Encontros e Desencontros amoro
OBS.: eu escrevi esse capitulo antes de ler o livro 6, portanto algumas informações sobre o passado de Snape diferem do original, eu fiz minha propria versão. espero que gostem!!!! Comentem!
Ficar em Hogwarts foi a melhor idéia que ela poderia ter. Aquela escola vazia trazia muita paz pra ela. Toda manha ela andava longamente pela orla da floresta proibida ou nas margens do lago, pensando com seus botões tentando colocar seus sentimentos no lugar.
E como eles estavam difíceis de se organizar.
Tinha ficado feliz com Severo ter ido falar com ela, mas sabia que a amizade deles era irrecuperável, ou seja, aquilo a deixava triste.
Estava muito mal pela sua situação com Sirius. Ela estava com raiva, chateada pela arrogância dele, por ele ter agido de maneira cruel, por ter se chateado com ela por ela tentar fazer a coisa certa. “naquele momento eu não tava só defendendo o Severo” ela pensava enquanto estava sentada na beira do lago, com seus pés na água fria “tinha muito mais coisa em jogo. Remo, a escola... a reputação de Alvo...”.
Sirius não tinha o direito de falar tudo que tinha falado. Mas apesar de tudo, Mel ainda se sentia mais magoada com ele pela atitude de “mulherengo” que ele tinha adotado ultimamente do que pelo episódio da noite de lua cheia.
“Eu estava preocupada com isso.” Mel se lembrou de Lily falando pra ela, alguns dias antes de ir embora “esse era meu medo por você estar gostando do Black, Mel! Ele é o garoto mais cobiçado do colégio, as garotas vivem atrás dele e ele... aproveita não é?”.
Mas nenhuma daquelas meninas conhecia Sirius como Mel conhecia. Elas só viam o menino bonito, charmoso e popular que andava pela escola chamando atenção. E Mel conhecia o Sirius de verdade, o garoto que podia ser gentil e te surpreender quando você menos esperava e que podia sentar do seu lado e te animar até você sair da mais profunda depressão, o menino que simplesmente queria se livrar das garras da sua família estúpida, e que fazia isso sem dar uma de coitadinho. Ele tinha mais qualidades do que a beleza. “deve ser por isso que eu... gosto tanto dele!” ela pensou tirando os pés da água e andando pela grama em busca de uma sombra pra ficar.
“Por que mexer com sentimentos tem que ser tão difícil?!”ela se perguntou.
E o mais complicado era que ela tinha Ian também. O garoto não era nem de longe tão interessante quanto Sirius, mas era maravilhoso também. “e é meu namorado”. Ela suspirou se jogando na sombra de uma árvore.
Ela tinha recebido montes de cartas dele desde o fim das aulas e se sentia meio estranha ao responde-las. Não se sentia apaixonada por ele quando ele estava longe. Não conseguia se lembrar do rosto dele com exatidão depois de um tempo que ele tinha deixado Hogwarts. E se sentia mal e sem saber o que fazer.
E a verdade foi que Mel deixou Hogwarts depois de um mês de férias sem ter evoluído muito em seus sentimentos. Só estava mais calma e com menos raiva de Sirius. Foi deixa na porta de sua casa por McGonagall (que rapidamente voltou pra Hogwarts) numa noite quente de agosto e encontrou seu pai e Elizabeth sentados na sala conversando:
- que bom ter você de volta minha menina! – Anthony disse a abraçando e pegando o malão dela.
Ela cumprimentou Elizabeth e quis saber logo onde estava James... e Sirius é claro.
- no povoado. – Seu pai disse – devem estar fazendo uma bagunça qualquer como sempre! – ele sorriu – mas é melhor assim, eu e Liz estamos organizando uma pequena festa pra James. – o aniversário dele era dali a uma semana – você não acha que poderia alegrar seu irmão convidando Lily Evans pra vir?
- Eu adoraria papai. – Mel sorriu – mas Lily está viajando com a família, França eu acho...
- Uma pena. – Elizabeth disse – eu gostei da menina.
- É...? – Mel perguntou desconfiada. Do jeito que Elizabeth era apaixonada com seu filho Mel via poucas possibilidades dela gostar realmente de qualquer garota que se aproximasse de James.
- É verdade! – Elizabeth respondeu um pouco ofendida, como se estivesse lendo os pensamentos de Mel.
