Entrando no esconderijo do ini
Janine apertou novamente no botão do relógio de onde saiu uma voz sonora anunciando as horas, 19:43. Praga! Estava nervosa, ansiosa, para realizar a missão. Mais ainda faltava mais de uma hora. Lá no fundo de sua mente, um desejo de poder ver Severus novamente desperta.
A mesma não sabe porque se sente atraída por ele. Não havia razão. O homem parecia até ser feio, era grosso, e se mantinha antipático com ela. Mas ainda assim, ela gostava de implicar com ele, ou até mesmo de conversar com ele.
Sentiu algo úmido na mão, era a língua de Ben, que a lambia amigavelmente.
- Está tudo bem, querido. Tudo ótimo. Vai dar tudo certo. – Acaricia as orelhas do cachorro.
De repente a voz de Dumbledore rompe em sua cabeça. Dando-lhe todas as informações, todos os advertimentos, todas as dicas, e Severus ao lado a escutar. Suspira. Parte de si estava fervendo para fazer a missão, a outra parte resmungava 'É o fim"!
Pois então que seja, ela resmunga pra si mesma. Não vivia por alguma razão. Não, existia uma razão... ela vivia para mostrar que cegos podem ter uma vida mais aproximada do normal possível, mas fora isso? Por sua mãe? Talvez...
Apertou o relógio novamente, agora faltavam dois minutos pras 8. Se levanta. Paciência, ia mais cedo pro local. Não adiantava ficar em casa.
[hr]
Snape releu calmamente o resumo do que escreveria no quadro, riu de um modo estranho, bem baixinho, ao ver que estava MESMO complicado para alunos do 1º ano, principalmente da Lufa-Lufa. O relógio senhorial, com a cara de um homem agonizante aonde na boca aberta ficavam as horas e os ponteiros, bateu, anunciando 8 horas.
Talvez fosse hora de se arrumar. Corrigiria a prova surpresa dada ao sexto ano e aparataria para o local. Se divertia enquanto arranjava erros nas respostas quase perfeitas dos alunos. Quando terminou a tarefa ficou com preguiça de aparatar, ainda faltava meia hora!
Mas alguma coisa na cabeça dele o obrigou a ir logo, pois se ela atrasasse poderia pegar no pé dela. Simplesmente desprezível, não? Isso que ele tinha. Ter necessidade de implicar com o outro, principalmente com ela! Logo ela, que era inferior, para que implicar?
Ele deixou suas reflexões pra depois e aparatou.
Janine ouviu o “pop” e com um sorriso cumprimentou Severus, deveria ser ele, o tipo de batida de coração, respiração, e entre outros fatores que ela conseguia o distinguir. Teve sua confirmação com os passos que ele deu e o apitinho de seu feitiço de identificação de pessoas.
- Boa noite, Severus.
- Snape, Farquedah. Snape.. – Ele disse meio aéreo olhando para o lado e vendo alguns comensais bem mais adiante no esconderijo deles.
- O que seja.. temos trabalho a fazer.
- Eu sei, minha cara, eu sei. – Ele parecia meio impaciente – Vamos logo, vamos! Revisaremos o plano e você entra em ação, lembre-se, seja natural, desperte seu lado mal em você.
- Eu sei. – Ela sorriu – Eu estava pensando, cadê os aurores ou o que restou da ordem de Fênix, afinal mesmo que sejam em média uns 50 comensais, são experientes uma metade deles.
- Eu irei chamá-los, na verdade, era para eles terem chegado. – Snape parou. E fazendo um aceno com a varinha chamou uma coruja que logo pousou no ombro dele. Ele escrever um recado rapidamente no papel e a coruja logo estava sumindo no horizonte. – Acho que agora, você já pode ir lá.
- Eu não sei, seria melhor se eles chegassem. – Janine parecia desconfiada.
- Não, você tem de ir logo, vão desconfiar se você chegar atrasada demais.
- Certo, você é quem é o experiente daqui – Havia uma certa revolta no tom de voz dela.
Janine virou e se dirigiu a uma trilha que levava a cabana aonde os comensais estavam. Sua bengala a levava ao local. Parou e bateu na porta. Ouviu um clique e sentiu rapidamente um respiração abafada, na certa um comensal com capa.
- Janine Farquedah, estou aqui para a iniciação. – Sua voz era firme e ela fez um sorriso maldoso.
