Iluziliens



Harry corria com o Sr Weasley pelas escadas da pensão apressadamente.
O homem do balcão levantou-se de sua poltrona assustado quando os viu.
'Aconteceu alguma coi... - começou ele a dizer, mas Harry e o homem já haviam saído pela porta, fazendo um pequeno barulho no sino superior.
'Venha, Harry. Venha até aqui.' - gesticulou o Sr Weasley.
'Vamos aparatar até a nossa casa. Temo que algo grave esteja acontecendo. - e continuou a apertar seu braço onde a marca da fênix parecia queimar e estava vermelha.
Harry pensou em Rony. E logo depois em Gina.
'Eles estão em perigo' - pensou Harry.
Com uma pontada no estômago, viu o Sr Weasley lançar-lhe um olhar assustado e desaparecer no ar.
Harry concentrou-se mais uma vez e pensou rapidamente: 'Para a casa dos Weasley: A Toca'.
Sentiu a pontada no umbigo e algo como uma espécie de gancho que estava puxando o seu estômago. Harry então bateu com os pés em um gramado úmido e olhou ao seu redor.
Desesperado, viu que não conhecia o lugar onde aparatara. Era uma planície repleta de arbustos e árvores de meio porte. Olhando para todos os lados, não conseguia ver um indício de algo conhecido.
'Onde eu vim parar? O que deu errado?' - perguntou-se, aflito, Harry. - 'Weasley não está aqui. Ele deve ter conseguido aparatar em sua casa.'
Olhando para o céu, viu que o sol estava começando a se por. As sombras da noite começavam a invadir o céu rapidamente e Harry precisava pensar em alguma coisa.
Começou a andar pelo gramado à procura de algum sinal da casa. Viu uma árvore alta ao longe, uma das únicas que se destacavam na paisagem. Olhando para o outro lado, viu o começo de uma pequena colina que escondia o sol atrás dela.
'A colina! Aquela em que eu aparatei quando vim à Toca! A casa deles deve estar logo depois dela!'- pensou Harry.
Correndo rapidamente até o local, viu que a colina estava muito mais longe do que ele imaginara. Continuou correndo, Harry não soube por quanto tempo, até suas pernas cansarem e ele sentir-se ofegante.
O sol já havia desaparecido e agora somente muitas nuvens cobriam o céu, acompanhadas da lua cheia.
Seguindo em frente, Harry finalmente conseguiu chegar ao topo da colina e olhou adiante. Lá estava a Toca e Harry então viu o que temera.
Muitos gritos vinham de lá e jatos de luz estavam sendo disparados no local.
'Preciso ajudá-los! - pensou desesperado Harry e começou a correr em direção a casa o mais depressa que pôde.
Quando finalmente chegou mais perto, viu uma cena que o chocou.
A Sra Weasley estava estirada no chão, de olhos arregalados, sua varinha caída ao seu lado. Na sua frente, o Sr Weasley, chorando, lançava feitiços para alguém que Harry não conseguia ver.
‘Suma daqui! Eu vou matá-lo, EU VOU MATÁ-LO!!!’ – gritou o Sr Weasley.
Harry, paralisado, sacou a sua própria varinha e correu na direção de Arthur. Foi então que ele viu. Uma mulher a uns cinco metros do Sr Weasley, aparentemente protegendo-se atrás de uma árvore.
Quando a mulher saiu de seu esconderijo novamente e gritou ‘Expelliarmus!’ Harry reconheceu-a.
Era Bellatrix Leztrange. Um ódio invadiu Harry no peito.
‘A assassina de Sirius’ – pensou ele.
O Sr Weasley repeliu o feitiço de Bellatrix no momento em que Harry apontou a varinha para ela e gritou:
‘Petrificus Totalus!’
Mas Bellatrix já tinha voltado para trás da árvore e o feitiço não fora acertado. Ela estava rindo.
‘Ora, ora... finalmente o nosso querido Harry chegou. Demorou, não? Pobrezinho... se soubesse onde estão seus amigos.’ – falou Bellatrix.
