Missão Cumprida
Janine esperou por alguns segundos ver vários aurores aparecerem, mas não, não havia um sequer sinal de aurores. Ou Snape. Sendo lógica, logo procurou correr para as florestas. Mas percebeu estar sendo seguida por Frid. Esse andava arrastando os pés, então podia localiza-lo pelo barulho.
Ele já estava perto quando Janine ouviu berros de comensais e um sorriso se formou em seu rosto, parando para inutilmente ver os aurores chegarem. Mas não eram aurores, ela só ouviu a voz de Snape e outra a qual ela não conhecia. Se esqueceu de Frid que a alcançara e já estava com a varinha apontada para ela
- Cadela, morra agor..
- EXPELLIARMUS! – Janine ouviu uma voz nova. – Olá? Você é a Janine, não? Prazer, sou Remus Lupin.
- O prazer é meu, e obrigada! – Janine estava um pouco surpresa.
- Sim, sim, de nada. – Ele parecia apreensivo – Mas precisamos correr, Snape não agüenta sozinho. E já tem comensais fugindo.
- Sim é... – Janine parou ao ouvir barulhos de “pop” perto dali – Eu acho que vem vindo gente.
E para sorte deles, logo surgiram alguns aurores. Fazendo Remus dar um viva feliz e Janine dar um longo suspiro de alivio. Um deles veio direto a eles dois.
- Desculpem-nos a demora – Remus acenou com a cabeça – Mas tivemos contratempos, alguns comensais de guarda nos viram, e tivemos de lutar com eles silenciosamente, alguns ficaram para trás, para levarem os comensais a Azkasban.
- Tudo certo. Agora acabem com eles e.. – Janine deu um passou olhando pra Frid – Cuidem desse ai.
- Certo, bom trabalho, srta! – O auror sorriu jovialmente e correu acompanhado de Remus para inutilizar mais comensais.
Janine sorriu satisfeita. Ali estava ela realizando um sonho, mostrar ser útil ajudando o mundo dos bruxos. Está certo que alguns comensais deveriam ter fugido, principalmente os veteranos como Bellatrix, Nott, Avery e outros. Mas muitos haviam sido presos, e apenas pouco deles se mantinham ainda lutando contra os aurores.
Nem fora tão difícil. Na hora parecia que o mundo ia acabar, mas pensando bem, até que não fora tão ruim. Bellatrix caiu tão bem na dela, assim como os outros. Sentia vontade de dar uma enorme risada de felicidade, nem sabia como expressar o que estava sentindo.
Ficou atenta aos movimentos de Snape, que lutava bravamente contra comensais, ele parecia tão experiente, e era de fato. Duelava com graça, e estilo. Ela imaginava que ele fazia movimentos não tão graciosos como os de Remus, mas ainda assim com estilo e gostoso de se ver, virava esticava a mão de um jeito, depois girava e apontava a varinha para outro comensal. Os olhos em alerta iam para lá e pra cá, seguidos pelos cabelos.
Janine arregalou os olhos, o que ela estava fazendo? Parada ali e pensando em quão gracioso e bonito ele deveria ser lutando. Ela nunca iria vê-lo de qualquer jeito. Mas ali estava, porque ela estava imaginando justamente como ele seria lutando ao invés de talvez o tal Remus?
Ela tinha a resposta em sua cabeça, de alguma ela estava se afeiçoando a ele, poderia até dizer gostando. Ele podia ser difícil, mas de alguma forma, ela gostava dele. Suspirou e com um sorriso fraquejou para si mesma e admitiu. Ela gostava dele.
- Lamento-a tirar de suas reflexões srta. “olhos sem emoção”, mas você tem uma divida comigo – Janine ouviu a voz de Bellatrix mas não pode reagir. Essa a petrificou.
Janine se não estivesse petrificada ficaria surpresa e com certeza sentiria as pernas tremerem. Ela sabia da loucura que todos comentavam que Bellatrix tinha. Quando se sentara com ela não sentira medo porque sabia que de certa forma tudo daria bem, pois ela nunca tivera contato com o mundo bruxo, então essa não teria fontes para dizer que ela estava com a ordem da Fênix.
