O de sempre, como sempre?



- Eu nunca mais ando naquela coisa. N-U-N-C-A! – Disse Rony esgotado, enquanto carregava seu malão pelas escadas de mármore do salão principal. Desde o momento em que os amigos desembarcaram do noitibus andante, que os trouxera a Hogwarts depois do Natal na Ordem, Rony não falava em outra coisa.

- Eu sinceramente preferiria estar lá dentro do que ter que enfrentar o Snape amanhã a noite. – Respondeu Harry mau humorado. A visão do castelo, que tantas vezes lhe trouxe aquele sentimento inconfundível de estar em casa, agora apenas o fazia recordar dos momentos frustrantes que tivera ali este ano, e da saudade que sentia de Sirius.

- Não se preocupe Harry, se Dumbledore o encarregou de lhe dar essas aulas, com certeza deve ter dito a ele para tratar você bem, não é? – Disse Hermione em tom de consolo.

- Aposto que ele não trataria o Harry bem, nem que a mãe dele mandasse. – Disse Rony procurando o olhar da amiga. Mas não teve resposta. Abaixou a cabeça e carregou seu malão tão quieto até o dormitório dos meninos, que Harry perguntou se ele estava se sentindo bem.

Mas até Harry já tinha notado que aquilo estava acontecendo muito. Ultimamente era assim que as coisas andavam entre Rony e Hermione: todas as vezes que iam se falar, era como se fossem estranhos um para o outro. Harry não sabia dizer qual dos dois fazia maior esforço para fugir da presença do outro, e por mais que perguntasse a Rony o que estava acontecendo, ele insistia que não era nada. Mas na verdade, ele se sentia tão diferente em relação à ela, que as únicas vezes que as coisas pareciam como antes em relação a Hermione, era quando eles brigavam.

As poucas palavras trocadas entre os amigos aquela noite foram um reflexo do cansaço que eles sentiam. As férias foram tão movimentadas que eles nem sabiam se podiam de fato chamar aquilo de férias. Nem a idéia de ter que enfrentar a Umbridge novamente foi capaz de fazer nenhum deles perder o sono.



O café da manhã foi animado, e as aulas correram como sempre. Harry estava bem mau humorado graças à sua primeira aula de oclumência naquela noite, e Hermione não agüentava mais dispensar os membros da AD que vinham perguntar a ela quando seria a próxima reunião.

Os amigos estavam indo para a biblioteca naquela tarde, quando Hermione viu Cho se aproximando. Ela sabia que Rony iria ser o mais desagradável possível com a garota, obviamente por ciumes de seu melhor amigo. Hermione procurou um jeito rápido de tirar Rony dali, a fim de dar a eles um momento a sós. Harry merecia gesto de solidariedade.

- Vamos estar na biblioteca Harry. – Disse a garota depressa. Rony a olhou com uma cara não muito amigável quando ela o puxou pelo braço e saiu andando na direção oposta à Harry, mas ela nem deu atenção, estava muito ocupada pensando em como ela ia se livrar do “momento a sós” que tinha arrumado para si mesma, bem aquele que ela vinha tentando evitar a todo custo.

- O que deu em você? Achei que nada era mais importante no mundo do que arrastar eu e o Harry para a Biblioteca! – Rosnou Rony, ainda lançando olhares curiosos na direção do amigo por cima dos ombros.

- É claro que há coisas mais importantes que isso! Além do que, na maioria das vezes meu esforço é em vão, não é? – Desconversou a garota enquanto continuava andando.

- Como arranjar um encontro amoroso para o Harry, por exemplo? Como se ele precisasse! – Disse em tom deboche, ignorando a tentativa de Hermione de desviar de um assunto potencialmente perigoso.

- Com um amigo como você, pode ter certeza que ele precisa! – Disse a garota sem se aguentar. Ele estava provocando.

- O que você quer dizer com isso?- retrucou Rony se dando conta do que tinha começado.

– Que até hoje você só atrapalhou a vida do Harry com a Cho! Você é o melhor amigo dele, devia ajudar e não estragar tudo. – Hermione falou novamente, antes que seu lado racional fizesse alguma objeção.

- E você pode ajudar, é claro! Graças à sua vasta experiência no assunto! – Rony disse amargurado.

- Posso ajudar por que sou normal! – Disse a garota ignorando a provocação.