‘O QUE VOCÊ FEZ A ELES?’ – gritou Harry.
‘O que eu fiz? Oh, não – e soltou outra gargalhada – eu não fiz nada àqueles seus queridos amigos.’
‘Harry! Saia daqui! Vá procurá-los! Vá! Ela não está sozinha aqui!’ – gritou o Sr Weasley.
Outra rizada veio de trás da árvore e novamente ela saiu como se fosse um raio e disparou outro feitiço.
‘Cruciatus!’
Harry desviou por muito pouco.
‘Harry! Vá procurá-los! Pelo amor de Deus! – gritou novamente o Sr Weasley.’
Dando uma última olhada no corpo estirado da Sra Weasley e ouvindo a rizada de Bellatrix, Harry correu para o outro lado da casa.
‘Onde estão os outros membros da Ordem? Onde está Rony e Gina? E Fred e Jorge?’ – pensava, desesperado, o garoto, enquanto corria.
Foi então que, ao passar por uma janela, Harry viu alguém do lado de dentro da casa.
Olhando rapidamente, viu Tonks batendo na janela, como se estivesse tentando lhe avisar de alguma coisa.
Harry já estava correndo para a porta da casa para abri-la quando Moody apareceu em outra janela, com seu olho prescrutador girando na órbita.
Moody estava tentando lhe falar algo, mas o som estava inaudível, por algum motivo. Quando chegou para perto da porta, viu algo na maçaneta que o chamou a atenção. Uma pequena serpente estava desenhada nela.
‘O que está acontecendo?’ – pensou, aflito, Harry.
Então, uma chama verde surgiu, contornando toda a casa do Sr Weasley e criando labaredas de fogo.
A chama verde espalhou-se, e cobriu toda a extensão da casa. Harry deu um salto para trás.
‘Não posso entrar aí. E eles não podem saírem.’ – deduziu.
Nesse instante, ouviu um berro vindo atrás dele, a alguma considerável distância. Harry reconheceu como sendo o grito de Gina.
Harry voltou-se rapidamente para o lugar de onde viera e som, mas conseguiu ver apenas o início de um pequeno gramado que se adentrava na escuridão.
‘Preciso salvá-la! Preciso salvar Gina!’ – pensou então.
Puxando sua varinha novamente, correu em direção a escuridão, alimentada pelas sombras da noite e de um céu nublado e sem estrelas. Harry adentrou na escuridão, procurando ouvir qualquer sinal que revelasse a localização de Gina. O gramado estava úmido novamente e uma brisa leve fez Harry sentir um pequeno arrepio na nuca.
'Gina! Gina! Onde você está?' - gritou Harry para um ponto a sua frente.
Nada. Nenhuma resposta. O silêncio tornava-se cada vez maior.
Harry voltou-se para trás e viu que A Toca começava a sumir de seu campo de visão e uma neblina começava a surgir na direção em que ía.
De repente, Harry parou. Parecia ter ouvido algum barulho a seu lado, como se de alguém que estivesse pisando levemente na grama.
'Quem está aí?' - gritou ele apontando a varinha para o lugar de onde o som viera.
Harry não conseguia enxergar mais nada além de poucos metros de distância.
'Quem está aí? - repetiu Harry - Apareça! Onde está Gina? Gina!'
Nada novamente.
Foi então que Harry ouviu novamente um grito, vindo do lado oposto ao barulho que ouvira. Era o grito de Gina.
Harry começou a correr rapidamente, e percebeu que árvores densas e altas estavam tomando a paisagem.
'Estou entrando em uma floresta' - pensou Harry - 'O que está acontecendo, Gina?'
Harry correu o mais que pôde. Uma densa floresta começou a surgir enquanto Harry corria e grandes raízes saíam do solo e insetos passavam voando pela cabeça do garoto.
Harry parou, ofegante. Onde quer que estivesse indo, não lhe parecia nada agradável. Mas precisava encontrar Gina. Ela estava em perigo.
