Capítulo DOIS



DOBBY FICAR FELIZ EM AJUDAR - II
Draco – Dobby – Gina
Romance/Humor

<<“Droga de Weasley! Droga de Weasley! Droga de Weasley! Droga...- ele não se cansava de repetir, fechando os punhos tamanha raiva que sentia daquela Weasley cabeça-dura.”>>

O vulto pequeno escondeu-se nas sombras assim que avistou Draco Malfoy aproximar-se do ponto de ação. Virou-se para o outro lado do corredor e viu, bem ao longe, o vulto vermelho aproximar-se também.

<<“Brilha, brilha, meu Draquinho...- ela parou de cantar e parou no meio do corredor. A seguir voltou a andar- Que merda, Gina, tira essa porcaria de música da cabeça.. você nem pensa mais no Estrelinha que não quer brilhar... >>

Draco aproximou-se primeiro do ponto e, num movimento muito rápido e certeiro, o pequeno ser escondido nas sombras mostrou-se ser Dobby, que empurrou o rapaz com toda força que pôde contra a porta do já conhecido armário de vassouras. Draco abriu a porta com a força de seu peso contra ela, e caiu entre as vassouras.
Dobby escondeu-se novamente, e Gina veio correndo até a frente da porta do armário, movida pelo barulho das vassouras que caíram com estrondo sobre Draco.
“Céus, o que foi isso, Malfoy?- ela disse, com certo tom de ironia, certo de brincadeira- Resolveu ser a parte masoquista da história? Não achei que ainda insistia nisso...e eu que sempre tentei fazer sexo sado-masô com você mas você nunca aceitou ser a parte masoquista...onde o mundo vai parar desse jeito? As vassouras estão dando de pau em você mesmo, né?- Gina analisou a frase e preferiu tentar não gargalhar diante disso.”
“Você quer parar de fazer as suas piadinhas irônicas e me ajudar aqui?”
No entanto, não foi Gina quem falou, nem Draco que prosseguiu. Dobby apareceu atrás de Gina e fez uma reverência cheia de galanteios.
“Não ser menina Wheezyyyy quem ajudar menino Draky. Ser Dobby que ajudar menina Wheezy e menino Draky a se acertarem!- movimentando as mãos, ele fechou a porta do armário.”
O elfo saiu pululando e cantarolando algo assim que colocou uma varinha ao pé da porta.




