Os Dursley



Harry abre o grande Livro de Feitiços e folheia com pressa as primeiras páginas até parar no Índice.
_Feitiço Fidélius - disse passando muitas folhas de uma vez e folheando. - Página mil cento e sessenta e oito... página mil cento e sessenta e oito...
_Anda, Harry! - apressa-lhe Gina. Ela estava muito nervosa.
_Aqui! - diz ele. - Página mil cento e sessenta e oito, Feitiço Fidélius!
_O que diz?
_"Para executar um Feitiço Fidélius, o Feitiço da Fidelidade, é preciso de um bruxo para ser o guardador do segredo. Enquanto o segredo permanecer escondido, o bruxo que realizou o feitiço também"... hummm... "O bruxo que precisar se esconder deve pegar uma varinha, o fiel do segredo deve tocá-la de dizer 'Eu prometo ser o fiel do segredo, esse segredo será guardado, essa promessa não será quebrada. Eu prometo! Fidélius Fiel! Fiel guardador do segredo!!!'. Então o lugar onde estiverem estará imperceptível aos olhos de quem não saber o segredo. Observação: todos os que entrarem ou já estarem no local também serão ocultos. Observação dois: o feitiço desse modo deve ser refeito uma vez por mês" - Harry leu. - Ótimo! - ele pegou sua varinha. - Gina, seja a fiel do segredo.
_Não, Harry, eu não sou a pessoa mais apropriada...
_Anda, Gina, é só ler o que está escrito! - força Rony.
Gina toca, com as mãos tremendo, na ponta da varinha. Harry lhe passa o livro e ela lê:
_Eu prometo ser o fiel do segredo... esse segredo será guardado, essa promessa não será quebrada... - da ponta da varinha saiu um círculo azul-safira brilhante que circundou o trem. - Eu prometo! - O círculo brilhou, fazendo sair faíscas douradas. - Fidélius Fiel! - ele brilhou de novo, com mais força. - Fiel guardador do segredo!!!
O céu negro e a neblina lá fora, pela visão dos quatro, piscaram, piscaram de novo e sumiram, dando lugar a uma imensidão branco-pérola. Os quatro comemoraram. Harry tinha certeza, o feitiço havia dado certo, o sacrifício da professora Minerva não havia sido em vão.

Voldemort aparata em cima da ponte...
_...Vazia! - urra. - Não pode ser!!! Veloximembros! - Ele aponta a varinha para seus pés, dela sai uma luz cor de fogo que os circunda e ele começa a correr com uma velocidade assustadora na direção dos trilhos.

Dez minutos depois três vassouras aparecem na escuridão da noite, sobrevoando o trem invisível. Harry havia soltado Edwiges com um bilhete que ela deveria entregar ao pessoal do ministério quando este chegasse. Ela voa até um dos aurores e este pega a carta. "Lumus", e a folha é iluminada.

"Fizemos o Feitiço Fidélius. O trem ainda está aí."

Quando ele abaixa o pedaço de pergaminho, vê onde três segundos atrás havia uma mera ponte vazia, aparecer um monumentoso trem vermelho onde se lia "Expresso Hogwarts". Imprime a vassoura (Uma Shooting Star) e chega à porta aberta.
_Finalmente! - disse o auror. - Vocês não fazem idéia do quão difícil foi encontrar essa ponte nessa escuridão!
_Há dois bruxos mortos no trem! - disse Hermione.
_E o corpo da professora McGonagall? Ela se agarrou em Voldemort para nos salvar - soluçou Harry. - E caiu no rio... aposto como aquele monstro a matou antes... - outro soluço, desta vez de Hermione.
Os outros dois aurores vão até a gabine do maquinista. Um faz macas prenderem os mortos e o outro senta no banco do Maquinista, liga o trem, as luzes voltam a se acenderem, e começam a se movimentar. O trem ia agora, invisível aos olhos de Voldemort, seguramente até a estação King's Cross. Os outros alunos foram acordados e desembarcaram. Os corpos os assustaram, e para alguns a assustadora história fora contada. Dino Thomas, Simas Finnigan e Neville Longbotton ficaram horrorizados.
Muitos abraços chorosos nos reencontros com os pais. O carro dos Dursley estava ali. Harry se direciona até eles. Gina se agarra a Harry.
_Meu amor, eu não vou conseguir ficar sem você! - disse ela, a cabeça no peito de Harry.
_Acalme-se, Gina - consolou-a Harry. - Nós não vamos ficar longe muito tempo...
Gina o beija, ele retribui.

