Marcados
Gina se sentia confusa. Como Voldemort virara Tom novamente? Então ela pensou que podia ser um truque. Claro! Dumbledore avisara-a que o mal se esconde sob várias formas. E ele usara Tom, o jovem do diário para seduzi-la. Mas o que fazer?
Resolveu jogar.
- Tom… onde estou? – indagou Gina.
- Em minha casa – respondeu Voldemort.
- Por que me trouxe aqui? O que quer de mim? – Gina falava colocando a mão sobre o rosto – Minha cabeça dói.
- Você foi estuporada. Por isso a dor.
- Quem me estuporou?
- Um dos meus Comensais.
- Por quê?
- Oras! Chega de perguntas! Eu preciso de você para algo grandioso. Nós dois podemos ser os mais temidos bruxos que existiram! – mentiu Voldemort. O Lorde das Trevas nunca dividiria o Poder com alguém. Mas precisava fazê-la acreditar nisso.
- Eu não quero o Poder. Eu não desejo o Poder como você.
- Mas precisa me ajudar. Você é muito especial. – Voldemort aproximou-se novamente da cama de Gina. – Eu quero que você reine ao meu lado. – Abaixou-se e olhou nos olhos da ruiva. – Você será muito poderosa. Todos irão te respeitar.
- Não é respeito que eles sentirão Tom – respondeu Gina. – Será ódio! O mesmo ódio que sentem por você! – Gina, apesar de tudo, estava tentando fazer com que “Tom” enxergasse a realidade.
- Não! Eles me respeitam! Eu tenho seguidores que dariam a vida por mim!
- Porque o temem. Você os obriga a segui-lo. E eles sabem que se não obedecerem, é morte na certa.– Gina se levantou e encarou Voldemort. – Você nunca foi feliz. – Ele ia retrucar, mas Gina colocou a mão em sua boca, fazendo-o calar. – Não minta. Não pode ser feliz vendo à sua volta pessoa sendo mortas, famílias sendo destruídas. Tudo isso porque você se acha um deus que julga quem deve viver ou morrer.
- Como ousa falar assim comigo?! – Voldemort se descontrolou. Era muita petulância da ruiva. – Saiba que posso te matar nesse instante. Num piscar de olhos.
- Eu sei – disse Gina afastando-se. – Mas sei também que não o fará apenas porque precisa de mim para sua ganância. – Os olhos da ruiva se encheram de lágrimas. – Não temo por minha vida. Só não queria que as pessoas que me amam sofressem pela minha morte. Você já se preocupou com alguém? Já amou a ponto de perder a noção do tempo? – Sem dar tempo para Voldemort responder, Gina continuou. – Eu sim. Eu amo e sou amada. E posso lhe garantir que não há poder maior que o amor. E por esse amor eu me sacrificaria agora para que não haja sua ascensão! – Gina pegou o copo que estava na cabeceira de sua cama e quebrou-o. Pegou um pedaço de vidro quebrado e colocou perto de seu pescoço, ameaçando cortar-se.
Voldemort ficara impressionado com a coragem da garota. Mas depois lançou um feitiço que a fez ser lançada longe. Gina bateu a cabeça violentamente na parede e desmaiou. O Lorde gritou e imediatamente apareceu um de seus seguidores.
- Limpe essa sujeira. E vigie-a para que não cometa nenhuma loucura até amanhã à noite.
- Sim, Milorde. Deseja mais alguma coisa?
Mas Voldemort nem respondeu. Saiu do quarto da ruiva e foi para a sala. Lá estava sua gigante cobra Nagini. Sentou-se na cadeira que estava defronte à lareira. Sua raiva era imensa. Adoraria poder matar algum trouxa naquele momento. Como aquela insignificante ousara falar daquele modo com ele? Mas ela pagaria um alto preço. No dia de sua ascensão, quando tomar o Mal contido na garota, a primeira coisa que irá fazer será matá-la. E depois o maldito Potter. Aquele que acabara com sua vida.
