Memórias e + surpresas




- Harry querido, vamos lá à casa dos teus tios e ficamos lá na próxima noite, em quanto tu pegas em tudo, esta noite vocês devem tar saturados de viagem, pode ser? - perguntou Molly Weasley.
- Ok…
- Oh e querido, temos uma surpresa para ti.
- O quê? – perguntou ele curioso e desconfiado.
- Bem, tu sabes que o negócio dos gémeos tá de vento em popa, não sabes? – disse Arthur Weasley enquanto comia uma garfada de guisado.
- Hum-hum…
- Então esperas até ao fim do jantar. – Disse Mr. Weasley maliciosamente.
- Vocês vão mesmo pôr-me assim, na dúvida?
- É uma surpresa, não é, querido? – interveio Mrs. Weasley sorridente.
- Então pronto, não como! – disse Harry, numa tentativa de chantagem, afastando o prato.
- Por muito que eu não goste que sobre comida eu devo dizer-te que já não estás assim tão magro que te faça muito mal menos metade duma refeição.
- Estou gordo? – perguntou ele preocupado com a afirmação de Molly.
- Não, seu vaidoso, estás óptimo! – disse Hermione divertida
- Sou vaidoso?
- Naaaaa, que ideia! – ironizou Ron
- Eu não sou vaidoso! É só que eu trabalhei e trabalho muito para ter um corpo minimamente bom e dizerem-me que tou gordo põe-me em alarme!
- Então desculpa, querido! Não era minha intenção insinuar que estavas gordo… Estás óptimo assim!
- Nesse caso obrigado Mrs. Weasley – agradeceu Harry
- Mrs. Weasley não! Molly!
- Desculpe Molly! Então, vão ou não contar-me qual é a surpresa?
- Não, reza para que a refeição acabe depressa. – disse Arthur.
Harry juntou as mãos esticadas à frente do nariz, fechou os olhos e começou a dizer:
- Por favor, Senhor, deixai esta refeição que, tão caridosamente, nos destes acabar depressa, pois eu tenho uma tremenda curiosidade em ver a fantástica surpresa que a família que, também tão caridosamente, introduzistes na minha vida, tem para mim.
- Felizmente para ti somos só seis! – disse Ron
- Oh, vá lá, põe mas é isso tudo na boca – ordenou o outro rapaz impaciente.
Para satisfação dele o jantar acabou pouco depois.
Ataram uma venda à volta cabeça dele, tapando os olhos e arrastaram-no escadas acima.
Ron, Hermione e Ginny estavam também curiosos, não sabiam o que esperar.
As dúvidas acabaram quando os três avistaram na porta do antigo quarto de Percy viram uma placa a dizer: HARRY, da Escandinávia, tem origem no nome Harold embora se possa usar como nome independente, significa Guerreiro Chefe.
Conduziram o “ceguinho” porta adentro e colocaram-no no meio do quarto, deixaram-no por fim tirar a venda.
- Oh meu Deus!
- O teu novo quarto, querido! – disse Molly – agora que o Percy já tem a sua própria casa…
- É óptimo! Está lindo! Vocês são fantásticos! Adoro-vos! – exclamou excitado, correu e abraçou o casal que estava extremamente contente com a reacção do rapaz – Eu adoro, nem sei bem o que dizer! Obrigado, obrigado, obrigado, obrigado!
- Não tens de quê, Harry!
- Vocês não deveriam ter feito! Devem ter gasto um dinheirão!
- Harry, não penses nisso agora, ok? Para além disso, foram os gémeos que pagaram!
- Onde estão eles?
- Fora, em negócios! Oh, e Ron, amor, o teu quarto está maior, e Ginny, querida, tens mobília nova…
Os dois correram para os quartos.
Ginny viu que também lhe tinham arranjado uma placa a dizer a origem e significado do seu nome.
GINNY, tem origem em Ginevra ou Virgínia, ambos do latim, embora Ginny seja de origem Inglesa, com o significado de virgindade e pureza.
O quarto estava muito melhor, tinham tirado os cor-de-rosas todos e o quarto estava em tons de verde-seco e laranja. A cama era de corpo e meio e finalmente tinha uma secretária com organização.