Com um novo impulso, Harry recomeçou a correr, agora mais determinado e tentando livrar o medo de sua face e de sua alma.
Foi então que Harry ouviu. Um uivo forte e amedrontador vinha de algum ponto mais a frente. Um uivo que parecia vir das profundezas da terra e rompia o silêncio da noite e da escuridão.
Harry parou por alguns instantes novamente, prestando atenção no que ouvira.
'Não pode ser' - pensou ele.
Quando ia se dirigir ao local onde ouvira o uivo, tropeçou numa das raízes que saía da terra e caiu no chão. Seus óculos voaram para longe e Harry deixou cair sua varinha no gramado úmido.
'Socorro!!!' - Harry ouviu Gina gritar mais a frente, e um novo uivo veio da direção das sombras da floresta.
Procurando desesperadamente por seus óculos, pensava no que deveria estar acontecendo mais a frente. Por fim, conseguiu localizá-los. Quando Harry tocou em seus óculos, ficou aterrorizado. Eles haviam quebrado.
Harry respirou fundo e pensou consigo mesmo:
'Eu preciso encontrá-la de qualquer maneira.'
Determinado, tateou o gramado mais ao lado e achou sua varinha. Ele conseguia observar as coisas, mas tinha uma certa dificuldade para conseguir ver as formas exatas, ainda mais naquela escuridão densa e sombria.
Continuou correndo, afastando galhos com as mãos e pulando sobre raízes que encontrava até finalmente chegar numa pequena clareira no meio da floresta.
Harry saltou para dentro da clareira e a viu. Gina estava do outro lado, presa a um pequeno tronco de madeira. Ao seu lado, Harry viu uma criatura peluda, com garras e que parecia estar se deliciando com aquilo tudo.
Era Fenrir. O lobisomem que mordera Lupin e que estivera o ano passado presente quando Dumbledore fora assassinado por Snape.
Fenrir virou a sua cabeça para Harry. Então abriu a boca e Harry pôde ver imensos caninos pontudos e uma face totalmente diferente de quando vira Fenrir no ano anterior. Ele estava enegrecido, e maior do que antes, como se tivesse crescido alguns centímetros. Harry ficou parado alguns instantes, olhando a criatura.
Fenrir, então, levantou uma das garras, apontou na direção de Harry e girou seu corpo para Gina. Sangue escorreu pelo corpo de Gina, Fenrir acabara de passar suas garras pelo braço da garota.
'NÃÃÃÃO!!!' - Harry gritou e sacou a sua varinha.
Começou a correr desesperado na direção de Fenrir. Mas o lobisomem saltara para a floresta e sumira de vista.
Harry surpreendeu-se com aquilo, mas correu até Gina. Ela parecia estar inconsciente, sua cabeça caída para o lado. Sangue saía de seu braço.
Harry rasgou um pedaço de sua veste e amarrou em torno do braço da garota, lágrimas saindo-lhe pelos olhos.
Foi então que ele ouviu um novo barulho atrás dele. Virando-se rapidamente para o lugar de onde o som viera, percebeu que vários estalidos começavam a surgir de todos os lados da clareira, vindos da floresta.
Harry começou a desamarrar Gina o mais depressa que podê. Havia alguns nós engenhosamente colocados e Harry não conseguia enxergar direito devido a falta de seus óculos.
'Lumus!' - disse Harry apontando a varinha para onde as cordas estavam entrelaçadas em torno do corpo de Gina.
Nesse momento, Harry parou. Os estalidos haviam aumentado. Virando-se para trás, viu algo que o fez arregalar seus olhos.
As árvores estavam se mechendo, como se magicamente estivessem se aproximando e fechando cada vez mais o tamanho da clareira, indo em direção a onde Harry e Gina se encontravam. Virando a varinha para a direção das árvores, Harry percebeu que seus galhos estavam formando pequenas lâminas de ferro em suas pontas terrivelmente ameaçadoras. Uma névoa densa tomou conta da clareira e Harry desesperou-se. Precisava fazer alguma coisa. As árvores o estavam cercando por todos os lados.