- Bem... eu acho que vou subir tomar um banho e trocar de roupa. Tá muito quente não é...? – ela disse pegando seu malão e subindo as escadas. “é Lily, você deve ser muito especial mesmo pra conquistar essa sogra!”Mel pensou e sorriu sozinha.
Mais tarde ela saiu do banho e abriu a enorme janela circular de seu quarto pra que o vento entrasse. Sentou-se no patamar da janela, como ela adorava ficar, e começou a pentear os cabelos molhados, ainda só usando seu roupão.
O seu quarto tinha o estranho brilho da chama azulada que seu pai conjurava pra colocar nas luminárias espalhadas pelo quarto e ela observava sua cama com um olhar distante enquanto se penteava e pensava em como ela se sentia estranha toda vez que voltava aquele quarto. A porta de seu quarto se abriu repentinamente e James e Sirius entraram animados:
- meu irmãozinho querido! – Mel sorriu pra James enquanto puxava o felpudo roupão branco mais pra junto do corpo, se cobrindo melhor – obrigada por bater antes de entrar! Eu tinha me esquecido como você é educado!
- Ah, Mel deixa de frescura! – ele disse rindo e indo até ela – tudo bem com você?
- Tudo! – ela respondeu abraçando o irmão – mas eu podia estar pelada aqui sabia? É MEU quarto!
- Bem... acho melhor começar a bater então! – James riu
- Como vai Mel? – Sirius disse se aproximando devagar. Assim como tinha acontecido com ela, a raiva dele parecia ter passado depois de um tempo longe. Ele veio até ela, a abraçou levemente e se afastou ainda sentindo o cheiro de sabonete que ela emanava.
- Bem... – ela respondeu sorrindo expressivamente, estava muito feliz por ver aqueles negros olhos brilhantes de novo. – como tem sido as coisas por aqui?
- Boas como sempre. – James disse sentando-se na cama dela. – e Hogwarts...?
- Bem também... – ela disse e se levantou da janela, passou pela cama e pegou o vestido que tinha deixado lá para vestir, indo pro banheiro pra se trocar. – já volto...
Quando apareceu de novo, passando a mão nos cabelos pra ajeita-los ela percebeu que James tinha uma carta na mão e Sirius estava de cara fechada.
- carta pra você. – James disse – do seu...namoradinho.
- outra... – Mel suspirou cansada e pegou a carta das mãos do irmão.
ela abriu e leu rapidamente o conteúdo do pergaminho. Foi no canto onde estava seu Malão e o abriu colocando a carta lá dentro, junto com mais um monte de cartas dele.
- você não parece entusiasmada com ele. – Sirius disse a encarando.
- Ele é ótimo... mas de vez em quando força a barra... – ela disse sentando-se na cama e mudando de assunto – e então, planos para o seu aniversário James?
Uma semana depois, a partir das oito da noite aconteceu a festa de James. Foi bem “normal”: musica, comida, um monte de gente de Hogwarts e do povoado, bagunça e a casa totalmente só pra eles. Antes de sair de casa Anthony tinha dito:
- só não destruam a casa nem chamem a atenção dos trouxas! – ele riu – a casa é de vocês, mas a responsabilidade é sua James. Você é maior de idade agora!
- Pode deixar...! – James disse com um sorriso diabólico nos lábios e rodando a varinha entre os dedos.
E dá pra imaginar a loucura que foi não é?
Mel tinha convidado Ian, mas o menino teve uma reunião de família bem no dia e não pode ir, de maneira que foi a melhor noite de todas das férias, que Mel passou ao lado de Sirius, rindo e brincado, fugindo dos feitiços engraçados que ele e James soltavam por todo o lado, já que eram maiores de idade e podiam usar magia fora do colégio também (Sirius tinha feito aniversário uma semana antes de Mel chegar e ela tinha mandado uma carta e um presente dando os parabéns ao menino).
Foi uma noite muito especial, e eles trataram de aproveitar toda ela de maneira que os últimos convidados tinham ido embora só as sete e meia da manha do outro dia, menos aluado e rabicho que tinham ficado pra passar mais uns dias.
Mais ou menos ás uma da tarde do outro dia Mel estava na cozinha preparando algo pra eles comerem enquanto os garotos faziam feitiços e aparatavam e desaparatavam a cada meio metro como se aquilo realmente fosse necessário só pra chatear Mel.