O quarto era pequeno, mas por livre e espontânea vontade dela. Assim ajudava-a a mantê-lo arrumado.
Voltou a sair, abraçou os pais e entrou no quarto de Ron, cuja placa dizia: RONALD, do Inglês, significa conselheiro do Rei.
Estava muito melhor assim! A mãe tinha-lhe organizado os posters e o quarto estava com um ar mais fresco e limpo! Mas continuava com a mobília normal e a colcha e cortinados laranjas dos Chuddley Cannons!
De volta ao quarto de Harry ela reparou na cama de corpo e meio com uma colcha verde-esmeralda e os cortinados a combinar. Um armário de portas de correr igual ao novo dela, em que uma das portas era um espelho.
A secretária era linda! Tinha um tampo de vidro (só vidro, mas grosso) assente em dois cavaletes de madeira clara, como toda a madeira do quarto. Para melhor organização tinha duas prateleiras de madeira.
- Este quarto é lindo!
- De facto… Acho que vou ficar a viver aqui o resto da vida! – comentou ele.
- Isso seria uma honra! – disse Molly feliz – Oh Hermione querida, só queríamos uma pessoa curiosa ao jantar… O Charles e o William, já têm as suas casas há imenso tempo, e a gente não tinha nada para fazer do quarto deles… E depois olhamos para a mobília e pensamos logo em ti! Contactámo-los e eles dão-te o quarto de bom grado! Só tiramos uma cama e os pertences mais íntimos deles, porque a decoração é unisexo e dum verdadeiro Griffindor!
- Oh, não era preciso!
- Era sim! – insistiu Molly empurrando-a para a porta.
Também esta tinha o significado do nome do seu novo habitante.
HERMIONE, do grego, significa responsável.
Ela abriu a porta e Ginny por cima do ombro de Hermione viu o ex-quarto de Bill e Charlie.
Cortinados vermelhos e dourados e colcha a combinar. O resto era tudo de madeira escura. Para aligeirar o quarto as paredes eram brancas e pouco cobertas. O armário da roupa era uma cómoda muito baixinha (chegava apenas aos joelhos de Ginny) que ia dum lado ao outro da largura do quarto (que visto que era um quarto de duas pessoas era grande), metade do móvel para a roupa e a outra metade para a papelada.
Ao lado da cama de solteiro estava uma secretária, muito simples, se não fosse pela quantidade exurbitante de gavetas: 16. 11 evidentes e 5 escondidas. Eram todas pequeninas, é claro...
Apesar das cores fortes e pesadas o quarto era grande e tinha as paredes brancas, o que fazia um bom quarto.

Todos os quartos naquela casa tinham o seu estilo, o que tornava difícil a tarefa de dar um estilo fixo à casa.
- É lindo! – suspirou Hermione.
- Eu pensei logo em ti, porque na minha opinião, este quarto combina contigo!
- Dá-me uma sensação de concentração, vai ser fácil estudar aqui!
- Harry! – chamou Molly enquanto saía do quarto – esqueci-me de te dar isto! É um poster da selecção nacional de Quidditch, põe onde quiseres!
- Obrigado…
- Não sabia de que clube és…
- Sou dos Puddlemere United, mas não sou muito fanático…
- CHUDLEY CANNONS!!! – gritou Ron.
- Porcaria, é o que é! – disse Harry antes de fugir com Ron no seu encalço.
**
- Acorda, temos de ir ajudar o Harry com a casa dos tios! – sussurrou-lhe Hermione.
- Que horas são?
- Dez…
- Ai! – queixou-se Ginny enquanto se levantava e corria para a casa-de-banho.
- NÃO! O Harry está a tomar um duche!
Ela parou com a mão na maçaneta.
- Tenho mesmo de parar de acordar tarde quando cá estamos todos!
- Porquê? – perguntou Ron que também estava com elas.
- já é a segunda vez… - deixou ela escapar.
- O quê?????!!!!!
Aí Harry saiu de calças de ganga e uma t-shirt branca, que deixava ver os músculos, ligeiramente salpicadas. E disse enquanto secava o cabelo com uma toalha.
- Bom dia! Como vão? Dormiram bem?
- Sim – responderam as duas ao mesmo tempo, Ron permaneceu silencioso e agora olhava de Harry para Ginny.
