foram ouvidos.

- Vocês acham que um garoto que considera uma Trouxa sua melhor amiga pode desafiar o Lorde das Trevas?

Mais murmúrios foram ouvidos, Severo representando bem seu papel também murmurava a favor.

- Severo, cesse a maldição.

Ele já esperava por isso. Estava quase na hora. Seu coração acelerou e ele teve que reunir toda sua força de vontade para apontar a varinha para ela. Desfez a maldição.

Hermione piscou os olhos. A sensação de leveza que a acompanhava até ali se esvaiu. Ela sentiu toda a tensão ao redor e levantou os olhos, aquela imagem lhe fez tremer dos pés à cabeça.

As pessoas na clareira gargalharam. Voldemort apenas a encarava. Desviou os olhos daquelas pupilas Ônix procurando pelos de Severo, encontrou um par de olhos pretos com a expressão fria, uma expressão de desprezo. Estremeceu de novo.

- Vocês estão vendo? A Trouxa está buscando ajuda em Severo, dá para ver em seus olhos o que procura. – Ela baixou a cabeça – Entendem agora o que é ser um servo digno de confiança? Quantos de vocês conseguiriam fazer a Trouxa acreditar que estavam do lado dela?

Um silêncio incômodo caiu sobre eles. Cada palavra entrava pelo coração de Hermione como uma facada. Novamente olhou para Severo e a expressão dele não havia mudado.

- Você Bela? – Levantou um dedo para que ela não respondesse – Não... Quer saber como você agiria? Atacaria a Trouxa, a traria para mim aos pedaços e isso faria o Potter ficar com mais raiva e se achar ainda mais poderoso. – Severo agora tinha a sombra de um sorriso sarcástico no rosto. – Ou você Draco? Também não, você iria ficar com pena da Trouxa. Um sentimento repugnante, sentimento de covardes! Não iria conseguir cumprir a missão e a deixaria escapar. – Seu pai? Também não, aquele estúpido continua trancafiado porque já estou cercado de idiotas demais para me arriscar buscando mais um. Ele tentaria duelar com a Trouxa e acabaria perdendo. Crabe? Goyle? Não preciso nem comentar. – Agora olhem para Severo... Alguma duvida que ele a trouxe até mim inteira e melhor ainda... Iludida?

Mais silêncio.

- Eu estou fazendo uma pergunta seus imbecis. Respondam! - Apontou a varinha ameacadoramente para eles.

- Não mestre nenhuma dúvida Milord! Severo sim, ele cumpriu sua missão com grandiosidade.

- Isso mesmo Milord.

- O Severo é o melhor dos nossos.

Hermione sentiu uma fúria subir dentro de si. Era tudo mentira! Como eu sou idiota!

- Hoje a Trouxa é realmente mais valiosa que a maioria de vocês. Ela será a minha isca para apanhar aquele garoto que acha ser espertinho demais. Esta noite a Trouxa será torturada... E isso se repetirá mais vezes até que aquele garoto estúpido venha se pôr no lugar dela. Mas nenhum de vocês é digno de fazer isso... A não ser o meu mais fiel servo!

Severo deu um passo à frente. A expressão de seus olhos era a mais dura possível. Encarou cada um dos Comensais ao seu redor, muitos baixaram os olhos ao vê-lo com aquela aura de poder ao seu redor. As honrarias nunca haviam sido usadas antes pelo Lorde. Alguns se sentiram traídos. Severo acabou de retornar e já assumiu um posto tão alto no escalão deles.

- Querem assistir ao espetáculo? Acham que são dignos disso? Severo vai mostrar como tratar uma prisioneira que ainda usaremos. E o feitiço da Propagação Bruxa Extensiva vai ser realizado. Onde aquele garoto estúpido estiver, verá o que temos para ele.

Um urro de vitória foi puxado por um dos Comensais e se tornou ensurdecedor. Os gigantes urravam e os Elfos guinchavam por toda parte. Sentimentos misturados entorpeciam a mente de Hermione. A raiva por ter acreditado em Severo, o medo do que Harry faria quando a visse nas mãos de Voldemort, a ansiedade pelo que estava por vir, a tristeza invadindo-a pela presença dos Dementadores.

Severo a puxou pelo braço e levou-a para cima do palco, todos os seres se postaram no degrau abaixo. Voldemort conjurou o feitiço de propagação e tudo que estava acontecendo com eles passou a ser espelhado no céu. A imagem parecia cinema Trouxa, mas Hermione tinha certeza que aquilo era Magia Negra.

- Que se inicie a Festa!

Severo pela primeira vez encarou Hermione depois das revelações de Voldemort. Ele manteve o olhar sobre ela, a expressão dele estava indecifrável, mas ela fez o possível para que ele percebesse que ela estava transtornada. Ciente que todos os olhos estavam postos neles acenou levemente a varinha e cordas a prenderam com força.

Ele não disse uma palavra.