- dá pra parar?!?! – Ela pediu colocando panquecas nos pratos deles. James tinha acabado de usar um feitiço convocatório pra pegar a travessa de batatas que estava a 60 centímetros dele na mesa, enquanto Sirius encantava a garrafa de suco pra que ela servisse os copos sozinha. – ainda bem que papai e Elizabeth estão quase chegando! Quero ver vocês ficarem assim quando eles voltarem!
- Inveja. Isso é inveja! – Sirius disse rindo e atacando seu prato de comida. – só por que você ainda não é maior de idade e não pode fazer também!
- Ahhh, fala sério! – ela disse se sentando a mesa
- Você não entende o que é essa liberdade Mel! – James ria – poder atormentar os outros usando uma varinha não só no colégio, mas em qualquer lugar!
- Isso é preocupante! – Mel disse olhando Remo que ria – pelo menos você não fica fazendo isso!
- Você que pensa! – Sirius riu – ele só não faz na sua frente!
- Ele acha que tem que manter a imagem de monitor certinho! – James disse fazendo uma careta.
- Vocês já pensaram que esse vai ser o ultimo ano que aluado vai nos ameaçar com detenções? – rabicho perguntou quando conseguiu parar de rir dos amigos – fora de Hogwarts aquele distintivo não vale de nada!
- É verdade Aluado... – James disse com cara de sério, como se tivesse considerado a colocação de rabicho. – depois que terminarmos Hogwarts você vai perder a pouca ou nenhuma autoridade que você tem sobre nós!
- Ah, não enche! – Remo disse jogando um pedaço de batata em James.
- Como ousa?!? – James se fez de ofendido – isso merece uma revanche! – ele encheu sua colher com batata – guerra de comida!
- Não!!!!! – Mel disse segurando as batatas que ele tinha jogado em Remo no ar com seus poderes, - nem pense! – Mel disse a James - Sua mãe tá chegando e ela vai querer matar um se vir toda a cozinha suja de batata!
- É... bom argumento. – James disse parando com a idéia da guerra.
- Seu namorado também termina nesse ano não é Mel? – rabicho mudou o rumo da conversa.
- Aaah.. é. – Mel disse achando estranho alguém falar “seu namorado”. – Ian está no ultimo ano também...
- E como você conseguiu fazer aquele idiota não vir aqui ontem? – James perguntou a ela
- Ele não pode, diz que vem depois, pra me ver. – ela explicou vagamente, sem se chatear por James ter falado “aquele idiota”ao invés de Ian.
- Espero que não seja ele... – Sirius resmungou quando a campainha tocou.
- Eu atendo...! – Mel disse suspirando feliz por uma desculpa pra interromper aquela conversa.
Abriu a porta de casa e encontrou um senhor alto e magro, rosto sério e uma capa preta nas costas.
- eu gostaria de falar com o senhor... – ele disse com a voz funda e rouca, parando um minuto pra olhar um papel em sua mão – Sirius Black. Ele se encontra?
- S-s-sim... – Mel engasgou com a visão de alguém tão estranho – quem gostaria...?
- Meu nome é Aurelius Tonsvelle. Sou administrador dos bens do Sr. Alphard Black. O Sr. Black veio a falecer recentemente deixando parte de sua herança para o sobrinho Sirius Black. E eu gostaria de falar com ele.
- Sim... – Mel disse meio abobada com o que tinha ouvido. E se afastou pro homem entrar – entre...
- Obrigado. – o homem sinistro disse entrando atrás dela e acompanhando a menina até a sala, onde ele parou esperando por um convite pra sentar-se.
James parou ao lado de Mel nesse instante, olhou o homem de cima em baixo com uma expressão desconfiada. Tinha a varinha em mãos e a segurou com mais firmeza.
- ele quer falar com Sirius... – Mel disse ao irmão e nesse momento Sirius parava na porta da sala.
- Alguém quer falar comigo? – ele perguntou analisando o homem. Estava com a varinha na mão também.
- Sr. Black? – o homem se virou pra Sirius e estendeu a mão. – o senhor não deve se lembrar de mim, na ultima vez que o vi você não era mais que um bebê.
- Você me conhece? – Sirius perguntou nem um pouco educado se aproximando mais, ignorando a mão estendida do homem
- Sim, sim. Eu sou administrador dos bens de seu tio Alphard. – o homem disse de maneira seca, recolhendo a mão – e venho informar-lhe que ele faleceu.
- O que...? – Sirius perguntou parecendo assustado. A varinha tremeu um pouco em suas mãos. – tio Alphard... morreu...?