- Vamos via botão de transporte e almoçamos lá, por isso despachem-se! Ah, e só é necessário levar pijama!
- Ok…
Harry entrou no seu novo quarto e fechou a porta, Ginny por sua vez, apressou-se a entrar na casa de banho para não ter que dar explicações a Ron.
Tomou um duche rápido e passou o tempo todo a esquivar-se ao irmão até que finalmente:
- Estão prontos, meninos?
Os quatro desceram.
- Têm tudo?
- Hum-hum.
- Vamos lá então!
Ginny, como todos os outros tocou na garrafa de cerveja. Sentiu um gancho no umbigo e passado uns instantes voltou a ter os pés em terra firme.
Estava no meio duma sala super arrumada, quase irreal.
Depressa soube que o resto da casa estava tão arrumada como a sala.
- Bem, há quatro quartos. Molly e Arthur, ficam no quarto dos meus tios, Hermione e Ron ficam no do Dudley, Ginny, vais para o das visitas e eu durmo, no meu, logicamente. Até lá, tava apensar empacotar as roupas todas.
Toda a gente concordou.
Mr. Weasley conjurou um grande conjunto de caixas de cartão.
- Eu vou ver a roupa do meu primo, apesar de duvidar, pode ser que haja lá alguma coisa que goste… Ginny, ajuda-me, pode ser?
- Claro!
O quarto de Dudley era estranho. Cheio de aparelhos muggles. Harry compreensivo explicou-lhe:
- Isto é um computador, podes jogar e surfar na net, aquilo é uma playstation, que serve também para jogar, Em cima tá uma televisão. Ali é uma aparelhagem e ao lado são Cd’s, para ouvir música, agora essa, é a única parte que me interessa… é que, par a fama de Dudão Durão o meu primo tinha de ouvir música minimamente pesada… Rock, também algum Metal. Mas de qualquer forma, tem aqui alguns Cd’s bem lindos… e a aparelhagem é óptima! Vou ver se encontro um feitiço para a pôr a funcionar por magia e não por electricidade.
- Que é isto? - perguntou ela pegando numa coisa em forma de disco e com uns fios pendurados.
- Um discman e os phones, também para ouvir música, mas para quando sais de casa.
Começaram a ver roupas, mas eram demasiados estrilhosas para o Harry, que preferia ser discreto.
Ele gostava de jeans e T-shirt confortáveis, Dudley preferia fatos de treino fatelas!
À uma da tarde Hermione entrou no quarto.
- Harry, está na hora de almoçar, mas só eu e tu é que sabemos mexer naquela cozinha e de qualquer forma… não me tá a apetecer cozinhar, não podias fazer tu o almoço e eu faço o jantar…?
- Eu? Nem uma omelete de jeitos sei fazer! Mas não há problema… – ele pegou numa espécie de caixinha preta com botões e um ecrã e depois de carregar nalguns botões encostou-o ao ouvido.
- AH, já sei! É um Fotelene!
- Não, quanto muito era um telefone, e na verdade aquilo é um Telemóvel…
- Estou, Boa Tarde, eu queria encomendar três pizzas familiares, duas vegetarianas e uma de carne… Sim, sim!... Hum, Little Whinning, Privet Drive nº 4… Boa tarde. – Harry desligou o Telemóvel – Demoram 20 minutos…
- Tu sabes o número da pizaria de cor? – perguntou Hermione espantada.
- Não! Mas o meu primo tem-no na lista do telemóvel.
- Ah, ok!
- O que são pizzas? - perguntou Ginny.
- Comida. – disse Harry.
- Esclareceste-me imenso!
- Esperas e vês!
Passados 20 minutos as pizzas chegram e como ele tinha dito, eram comida (UAU!)! Ginny descobriu que gostava de pizza e Ron adorou!
Depois de almoçarem voltaram novamente ao trabalho.
À noite estava tão cansada que caiu na cama e adormeceu logo.


Harry desceu as escadas o mais silenciosamente que pode. Abriu a portinha de debaixo das escadas e vislumbrou o antigo quarto dele cheio de caixas de cartão. Removeu algumas, cheias de roupas velhas e brinquedos antigos do Dudley e deparou-se com uma caixa enorme que dizia: LILLIAN E JAMES (não mexer).
