A Sugestão de Dumbledore

- Não! Por favor, Mi Lorde. –dizia uma mulher loira e familiar para Harry- Eu juro, meu marido não deve ter falado nada de mais!

- Cale a boca, mulher insolente. –Harry disse com uma voz fria- Não me interessa se ele falou ou não! Eu vou me vingar pela incompetência do seu marido. Como ele pôde ser tão idiota a ponto de não conseguir nem acabar com uma Sangue Ruim!

Harry então esticou o braço, uma mão nodosa apareceu segurando uma varinha. Ele murmurou “Avada Kedavra” e um feixe de luz verde saiu atingindo a mulher em cheio no peito. Ela gritou. E logo caiu. Morta.

Harry acordou. Estava todo suado. Nojento de suor de verdade. Será que tinha visto a verdade ou era só mais um truque do Lord Voldemort? Sabia agora que a mulher loira com certeza era Narcisa Malfoy. E que Voldemort havia acabado com ela pessoalmente.

Se levantou logo após colocar os óculos. Por sorte não havia acordado ninguém. Olhou no seu relógio, era bem tarde da noite. Saiu do seu dormitório não acordando ninguém. Desceu as primeiras escadas para sair do dormitório masculino. E desceu a outra chegando ao Salão Principal.

Ia sair pelo retrato da Mulher Gorda, quando ouviu uns passos apresados descendo as escadas. Olhou para trás. Era Hermione.

- Hermione... Você não deveria sair assim. Acabou de sair da enfermaria.

- E você por acaso deveria? –disse Hermione fechando o seu roupão e ainda descendo as escadas.

- Hermione... Entenda...

- Você teve mais um daqueles sonhos não é? –adivinhou Hermione. Harry não disse nada. O suficiente para assentir- Harry, você precisa praticar oclumência.

- Sabia que você ia falar isso. –disse Harry com um sorriso dando impressão de uma felicidade irônica.

- Com o que você sonhou agora? –perguntou Hermione.

Harry pensou em não responder, não queria deixar a namorada preocupada. Sentou-se no sofá de sempre no Salão Principal. Depois de um tempo perdendo o olhar dela, olhou para a garota que parecia aflita.

- Narcisa Malfoy. –respondeu Harry- Voldemort... Desculpe...

- Pode falar no nome dele. –disse Hermione- Esconder o nome de uma coisa só faz com que ela fique mais assustadora.

- Bem... –Harry se sentiu melhor com aquilo- Voldemort a matou. Eu vi. E com certeza. O próximo...

- Será Draco Malfoy. –disse Hermione juntando os fatos- Você precisa falar para Dumbledore. –ela deu uma pausa- Se isso for verdade, ele vai tomar providencias.

- Dumbledore... Dumbledore... Hermione... Se eu falar com o Dumbledore ele vai me deixar de fora como sempre! Eu preciso saber o que está acontecendo. E esse nunca é o plano do Dumbledore. –disse Harry se levantando do sofá e começando a andar de um lado para o outro.

Hermione olhava para Harry, com certeza estava com pena dele. Não queria lembrar para ele o que havia acontecido da última vez em que ele havia dado uma de herói. Mas infelizmente não tinha outra maneira.

- Harry... –disse ela bem devagar- Eu acho que não preciso te lembrar do que realmente aconteceu da última vez em que você teve um desses ataques de ser herói. Não é mesmo...

Harry olhou para Hermione, não queria ter pensado naquilo. Nunca. Ainda se culpava mentalmente por o que havia acontecido com Sirius. Sabia que a culpa era dele. Mas dessa vez ele tinha certeza de que havia acontecido tudo de verdade. Sendo que da última vez também tinha.

- Tudo bem, Hermione. –ele disse contra a própria vontade- Eu não vou atrás da Narcisa Malfoy. Vou falar para Dumbledore, mas é melhor que ele não me esconda nada. Pois da próxima vez...

Hermione olhou para o namorado com certa censura.

- Da próxima vez nada! –disse Hermione. Ela se levantou- Bem, então vamos até a sala do Dumbledore.

- Como assim “vamos”? –disse Harry- Você ainda não está tão bem para ficar perambulando por aí de madrugada.