- Feitiços verbais Severo, assim o Potter saberá o que está acontecendo.

Severo apontou a varinha e ordenou - Crucio!

Hermione sentiu a horrível maldição no seu corpo, sentia todos os seus ossos se partindo, as veias de seu corpo querendo explodir, seu cérebro parecia estar sendo varrido. Estava gritando sem nem se dar contar. De repente tudo parou.

- Quer responder alguma pergunta Granger? Qual a sensação de estar sendo torturada?

Ela sentiu lagrimas escorrendo pelo seu rosto. Não podia chorar. Tentou faze-las parar, continuava amarrada, não conseguiria enxugar as que já haviam caído.

- Esse é o seu melhor professor? Estou decepcionada professor. – Pôs todo ódio que conseguiu reunir para sua voz obedecer-lhe.

- Ainda não Granger. Você não merece o meu melhor.

Ele aproximou-se da mesa e apanhou uma adaga afiada. Sua lâmina resplandecia como o sol. Aquilo queimava. Ele chegou bem próximo a ela e sussurrou no seu ouvido.

- Não se deixe enganar, eu ainda estou aqui.

E se afastou. Então ele agora estava fingindo? Não acredite, ele está torturando-a. Mas ele precisa do disfarce, todos nós precisamos.

Ela sentiu uma dor profunda que interrompeu seus pensamentos. A lâmina da Adaga estava cortando a pele do seu braço. Uma feia queimadura aparecia no local. Ela gritou novamente, aquilo parecia fogo consumindo-a, cortando-a. Quando cessou seu sangue pingava no chão, não suportou ficar olhando sua pele derretida. Estava ofegando e tremendo. Havia algo desenhado na sua pele, mas não conseguiu decifrar o que era.

Ele pegou mais um dos instrumentos da mesa e magicamente o agregou a sua varinha. Um açoite com dentes afiados. Dessa vez ela o olhou aterrorizada. O olhar dele mudou quando se encararam e a dor em seus olhos refletiu o que passava dentro de si.

- Não... Por favor... Por favor...

Ele demorou um pouco a responder. Sustentou seu olhar no dela. Esperava que ela conseguisse enxergar além dele, que visse o quanto estava dilacerado por estar fazendo aquilo. Os berros ao seu redor fizeram-no acordar.

- Não implore Granger, você é a Sabe-tudo. Não pode chegar a esse ponto.

As pessoas ao redor riam daquilo. Hermione baixou os olhos e fechou-os apertados. Tinha que agüentar.

- POTTER! Está vendo isso? – A voz de Voldemort magicamente ampliada se propagou. – É sua culpa! Sua amiga sangue-ruim está sob meu poder, porque não vem buscá-la?

Com um aceno da varinha à parte de trás das suas vestes abriram e sua pele branca apareceu. Alguns assoviaram lascivamente. Ela sentiu repugnância. Continuou com os olhos apertados.

A primeira chicotada atirou-a de joelhos ao chão. Sentiu algo quente descer pelas suas costas e pedaços de carne abandonarem seu corpo. Não conseguiu conter as lágrimas que caíram aos montes.

Acabe logo, por favor, eu quero morrer meu Deus, por favor.

Quando a segunda a atingiu uma poça se formou ao seu redor. Mais três sucederam essa até que ela perdeu os sentidos.

- Basta! – A voz de Voldemort ordenou. – Isso Potter, foi só a entrada, Teremos o prato principal se até a próxima lua cheia você não estiver no lugar dela. O Severo ainda tem mais cinco anos de afrontas para descontar. – Desfez o feitiço de propagação – Leve-a Severo.

*
*
*

Minerva, Lupin e Slughorn estavam no escritório examinando as anotações do Diretor. Um clarão iluminou o céu e os três se viraram para a janela. Quando a primeira imagem refletiu o professor Slughorn puxou a professora Minerva para longe e Lupin saiu correndo em direção da lareira.

- Tire-a daí. Vou tentar esconder do Harry.

Pegou o saquinho de Flu e gritou:

- Hospital Saint Mungus!

As chamas o consumiram. Assim que parou de rodopiar e bateu os pés em chão firme Lupin saiu correndo pelos corredores do Hospital sem se importar com os chamados que recebeu. Parou de chofre a porta do quarto de Harry. Era tarde, ele já estava vendo tudo.

Gina chorava abraçada a mãe e Harry estava paralisado em frente à imagem. Ele se aproximou dele e estendeu a mão para tentar puxá-lo.

- Não! Deixe-me. – Sua voz estava trêmula de fúria.

- Não vai adiantar! Saia daí Harry – Lupin tentou tocá-lo novamente.

- DEIXE-ME!

Ele gritou o mais alto que pôde. Não era um grito desesperado, era um grito de ódio. Cada palavra que ouvia sair da boca dos bruxos das Trevas o fazia tremer mais. Os punhos cerrados fizeram suas unhas cortarem sua pele. Não se importou. A dor de Hermione era muito maior. Ouviu a voz dela implorar. Chorou.