Ele puxou-a e levou-a até à sala.
A curiosidade aumentava a cada segundo, e depois de ir buscar uma faca à cozinha, sentou-se e cortou a fita adesiva que selava a caixa. Abriu.
Logo ali estava uma penseira cheias daquela substância nem líquida nem gasosa e muito menos sólida. Tirou-as para fora e encontrou uma série de diários pertencentes a Lilly Evans, sete ao todo. Depois dos diários encontrou cartas, maços de cartas. A seguir à papelada haviam fotografias, dos tempos de Hogwarts e algumas do casamento dos Potter. No fundo da caixa estava um vestido lindíssimo branco e uma túnica preta, eram os fatos do casamento.
Harry despiu-se e vestiu a túnica do seu pai. Ficava-lhe um pouco justa, visto que o pai era mais esguio que ele, mas ainda assim ficava-lhe bem.
Voltou a sentar-se ainda com a túnica vestida e passou as fotografias vendo como os seus pais tinham sido felizes. Nas fotos de Hogwarts a maior parte era do seu pai, do Sirius, do Pettigrew e do Remus.
Havia algumas fotos da mãe e das suas amigas, mas dava para ver que Lilly era muito tímida. Lá para o sétimo e até mesmo sexto ano, o seu pai começava a ganhar a confiança de Lilly e ela já fazia parte do grupo. Havia algumas bastante íntimas dos vários rapazes com as suas ex-namoradas… ou mesmo futuras mulheres….
E sim, Harry, era tal e qual o seu pai!
Pegou no diário de Lilly correspondente ao 5º ano, abriu numa página ao calhas e começou a ler.
"Porquê?
Ele é arrogante! Ele é estúpido! Ele é insensível! Ele é exibicionista! Ele é melga!
Ele é tudo o que eu não queria! E no entanto…
Todas as vezes que o vejo apetece-me agarrá-lo e beijá-lo, felizmente uma voz relembra-me «olha que ele é venenoso».
E quando ele diz o meu nome, a energia que eu gasto para conseguir dizer não…
ISTO É HORRIVEL!
Como é que eu posso gostar da pessoa que mais odeio?
Eu acho que já não vou aguentar muito mais a dizer que não quero sair com ele, porque quero. Só me apetece dizer-lhe: «SIM, JAMES! QUERO!» e ouvi-lo dizer «Jim, por favor» ou então… como é? Ah! «Prongs, se preferires»
Mas depois sei que vou ser só mais uma na lista dele!"
Ele sorriu ao ver que afinal Sirius e Remus tinham-lhe dito a verdade no seu 5º ano, afinal Lilly nunca tinha odiado James assim tanto…
Pegou numa das penseiras e mergulhou lá.
Estava na biblioteca, avistou então Lilly a estudar sozinha, muito concentrada, demasiado concentrada! Foi então que percebeu. James ia na direcção dela.
- Olá Lilly!
Harry reparou que a mãe não se preocupou em corrigi-lo para Evans.
- Olá James… – não era Potter?
- Sabes Lils, nada de pessoal, m’apesar de não me poderes chamar Prongs, podes semp’e simplificar o James, qu’é demasiado clássico, p’a Jim, se me quiseres humilhar podes semp’e usar o Jimmy! Tenta lá outra vez… - James engolia montes de letras ao falar, tinha uma pronuncia estranha, própria.
- Oi, Jim.
- Oh, vês com’ consegues! Com’ vais?
- Estava a tentar estudar, Jim… Porque, alguns precisam de estudar para saber.
- Iss’ foi um’indirecta?
- Mais uma directa, sim! Lá porque o senhor compreende na perfeição este novo feitiço de transfiguração e o tenha feito à primeira, isso não quer dizer que aqui a je também tenha conseguido…
- Je?
- Francês, Jimmy, francês…
- Ah ok, Olha… queres ajuda nisso?
Lilly olhou-o desconfiada.
- Quando?
- Quando quiseres… até pode ser agora!
- Agora… hum… não, já estou um bocadinho saturada de estudo.
- Ah ok, então, só me’mo p’a não quebrar a rotina… Queres sair comigo?
- Não me parece…
- Po’quê?
- Porque não… – disse ela levantando-se.
