O chamado de Ron
Com a estadia de senhora Weasley, a quem Harry tinha muita afeição, a casa ficou mais aconchegante. O que um toque feminino não faz, dizia ela. As crianças se divertiam com as histórias e os feitiços que fazia, e Harry desfrutava, não só da comida caseira que só ela sabe fazer, mas também dos momentos de conversa que tinha com ela.
Ela era como uma mãe para Harry. Ron tinha muita sorte. Não só ele, todos os outros ruivos! A presença dela na casa fez Harry usar um pouco mais de seus poderes, coisa que deixou abalado a todos, inclusive a ele mesmo.
Havia se passado apenas quase uma semana, seis dias e meio para ser exato. Era noite, e Harry estava em sua escrivaninha, em seu quarto, com um pedaço de pergaminho em branco à sua frente. Olhava fixamente para a Lua. O círculo vermelho ainda a rodeava.
Brincava com a caneta na mesa lentamente, sem tirar os olhos do luar. Então, finalmente decidiu escrever uma carta para Ron, que dizia:
“Caro Ron
como está? Não deu mais notícias desde que saiu daqui. De repente me bateu uma ligeira preocupação, um mau presságio, e ainda há o fato de haver o círculo vermelho em volta da Lua, então espero que esteja bem.
E como está indo com Violet? Ah, eu convidei sua mãe para ficar alguns dias aqui. Estava sentindo-me só e sem alguém para conversar. Espero que não se importe porque as crianças estão a cada dia que se passa sabendo um “pouco” mais de você.
Sabe, estava aqui com meus pensamentos e me perguntei onde será que anda Hermione? Será que está com raiva de nós? Se você souber seu paradeiro, avise-me.
Cuidadosamente,
James”
Harry colocou seu nome do meio para caso de a carta não chegar às mãos do amigo. Colocou o pergaminho em um envelope e escreveu o nome do amigo. Seguiu para fora de casa e colocou a carta dentro da caixinha do correio, então disse baixinho:
- Para Ron Bilius Weasley. – então a carta foi sumindo aos poucos até desaparecer.
- Harry, querido, entre! O sereno está muito forte. – disse Sra. Weasley na varanda com seu roupão longo e roxo.
- Já estou indo Sra. Weasley. – disse Harry apressando-se em direção à casa, até que o telefone toca.
Era Ron. Harry imediatamente soube que era algo de extrema preocupação.
- É o Ron! – disse Sra. Weasley igualmente preocupada atrás de Harry, dentro de casa.
- É. Deve ser algo importante. – disse tirando o telefone do gancho. – Ron, o que é!
- Harry, pelo amor de Deus... Tira-me daqui! – disse Ron meio rouco.
- Eu já estou indo, agüenta aí. Não saia daí, ouviu bem?
- Te espero! – disse Ron, do outro lado da linha, preocupado e alarmado.
Harry imediatamente foi se trocar, pois estava ficando frio lá fora. Ia pegar Ron, onde quer que fosse.
- Harry, querido, o que ele queria? Ele está bem? Onde está? – perguntou a mãe do ruivo.
- Eu não sei responder onde ele está ou se está bem, Sra. Weasley. Mas pelo que parecia, ele não está nada bem. Fique aqui que eu vou pegar ele.
- Mas se você não sabe onde ele está como irá até ele? – perguntou ela depressa.
- Droga, é mesmo! Então terei que ir via Pó de Flú. Será que onde ele está tem rede? – perguntou Harry seguindo para sala com Sra. Weasley atrás.
- Tem que ter, afinal ele está em um hotel. Hoje em dia não há um hotel que não tenha rede Flú.
- A senhora tem certeza? – perguntou Harry.
- Absoluta! – disse ela pegando o pote com o Pó de Flú e dando para Harry, que já estava dentro da lareira, apanhar um punhado.
- Ok, vamos lá... ME LEVE ATÉ RONALD BILIUS WEASLEY!
Logo após, depois de tantos rodopios e imagens destorcidas, Harry saiu em uma sala de leitura onde havia grandes estantes cheias de livros, várias cadeiras confortáveis e pequenas mesas com tabuleiros de xadrez e damas. Havia janelas por onde o forte luar entrava iluminando a sala.
Quando Harry saiu de dentro da lareira, todas as luzes se acenderam. Limpou-se rapidamente e saiu dali. Deu em um corredor onde se podia ver a piscina do hotel. Harry não precisou fazer esforço para procurar o amigo, pois avistou uma porta entreaberta.
Harry foi entrando bem devagar olhando o lugar. Estava tudo desarrumado, sujo e havia roupas até no ventilador de teto. Harry começou a procurar por Ron no meio daquilo tudo e localizou um amontoado ruivo ao lado da TV.
- Ron? – disse Harry dando um susto no amigo.
- Harry! Graças a Deus! Ainda bem que você ‘tá aqui. – disse Ron, agarrando o colarinho da blusa de Harry.
- Calma, homem! O que foi? Por que você está desse jeito? Pensei que estivesse seriamente machucado!
- Não é comigo, é com a Violet! Ela morreu! – disse ele. – E o pior é que eu sou o culpado disso tudo! – Ron já agarrava Harry pelo colarinho da blusa.
- Como é? Espera um minuto! – disse Harry soltando-se do desespero do amigo. – Você a matou?
- É que eu...Eu usava um remedinho para ela ficar mais calma, como eu fiz agora pouco. Eu coloquei no uísque dela e...
- Ron você colocou remédio junto com a bebida? Você ficou maluco? – disse Harry exaltado começando a procurar o corpo de Violet.
- Eu não sabia! Eu sempre colocava na água, e ela não notava. E dessa vez eu pensei que colocando na bebida o efeito seria mais rápido! – disse ele tentando se safar da situação.
- Pelo amor de Deus. – disse Harry. – Onde ela está?
- Eu a deixei no mesmo lugar onde ela morreu.
- Que é?
- Perto da cama. – Ron já havia deixado soltar algumas pequenas lágrimas.
- Ron ela não... – disse Harry olhando para o amigo mas foi interrompido.
- Estou aqui, amores! – disse a voz de Violet atrás de ambos.
- V-Violet. – disse Ron sem se virar. – Violet! Meu amor, pensei que tinha te perdido! – agora ia em direção à moça para abraçá-la.
- Ah, deixe de ser hipócrita seu estúpido! – disse ela afastando-se de Ron mas quase tropeçando no próprio pé.
- Boa noite, Violet. – disse Harry disfarçadamente.
- Humpf. Sei... Vocês dois... Matar a mim? Há, vocês são dois “páticos”! – disse ela embriagada.
- O que é “pático”? – perguntou Ron baixinho para Harry.
- Ela quis dizer patéticos, Ron! – disse Harry impaciente.
- E isso também. – disse ela.
Bem, a situação não poderia ficar pior. Mas no mesmo instante, Harry teve uma idéia. Olhou para Ron, e lançou seu olhar em Violet. Ron entendera, e permaneceu quieto, esperando o sinal do amigo.
Violet resmungava palavras sem nexo, até que então deixou cair a garrafa de uísque da mão. Ron, não se agüentando, pegou a garrafa e bateu-a na cabeça de Violet, que caiu dura.
- Ótimo agora sim você a matou! – disse Harry.
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Nota: Olá, desculpem-me pela demora. Estava meio que esquecendo de atualizar neste site e também fazendo outras fics. Quando tenho uma idéia, tenho que escrevê-la para não perder!!Boas férias para todos!!
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