- Não implore Granger, você é a Sabe-tudo. Não pode chegar a esse ponto.

Os risos ecoaram pelo quarto.

- Vou matá-lo! Vou matá-lo. Matá-lo.

- POTTER! Está vendo isso? – A voz de Voldemort magicamente ampliada se propagou. – É sua culpa! Sua amiga sangue-ruim está sob meu poder, porque não vem buscá-la?

- Saia daí Harry – Lupin ordenou – Saia. Não Vê que isso é o que ele quer? Quer ver você descontrolado.

- VOCÊ ESTÁ CEGO PROFESSOR? É A HERMIONE! A NOSSA HERMIONE! A MINHA AMIGA!

- Basta! Isso Potter, foi só a entrada, Teremos o prato principal se até a próxima lua cheia você não estiver no lugar dela. O Severo ainda tem mais cinco anos de afrontas para descontar.

E tudo cessou.

- ELA ESTAVA AQUI! E EU DEIXEI-A IR EMBORA! POR QUE VOCÊS DEIXARAM-NA IR? O QUE FOI QUE ELA CONTOU PARA VOCÊS?

Sua voz enfraqueceu e seus joelhos cederam. Lupin o segurou pelas vestes antes que caísse no chão. Gina já estava deitada numa das macas, não havia conseguido olhar depois que viu o açoite. Harry começou a chorar compulsivamente. A Sra. Weasley correu para tentar acalma-lo e deitou sua cabeça em seu colo.

Lupin saiu da sala e chamou uma curandeira para cuidar de Gina. Pelos corredores todos estavam abismados. Ouviu algumas coisas do que falavam.

- Snape, aquele não era o Snape?

- Sempre achei que era um bruxo maligno, mas torturar uma ex-aluna!

- Eu esperava mais, os comensais da morte não costumam ser bonzinhos.

- PAREM! – Lupin tinha os olhos marejados. – Todos vocês!

Todos os cochichos pararam imediatamente. Os olhares se voltaram para ele. Ele os ignorou, dirigiu-se a uma das Curandeiras:

- Preciso de você na enfermaria particular. – Deu as costas e voltou para o quarto de Harry.

A bruxa foi examinar Gina na cama e disse que tinha sido só um desmaio. Harry continuava inconsolável no colo da senhora Weasley e ela própria chorava silenciosamente. A curandeira deu uma poção calmante para os dois e esperou o efeito. Quando os ânimos se acalmaram ela saiu e deixou os quatro sozinhos no quarto.

- Harry. - Lupin começou – Você continuou treinando enquanto estava com o Horácio em busca das peças?

- O que importa isso Lupin? Como vou ajudá-la estando aqui? – Ainda soluçava.

- Temos duas semanas até a próxima lua cheia. Até lá ela vai estar recuperada. Vamos apanhá-la e acabar com esse mal de uma vez por todas.

- Como vamos apanhá-la? E se ela morrer durante esse tempo? Você viu como ela ficou ferida? Viu a pele dela? Acha que vai ter uma curandeira para cuidar dela lá? – Sua voz saiu tremula por estar se controlando para não gritar, o Lupin era burro?

- Não vai ter nenhuma curandeira com ela Harry, mas há um Mestre em Poções e el... – Lupin foi interrompido por outro acesso de fúria de Harry.

- ESTÁ LOUCO? ELE ESTAVA TORTURANDO-A! ELE É UM ASSASSINO!

- Acalme-se ou vou ter que silenciá-lo. Acha que vai ajudá-la assim, se comportando como uma criança? Não viu que se alterar não leva a nada? Você vai sair daqui agora comigo e vai treinar exaustivamente. Aquele Lorde vai mandar alguma correspondência para você. E você vai estar pronto nem que seja a ultima coisa que eu veja na minha vida! Você vai vencê-lo!

Harry respirou fundo e encarou o professor a sua frente.

- Vou estar pronto, pela Hermione! E, mesmo que Dumbledore ressuscite e me implore eu matarei Severo Snape com as minhas mãos nem que eu tenha que ir junto com ele!

O tom de voz dele fez a Senhora Weasley fungar alto. Gina que ainda estava deitada, mas já recupera a consciência acenou a cabeça que sim e Lupin nada disse. Começou a recolher os pertences de Harry em cima da mesinha de cabeceira. Molly foi ajudar. Quando estavam prontos, partiram. Rumo à sede da Ordem da Fênix.

Começou a contagem regressiva. Tinham duas semanas.

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N/A: Desculpem a demora na atualização pessoal, problemas no PC. Mas taí o capítulo e aguardo reviews !!!! A personagem Alinne Snape pertence à Bia Rickman foi dela idéia de colocá-la em ação. A Lady Severus meus sinceros agradecimentos, é bom poder contar sempre com você.

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