- Isso n’ é resposta! – resmungou ele seguindo-lhe os passos.
- És mesmo melga, não és?
- Naa, eu d’ria mais… Persistente!
- Não vejo diferença entre os dois…
- Como queiras, ma’ sais ou não? Se quiseres até t’ajudo a ‘studar, gasto o encontro todo a ‘studar contigo!
- Hum…
- Não faço nada que não queiras! Juro! Juro p’la minha magia!
- És mesmo terrível! Paras de me chatear se eu disser que sim!
- Muito possivelmente.
- Ai! Nunca pensei vir a dizer isto, mas… ok, Jim.
- Óptimo! – disse ele dando-lhe um beijo na bochecha e saindo a correr.
Foi quando a imagem da sua mãe petrificada começou a nublar que Harry percebeu que a memória era de James e seguiu o pai a correr.
Conseguiu apanhá-lo no corredor a seguir James, ou Jim, ia extremamente bem-humorado, cantarolava e assobiava enquanto dava saltinhos e abanava a cabeça ao som da suposta música.
- …You blow me off like it's all the same, You lit a fuse and now I'm ticking away, Like a bomb, Yeah, baby…
You're playing games and now you're hittin' my heart, Like a drum, Yeah, Baby…
I'll let her rough me up, Till she knocks me out, She walks like she talks, And she talks like she moves…
And she bangs, she bangs, Oh baby, When she moves, she moves, I go crazy, 'Cause she looks like a flower but, she stings like a bee, Like every girl in history, She bangs, she bangs…
Your rap sounds like a diamond, Map to the stars, Yeah, Baby…
Well if it looks like love should be a crime, You'd better lock me up for life, I'll do the time with a smile on my face…
Till she knocks me out, She walks like she talks, And she talks like she moves
Harry seguiu-o sala comum adentro.
- Hei! Padfoot, Moony, Wormtail! Sabem que mais? A Lilly aceitou sair comigo! – disse excitado sentando-se no chão de costas muito direitas e pernas cruzadas à frente dos amigos espantados com a notícia.
Depois Sirius sacou da carteira e tirou de lá 2 galeões e deu-os a James.
- Toma lá!
- Qu’é isso?
- É o dinheiro da aposta.
- Aposta? Qu’aposta?
- A que fizemos no quarto ano, em como a conseguias convencer a sair contigo e eu disse que não. – aquilo espantou imenso Harry, como é o seu pai poderia ter apostado sobre a sua mãe?
- Esquece, Padfoot, ela já n’é um’aposta! Guard’ó dinheiro, eu não quero ganhá-lo à pala da Lils! Ela é mais q’uma estúpid’aposta! – disse James sonhador.
- Prongs? Estás a sentir-te bem? Está a ser… maturo!
- Nunca me senti melhor! – disse ele com os olhos presos no céu, do lado de fora da janela.
- JAMES! – gritou Sirius depois de trocar uns olhares de dúvida com Remus e Peter.
- QU’É?
- Toma o dinheiro! Aposta é aposta!
James agarrou nas moedas e foi até à janela manda-las.
- A Lilly é mais que uma estúpida aposta! – e saiu lentamente para o dormitório.
- SOCORRO! SALVE-SE QUEM PUDER! O APÓCALIPSE ESTÁ PERTO DE ACONTECER!!! JAMES POTTER! APAIXONADO!!!!! – gritaram Remus e Sirius depois de uma troca de olhares, deixando toda a gente na sala a olhar para eles e Peter a rir.
Jim deu meia volta pegou em duas almofadas e atirou-as à cara dos dois amigos.
- E se tiver?
Sirius não conseguia responder por causa do riso…
Harry saiu da lembrança do seu pai, de volta ao presente, contente por verificar que o seu pai não era tão estúpido assim.
Quando voltou a olhar para a sala dos seus tios deparou-se com Ginny a apreciar o vestido de noiva da mãe dele.
- Ginny?
- Oh! Desculpa, Harry! Nem sequer sabia se podia! – lamentou-se ela pousando o vestido e voltando-se para se ir embora.