Continuou a desamarrar a garota, porém, quando estava quase retirando a última corda dos pulsos de Gina, as cordas magicamente voltaram a se enozar e a encobrir todo o corpo da garota.
'O que vou fazer? O que eu vou fazer?' - trabalhava a mente de Harry.
Olhou novamente para as árvores que o estavam cercando. Viu pequenas aberturas entre elas por onde podia escapar a salvo com Gina, mas ele precisava agir rápido.
Como se as árvores pudessem pensar e imaginar o pensamento que Harry acabar de ter, seus galhos repletos de lâminas de ferro começaram a girar no ar a se entrecruzar ameaçadoramente nos espaços onde eles poderiam escapar.
Harry arregalou os olhos. Não havia escapatória! A não ser que ele...conseguisse aparatar!
As árvores estavam aproximando-se cada vez mais. Mais alguns segundos os galhos com lâminas afiadas os alcançariam e eles estariam perdidos.
Foi então que Harry sentiu como se uma garra atravessasse seu corpo. Caiu no chão, deixando cair novamente a sua varinha. Harry olhou para o lado de onde viera a garra. Mas não viu nada. Uma força invisível empurrou Harry para próximo das árvores, e de seus galhos. Um dos galhos percebeu isso e voou diretamente para o lugar onde Harry estava. Girando o corpo para o lado, ele conseguiu sair do alvo da lâmina no instante exato antes de o galho atingir a sua face.
Novamente, então, sentiu outra garra invisível, agora em sua perna, cortar as suas vestes e atravessar-lhe a carne. O que estava acontecendo? Quem o estava atacando?
Harry caiu no chão. Não havia como se concentrar para poder aparatar. 'E mesmo que desse... - pensou ele - Gina está amarrada à arvore. Não tem como eu levá-la junto.'
'A árvore - Harry pensou.'
Levantou-se, pegou a sua varinha e apontou na direção dos galhos que aproximavam a cada instante do local onde eles estavam.
'Inflerius' - ele gritou e uma labareda de fogo lançou em direção às árvores que estavam a sua frente. Porém, Harry ficou boquiaberto. Havia algo errado. O fogo passara diretamente pelas árvores, sem as afetar.
'O que são essas coisas?' - pensou, aflito, Harry.
Outra garra invisível acertou-o, dessa vez no braço. Harry caiu de joelhos no chão. Sua mente não conseguia pensar em um modo de sair daquela enrascada. Nem ao menos conseguia enxergar o seu inimigo!
Foi então que ele ouviu uma voz distante gritar:
'DESILUMIONATE!!!'
Harry levantou a cabeça.
Os galhos em forma de lâmina voltaram ao seu normal e as árvores começaram a se dissipar.
A densa névoa ao redor de Harry começou a desaparecer.
Harry virou-se para o corpo de Gina e viu as cordas sumirem de seu corpo. Então, viu algo que o assombrou.
Gina estava sumindo também, como se dissipada pelo vento. O que estava acontecendo?
Harry virou-se para a frente e viu Lupin dentro da clareira apontando a sua varinha para algo que estava a uma certa distância de Harry.
Harry olhou e viu Fenrir, menor do que antes, como ele vira no verão anterior, mas ainda terrível e ameaçador.
'Fuja,Harry! Você caiu numa armadilha! Fuja!' - gritou Lupin.
Fenrir encarou Lupin e soltou um berro aterrador de raiva e fúria.
'FUJA HARRY!' - ele gritou.
Harry não sabia ao certo o que agir. Ele estava sangrando muito, mas precisava sair dali. Ele pegou sua varinha e começara a correr lentamente para a direção da floresta, saindo da clareira, quando ouviu Lupin falar a o lobisomem logo atrás:
'Hoje me vingarei de você, Fenrir. E pode apostar que não estou com nenhum resquício de medo de você.

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