“Merlin, de novo não! De novo não! De novo não!- Draco repetia, batendo as mãos na cabeça, inconformado- Como eu pude ser tão burro?”
“Você vai continuar agindo como um elfo se castigando ou prefere continuar com a tão conhecida seção sado-masô? Agora poderia ter um ménage a tróis, você, a vassoura e a porta...- ela olhou para a porta e para Draco debaixo de várias vassouras- Não...diante de tantas vassouras haveria um ménage a groupe...ou uma bela orgia, que seja.- ela sentou-se e encostou numa das paredes- vai ser divertido.”
“Você se conforma muito rápido com a situação, Weasley. Até parece que não sabe que dia é hoje.”
“Eu não estou conformada com a situação, Malfoy. Eu estava pensando que se você pegasse sua varinha- ela apontou a varinha visível no bolso dele- você pudesse fazer um feitiço e abrir a porta. E é por saber que dia é hoje que eu quero sair o mais rápido possível desse armário. Não quero perder o baile do sétimo ano com você.”
“Varinha...varinha...merda de vareta!- ele apanhou rápido a varinha no bolso e nem bem olhou para ela, quebrou-a em dois pedaços e jogou-a no chão- “Caso você não tenha percebido, é claro que não, você não tem uma varinha para fazer magia, você tem uma vareta inútil nas suas mãos.”- ele repetiu as exatas palavras dela da primeira vez que tinham estado naquele armário. Gina ficou olhando sem expressão para a varinha quebrada aos pés de Draco.”
“Caso você não tenha percebido, é claro que não, você acabou de quebrar a sua varinha...- ela disse muito calmamente, ao que Draco olhou para os dois pedaços faiscantes de sua varinha no chão.”
“MERDA!- ele gritou a plenos pulmões- Meu baile...meu baile...meu baile...”
“Não, Malfoy, gritar não vai atrair ninguém. E o baile é mesmo tão importante assim?”
“Você está muito nostálgica, Weasley, e isso é irritante. E sim, é importantíssimo porque seria a última vez que eu te veria, em toda a minha vida.”
“E você queria que eu estivesse como? Nós estivemos aqui há seis meses, e foi um momento bem marcante na vida de nós dois, afinal, começamos a namorar alguns dias depois. E eu não acho que seja mera coincidência estarmos aqui agora quando, há alguns dias, nós brigamos e terminamos tudo. É óbvio que eu tenho que estar nostálgica. Principalmente porque uma situação como aquela não é realmente fácil de esquecer. E eu fico lisonjeada com a parte que me toca.- ela falou e retirou sua varinha do bolso- É, e pensar que dizem que elfos são burros. Dobby é meu mestre, meu mentor.”
“Você é doida?”
“Ele roubou a minha varinha, só a minha. Ele sabia que você se lembraria do episódio de antes. Você tinha uma varinha, e eu tenho uma vareta. Engenhoso.”
“Certo, então não há como sair daqui.- Gina deu de ombros- Então vamos estipular regras para uma convivência pacífica. Céus, vai ser um martírio perder meu baile com você.”
“Posso ditar a primeira regra?- ela pediu.”
“Se for viável.”
“Posso te chamar de Draco? E você me chamar de Virgínia?- ele franziu o cenho- Eu tinha me acostumado a ser desse modo durante todo esse tempo, sabe? E voltar a nos chamarmos pelos sobrenome seria como se tudo o que passamos não tivesse significado nada.- ele pensou e considerou.”
“Certo, Virgínia. Talvez tenha significado algo, mas em algumas horas, quando eu estiver bem longe de Hogwarts, não terá significado nada. Mais alguma coisa?- ela deu de ombros- Então, sem piadas sobre sexo sadomasoquista e sem musiquinhas de estrelinhas.”
“Você está falando da brilha brilha estrelinha?
“De qual mais seria?”
“Sabe que eu errei a letra dela antes? Na verdade não é lá em cima, lá em baixo, é lá em cima, lá no alto...de qualquer jeito não haveria mudança no ritmo do trecho no armário de vassouras de brilha brilha Dracozinho...
“Você ficou me enchendo com o brilha brilha meu Draquinho durante seis meses, Virgínia, não acha que já perdeu a graça não?”
“Talvez para você. E se eu estava fazendo isso era para te fazer brilhar, Draquinho...e agora eu teria que fazer alterações na letra. Iria para brilha brilha meu ex Draquinho...afinal, você não é mais meu.”
O silêncio pairou entre os dois. Ambos tinham que admitir que seis meses juntos os fizeram aprender muita coisa um com o outro. Gina descobriu que Draco não era aquele monstro juvenil ou miniatura Malfoy como todos imaginavam. A verdade era que Draco era uma caixinha de surpresas, que se abria constantemente para ela revelando seus segredos. Draco, por sua vez, descobriu que os Weasley não são realmente a escória do mundo bruxo. Ou pelo menos, como toda regra, ele percebeu que Gina era bem diferente de qualquer Weasley que ele já conhecera.
No entanto, lembrar do modo como os dois terminaram o namoro, por causa de ciúmes por conta da proximidade de Harry com Gina e Pansy com Draco, não era um fator positivo para amenizar aquela velha nova situação na qual se encontravam.
Manter o namoro às escondidas durante todo esse tempo não impedia que outras pessoas se aproximassem tanto de Draco quanto de Gina, e quanto a isso nenhum dos dois parecia querer entender.
“Você já pensou que essa situação pode não ser o que pensamos?- Gina quebrou o silêncio, fazendo Draco olhá-la com curiosidade.”
“Como assim?”
“Tipo, que Harry Potter é um corno manso que só queria desabafar no meu ombro suas infelicidades com a Luna.- Draco franziu o cenho- Nós nunca tentamos entender, ou mesmo conversamos, sobre o que nos irritava no nosso namoro, Draco. Você nunca quis saber se era o Harry quem se jogava para cima de mim ou o contrário. Ou por que ele se aproximava de mim.”
“Idem.- ele falou- Você nunca me perguntou porque a Parkinson estava sempre em cima de mim.”
“Bem, mas isso é óbvio, ela se joga para cima de você, Pimpolhinho- ela fez uma alusão ao modo como Pansy chamava Draco.”
“É, às vezes sim, mas só quando ela não vai ter com a Bulstrode. Ela costuma sair do armário de vez em quando.- ele fez um trocadilho com a situação, fazendo Gina rir.”
“Sendo assim eu não quero sair do armário nunca mais. Estou muito bem e feliz do lado que eu estou...- Draco riu- Gosto do seu sorriso.- ela emendou.”
