Regresso a Hogwarts
Snape demorou alguns dias até conseguir voltar à Escola, porque Dumbledore recomendou que ele não usasse métodos bruxos para viagem. Quando chegou a Londres, ficou aliviado. Dirigiu-se até a Estação King Cross e embarcou no Expresso de Hogwarts. Ao sair do trem, aparatou em frente aos portões de Hogwarts. Apressou o passo. Precisava ter alguma notícia de Gina. Pela calmaria no Castelo, tinha bons pressentimentos. Foi direto à sala do Diretor.
Após dizer a senha para a Gárgula que vigiava a sala, Snape subiu os degraus e bateu com o grifo na porta. Alguns segundos depois ouviu alguém dando permissão para sua entrada.
Ao entrar viu, atrás da mesa, o velho diretor de Hogwarts sentado, conversando com Minerva. Cumprimentou-os e foi direto ao assunto.
- Então? Conseguiram resgatar a garota? – Snape referiu-se à Gina daquele modo por estar na frente da diretora de Grifinória, que desconhecia o que havia entre eles.
- Sim, Severo – falou Dumbledore. – Ela está salva.
Snape respirou, aliviado. Mas será que o ritual havia funcionado? Parecendo ler os pensamentos do Mestre em Poções, o diretor perguntou ao mesmo:
- Como foi em sua missão? – Vendo que ele ficou constrangido em responder na frente da colega, Dumbledore pediu educadamente que Minerva os deixasse a sós.
Depois que Minerva saiu, Snape se sentou em frente ao diretor. Ficou um tempo pensando na resposta.
- Não sei… – disse, finalmente.
- Não entendi, Severo – Dumbledore disse, confuso. – O que aconteceu?
- Eu encontrei Yahkala. Ele fez um ritual com Deuses Negros…
- Com os Deuses Negros! Por Merlin! Ele mexeu com Magia muito poderosa! – exclamou o diretor.
- Mas eu não sinto nada. Não há nenhuma mudança em mim – revelou Snape. – Penso que não funcionou.
- Posso afirmar que sim – respondeu Dumbledore. – Os Deuses Negros não falham nunca, Severo. Às vezes leva-se um tempo para as mudanças acontecerem. Em outras não, como é o caso da menina Weasley.
- O que houve professor? Ela está bem?
- Está internada em St. Mungus.
Severo se levantou.
- Por quê?
- Por que ela destruiu a casa dos Riddle com seu poder. E não teve tempo de sair da mesma, e por isso ficou presa nos escombros.
- E como ela está?
- Recuperando-se.
- Faz tempo que isso ocorreu?
- Há quatro dias, apenas. Amanhã provavelmente terá alta e retornará para Hogwarts. Assim poderá ver se o ritual funcionou.
- Não entendi.
- A Weasley liberou uma forte Magia Branca que afugentou Voldemort. Por isso acho que o ritual funcionou. Somente tirando o Mal é que essa magia poderia vir à tona.
- E eu? Os Deuses disseram que esse Mal seria transferido a mim. Que eu me tornaria tão mal quanto o Lorde das Trevas.
- E como você garante que esse mal não foi transferido?
Snape se calou. Não sabia o que responder. Afinal, o Mal foi tirado de Gina e só poderia ter sido transferido a ele.
- Vá descansar, Severo – disse o diretor. – Fez uma longa viagem e cumpriu sua missão. Depois conversaremos mais sobre o assunto.
Snape obedeceu prontamente. Estava exausto. Sua mente fervilhava de dúvidas. A passos vagarosos, chegou a seu quarto, localizado próximo às Masmorras. Encontrou vários alunos no caminho que o olhavam curiosos. Mas nenhum se atreveu a perguntar o que havia acontecido para que ele se ausentasse tanto tempo da Escola. Chegando ao quarto, foi até o banheiro, tomou um demorado banho, enrolou uma toalha na cintura e deitou-se na cama. Mas não conseguia dormir. Então se levantou e pegou ao lado da cabeceira uma poção sonífera que ele mesmo preparara. Bebeu todo o conteúdo do vidro e voltou a deitar. Dessa vez seus olhos ficaram pesados a ponto de não conseguir abrir. Enfim, adormeceu.
*****
Gina estava acordada em seu leito. Era manhã de sexta. Fora avisada que hoje teria alta. Estava ansiosa para voltar para a Escola. Não porque era uma aluna estudiosa como sua amiga Hermione, mas tinha outros motivos. Estranhara a ausência de Snape. Estava ali há quatro dias e nenhuma notícia dele. Ficara sabendo por Harry que o professor estava ausente da Escola fazia algum tempo mais que ninguém sabia o motivo.
A família Weasley revezava-se para que Gina não ficasse sozinha no hospital. Apesar de Molly no começo querer ficar todos os dias, o marido a convenceu que isso a cansaria muito e que ele e o resto dos filhos poderiam também ficar com a caçula. Assim que ficaram sabendo do ocorrido, Gui e Carlinhos pediram dispensa de seus trabalhos e foram direto para St. Mungus.
