Conversa de Armário
DOBBY FICAR FELIZ EM AJUDAR III
Conversa de Armário
Draco – Dobby – Gina
Romance/Humor
“Hei...psiu!- ela parou a meio corredor e observou em volta- Hei, você...- olhou para os lados e viu, atrás de uma porta, um par de olhos cinzas.”
Avançou para a porta e abriu-a, vendo Draco dentro do armário. Sorriu para ele e sentiu-se sendo puxada para dentro. Ele beijou-a fervorosamente assim que a porta se fechou.
“O que você está fazendo aqui?- ela perguntou, puxando ar para os pulmões- Não era para você estar a caminho da América?- ele deu com as mãos.”
“Eu fugi.”
“Ah...fugiu e decidiu se esconder num armário de vassouras?”
“É, sabe como é, são tantas lembranças...”
“É, eu imagino...você já teve tantas num armário, não é?- ele ficou em silêncio e fez gestos com as mãos, parecendo contar- O que você está fazendo?”
“Contando.”
“O quê?”
“Todas as que eu tive num armário.- ela riu e ele continuou contando.”
“E quantas foram?- ele contou até terminar os dez dedos das suas mãos.”
“Me empresta suas mãos...- ela franziu o cenho- Contando com você?”
“É...- ele suspirou e olhou sorridente para ela.”
“Duas.- ela olhou indignada para ele, abriu e fechou a boca várias vezes.”
“Duas?- perguntou- E quem foi a outra?- ele olhou para a porta fechada, como se verificasse se estava mesmo fechada, depois abaixou o tom de voz e falou perto do ouvido dela.”
“A porta.- ela segurou o riso- Mas foi só uma vez...ela me ignorou depois que eu não consegui dar o clímax necessário depois de um chute- ela gargalhou.”
“Você é cômico, amor.”
“Eu sei. Você ri de mim desde que ficamos trancados a primeira vez aqui dentro.”
“Bem, você me dava motivos para rir, admita.”
“É, eu admito.- ele levantou solenemente a mão direita, enquanto a esquerda ficou sobre o peito- Eu admito que uma seção sadomasoquista é extremamente engraçada, quando a intenção era ser excitante.”
“Não com uma porta, venhamos...- ele olhou de soslaio para ela.”
“Com você seria?- ela corou e permaneceu calada. Ele deu um beijo delicado nos lábios dela.”
“Você ainda não me disse o que veio fazer aqui. E como entrou aqui.”
“Bem, como eu disse, eu fugi da lareira que me levaria para a América, e meu pai provavelmente deve estar irado por eu ter feito isso. Mas eu não deixaria que ele me separasse de você assim, tão facilmente. Eu imaginei que não fosse possível interligar armários a grandes distâncias...lareiras sim, mas não armários. Então eu vim pra cá, me refugiar no nosso velho amigo armário de vassouras.”
“Certo, agora fala a verdade.- ele riu, beijando-a novamente.”
“Meu pai viu que seria inútil tentar nos separar e viu que não poderia fazer nada contra você. Como antigo comensal e atual suspeito de agir em movimentos das artes das trevas, ele preferiu fugir sozinho. Vim pra cá te dizer isso e conversar sobre algo mais.- ela sorriu de orelha a orelha.”
“Você está falando sério?”
“Com certeza. Pelo menos da minha parte temos o caminho livre.”
“E o outro assunto?”
“Bem, eu andei pensando em como nós vamos contar para a sua família que estamos juntos.- ela suspirou.”
Gina sentou-se no chão do armário, encostando-se numa das paredes. Draco fez o mesmo na parede oposta e, em segundos, puxou-a para perto de si, acomodando-a entre suas pernas, apoiada em seu peito.
“Eu não tenho idéia de como vamos fazer isso. E agora vai ser um pouco mais difícil, já que só eu estou em Hogwarts ainda...talvez no Natal. Você pensou em algo?”
“Eu pensei que semana que vem haverá uma incomum reunião de pais na escola, para decidir sobre a formatura. Teve isso ano passado. Podíamos contar para os seus pais, assim eles podiam preparar os seus...- ele pensou um pouco- ...oito irmãos...”
“Seis, amor.- ela corrigiu com graça.”
“Bem, contando com a Granger e o Potter, são oito, amor.”
“A Hermione é minha cunhada, o Harry é meu amigo.”
“Eu prefiro pensar que, pelo menos o Potter, é um corno manso que você considera irmão. Fico mais aliviado.”
“Ele não é meu irmão.- ele olhou-a com o cenho franzido- Primeira regra de um Weasley, amor...é cômodo pensar que ele é meu irmão, mas para o seu desespero, ele não é.- ele fez bico e cruzou os braços.”
“Eu vou fingir que eu não ouvi isso de você, amor.- ela meramente riu.”
“Ok, voltando ao assunto, posso falar com eles sim, ou você pode. Acredito que com eles não haverá muito problema. Mas não garanto nada quanto aos outros oito.”
“Aquele seu irmão certinho não me parece perigoso.”
“Fala do Percy?”
“Sei lá, são tantos Weasley...você não esperava que eu soubesse quem é quem, não é? Ou que eu decorasse os nomes deles...”