- Sim. – o homem continuou de maneira nada reconfortante e não esperou que lhe mandassem sentar. Sentou-se no sofá e abriu a maleta que trazia. – eu vim aqui por que ele deixou parte de sua herança ao Senhor.
- Pra mim...? – Sirius perguntou com a voz fraca. Rabicho e Lupin tinham aparecido atrás dele.
- O que está acontecendo aqui? – Anthony perguntou ao parar no meio da sala, observando aquela cena estranha. Elizabeth vinha com ele e eles traziam pequenas malas que tinham usado pra passar a noite fora, na casa de Janette.
- O senhor deve ser Anthony Potter. – Aurelius disse se levantando e estendendo a mão a Anthony. Eles trocaram apertos de mãos e Aurelius contou por que estavam ali.
- É melhor nós continuarmos essa conversa no escritório. – Anthony disse e parou atrás de Sirius segurando o ombro do menino em sinal de apoio.
Eles foram ao escritório e Elizabeth reuniu os outros falando:
- que cheiro bom, você cozinhou Mel? – ela perguntou a menina – eu estou realmente com fome. É melhor irmos pra cozinha, terminar de almoçar.
- Certo... - James murmurou indo em direção a cozinha, mais ainda jogava um olhar preocupado pra Sirius que estava se afastando com seu pai.
Eles demoraram bastante no escritório e quando Sirius saiu de lá ele se trancou no quarto com James, Peter e Remo e eles ficaram lá durante mais um tempo.
Mel cansou de esperar e desceu pro jardim, sentando-se numa cadeira reclinada que estava embaixo da sombra de algumas trepadeiras que cresciam pelo enorme salgueiro que tinham no jardim.
Ela folheava distraidamente um livro quando percebeu alguém no jardim. Sirius estava parado um metro e meio a sua frente.
- senta. – Mel disse afastando-se um pouco pro lado pra que Sirius se sentasse com ela. Ele “deitou-se” ao lado da menina, colocando uma das mãos atrás da cabeça e olhava fixamente pro céu. – você está bem...? – ela perguntou sentada, observando o rosto dele.
ele balançou a cabeça em sinal de sim e continuou a encarar o céu. Ela não sabia se falava alguma coisa ou se ficava quieta. Mas ele falou de repente.
- tio Alphard era um dos únicos da família que não era totalmente desprezível. – ele falou em um tom baixo. – agora sim a família foi toda pro buraco...!
- eu sinto muito. – Mel disse tocando de leve a mão do menino. Sirius tirou os olhos do céu e observou o rosto bonito de Mel. Ele entrelaçou os dedos dele nos dela.
- Obrigado... – ele disse e suspirou – ele me deixou um bom dinheiro... – ele riu marotamente – bem que ele falava que um dia eu ia ficar com o dinheiro dele e eu nunca acreditei no velho...! – ele suspirou e voltou a ficar tristonho. – eu gostava dele. mais do que gosto de todos os outros juntos... quer dizer, eu não gosto do outros...! – Mel ficou observando o rosto dele e sentiu uma vontade imensa se beija-lo ali, agora. Sirius segurou mais forte a mão da menina – acho que agora eu posso ter um lugar só pra mim...
- Você tá pensando em ir embora...? – Mel perguntou esperando que a resposta fosse não.
- Não... pelo menos não agora. – ele respondeu – mas tava conversando com Tony... acho que quero arrumar uma casa pra mim, pra quando eu sair de Hogwarts... lembra que você me disse que se sentia uma intrusa aqui...?
- Lembro. – Mel suspirou – às vezes eu ainda me sinto assim quando entro na sala e encontro papai e Elizabeth conversando com James, só os três...
- Eles foram maravilhosos me acolhendo, mas imagina como eu me sinto...? – ele disse puxando a mão dela e colocando sobre seu peito. Ele acariciava a mão de Mel levemente enquanto conversavam. – não é nada com eles. É comigo. Eu preciso de um lugar pra mim.
- Eu sei. – ela disse – eu acho que é isso que eu sinto e acabo ficando em Hogwarts pra compensar entende...? Hogwarts é um lugar que eu consigo chamar de meu mais do que aqui.
- Então... to planejando em inaugurar a casa das aberrações.... – ele disse rindo levemente – se você quiser as portas vão estar abertas pra você. – ele disse levando a mão de Mel até a sua boca e dando um suave beijo.