- Não! Não vás! Fica… – disse ele reparando em como ela era parecida com a sua mãe. Era o mesmo tipo de cara magra, de queixo saliente, lábios finos e perfeitos, nariz pequeno mas também perfeito, olhos redondos e grandes sob umas sobrancelhas direitas e finas, com as maçãs do rosto salientes, rodeado por um cabelo ruivo ondulado. A única diferença era que os olhos de Ginny eram castanhos-claros e os de Lilly eram verdes – gostas do vestido?
- É lindo!
- Experimenta-o… Deve-te ficar bem, tens uma estatura parecida com a da minha mãe, apesar de ela ter sido um pouco mais alta.
- Ok… – disse ela, virando-se de costas e despindo a camisola.
Para o êxtase dele ela estava sem soutien e, apesar de ela estar de costas, ele teve de suster a respiração, pois era grande a atracção que ele sentia pelo corpo bem feito da rapariga. Podia ver as omoplatas movimentarem-se enquanto ela se inclinava para enfiar o vestido. A cintura dela era fina e conduzia a umas ancas bonitas e não demasiado largas, as pernas eram musculadas e magras, como o resto do corpo!
Por baixo da saia do vestido ela retirou os calções do pijama e virou-se para ir buscar a segunda parte do vestido.
Só assim com o tecido escorrido ela estava óptima! Ele nem queria imaginar como ficaria ela com o corpete.
O vestido era sem costa à excepção dos fios que apertavam o corpete à volta do tronco dela.
- Harry, eu não consigo apertar isto…
- Eu faço isso.
Ela encaixou a peça debaixo do peito pequeno e bem feito e desviou os cabelos das costas para ele poder apertar aquilo.
Ele respirava com dificuldade devido à proximidade enquanto pensava «Eu sou tão estúpido!!!!» devido ao ambiente romântico que tinha criado ali.
Ela arrepiava-se cada vez que ele lhe tocava nas costas nuas.
Quando acabou ela virou-se, e ele deparou-se com a visão mais bela que alguma vez tinha tido. Deslizou os olhos dos cabelos desalinhados, mas ao mesmo tempo penteados, passou-os pelo decote aberto do vestido proibindo o uso de roupa interior superior, pelo peito encaixado em cima do corpete que demarcava a cintura fina e o ventre liso da rapariga, pelas mangas de sino compridas, pelas ancas que o tecido abraçava sem lhe ficar justo e continuava pernas abaixo, quase transparente e solto.
Ele sorriu-lhe e encorajada por esse sorriso ela deu uma risada e deu umas voltinhas, fazendo a saia levantar-se ate aos joelhos com a velocidade.
- Tás linda!
Ela corou e respondeu:
- Também não tás nada mal, tu!
- Oh, já me tinha esquecido que estava com a túnica do meu pai!
Ele agarrou nas fotos.
- Desejas ver as fotos dos meus pais? – disse ele educadamente com um sorriso.
- Isso seria um prazer, já para não dizer, uma honra – respondeu igualmente educada, mas divertida.
Ambos se sentaram no sofá e começaram a ver as várias fotos, era diferente ver sozinho do que acompanhado… Com alguém reparava-se sempre em mais pormenores.
Tiveram cuidado em mater a conversa baixa, para não acordar ninguém.
Depois das fotos passavam aos diários, nos quais alternavam a vez de quem lia em voz alta. A seguir viram também algumas cartas e quando já não tinham nada para ver Harry voltou a procurar caixas e encontrou umas cheias de roupas dos seus pais.
Nestas roupas não as experimentaram, apenas passaram vistoria. Aliás, apesar de velhas, as roupas do seu pai eram de óptima qualidade e bem giras, havia inclusive um blusão de cabedal que ficava a matar a Harry e que ele disse que ia guardar para ocasiões mais extravagantes…
Ginny também gostou imenso das roupas simples de Lilly.
- Tenho uma ideia – anunciou Harry.
- Ah, bem me parecia que cheirava a queimado!
- Ah ah ah, de qualquer forma: se eu gosto imeeeeenso das roupas do meu pai e tu gostas imeeeeenso das roupas da minha mãe, porque é que não ficamos com elas… quer dizer… se não ficarmos nós quem fica? Não acho que elas devam ficar fechadas no armário para sempre! E são de óptima qualidade!