“Faz sentido. Mas se for o Percy, bem, acredito que não...ele não se importa muito com a família. Mas os outros cinco vermelhos e os dois adotivos...bem, são barra pesada.”
“Maldita primeira regra de um Weasley.- Gina riu, virando-se para o namorado e dando-lhe um beijo rápido.”
“Ok, eu vou amenizar as coisas para você. Eu posso contar sobre a nossa relação para três deles. Você conta para os outros quatro.”
“E quem seriam os seus três?”
“Gui, Carlinhos e Hermione.- ele analisou a situação.”
“Você espera que eu volte para você depois de contar para os gêmeos, o Potter e aquele amigo cabeça de fogo do Potter?”
“Fred, Jorge, Harry e Rony.”
“Que seja. Eu acho que nome nenhum vai importar quando eles estiverem me estrangulando.”
“Eu acho que você já me disse que não gostava de ser a parte masoquista da relação...”
“Uhhh! Que comparação horrível!- ele teve calafrios- Não se trata de uma seção sadomasoquista, amor. Trata-se de uma seção pura e simplesmente sádica, na qual quatro vão bater e um vai...- ele olhou com um sorriso para ela- ...não vai sair do armário!- ela balançou a cabeça de um lado para o outro, parecendo decepcionada.”
“Você não vai dar pra trás agora, não é?- ele analisou a frase dela e levou-a para o melhor dos sentidos.”
“Definitivamente não, amor, mas seria interessante se eu pudesse apenas gritar de um lado do armário que eu te amo e eles ouviriam do lado de fora. Isso garantiria a minha integridade física.”
“Ou poderia fazer o contrário.- ela falou simplesmente e Draco não entendeu, a princípio, o que ela queria dizer.”
O silêncio pairou entre eles, mas àquela altura não era incômodo ou irritante. Eles até gostavam de ficar em silêncio de vez em quando, porque era nesses momentos em que ambos pensavam mais um no outro.
Draco adorava ficar com Gina em seus braços e ficar pensando em como ela era linda e em como ficaria bem quando se tornasse uma Malfoy. Gina, por sua vez, ficava aproveitando os toques sutis dele em seus cabelos, ou mesmo suas mãos passeando pelo seu corpo, e pensava em como Draco ficaria bem quando se tornasse um Weasley.
“Seu irmão acha que você é a inocente Gininha, não é?- ele perguntou.”
“Mais ou menos. Ele acha que eu tenho um caso com o Colin.”
“Mas você não tem.”
“Não, o Colin é um tanto élfico demais...- Draco riu.”
“Certo, Creevey saiu do armário e Potter é um corno manso, eu vou me lembrar disso todas as vezes em que eles se aproximarem demais de você.- foi a vez dela rir.”
“Você é ótimo.”
“Eu sei, até já tive uma idéia para contar sobre nós aos seus irmãos.”
“E eu posso saber qual é?”
“A princípio você apenas precisa ficar sabendo que precisaremos da ajuda do Dobby.”
“O Mestre Dobby, sim.”
“Esse mesmo, até pensei em chamá-lo para padrinho do nosso casamento.- ela falou.”
“Isso é um pedido de casamento?- ela perguntou, sem muito interesse.”
“Não, mas quando eu pedir você em casamento eu falarei com o Dobby para ser nosso padrinho. Primeiro preciso permanecer vivo. Depois eu penso em um bom pedido fora do armário. Você não pensou que eu pediria você em casamento dentro de um armário, não é?”
“Não, e se fosse eu não aceitaria.”
“Eu vou me lembrar disso.- os dois riram- Mas agora eu preciso falar com o Dobby...só tenho uma semana para me organizar.- ela franziu o cenho, mas não teve tempo de retrucar nada, pois a porta do armário se abriu vagarosamente.”
Os dois prenderam a respiração. Um flagrante não seria realmente bom para os planos dos dois.
“Dobby poder ajudar em alguma coisa?- eles suspiraram aliviados quando a figura do elfo apareceu solene na frente deles.”
“Antes de mais nada, Dobby, não nos assuste mais.- Gina pediu.”
“Agora entra, Dobby.- o elfo mostrou uma expressão confusa no rosto. Gina franziu o cenho- Amor, sai.”
“Como?- ela perguntou.”
“É, Dobby entra, você sai.”
“Ahh...- ela falou, mostrando aquela expressão de que entendera tudo que Draco tanto temia.”
“Sem piadas.- ele levantou a mão e pediu. Ela passou os dedos sobre os lábios, como se fechasse um zíper e riu para ele- Eu só preciso ter uma conversa com o Dobby. Uma conversa de bruxo para bru...de bruxo para elfo.”
“Ok.”
Ela levantou-se e saiu do armário, dando espaço para que Dobby entrasse. O elfo permaneceu em pé, encostado numa das paredes, de frente para Draco. Gina ficou olhando curiosa para os dois.
“Pode fechar, amor.”
“Certo, então...divirtam-se...- ela falou, sutilmente, antes de fechar a porta do armário e gargalhar do lado de fora.”
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