- Obrigada... – Mel respondeu. Ela percebeu que seu rosto se inclinava levemente em direção ao rosto de Sirius e o menino parecia fazer o mesmo. Por um instante ela pensou que eles iam se beijar, até que ela ouviu a voz de James a chamando.
- Mel! – ele disse e ela o viu vindo até eles seguido por aluado e rabicho. – seu namoradinho tá aí. Na sala com papai.
- Ah não... – Sirius murmurou.
Mel fechou os olhos simplesmente não querendo acreditar. Sentiu Sirius soltar sua mão. Ela se levantou ainda com os olhos cerrados e depois o abriu olhando fixamente pra James. Não conseguiu olhar pra Sirius ao sair dali.
- com licença... – ela murmurou antes de desaparecer do jardim.
Ian passou a tarde inteira com Mel, indo embora somente depois do jantar. Anthony pareceu gostar do menino, e Ian fez de tudo pra que isso acontecesse, mas pra Mel o dia foi desastroso. Se sentar na mesma mesa com Sirius e Ian foi horrível. Sirius tentou ficar normal durante todo o tempo, mas não conseguiu. Seu rosto tinha sempre uma expressão estranha de desgosto.
Quando se despediu de Ian e o garoto foi embora Mel correu pro seu quarto e se trancou. Não queria sair de lá nem em um milhão de anos.
- Mel, sai daí. – James insistiu pela quadragésima vez batendo na porta de Mel. Há quatro dias ela só saia de lá de dentro pra comer. Isso quando ela queria comer. – anda Mel, já to de saco cheio!
- Não to a fim Jay... – ela disse jogada em sua cama – me deixa.
Mel ouviu um estalido e James apareceu dentro do seu quarto:
- eu disse que ia entrar se você não saísse. – ele disse a encarando.
- Então é melhor você sair daqui do mesmo jeito que você entrou...! – ela disse dando as costas a ele.
- Qual o problema Mel? – ele perguntou se sentando ao lado dela na cama.
- Eu não quero falar com ninguém.
- É por causa do Almofadinhas...? – ele perguntou cauteloso
- Eu não quero falar sobre ele. – Mel insistiu.
- Eu posso te ajudar...! – James tentou
- Não...! – ela disse se sentando na cama e encarando o irmão – eu não vou me sentir bem falando sobre isso com você! Você é o melhor amigo dele e vai sair correndo daqui pra contar pra ele!
- Eu não vou contar. – James disse e riu – pelo menos não até a noite, quando ele volta pra casa.
- Ele não tá aí? – Mel perguntou preocupada
- É, ele saiu com papai. Sirius vai arrumar uma casa. – James explicou. – tem certeza que não quer falar comigo...?
- Falar o que?! – ela perguntou chateada – falar o que se eu não to sabendo nem o que pensar?!
- Mel, - James disse pegando o espelho das saudades que estava na mesa ao lado da cama de Mel e entregando pra ela. – bota prioridade nas coisas, se é que você entende do que eu to falando.
Ele disse e se levantou da cama. Com outro estalido ele desapareceu dali.
O resto das férias passou muito rápido pro gosto de Mel. James e Sirius se agitaram com a idéia de arrumar um lugar pra Sirius e eles faziam planos muito loucos sobre o que fazer quando pudessem dar enormes festas na casa de Sirius.
Mel continuou um pouco afastada dos dois e estava de alguma maneira procurando proteção no colo do pai. Quando ela parecia tristonha e Anthony perguntava por que ela respondia:
- nada pai. Só vou ficar com saudade de você quando voltar pra escola.
Não era de todo verdade, mas valia pra fazer Anthony não se preocupar.
Sirius não estava diferente com Mel. Tinha voltado a ser o amigo legal e engraçado, mas em momento algum passava disso, e em momento algum eles tiveram uma situação tão íntima como aquela.
Hogwarts se tornou mais uma vez o refugio de Mel quando ela voltou. Lá era mais fácil fugir de Sirius, e isso era algo que ela realmente estava querendo fazer.
E fugir de Ian era algo que ela vinha tentando também, mas era mais difícil se levando em consideração que ele era seu namorado.