Mas agora, sentindo a respiração ofegante parecendo vir de uma insana, ela se sentiu incrivelmente com medo. Crescera dizendo a si mesma que não se importava morrer de que forma fosse. Mas nas mãos de Bellatrix ela não sabia porque, sentia um imenso medo de morrer, de sofrer. Talvez fosse porque agora ela tivesse achado algum gosto em viver, estar mostrando que podia fazer coisas mesmo sendo cega.
- Então a mocinha está com medo? Ou não? Se não estivesse petrificada mostraria a indiferença que mostrou ter em nossa conversinha?
Janine desejava intensamente que alguém viesse ver-la e salva-la, no fundo pensava só em Snape para a tarefa, por mais que depois ela tivesse de agüentar as zombarias dele.
Bellatrix olhou para ela indiferente e com um sorrisinho lançou um crucio.
Janine pela primeira vez tivera a resposta sobre a dor de um crucio e uma leve impressão de que ela já sabia como era morrer.
Snape não parava de girar e lançar feitiços, obviamente não devia ser tão preciso e rápido como antes, mas estava até contente com seu desempenho. Via-se derrubando vários comensais, mandava feitiços não tão eficazes, para poder prender-los depois, infelizmente, um ou outro acordava alguns minutos depois.
Por mais que tivesse no mínimo uns 5 aurores para ajuda-lo e Remus, ainda haviam vários comensais para cada um e ele podia ver que o chefe dos aurores lutava seriamente com Nott mais distante dos outros.
Nunca pensara que Bellatrix e os outros três veteranos queridinhos do mestre, Nott, Avery e Crabbe. Iriam conseguir tantos seguidores antigos e novos, e sem a ajuda de Lucius(esse falecido), quem tinha uma incrível capacidade de persuasão.
Ele viu Avery e Crabbe juntos derrubarem alguns aurores e então se deu conta que não estava vendo Bellatrix ali, e ela não fugiria simplesmente no meio da luta, ela iria lutar custasse o que custasse. Viu Remus lutando contra algum comensal e se tocou.
Aonde estava Janine?
Procurando desesperadamente enquanto desviava-se de alguns feitiços de comensais e atacava, ele pode ver longe, Janine petrificada e Bellatrix rindo.
Livrando-se dos comensais a sua volta, aumentando um pouco o nível os feitiços que lançava, ele correu até elas. Foi a tempo de ver Bellatrix jogar um crucio em Janine.
Sentiu medo, Janine poderia não agüentar, ela além de estar recebendo a maldição estava petrificada. Quando chegou perto delas, Bellatrix desfez o feitiço de petrificação e Janine caiu no chão com os olhos arregalados parecendo que iam sair das órbitas e imensamente assustada.
Já com ódio de Bellatrix em lutar com um bruxa inexperiente e cega, sendo covarde assim. Snape berrou para ela a chamando para duelar.
- Bellatriiiix!!! – Berrou parando de correr e fazendo uma cara indiferente de superioridade. – Duele comigo.
- Ah.. então o traidor é amigo da cega esperta? Tão típico..
- Não devo satisfações a você...
- Logo não responderá meu comentário. – Bellatrix riu – Severus, meu querido, você realmente NÃO muda.
- Cale a boca e duele!
- Pronto pra perder? Acho que sim.
Janine não ouviu mais os dois, mas em alguns segundos, ela pode ouvir os dois berrarem vários feitiços e azarações, uma vez ou outra lançavam um xingamento, ou um gemido de dor.
Era agonizante apenas ouvir e não poder ver. Janine mais do que nunca queria poder ver, para ter certeza que Snape estava indo bem, que ele não iria fraquejar por estar cansado.
Então finalmente ela pode ouvir mais passos vindo na direção. Eram aurores, que ficaram finalmente livres e vendo uma das grandes lideres do movimento de volta de Voldemort, Bellatrix, resolveram correr e tentar prende-la.
Bellatrix não era burra, nem inexperiente. Rapidamente aparatou quase levando uma azaração de Snape.