- Você quem é superprotetor demais. –disse Hermione que então pegou no braço de Harry e ia puxando ele- Vamos.




******

- Harry... Srta. Granger. Estava esperando por vocês. –disse Dumbledore olhando para o escuro da janela.

Harry e Hermione se entreolharam. Como Dumbledore sabia que eram eles que haviam chegado sem nem mesmo olhar para eles? Está bem que a escada faz um tremendo barulho, mas com isso somente se saberia que alguém estava chegando.

- Acordei hoje e sabia que precisava vir até aqui. –disse Dumbledore se virando finalmente. Realmente ele parecia vestir uma roupa de dormir.

- Hã... Como você sabia? –perguntou Harry finalmente.

- Dei um palpite. –respondeu Dumbledore. Ele se sentou.

Harry sentiu que estava sendo convidado a se sentar também. Puxou Hermione pela mão para que ela também fosse até as duas cadeiras na frente da mesa da Dumbledore e se sentasse com ele.

- E então, Harry, qual o problema dessa vez? –disse Dumbledore que mesmo perguntando parecia saber a resposta.

- Ele teve aqueles sonhos de novo, professor. –respondeu Hermione pelo garoto.

- O que foi dessa vez? –perguntou Dumbledore parecendo dar importância àquilo.

- Voldemort matou Narcisa Malfoy. –respondeu Harry rapidamente- Foi uma coisa rápida. Ele não a perguntou nada. Só a matou.

- Nesse caso acho que uma reunião com a Ordem iria ser útil. –disse Dumbledore parecendo falar sozinho- Me dá pena mesmo é do senhor Draco Malfoy. Pois ele...

- ...Será o próximo. –terminou Harry- Nós pensamos nisso também. –ele deu uma pausa- Acho que deveriam aumentar a segurança
dele.

- Não acho que o senhor Malfoy ficará muito feliz em ter mais segurança minha. –disse Dumbledore ironicamente dando algumas risadas.

- O que você quer dizer com isso, professor? –perguntou Hermione aflita.

Dumbledore se levantou de sua cadeira acolchoada e com a aparência muito confortável. Deu uma andada pelo seu escritório. Estava sério. Fez um carinho no cocuruto de Fawkes, a Fênix e finalmente se aproximou.

- Srta. Granger, Draco Malfoy, como vocês sabem vem de uma linhagem de trapaceiros, maldosos e sem coração. –disse Dumbledore- Será perfeitamente normal que em vez de querer a minha proteção e a proteção da Ordem ele faça alguma loucura como, por exemplo, se tornar um Comensal ou coisa parecida.

Harry e Hermione se entreolharam pela terceira ou quarta vez desde que entraram na sala do diretor. Não entendiam como esse podiam tratar aquele assunto com tanta naturalidade e acima de tudo calma.

- Mas você acha que teria alguma chance de Voldemort aceitá-lo? –perguntou Harry preocupado.

- Não sei. –admitiu Dumbledore- O Tom é imprevisível. Desde quando ele estudava em Hogwarts ele já era assim. Por um lado ele poderia aceita-lo, pois Draco Malfoy seria de uma grande ajuda. Mas por outro, por vingança, poderia simplesmente mata-lo pela insolência de ter pedido para se transformar em um Comensal.

- Hã... E o que nós fazemos, Dumbledore? –perguntou Hermione.

- Vão para a sua cama e durmam. –disse Dumbledore- Amanhã falarei com vocês.

Harry ia ter um ataque de raiva e começar a quebrar coisas, mas Hermione puxou ele pela mão já o tirando da sala de Dumbledore, ao mesmo tempo em que dizia:

- Obrigada por nos escutar, Dumbledore. Você nos ajudou muito.

Eles saíram da sala de Dumbledore, foram para o Salão Comunal da Grifinória. Se entreolharam ao chegar.

- Bem... Tchau então. Até amanhã. –disse Hermione ela ia sair.

Mas antes da garota poder chegar na escada Harry correu até ela, e a segurou pelo braço, ela deu uma virada com um giro de calcanhares e eles ficaram bem próximos frente a frente. Ele a beijou. Foram então cada um para o seu quarto e dormiram após resistir muito.

Você precisa estar logado para comentar. Faça Login.