O primeiro fim de semana em Hogwarts foi algo que foi importante pra ela. De sua maneira habitual ela tinha ido se sentar embaixo de sua árvore. Tinha a certeza de que Severo não iria aparecer e se sentar lá com ela, mas o hábito de ficar lá e esperar era algo que ela não conseguia controlar. E naquela manhã ela encontrou, bem no local que antigamente Severo costumava sentar-se, um pequeno bilhete, que a animou mais do que qualquer coisa, que dizia: Melanie, como foram as férias? Severo Snape.
E ela percebeu que, todas as vezes que eles se topavam e que ele estava sozinho, Severo sempre a cumprimentava discretamente. Eles chegavam a trocar algumas breves palavras.
Isso foi o que impulsionou a vida de Mel ali no começo do ano.
Rever Lily, Frank e Alice foi maravilhoso também. Ela se empolgava ao ouvir longamente Alice falando da sua nada repentina paixão por Frank e elas gastavam horas e horas de sono conversando sobre seus “problemas” amorosos.
O aniversário de Mel foi comemorado no castelo dessa vez (Mel não quis correr o risco de pagar tamanho mico como tinha acontecido no ano anterior). E foi um simples encontro de amigos, onde eles se reuniram no jardim como num piquenique.
Mel não tinha muito tempo pra se encontrar com Lily, James, Sirius, Peter e Remo, ou com qualquer outro aluno do sétimo ano (inclusive com Ian). Ela imaginava a apreensão que eles deveriam estar passando e não tentou chateá-los muito, mas estava um pouco carente naqueles dias.
Foi quando ela teve a idéia (incitada por James, é claro) de tentar os testes para artilheira do time de quadribol da Grifinória. Era uma maneira de passar mais tempo com seu irmão. James tinha se tornado o capitão do time e a vaga do capitão que tinha saído ia ser disputada na segunda semana de aula.
- sério Mel, - James disse a ela quando eles chegaram ao campo no dia dos testes – você é muito boa quando joga com a gente nas férias eu não estaria te trazendo aqui se não achasse isso! Quabribol é coisa séria Mel!!!
- Tudo bem... – ela engoliu em seco segurando sua vassoura
O teste foi indiscutivelmente dominado pela apresentação de Mel. James tinha tomado providências pra que ninguém pudesse falar que ele tinha dado a vaga a ela por ser sua irmã. A diretora da grifinória estava presenciando o teste, e junto com ela havia sido composta uma bancada com a professora Hooch e os diretores das outras casas da escola. Eles davam nota a cada apresentação e se faziam uma média somando a nota deles e de James e dividindo.
Mel tinha ido muito bem, mesmo com o nervosismo. Todos seus amigos estavam lá, incluindo Severo (que ela ainda considerava seu amigo) e todos seus inimigos também (Bellatrix e sua turma).0
O incentivo de Sirius foi engraçado. Ele gritava pra ela e sorria:
- Vai Mel!!! Se você cair o chão amortece sua queda!!!
E no final de tudo, ela estava no time.
Foi uma maneira de se distrair de seus problemas se concentrar nos treinos com o time e era bom ver seu irmão nos treinos.
James tinha uma facilidade em voar e em comandar o time, ele fazia com que todos vissem exatamente o que ele queria que eles fizessem que era fácil se encantar pelo menino enquanto ele sobrevoava o campo e gritava as ordens ao time.
Mel percebeu que Lily geralmente aparecia a cada treino, com a desculpa de assistir a Mel jogar, mas quando estava na beirada do campo ela não tirava os olhos de James.
- oi Lily! – James disse parando no ar com sua vassoura exatamente na frente de onde Lily estava sentada. Era uma sexta a tarde e o fim de semana próximo era de visita ao povoado vizinho. Ele sorria e estava com os cabelos bagunçados pelo vento, vestia o uniforme de quadribol da Grifinória, e tinha um enorme e sorriso no rosto – depois de um longo dilema pessoal eu vim aqui me forçar a te chamar pra sair comigo mais uma vez. – ele disse a encarando – eu resolvi que um não a mais só vai aumentar a minha coleção e não me matar! O que você me diz?
- Acho que... – ela suspirou e sorriu observando o menino. Parecia impossível pra ela dizer não a ele. tinha passado todo o verão se perguntando se o menino faria essa pergunta de novo e temeu que ele não fizesse – já tá na hora de ceder a suas investidas não é?
- Isso quer dizer que você vai comigo a Hogsmade no próximo fim de semana?! – ele perguntou maravilhado
- É James, - ela riu – eu vou!