- Desgraçada! – Janine ouviu Remus rugir parando de correr.
Janine respirou fundo. Acabara? A missão fora cumprida?
- Está bem, srta.Farquedah? – O chefe auror que fora até ela antes, a perguntou.
- Graças a deus, sim. – Ela sorriu – Acabou?
- Pelo jeito sim. – Ele sorriu – Bom trabalho, senhorita.
- Obrigada – Ela então começou a andar com um pouco de medo de cair, até aonde ouvia a respiração arfante de Snape. – Severus?
- O que é, Farquedah? – Ele perguntou se virando para ela.
- Muito... – Ela tropeçou caindo em cima dele, aproveitando o momento... – Obrigada – ... o abraçou.
Snape arregalou os olhos, e ficou ainda mais surpreso quando ele ouviu um pequeno soluço dela e algo úmido tocar seu ombro. Ela estava chorando? Não podia ser, estaria ela se rebaixando ao ponto de chorar na frente dele? Contra seus comandos, seus braços se levantaram a abraçando também. Uma parte de si berrava e arrancava os cabelos dizendo que ele ficara louco. Afinal, ela não era uma conhecida de longa data, e ninguém importante. Era? Mesmo se fosse, abraçar outra pessoa e em publico, principalmente com um maroto o vendo, era simplesmente IMPERDOÁVEL a suas regras de vivência.
Conseguindo ter um pouco de razão, Snape se soltou dela e logo olhou para Remus e o chefe auror que eram os únicos que vinham a cena com um risinho na cara. Enquanto isso, os outros aurores se mexiam tirando corpos de comensais e colocando em uma carroça.
- Algum problema, com os dois? – Snape sibilou nervoso e irritado consigo mesmo.
- Ah, nada! – Remus disse saindo acompanhado do chefe auror com um sorrisinho na boca.
Snape os fuzilou com o olhar mas parou quando Janine se largou dele.
- Desculpe por isso... – Ela estava corada – Eu... – Ela coçou a cabeça – Eu.. bem... Eu nunca tive uma missão assim antes... e eu... eu... por alguns instantes pensei que realmente ia morrer, talvez fosse se não tivesse chegado, eu realmente iria. Eu sinceramente, nunca tive tanto medo. – Ela sorriu um pouco indecisa – Eu gostaria de agradece-lo. Por ter me ajudado e por seu apoio, embora você não tenha dado claramente.
- Ahn, de nada – Snape disse meio sem ação e envergonhado.
Janine sorriu e ficou parada sem fazer nada, com a cabeça virada para ele, pensando em como ele poderia ser bom. Snape não era como ela e todo mundo pensavam que era, lá dentro, no fundo daquela alma solitária e rancorosa, tinha uma ótima pessoa.
Snape estava um pouco nervoso, sabia que ela não via, então a cabeça e os olhos posicionados a sua direção não deveriam o incomodar. Mas incomodavam. Sentia-se patético, parecia um jovem de primeira viagem, isso quer dizer, ele não estava apaixonado, talvez tivesse simpatia por ela, mas apaixonado? Nunca. Mesmo com todas as ações dele, que ele só fazia a pessoas que realmente apreciava ou amava, de estar ali agora admirando a beleza dela. Ele não estava apaixonado.
Tentando voltar a realidade com um chamado de Remus, olhou para mais longe, aonde Remus sinalizava estava na hora de irem embora.
- Janine? Vamos?
- Sim, vamos. – Ela respondeu.
Ele pegou a mão dela a conduzindo. Só quando estava a ajudando a entrar na carruagem do ministério que se tocou. Ele havia a chamado de Janine, não Farquedah, não senhorita, não cega metida a besta, mas Janine.
Agora ele tinha a confirmação, não importasse o quanto ele negasse, ele tinha algum afeto por ela.
(Continua...)
N/A: Sobre a Janine continuar a pensar mesmo petrificada.. bem, eu sei que é estranho, mas no livro não diz se a pessoa pensa ou não quando petrificada, então... E sobre o clichê descarado do fim do cap, bem... eu gosto desse clichê XP
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