Faltava apenas um dia. E todos pagariam por afrontar o mais poderoso dos bruxos negros.
*****
Snape sentiu um imenso frio naquele instante. Seu corpo estava envolto por uma densa nuvem negra. E aquela nuvem exalava um odor fétido que o fez sentir náuseas. E no centro da sala, Yahkala, ainda com aquela voz, dizia frases desconexas para o professor de Poções. O corpo do mago ergueu-se no ar e começou a rodopiar. E cada vez mais a voz ganhava um tom mais alto. As nuvens agora rodavam em volta de Snape e por fim elas foram penetrando seu corpo. Era uma dor terrível. Parecia que seus ossos estavam sendo esmagados e que estavam arrancando sua pele. Quando a nuvem negra entrou por completo, Snape tombou no chão. A dor fora tão grande que perdera a consciência.
Só acordou horas mais tarde. Abriu os olhos e viu que estava novamente na cama. Yahkala estava ao seu lado defumando algumas ervas. O mago, vendo que Snape acordara, aproximou-se e perguntou:
- Como está?
A pergunta fez com que Snape lembrasse do ritual. Analisou seu corpo e sua mente para ver se havia algo estranho. Nada. Pensou se o ritual falhara.
- Estou bem. Apenas um pouco tonto – Snape respondeu. – Mas o que aconteceu realmente?
- Você quer saber se o ritual funcionou?
Snape afirmou com a cabeça.
- Não sei. Nunca fiz algo daquele tipo antes. Mas você logo saberá.
- Como?
- Agora é preciso encontrar a garota. Se o mal não foi transferido, o Lorde das Trevas está ainda com um grande poder nas mãos.
- Mas não chegarei a tempo de salvá-la! – gritou Snape. – Pensei que poderia salvá-la vindo aqui. Mas acho me enganei.
Yahkala levantou Snape pelas vestes.
- Com ousa desconfiar do poder dos Deuses Negros! Você não passa de um bruxo idiota! Agora saia daqui – gritou Yahkala jogando Snape no chão. – Não gosto de gente ingrata em minha casa.
Snape se levantou rapidamente, pegou seus poucos pertences e saiu da casa do mago. Estava transtornado. Falhara no plano de salvar Gina. Agora era torcer para que Dumbledore tivesse conseguido resgatá-la de Voldemort. Mas achava isso quase impossível.
*****
Assim que Voldemort saiu do quarto, o Comensal com um toque de varinha limpou os cacos de vidro no chão. Pegou a ruiva e colocou-a na cama.
Gina acordou minutos depois. Viu que estava sozinha no quarto. Levantou-se para tentar achar alguma saída. Tentava comunicar-se mentalmente com Snape. Mas percebeu que era inútil. As paredes com certeza estavam protegidas por algum encanto. Estava indo em direção à janela quando sentiu uma dor aguda que a fez ajoelhar. Sentia suas veias dilatarem. Algo estranho ocorreu. Do seu nariz e de sua boca começaram a sair uma nuvem negra. Era como se tirassem seus órgãos. Após alguns minutos de sofrimento, sentiu uma energia quente começar a tomar conta de seu corpo, que se elevara a alguns centímetros do chão. Então luzes começaram a sair de seu corpo e foi dominando todo o quarto. Não sentia dor. Era algo muito bom. Em sua mente, vinham lembranças de sua infância. Sua família reunida em volta da mesa para as refeições. Seu primeiro beijo em Snape. A luz se expandiu a ponto de o Comensal que estava vigiando atrás da porta ver a luz por baixo da mesma. Quando abriu a porta para ver o que estava acontecendo, a luz que estava no quarto explodiu como uma bomba, destruindo tudo o que estava a sua volta.