“Você nunca me disse isso.”
“Eu sei, mas estou dizendo agora. Mas já disse que gosto dos seus olhos. Se vamos nos separar para sempre depois dessa noite, vale dizer o que eu gosto e o que eu não gosto em você.”
“Você já disse o que gosta em mim, agora diga o que não gosta.- Gina pensou, procurando alguma coisa que não gostasse em Draco àquela altura da situação.”
Ela gostava do modo como ele a beijava. Do modo como ele a seduzia e sussurrava em seu ouvido. E também amava o modo como ele se irritava quando ela passava horas ao lado dele, cantando baixinho no seu ouvido a música da Estrelinha que não quer brilhar. Ela gostava do sorriso dele, e também dos olhos. Gostava do timbre da voz de Draco e das expressões do corpo dele. Amava como eles se amavam.
“Primeiro você, Draco.- ela fugiu- Diga o que você gosta e o que não gosta em mim.”
“Gosto da sua voz e do modo como me olha. É diferente do modo como qualquer outra pessoa fala comigo ou olha para mim.- ela sorriu.”
“E o que não gosta?”
Ele pensou. Gostava principalmente do modo como Gina se insinuava pra ele, parecendo sempre ser a seduzida, quando na verdade era o contrário. Gostava do gosto dos lábios dela, mas principalmente do gosto do corpo dela. Inebriava-se com o cheiro doce e doentio dos cabelos dela. Amava o modo como ela o irritava quando cantava aquela música irritantemente boba para ele, e às vezes até sentia vontade de brilhar, apenas para ela parar de cantar e beijá-lo logo. Adorava os beijos dela e o modo cômodo como ela se encaixava em seus braços. Amava como eles se amavam.
Os dois olharam-se e, sem que dissessem nada, beijaram-se. Um beijo tempestuoso, ousado, cheio de desejo e saudade. Um beijo com direito a carícias e, depois, palavras insinuantes ao ouvido. Beijos selvagens e perigosos, que deixavam marcas avermelhadas por todo o corpo, mas principalmente no pescoço.
Draco retirou a capa e a blusa que usava e jogou sobre as vassouras, derrubando-as para um canto. Ouviram algo se quebrando num canto e pararam o beijo. Em segundos sentiram um forte cheiro de álcool se espalhar pelo armário.
“O que é isso?- ela perguntou e Draco remexeu nas vassouras.”
“Você acreditaria se eu dissesse que aqui tem uma grade de cerveja amanteigada e whisky de fogo?”
“Isso seria proposital do Dobby?”
“Eu não sei, mas que dá idéias, isso dá.- os dois riram ao perceberem os olhares estreitos e perigosos um do outro- Além do mais, misturar álcool com beijos e doces não faz mal a ninguém...”
“Tem doces aí também?”
“Chocolate, mas já serve para a noite toda.”
Draco abriu uma garrafa de whisky de fogo, que espumou por todo o lugar, molhando a ambos. Gina sentiu o gosto doce e forte da bebida e aprovou a idéia ousada do rapaz.
Ela apanhou uma barra de chocolate, junto com a grade de bebidas, e derreteu-o com a mão.
“Nada de ménage a tróis- ele falou- eu não gosto da idéia de dividir a minha namorada.- ela riu, lambuzando os lábios de Draco com chocolate e beijando-o em seguida.”
“Então nada de ménage a groupe?”
“Uhm-uhm!”
“Sexo sado-masô, orgias ou o que seja?- ela tentou.”
“Não, nada disso. Apenas você e eu, como deve ser.- ele aproximou-se dela, derramando mais whisky sobre o corpo da garota e a seguir retirando a blusa dela.”
Draco e Gina estavam presos num armário, perdendo um baile de formatura que seria a despedida de Draco. No entanto, nenhum dos dois se preocupava se estavam ou não perdendo alguma coisa, porque para eles, perder não era a palavra certa no momento. Ganhar era. Ganhar uma nova chance para poderem, novamente, estar juntos, e constatar que, como Draco achara da primeira vez que estivera naquele armário com aquela garota, jamais poderia ser novamente de outra que não Gina, e vice versa.
“Eu descobri o que eu não gosto em você...- ele sussurrou, entre beijos.”
“O quê?”
“Eu não gosto quando você me impede de tirar a sua roupa de uma vez...”
“Eu sei que você gosta...- ela retrucou, ao que ele riu.”
“Está bem, espertinha...eu estava apenas tentando encontrar algo que eu não goste em você para não te deixar irritante demais.”
“Déja vu! Irritante seria se eu te fizesse brilhar?- ele franziu o cenho, parou os beijos e olhou para ela- Brilha, brilha, meu Draquinho, onde é que você está, no armário de vassouras, e está prestes a brilhar...
“Você...”
“É assim que eu te faço brilhar, Draco. Você fica formidável quando está irritado. Seus olhos brilham e você faz amor comigo divinamente...”
Os olhos de Draco brilharam. Ele sorriu e beijou-a de uma forma possessiva. Em segundos eles estavam se amando. Em horas eles estavam aconchegados nos braços um do outro, felizes por estarem naquele armário.
“Como será que está a festa lá fora?- Gina perguntou, enquanto passava levemente os dedos entre os pêlos do peito de Draco.”
“Eu não sei, mas não deve estar melhor do que aqui.- ele ouviu, bem ao longe, a música do baile tocando.”
“Então você não se arrepende de ter estado aqui comigo e ter perdido o seu baile?”
“Eu provavelmente diria que eu estava louco para te beijar desde o momento que eu quebrei a minha varinha, mas não vou dizer isso. Vou dizer que não me arrependo de ter perdido meu baile, porque não o perdi. Estou tendo o melhor baile do mundo aqui dentro, dançando com você. Me concede essa dança?”
“Só se você deixar que eu o conduza dessa vez.- a música, do lado de fora, tornou-se mais audível de dentro do armário.”
Gina postou-se sobre Draco e beijou cada parte do corpo dele que alcançou, e constatou que ainda estava com o gosto delicioso de whisky de fogo com chocolate. Ela já estava inebriada com aquilo tudo, e o efeito do álcool, deixando-a tonta, tornava tudo ainda mais envolvente. Draco puxou-a para um beijo e tocou cada parte do corpo dela que conseguiu. Ela tremia a cada toque dos dedos ágeis e gelados dele. Ele tremia a cada sussurro de irritação no ouvido dele, enquanto ela ainda cantava a música da estrelinha. Ambos sorriam, e sentiam-se completos por estarem juntos e unidos.