- Tens a certeza, Harry, quer dizer… como tu disses-te, devem ter sido caríssimas, e tu podias guardar as da tua mãe para oferecer a pessoal que te convide para festas…
- A quem? À Hermione não dá ela tem o peito demasiado grande, as camisas ficariam-lhe apertadas, e assim eu tenho a certeza que ficam bem…
- Tens mesmo a certeza?
- Sim!
- Bem… então… pode ser! Mas então, no meu próximo aniversário não me dás prenda!
Harry conhecia bem o orgulho Weasley, a dificuldade que eles tinham em aceitar algo, e Ginny ainda era a melhor… Não, os gémeos eram os menos orgulhosos!
- Combinado! – disse ele sorrindo-lhe e estendendo a mão para um passô-bem.
Ela aceitou a mão com um sorriso deslumbrante.
Sem nada para fazer eles arrumaram tudo de volta nas caixas, depois Harry pegou no comando da TV e começou a fazer um zapping. Parou num canal onde estava a começar um filme qualquer.
Passado um pouco de começarem a ver o filme (um pouco secante, na verdade) Harry sentiu a cabeça de Ginny no seu ombro, ela adormecera, para não a acordar deixou-a tar assim.
E na verdade, não demorou muito até ele, também, deixar a sua cabeça cair para trás. Acordou Às 6.00 da manhã, o seu relógio biológico já estava habituado a acordar muito cedo, fcou uns instantes a observa-la dormir… retirou-se cuidadosamente para que ela não acordasse e voltou-se a vestir. Vestiu uma T-shirt branca e uns calções do pai, estavam mesmo ali à mão e foi correr pela vizinhança. Não reparou que alguém tinha desligado o televisor.

Ginny começou a pestanejar e acordou, tava com uma terrível dor no pescoço.
Alguém tinha desligado a televisão e Harry não tinha sido porque ela acordara a meio da noite, mas em vez de ir para o quarto aproveitara a sua sorte e voltara a adormecer com o cheiro fresco dele e quando isso aconteceu o televisor ainda estava ligado o que quer dizer que… “oh não! Alguém nos viu nesta figura! mas se calhar foi ele que desligou quando acordou, afinal já cá não está.” Animou-se Ginny reparando que ele também já tinha despertado.
- Bem, ora vejam quem acordou! A nossa noiva favorita! Menina, sabe que horas são?
- Não…? - respondeu Ginny à mãe.
- 10.00! Já toda a gente está de pé! Vai lá despir esse vestido e vem ajudar se faz favor!
- Peço desculpa mãe, perdemos noção das horas e devemos ter adormecido por volta das 3 da manhã… – desculpou-se ela enquanto se levantava e esfregava inocentemente o pescoço
- Estás desculpada, querida, mas despacha-te.
Ela agarrou nas suas roupas e subiu, as caixas já tinham sido arrumadas.
Ginny vestiu-se rapidamente e deu uma escovadela no cabelo, ainda não querendo acreditar que tinha adormecido no vestido de casamento de Lilly Potter com o filho dela, vestido com a túnica do marido dela, no mesmo sofá!
E no ambiente da noite passada, quando se tinha esquecido da vergonha de estar num vestido extremamente bonito à frente de Harry. Os dois divertidos a ver fotografias… Sirius era um bonito rapaz, tinha um charme que nem Harry nem James tinham… Lupin era um rapaz bem-parecido, mas claro, não chegava aos calcanhares dos outros dois amigos… Peter Pettigrew, o traidor, era uma bola de gordura andante!
Depois os diários de Lilly, sempre a criticar James! O que eles não se riram com os nomes que ela lhe chamava, do género “Mr. Não-se-percebe-nada-do-que-eu-digo-porque-junto-as-palavras-todas”. Mas havia uns ainda pior.
O engraçado é que depois de saírem pela primeira vez juntos os “Mr. Não-se-percebe-nada-do-que-eu-digo-porque-junto-as-palavras-todas”’s passaram a “Mr. Maravilhosamente-lindo-e-interessante”’s!!!
A troca de cartas entre o Lupin, Sirius e James, ou Jim, como ele preferia, eram extremamente cómicas… Ginny ainda tinha na memória o relato pormenorizado de Sirius duma noite em companhias “extremamente agradáveis” e as respostas cruéis dos dois amigos.

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