Os outros dois Comensais que estavam na casa e Voldemort ouviram o barulho. O Lorde nem se moveu da cadeira. Os dois homens saíram correndo em direção ao tal barulho para ver o que estava acontecendo. Ao chegarem, viram Nott, o vigia, caído no chão do corredor. Seus olhos foram atingidos pela luz intensa. Tentando diminuir o efeito da luz cobrindo os olhos com o braço, colocaram a cabeça para dentro do quarto e se chocaram com a cena presenciada: Gina pairava no ar imersa em luz. Suas roupas foram substituídas por uma longa túnica branca. Ela os olhou com imenso, e estranho, carinho.
- Oh! Não sabem quanto mal estão fazendo a si mesmos. – E quando Gina ergueu a mão em direção a eles, raios de luz saíram das mesmas. Os dois saíram correndo, temerosos. Foram chamar o Lorde das Trevas.
- Como isso aconteceu? – vociferou Voldemort. – Incompetentes! Não conseguem vigiar uma garota! – Antes mesmo que pudesse concluir sua bronca, Voldemort se sentiu mal. Sentiu as energias que vinham de Gina. E isto o incomodou muito. Sabia que algo dera errado. Gina estava liberando a magia branca de seus ancestrais. E a cada segundo aquilo parecia tomar conta dele. Tendo consciência de que aquela força era superior a dele, virou para seus seguidores e gritou:
- Vamos sair daqui! Antes que essa maldita nos destrua – e aparatou dali para um lugar bem longe. Assim também fizeram seus Comensais.
Enquanto isso, no quarto, Gina não sabia como controlar a luz. Era algo tão balsâmico. Foi quando aconteceu outra explosão de luz que destruiu toda a casa. Gina perdeu os sentidos e foi soterrada pelo teto que desabou naquele instante.
Minutos depois, vários bruxos desaparataram no local. Eram os membros da Ordem da Fênix, liderados por Dumbledore.
- Chegamos tarde, Alvo – disse Minerva. – Ela infelizmente partiu.
- Não, Minerva – respondeu Dumbledore. – Sinto que ela ainda vive. Vamos pessoal. Procurem-na.
Então os bruxos começaram uma longa procura. Fazia quase uma hora e nada. Foi quando Lupin gritou ao fundo:
- Achei! Ela está aqui!
Todos correram para onde Lupin estava. Dumbledore, através de um feitiço, fez com que os escombros saíssem de cima do corpo de Gina. Ela estava com o rosto todo machucado e seu corpo coberto de sujeira. Sua túnica estava manchada de sangue.
Dumbledore, vendo que Gina ainda respirava, pediu para que Lupin a levasse imediatamente a St. Mungus.
Eles só não conseguiram entender o que realmente aconteceu. Estavam próximos do local quando viram uma grande explosão. Correram e viram a casa dos Riddle completamente destruída.
O diretor de Hogwarts estava pensando se Snape conseguira o que foi buscar em Budapeste. Pelos sinais de Gina, achava que sim. Agora só restava esperar para saber o que realmente aconteceu.
Continua
N/A: Quero agradecer as pessoas que comentaram: Lara (minha querida beta), Krika (sei q estou em dívida com vc, pq ainda naum li sua fic, mas prometo que irei ler), Luisa Evans (valeu, espero q sua fic saia logo), Amanda (valeu, adorei seu comentário), Wallace (que bom que vc naum resistiu e foi ler a fic no dia que pedi...beijos), Lua Mirage (essa sem comentários, uma das minhas queridas sobrinhas),Pá(obrigada por comentar , eu irei sim te avisar e tb ler sua fic) Miaka (como disse à vc, minha fic sem os seus comentários fica muito sem graça), Hiáskara (que bom que gosta das minhas fic´s, fico muito feliz por isso), Angel of Night (geeente, além de escrever super bem é um gatinho), Cláudio (fez a linda capa da fic e é um doce de pessoa, adoro vc!) e finalmente Amanda (obrigada pelo comentário, espero que você possa acompanhar a fic)
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