Gina aconchegou-se ao peito de Draco, sentindo os dedos dele entrelaçarem-se aos seus cabelos.
“Você acha que o Dobby demora muito para abrir a porta?- ela perguntou.”
“Você quer sair?”
“Pelo contrário. Gostaria de ficar aqui para sempre com você.- ele riu. Adorava a maneira doce e gentil como ela falava que queria estar ao lado dele.”
Ele não pôde responder nada. Neste exato momento apareceram duas roupas de gala à frente deles, uma varinha e um bilhete. Gina pegou o bilhete e leu-o:
Menino Draky e menina Wheezyyyy ficar tão preocupados em ser nostálgicos que não perceber a porta aberta...Dobby dar tempo e estar feliz em ajudar. Poder se arrumar e sair para o baile do menino Draky...Ass. Dobby.
Draco não recebeu o bilhete que Gina lhe estendeu. Levantou-se e girou o trinco da porta, que abriu-se com um leve estalar. Ele olhou absorto para a porta meio aberta, enquanto Gina ria da sua cara.
“Eu não acredito...”
“Nem eu...- ela falou, ainda em meio a risadas- Mas agora eu não me importo, até fico feliz com tudo isso.”
Draco abriu mais a porta e botou a cabeça para fora. Gina juntou-se a ele segundos depois. Ambos viram, curiosos, a figura pequena de Dobby, parado junto à porta, olhando-os esperançoso e com um brilho no olhar e um sorriso bobo e fascinante no rosto.
Ele fez uma reverência exagerada, bem mais do que todas as outras, de modo a estalar cada uma de suas costelas, e encostar o nariz no chão, e falou, com um tom cordial:
“Dobby mais uma vez ficar feliz em ter ajudado.”
Draco e Gina riram e acenaram brevemente para Dobby, antes de Draco mesmo fechar a porta e trancá-la com magia.

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Comentários (1)

  • Sarah Weasley.

    Hummm, q fogo tem estes dois, kk, carambola. Feliz pq voltaram o namoro, e o Draco quebrando a varinha? kkk, ai, gente, ri mt com essa. depois viram q a porta tava aberta, aaf! kkk, e o wisky de fogo e chocolate? Aposto q o Dobby q colocou lá prá ajudar! kkkk, mt boa essa fic.

    2013-01-04
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