Não dá pra resistir



Rolei na cama sem conseguir dormir por um longo tempo depois daquilo tudo. A presença e o beijo dele tinham despertado em mim coisas que eu nem imaginava que existiam mais.

Só na metade da madrugada eu me tornei sonolenta. Estava naquela tênue linha entre o sono e o despertar quando pensei ter ouvido um barulho no quarto, como alguém aparatando. Me virei na cama e deitada de lado tentei me convencer de que era só uma impressão minha.
Mas de repente senti como se alguém deitasse na cama e um braço me segurou fortemente pela cintura, me agarrando por trás.
Mesmo sem olha-lo eu já sabia que aquele corpo era dele. Me virei pra encará-lo. Existia apenas a luz fraca de uma vela iluminando parcialmente seu rosto.
- Você quebrou meus feitiços de proteção do quarto.
- É. Eram bons, mas eu conheço alguns truques... – ele disse sorrindo
- O que você quer agora? – eu me perguntei cansada. Ele estava próximo de mais pra que eu resistisse.
- Você. – ele respondeu me puxando pra perto dele.
- Eu ou Lily Potter? – perguntei pra me martirizar um pouco mais
- Você. - Ele respondeu firmemente
- Mentira. Você a amava.
- Eu nunca te disse o que sentia por ela.
- Não precisava falar, estava escrito nos seus olhos.
- Ninguém nunca conseguiu ler meus pensamentos assim. – ele falava isso muito sério
- Não. Eu nunca soube o que você pensa sobre mim...
- É só por que você nunca prestou atenção direito. – ele falou e não deu tempo pra que eu revidasse, simplesmente me beijou.
Um beijo longo, intenso, profundo de reconciliação. Logo já não era só um beijo, eram beijos e caricias que se multiplicaram rapidamente e o que posso dizer é que aquela noite foi só nossa... e totalmente inesquecível.
Ao amanhecer estávamos abraçados na cama, cansados e satisfeitos.
Acariciei o braço esquerdo dele que estava sob minha cintura, observando hipnoticamente a marca vermelha em forma de caveira com uma cobra envolta, cravada no braço dele como uma tatuagem. Estava pálida, mais ainda visível.
- Então era verdade... – eu murmurei tocando a marca negra e me lembrando dos rumores sobre ele ser um comensal da morte.
- Não quero falar sobre isso. – ele disse seco.
- Por que não?! – eu perguntei curiosa. Eu realmente queria saber como tinha sido ser um servo do Lord das Trevas e saber se ele acreditava que o Lord estava vivo.
- Não. – ele falou firme – Eu não quero.
- Severo, mas... – eu tentei demonstrar meu interesse, mas ele me interrompeu
- Fique calada, é melhor.
- Não! Eu tenho o direito de escolher o que quero saber!
- E é sobre isso? – ele perguntou desafiador me mostrando a marca negra
- É! Sobre o Lord das Trevas!
- Você não sabe sobre o que está falando... – ele murmurou se levantando e me deixando só na cama
- Não... não vá... – eu falei sem querer. Fiquei chateada por ter deixado isso escapar: nunca tinha pedido nada a ele antes.
Ele estava se vestindo e não me respondeu, depois veio até mim e me beijou.
- Eu volto. – ele disse vagamente
E se foi.


Mas ele voltou sim. Voltou várias vezes naquele verão antes de ter que regressar a Hogwarts, e apareceu também algumas vezes depois quando podia “fugir” da escola nos feriados. E nós passamos dois anos desse jeito. estava longe de ser uma relação estável. Eram mais encontros casuais em que passávamos noites juntos.
Ele tentou xeretar nas minhas pesquisas sobre artes das trevas e eu proibi.
- Se eu não posso saber do seu passado você não pode saber sobre meu presente. – decretei
E ele se aquietou, apesar de que, ele sabia muito bem o que eu fazia.
E eu vinha fazendo muito: tinha avançado nos meus estudos e aprendido coisas muito úteis, além de estar perto de uma informação muito importante.
Um desses viajantes que negociam artefatos duvidosos e animais proibidos tinha, numa noite qualquer em que eu estava sozinha no bar bebendo algo, me contado que existiam rumores de que um ser fraco porém muito suspeito estava habitando as entranhas de uma floresta na Albânia. Fiquei muito interessada.
Vinha acompanhando boatos desse tipo há algum tempo e agora esse viajante dissera que poderia me vender a informação da localização exata da criatura.
- Mas não aqui, no bar. – ele disse – me encontre perto do casebre azul, nos arredores da fabrica abandonada na periferia de Londres. À noite. Sozinha.
Eu fui. Não tinha medo, eu sabia me virar, mas naquela noite Severo chegaria para me ver. Deixei um bilhete pra que ele me esperasse que eu voltaria logo.

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