Exageros e Sutilezas



Harry, que ainda estava confuso com as aparições estranhas de Rony e Hermione na sala comunal, achou melhor ir dormir. Mas quando estava chegando perto da escada do dormitório dos meninos, ouviu alguma coisa batendo contra as paredes de pedra e parou. Pelo estado ofegante em que Rony apareceu no fim da escada, Harry teve a impressão que era ele que estava se batendo nas paredes enquanto descia.

- Harry... – disse ofegante - aconteceu uma coisa... uma coisa... – Rony parecia procurar a palavra adequada para descrever a descoberta que tinha acabado de fazer.

- Você lembrou do que o Malfoy disse? – disse Harry sem entender.

- Não...

- Então o que? – a expressão do amigo deixou Harry preocupado novamente. Parecia muito com a cara que ele fazia quando via alguma aranha.

- Eu... não sei como dizer... – cuspiu as palavras com muito esforço.

- Fala logo Rony! - Harry pediu impaciente.

Rony tentava controlar o pânico que estava sentindo. Respirou fundo, olhou para Harry e começou a falar – Eu acho... – Baixou o tom. – eu acho que eu... gosto... da Mione...

- Ta e daí? Qual é o problema? – retrucou espontaneamente. Mas não demorou um minuto e Harry também juntou as peças. – você quer dizer que... finalmente você vai assumir?? – Seu tom pareceu de empolgação.

- Você acha isso engraçado? – Protestou Rony. – Não tem graça nenhuma! É um.... desastre!

- Não é desastre nenhum Rony! Me conta logo... É por isso que você e a Mione entraram daquele jeito? Aconteceu alguma coisa? – Harry perguntou ansioso, enquanto empurrava o amigo escada acima.

Quando chegaram aos dormitórios, Rony sentou na sua cama e ficou encarando seus joelhos, com uma expressão nada feliz. Harry se atirou na cama e perguntou novamente:

- Não vai falar?

Rony deu a impressão que ia reclamar, mas então falou:

- Bem... eu e ela estávamos voltando da ronda e... a escada que a gente tava subindo começou a se mover. A gente apressou o passo e... a Mione perdeu o equilíbrio... – Rony engoliu. Parecia estar sofrendo um grave conflito interior. – ... e eu senti uma coisa que eu nunca tinha sentido antes Harry.

- Bem, suponho que isso seja bom, não é? – Disse descontraído.

- Não sei. – Rony suspirou. – Como isso pode acontecer? – Perguntou confuso, apoiando a cabeça nas mãos.

- Ora, se você não acha bom, não deve ter sido isso que você está pensando. – Harry tentou animá-lo.

Mas Rony pareceu mais desanimado ainda depois disso. Não falou mais nada. Logo se enfiou no seu travesseiro e deu boa noite a Harry. Sentia-se muito infeliz. A sensação que ele havia sentido naquela noite era algo muito bom... mas não podia ser... simplesmente não podia...


*

As coisas ficaram tão estranhas nas semanas seguintes, que mesmo que Rony não tivesse falado nada, Harry teria percebido que havia alguma coisa errada com seus amigos. Parecia que Rony e Hermione estivam fazendo um esforço muito grande para fingir terem esquecido o que aconteceu naquela noite.

Os dois continuavam agindo normalmente, como sempre. De vez em quando até forçavam alguma briga na falta de uma verdadeira, para não perder o hábito. Mas Harry não pode deixar de notar que eles se revezavam para olhar um para o outro pelo canto dos olhos, e toda vez que iam ficar sozinhos, um dos dois lembrava repentinamente de algum compromisso inadiável.

E por mais estranho que ele tenha achado o fato de Hermione ter parado de insistir em acompanhar Rony nas rondas, essa não foi a única surpresa.

Quando Rony quase se matou de rir ao ouvir Harry contar que havia beijado Cho,(coisa que ele desconfiava ter sido uma tentativa forçada de disfarçar o que ele realmente pensava) a cara de Hermione chegou a dar medo. Suas palavras foram especialmente ásperas quando criticou a falta de sensibilidade dele, e daí em diante, ela pareceu fazer questão de esfregar a carta gigantesca que escrevia para Krum na cara de Rony. Sem falar que, nos dias seguintes, alguns detalhes sobre Krum “escapavam” inesperadamente no meio das conversas.

“O que ela nele?” A pergunta que o amigo lhe fez naquela noite depois que Hermione subiu, deu a Harry a impressão que realmente era o que Rony pensava. O tom do amigo pareceu tão frustrado, que ele teve vontade de ajudar, mas pelo seu andamento com Cho, ele não acreditava que entendesse mais do que Rony nesse assunto.

Até por que, não achava que Rony tivesse muitas chances com Hermione. Além de dar demonstrações explícitas de estar se “relacionando” com Krum, ela andava mais irritada com Rony ultimamente do que o normal. Implicava com tudo e virava os olhos quando ele falava alguma coisa. Com certeza ela não encarou o “tropeço” do mesmo jeito que Rony.



Mas mais alguém, além de Harry, estava percebendo as mudanças que ocorreram ultimamente. Porém, Gina tinha muito mais sutileza que ele para perceber certos tipos de coisas. Coisas como os suspiros de alívio que Hermione dava quando não gaguejava ao brigar com Rony. Como os olhares de canto de olho que lançava a ele quando estava distraído, ou como o jeito que sua pena parava no meio dos deveres, e ela parecia estar bem longe dali.

Ela já havia tentado puxar o assunto com Hermione, mas o quase tombo que ela levou quando Gina mencionou o nome de Rony, e a voz trêmula que imediatamente tentou mudar de assunto, fizeram a garota achar melhor não perguntar denovo.



E AÍ? ESSE CAP NÃO TEM MUITAS FALAS, MAS É NECESSÁRIO... HEHEHE... TEM OUTRAS COISAS NO FORNO, ACHO QUE VÃO GOSTAR!!

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