Com mil pensamentos na cabeça, Harry sai do carro dos Dursley. Arrasta seu malão, passa por Duda, seu gigantesco primo trouxa, e sobe as escadas - penosamente arrastando o malão e a gaiola. - até seu quarto. Edwiges pia tristemente. Harry também estava muito triste. Seu coração pesava como se um trasgo estivesse sobre ele. Ele se joga na cama e chora.

Válter Dursley, seu bigodudo tio sem pescoço, leva a ele o jantar. Pela primeira vez na vida ele pergunta:
_Como foi o ano em Hogwarts?
_Péssimo... - diz Harry, estranhando a atenção.
_Por que você está triste?
Harry se senta perplexo. Abre a boca para responder, mas o choque da pergunta a paralizara. Então perguntou:
_Onde está o tio Válter e o que você fez a ele?
Tio Válter ri.
Espere, tio Válter ri??? Ri de uma brincadeira do Harry?
_Harry... - ele olha para fora do quarto, fecha cautelosamente a porta e se senta na cama ao lado de Harry. - Não sei o que houve, mas percebi o quanto eu era medieval em relação à magia. Sua tia não pode saber disso. Mas eu acho você um excelente garoto. Ainda acho estrannho a gente do seu tipo, mas... você é especial...
_VÁLTER!!!
_Já vou, amor! - gritou ele. E se direcionando a Harry. - Bem, agora tenho de ir. - e deu lhe um beijo raspento na testa antes de sair do quarto.
Logo que a porta tornou a se fechar, Harry limpou com o verso da mão a testa e olhou para Edwiges.
_O que os Dursley estão aprontando?

Mas tio Válter não mentira. Pelo que Harry percebera na semana seguinte, somente tio Válter estava diferente em relação a Harry. Ou ele era um tremendo ator, ou realmente havia algo de diferente... Por quê tio Válter parara para pensar a respeito da magia? E pior, a respeito do Harry!?
Mas Harry não tinha tempo para pensar nisso agora, tinha que descobrir onde estavam as Horcruxes. Pensou na imensidão do trabalho. Em seu quarto, começou a trabalhar:
_Bem, eram sete Horcruxes. Uma fora usada quando ele tentou me matar... Outra o Dumbledore destruiu... Outra o "R.A.B."... Restam quatro... Espera, uma é a canequinha de Hufflepuff... Faltam Gryffindor e Ravenclawn... E mais uma.
Ele fez anotações. Tio Válter entrou outra vez no quarto. Pigarreou e pergiuntou:
_Fazendo tarefas de magia?
_Não, eu preciso descobrir onde estão... as Horcruxes...
_Ahh... - disse tio Válter, apesar de não ter entendido nada.
_A próxima será a de Hufflepuff - Harry não sabia por que estava lhe contando. Mas como não fazia diferença alguma, continuou. - Depois eu tenho de encontrar a de Gryffindor, se é que tem uma de Gryffindor...
_Gryffindor?
_É o fundador da Grifinória, a casa onde fiquei em Hogwarts...
_Ahh... eu pensei que fosse uma família de trouxas.
Harry riu, mas parou.
_Por quê?
_Ora, havia uma família que morou na rua de cima, com o sobrenome Gryffindor...
_Morou?
_Sim, sim, mudaram há... mais de dois anos. Moraram lá apenas seis meses...
_Meu Deus, para onde?
_Ah, eu não sei...
_Onde era a casa?
_Ali, na rua das Hermanálias, a rua de cima. Uma casa enorme, toda vermelha, com leões de pedra no jardim... péssimo gosto eles tinham...
_A casa tem novos moradores?
_Não, ela fora comprada logo que os Gryffindor a desocuparam, mas o dono não mora nela.
Harry pegou a varinha debaixo da cama e saíra correndo, dizendo só "Obrigado, tio!" .
Desceu quatro degraus de cada lance e passou pelo hall antes que Petúnia percebesse que estava escapando.
O sol acabara de se por, os lampiões redondos iluminavam a rua. Correu silenciosamente sob o luar mingüante até a rua paralela, "Rua das Hermanálias", leu Harry, e foi bufando enquanto caminhava, buscando vestígios de algum casarão vermelho.

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