- Hm.. hmm.. certo. Entre. – A voz era grossa, mas desajeitada. Janine memorizou.
- Falei com quem? – Janine perguntou com uma voz indiferente enquanto entrava na cabana com o rosto mais sem emoção possível.
- Trevor Morgan. Espere aqui.
Janine prestou atenção na quantidade de passos que ele dava, eram passos demais, na opinião dela, para uma cabana daquelas (segundo a descrição de Snape). Ele já poderia ter dado uma volta na cabana. Então, caiu a ficha. Ela estava em meio a bruxos, bruxos tendem a enfeitiçar casas para aumenta-las por dentro e diminui-las por fora.
Ouviu outro passo, dessa vez mais suave. Então pode ouvir uma voz:
- Então, Janine Farquedah. Acho que temos muito a conversar. Venha comigo. Me dê sua mão.
- Claro..
- Bellatrix. Mas me chame por Black. Com o tempo, conforme você for demonstrando sua devoção, poderá me chamar de Bellatrix e talvez um dia Bella.
Janine confirmou com a cabeça, fazia o máximo de si para se manter segura.
Bellatrix pegou sua mão a guiando. A mão de Bellatrix era meio áspera, mas o formato era delicado, os dedos longos e finos, mas bonitos. E seus passos eram pausados e sempre com o mesmo sonido. Parecia ter uma harmonia perfeita. Janine logo a assemelhou como uma mulher fina rebelde. Ela tinha passos, jeito de fala e jeito de andar de aristocratas. Na certa, era de uma família de alta riqueza e largara tudo pelo seu “mestre”.
Entraram em outro cômodo, Janine pode perceber isso pela mudança de linha das tábuas e o som diferente que a bengala fazia quando batia no chão.
- Sente-se aqui. – Bellatrix disse a ajudando a se sentar numa cadeira. – farei algumas perguntas.. – Se sentou numa poltrona em frente.
- Certamente.. pode perguntar o que quiser.
- E irei. – Bellatrix deu uma risadinha maldosa. – E então, para começarmos, me diga. O que você pensa sobre os trouxas?
- São inferiores, e me ultrajaram quando um filhote de trouxas me fez cair num daqueles elementos químicos que os estúpidos produzem, me cegando.
- Oh! Então você se tornou cega assim? Hmmm – Bellatrix sorriu maldosamente – Tire o óculos.
- Está bem, mas já lhe digo que sentirá nojo. – Janine tirou o óculos, e para sua surpresa, Bellatrix não reagiu.
- Pensei que fosse pior, não tem nada demais, para alguém como eu, que já vi tantas coisas.
Bellatrix deu um muxoxo e pegou um papel com algumas coisas sobre Janine.
- Você tem raiva de Hogwarts também? É o que consta aqui na lista.
- Sim.. eu fui chamada por eles. No entanto, retiraram o convite quando me ocorreu o acidente com o estúpido trouxa.
- Ah, sim.. claro – Bellatrix deu um risinho – Motivos para se juntar a nós?
- Bem, não é claro? Eu odeio trouxas, vocês lutam para exterminação deles, e eu apoio completamente isso!
- Mas você trabalha no meio trouxa.
- Infelizmente não tive muitas chances no mundo bruxo. E além disso, eu queria estudar bastante a vida trouxa, para quando pudesse me juntar aos comensais, caso voltassem, ou planejassem voltar, como estão fazendo agora, me juntar a vocês cheia de informações!
- Hmm.. convincente. Você guardar um ódio muito grande dentro de si, não é mesmo?
- O mestre, o grande mestre Voldemort, quem não tive o prazer de conhecer, também guardava.
- Convincente mais uma vez. – Bellatrix se levantou – Eu acho que não preciso mais pergunta, as perguntas já foram respondidas. Mas lembre-se. Você ainda NÃO é uma comensal! É uma aspirante, você passara por testes esse foi um deles, o próximo, será daqui a pouco, com a presença de comensais.
Bellatrix se levantou, e Janine fez o mesmo, dentro de si pensava em dar um suspiro de alivio, mas não o fez, apenas deu outro sorriso tentando mostrar felicidade por ter passado em um teste.
Dentro de poucos minutos a verdadeira ação iria começar.