E lá estavam eles novamente, discutindo como se fossem o Ron e Hermione de sempre. Ela já sabia o que ia acontecer dali pra frente. Sempre acontecia do mesmo jeito.

Mas o sliêncio que se seguiu derrubou Hermione de seu pedestal de certeza. Enquanto ela já esperava uma resposta à altura, Rony não falou nada.


E com a mesma intensidade da raiva que ela sentia dele agora, a culpa invadiu seu peito derrepente. Ela se sentiu péssima por ter sido tão grossa com ele. ele.

Seu despreparo para lidar com aquele sentimento foi o maior que já sentiu. Nunca tinha se arrependido por nada que disse a Rony, nem mesmo as piores ofensas. Afinal, ele sempre respondia na mesma altura, se não mais. E era ele que sempre começava. Por que ela tinha que sentir culpa? Não foi ele que começou esse assunto idiota? Não foi ele que quis provoca-la novamente por causa do Krum?

Mas nada adiantou. Por mais que tentasse se convencer com argumentos racionais que Rony não merecia aquilo, a culpa teimava em invadir seu peito. Aqueles segundos de silêncio foram suficientes para fazê-la sentir aquilo que nunca teve tempo pra sentir. Rony sempre conseguia irrita-la de tal forma, com tanta intensidade, que esvaziava sua cabeça e ela esquecia todo o resto. Tudo o que tinha que fazer era causar o mesmo nele, e ela sempre conseguia.

Mas dessa vez, foi diferente. O tempo que ela nunca teve estava ali, e a expressão derrotada no rosto de Rony a derrubaram de um jeito que ela nunca pensou que pudesse acontecer.

- Ron, m-e desculpe, eu não q-uis...

- Por que você se importa? - Rony respondeu tentando convencê-la de seu descaso. Não conseguiu pensar em uma resposta, não conseguiu erguer a voz novamente. Ela tinha razão. Ela sempre tinha razão, mas ele sempre dava um jeito de contestar. Sempre conseguia dernortea-la, distristraí-la, quando na verdade, isso tudo era somente para convencer a si mesmo de que ele estava certo. E dessa vez, foi diferente. Ela tinha vencido, e ele tinha que admitir isso.

- Eu... Eu me importo. – Sussurou Hermione. As palavras saiam do seu peito direto para sua boca, antes que ela pudesse pensar no que estava dizendo.

- Mesmo? – disse Rony como se sequer tivesse ouvido. Estava perdido demais em seus pensamentos.

Hermione tentava desesperadamente se controlar, procurava por palavras não comprometedora, mas tinha certeza que seria tudo em vão. Não ia conseguir se segurar.

– Bem, eu admito que normalmente nós falamos coisas terríveis um para o outro e... bem... fazemos isso o tempo todo... e... isso também deixa o Harry louco... as vezes... – seu tom foi ficando mais lento, como se ela mesma se desse conta do que estava dizendo. – mas...

Rony, mesmo sem querer, a observava. Cada palavra que ela dizia o faziam ficar mais e mais intrigado. Foi quando ele finalmente se deu conta de que nunca tinha visto Hermiones sem saber como dizer alguma coisa.

- ... isso não significa que... ... não significa que... eu queira te magoar.... que dizer... você é...

- Ei! Vocês não iam para a bilbioteca? - Disse Harry ao encontrar os amigos.

A entrada da biblioteca já tinha passado há um bom tempo, e os dois estavam parados no meio do corredor tão próximos um do outro que Harry imediatamente percebeu o que estava acontecendo.


Quando ele se virou para sair os dois o puxaram de volta e tentaram disfarçar de todo o modo, assim que se deram conta de onde - e como - estavam. Mas não adiantava tentar consertar. Harry percebera que alguma coisa diferente estava acontecendo.




EU SOU MUITO MÁ, NÃO É? DEMOREI TODO ESSE TEMPO PRA POR UM CAPITULOZINHO DESSE??? HEHEHE MAS NÃO SE FRUSTEM, EU ESTOU FAZENDO UM ESFORÇO, E COM UM POUQUINHO DE TEMPO LIVRE VAI SAIR UM CAPÍTULO DE ARREPIAR EM BREVE!!!!

PENA QUE JÁ ESTÁ ACABANDO... :) BEIJOS E COMENTEM POR FAVOR!!!!!!!!!!!





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