Visita ao Cemitério



Correu o boato que Frankilin tinha passado toda a noite em detenção.
Ele saiu da sala de Severo com o dia amanhecendo e dizem que nenhum outro aluno nunca o odiou tanto quanto Franklin o odiou depois daquilo.
E eu me senti lisonjeada com isso.
No ultimo fim de semana de visitas a Hogsmade Severo veio até mim.
Eu havia feito um pedido ao Diretor para que pudesse visitar o túmulo dos meus pais que ficava a 1 km do povoado.
Ah, sim. Eu era órfã. Não uma órfã triste e pobre, longe de mim esse tipo de papel que aparece muito em folhetins baratos.
Eu era órfã e rica e com um tutor disposto a fazer todas as minhas vontades, portanto órfã e feliz.
Mas sentia falta dos meus pais, eu os amava muito e uma vez por ano , no dia da morte deles, eu ia visitar seus túmulos.
Os túmulos eram em um pequeno cemitério local, perto da nossa casa de campo que minha mãe adorava.
Todo ano o diretor da Sonserina me acompanhava até lá. Prof Slughorn tinha feito isso até o ano passado. Dessa vez Severo faria.
Nós entramos em uma das carruagens da escola e fizemos o trajeto de meia hora até o cemitério e eu não disse uma palavra.
Eu vestia um vestido negro, os cabelos amarrados no alto da cabeça e um olhar de tristeza que era meio falso.
Ele tentou conversa comigo, mas eu entrei na carruagem muda e desci na porta do cemitério calada.
Andei distraidamente até as sepulturas sem esperá-lo, fingindo que ele não existia. Queria fazer charminho pra ele, mas quando parei olhando os túmulos ele realmente saiu da minha cabeça e eu fiquei atônita olhando o que tinha acontecido ali.
As sepulturas tinham sido reviradas, quebradas, a madeira dos caixões estava exposta e em pedaços e eu virei o rosto antes que pudesse ver os restos mortais de meus pais.
Fui recuando lentamente até bater em Severo que estava atras de mim.
- O que é isso....? - eu murmurei escondendo o rosto no peito dele. ele me abraçou. O meu teatrinho tinha acabado, eu estava realmente chocada. - Quem...? Quem faria isso...?
- Violadores de túmulos. - ele disse vagamente. Eram bruxos que costumavam brincar com necromância, com os mortos.
Eu vi o casebre do bruxo idiota que deveria tomar conta das sepulturas e fiquei com ódio.
- Eu vou matar aquele estúpido que deveria estar vigiando isso aqui! - eu disse me soltando dele e puxando a varinha
- Você não vai mocinha! - ele disse me puxando pelo braço, me desarmando e guardando minha varinha no bolso da capa. - Você nem deveria ter trazido a varinha!
- Me solta! - e disse tentando me soltar dele que me segurava pelo braço - Eu não preciso de uma varinha pra matá-lo!
- Você vai ficar aqui, mocinha! - ele disse em um tom que pareceu irritante aos meus ouvidos. Agora ele me segurava pela cintuna num abraço pra que eu não saísse dali - Vamos voltar ao Castelo!
- Não vamos não! - eu disse deixando uma lágrima escapar. Eu estava triste e com raiva - Me solta!
- Não... - ele disse me apertando mais contra ele - Você está muito nervosa....
- E você está me deixando mais! - eu disse e várias lágrimas começaram a cair dos meus olhos.
E foi só então que eu percebi o quanto ele estava proximo. Seus lábios estavam a centímetros dos meus. Ele me olhou com calma, analisando meu rosto. Levou a mão até a fita negra que prendia os meus cabelos e a puxou fazendo com que eles caíssem pelos meus ombros como uma casacata de fogo. Ele quase mergulhou no verde dos meus olhos e eu tive de novo a estranha sensação que ele me olhava como se olhasse alguém do passado e só mais tarde eu entenderia isso.
Acariciando meus cabelos ele encostou os lábios nos meus.
E nós nos beijamos.

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