Snape olhava impaciente o relógio, os aurores não vinham, Dumbledore não vinha, ninguém vinha! O tempo passava, a mocinha lá dentro se arriscava mais e mais, e nada de ninguém chegar.
Algo dizia que eles teriam de agir sozinhos. Snape estava preocupado, não sabia como seu ex-colegas estavam. Deveriam estar mais loucos do que eram, isso ele tinha certeza. Talvez se ele soubesse a quantidade de comensal, quais eram, e não tivesse Janine com quem se preocupar, ele poderia dar cabo de alguns e se salvar. Mas não tinha certeza, ele não sabia como a parceira era lutando ou qualquer outros fatores.
Amaldiçoou tudo e todos, se ele sofresse quaisquer arranhões aquela cega metida a besta iria pagar!
Janine seguia Bellatrix pelos corredores até começar a ouvir respirações e então finalmente a voz de Bellatrix a constatou:
- Chegamos.
Janine ficou tonta, haviam muitas respirações ali, conseqüentemente muitos comensais. Ou talvez presos, ela ainda não tinha certeza se convencera Bellatrix. Poderia estar sendo levada aos reféns deles.
- Nott, Avery, Crabbe, Frid, Newdon, Thewlis, Darnt… - Bellatrix olhou para os outros – esses outros são novatos como você. Os que citei virão a ser seus instrutores.
- Sim. Prazer.. – Janine fez uma reverencia.
- Essa é a cega? – Nott perguntou com sua voz estranha.
- Receio que seja eu sim. – Janine respondeu com os nervos a flor da pele. – Mas peço-lhe que não me subestime por ser cega.
Nott ergueu as sobrancelhas debochadamente, Janine obviamente não pode ver, mas pode ouvir o tipo de risadinha que saiu da boca dele, a deixando se irritar, a coisa estava começando a complicar.
- Então, vamos logo – Avery começou – Vamos ver os planos e vermos qual casa atacaremos hoje.
Janine ficou alerta, estava chegando a hora, tinha de decorar todos os locais de ataques programados e assim que saíssem para o ataque teria de dar o alerta para Snape e com sorte, para os aurores que já deveriam ter chegado.
- Essa casa aqui. – Newdon apontou. – O sr. Huffman está abusando da sorte, nos ridicularizando em seu jornal de meia tigela. Temos de mostrar que conosco não se mete.
- Todos de acordo? – Bellatrix perguntou indiferente.
Todos concordaram. Janine sentiu um calafrio era agora. Agora entrariam em ação. Respirou fundo e entrou na fila de comensais indo aos jardins. Respirou fundo mais uma vez e com um berrou fez surgir centelhas vermelhas no céu, confundindo os novos comensais e alertando aos velhos.
Snape já estava preocupado de verdade, já se passara um bom tempo e nada! Finalmente pode ouvir um pop, e então viu, o antigo e velho Remus Lupin ao seu lado.
- Desculpe-me a demora.. – Remus parecia cansado e mais velho ainda – Não me liberaram tão cedo de casa.
Snape apenas deu um muxoxo. Remus se casara com Tonks, e essa não o deixava sair tão facilmente sem ela, e piorara ainda mais agora que estava grávida.
- Vejo que não fui o único que me atrasei. – Remus olhou para os lados.
- Eles irão chegar – Snape respondeu friamente e então os dois puderam ver as centelhas vermelhas.
- Cheguei a tempo, pelo menos.. vamos?
- Você está louco? Está vendo a quantidade de comensais e quanto somos? Só eu e você, e ela.. não vamos contar com ela, porque não sabemos se ela luta bem.
- Eles irão chegar, como você mesmo disse – Remus ficou sério – Não adianta ficar aqui, que ai ela vai acabar morrendo na certa.
- Certo... seja o que deus quiser. – Snape respirou fundo.
Ele e Remus correram rapidamente para a cabana agora cheia de comensais novatos confusos com Nott tentando fazer-los ficarem quietos e irem até Janine que já corria para a floresta.
(continua....)
N/A: Cacete! Que capitulo mais chato e difícil de se fazer >.<’ eu demorei ANOS a escreve-lo mesmo tendo todo ele na cabeça. Eu simplesmente não sei descrever a Bellatrix! Fiz todos os diálogos, pensando que ela está totalmente diferente e tal. Oh saco.
anúncio
Comentários (0)
Não há comentários. Seja o primeiro!