A ruiva estava sendo muito paparicada pela família. Cada dia, Molly trazia uma comida de que a garota muito gostava. Gui contava sobre seu trabalho fazendo com que ela risse o tempo todo. O pai ficava sentando ao lado da cama, lendo o jornal. Nessas horas com o pai que os pensamentos de Gina iam de encontro ao Mestre de Poções. Onde será que ele estava? Mas dentro de poucas horas estaria de volta à Hogwarts e descobriria o que havia acontecido.
À tarde, Gina chegou à escola acompanhada dos pais. Minerva recebeu-os em sua sala.
- Como se sente, Srta. Weasley ?
- Bem, professora. Pronta para retornar às aulas – Gina disse, sorrindo.
- Molly, Arthur, como estão? – indagou Minerva voltando sua atenção para os pais de sua aluna.
- Bem – responderam juntos. – Um pouco cansados, mas aliviados por tudo ter terminado bem, não é Arthur? – falou Molly.
- Com certeza, minha querida – concordou o marido. – Agora precisamos ir. Tenho muito trabalho por fazer. Fiquei dois dias sem trabalhar.
- Oh, papai. Tudo por minha culpa – Gina disse abraçando o pai. – Desculpe-me.
- Não, minha filha. Por você eu faço tudo o que estiver ao meu alcance. Você é nosso tesouro. – Arthur beijou a filha.
Molly se aproximou, abraçando e beijando sua caçula.
- Cuide-se, minha querida. Tome os remédios nos horários marcados. E não faça muito esforço. Mande um beijo para seu irmão, Hermione e para o Harry. Qualquer coisa, mande uma coruja.
- Sim, mamãe. Farei tudo o que mandou. Pode ficar sossegada.
Após a despedida, Minerva acompanhou os Weasley até a porta. Gina seguiu em direção à Sala Comunal da Grifinória, e seus pais rumaram para fora do Castelo.
Gina encontrou alguns companheiros de casa que a paravam para perguntar como estava. Após alguns minutos, ela finalmente chegou. Ao passar pelo quadro da Mulher Gorda, Gina viu seu irmão e seus dois amigos em frente à lareira.
- Olá – disse indo de encontro a eles. Os três se levantaram e abraçaram Gina.
- Como está, maninha? – perguntou Rony.
- Bem, e vocês? – retrucou Gina.
- Estávamos preocupados com você – disse Hermione carinhosamente. – Estava pesquisando em alguns livros sobre o que aconteceu lá… – mas foi interrompida por Harry.
- Por favor, Mione. Gina não quer falar sobre isso agora, não é?
Gina concordou. O que ela queria saber era sobre Snape. Mas não podia perguntar diretamente. Por isso, fez algumas perguntas para disfarçar.
- E como está a escola? O que aconteceu enquanto eu estava fora? Algum aluno foi ferido naquele dia?
- Não – respondeu Hermione. – Todos os alunos estão bem. E tirando seu seqüestro, não houve mais nada. Ah, sim. O Professor Snape ficou fora durante alguns dias. Mas já retornou. E pior do que antes.
- Bota pior nisso – completou Rony. – Na aula de hoje, ele tirou cinqüenta pontos da Grifinória só por que Neville respondeu errado uma questão dificílima.
- Ah, Rony! Nem era tão difícil assim!
- Para você, não, Hermione! Vive com a cara nos livros – retrucou Rony. – Eu também não saberia responder.
- Não saberia por que fica copiando meu dever. A questão foi justamente da matéria passada.
- Ah, Mione. Corta essa. Você devia ser a única que saberia responder. E foi por isso que ele não te chamou – Rony falou, de cara amarrada.
Harry e Gina olharam um para outro e começaram rir.
- O que foi? – perguntou Hermione.
- Nada, não – disse Harry.
- Como nada? – Hermione retrucou. – Vocês estão rindo da nossa cara.
- Não é nada disso, Mione – respondeu Gina. – É que vocês dois arrumam qualquer pretexto para brigar. Poderiam aproveitar essa energia toda para algo melhor.
Rony e Hermione coraram. Entenderam perfeitamente a indireta de Gina, que para que os dois não ficassem mais constrangidos disse:
- Pessoal, estou morrendo de fome. Não comi nada desde manhã. Vamos jantar?
Todos concordaram e desceram para o Salão Principal.
No salão estavam alguns alunos e a maioria dos professores. Quando os quatro amigos chegaram e sentaram-se na mesa, viram Hagrid abanando a enorme mão para Gina e perguntando se ela estava bem. Ela retribuiu o aceno e fez um sinal de positivo. Olhou para o lado e viu que Snape olhava-a discretamente. A ruiva sorriu. Sabia que ele não podia demonstrar que estava feliz por vê-la. Mas ele fez um sinal discreto que somente ele e Gina sabiam o que significava.
Quando virou-se para a mesa, viu que a mesma estava repleta de deliciosas iguarias. Estava com saudades da comida de Hogwarts, que era muito boa. Depois de se fartar com o banquete e ficar conversando animadamente com os colegas da casa, Gina, alegando cansaço, disse que ia subir para o quarto. Mas isso era apenas uma desculpa. Saiu do Salão Principal e foi em direção às Masmorras. Não via a hora de saber o que aconteceu com seu “querido” professor.
Continua
N/A: Pessoal...muito obrigada por lerem minha fic....beijos à todos!
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