- Essa é a melhor noticia que eu estou tendo nos últimos sete anos! – James disse rindo maravilhado – vou até terminar o treino mais cedo!
- Mas vocês acabaram de começar! – Lily riu vendo James se afastar na sua vassoura.
- Mas eu preciso comemorar isso! – ele gritou rindo – espera aí que eu já volto pra te levar a sala comunal!!
Pouco depois todos foram dispensados e James saia do campo com Lily ao seu lado, eles conversavam e riam.
- to vendo que agora eu sobrei mesmo! – Mel resmungou andando um pouco atrás deles.
No dia seguinte Mel se forçou a sair da cama pra encontrar-se com Ian no povoado. Ela estava determinada a terminar aquele “Namoro chove e não molha” em que eles estavam. Encontrou-se com ele na casa de chás de Madame Puddifoo e eles entraram e escolheram uma mesa num canto. Parece que pra piorar as coisas Ian estava muito carinhoso com ela naquele dia:
- Ian, acho que nós temos que conversar. – ela disse firmemente depois de um tempo.
- É mesmo? – ele perguntou rindo alegremente – eu também vim bem disposto a conversar com você hoje. Sabe, coisas que eu venho querendo falar com você há muito tempo e não tinha coragem.
- O que...? – ela perguntou preocupada
- Eu acho que nós já temos intimidade o bastante pra falar sobre isso... – ele disse abrindo espaço na mesa pra que Madame Puddifoo colocasse os cafés que eles tinham pedido. – acho que já é hora.
- Falar sobre o que...? – ela perguntou mais preocupada ainda.
- Eu queria falar... – ele abaixou a voz e se curvou sobre a mesa pra falar só pra ela, como se não quisesse que alguém ouvisse – sobre seus poderes...
- Meus poderes?!? – ela perguntou sem entender.
- É. Sabe, eu tenho curiosidade sobre eles. Como você os controla e tudo mais...
- Por que você está falando disso agora...?
- Eu achei que você poderia falar sobre isso agora que somos mais íntimos...
- Eu teria falado sobre isso com você a qualquer momento! – ela disse sem entender nada ainda. Ela sempre tinha sido muito aberta com os outros sobre seus poderes – mesmo se você não fosse meu namorado!
- E como você tem controle sobre eles, tem algum segredo...? – ele perguntou como se ela não tivesse falado nada – você pratica ou algo assim?
- Ian era realmente sobre isso que você queira falar...? – ela tentou se acalmar – é que eu tenho algo muito importante pra discutir com você!
- Não existe nada em livros sobre como fazer não é? – ele a ignorou de novo, estava ávido por informações.
- Ian!! – Mel disse mais alto se irritando. E por se irritar e mudar de posição na cadeira pra encarar Ian firmemente ela bateu o pé numa das pernas da mesa e isso fez com que o açucareiro cambaleasse e ele iria cair, se não fosse um porém. E Mel observou esse porém totalmente horrorizada: com um aceno de sua mão Ian tinha segurado o açucareiro e o colocado de volta no lugar. Exatamente como Mel fazia quando queria usar seus poderes.
Ela ficou parada por um tempo, não acreditando no que tinha visto.
- você é um Gray...? – ela perguntou com a voz rouca, baixa e abismada
- descendente de quarta geração. – ele disse bem baixo olhando pros lados pra se certificar de que ninguém tinha ouvido. – é um segredo de família antigo. Meu tataravô era um Gray, por isso meus poderes são muito fracos. Pra falar a verdade eu só tenho esse: a energia psionica. E só posso dominar coisas pequenas com ela.
Mel o observou por um tempo, calada. Viu que ele tinha alguns traços que realmente lembravam o de um Gray macho, como Mel tinha visto em fotos. Seu cabelo era de um loiro dourado e os olhos verdes – outra característica dos Gray machos. Mel tinha lido uma vez que os machos são muito subjugados pelas fêmeas nos bandos de Grays selvagens (que vivem numa espécie de sociedade matriarcal, onde os machos servem quase só pra reprodução) e muitos acabam fugindo das florestas e se juntando com mulheres humanas, mas como o sangue dos machos geralmente é mais “fraco”que o das fêmeas, assim como seus poderes, poucas crianças nascidas dessas uniões tinham poderes realmente expressivos.
- eu devo ser burra como um trasgo mesmo!!! – Mel disse de repente dando um tapa na mesa. Os copos de café titilaram. – como eu não vi isso antes?!? – ela estava indignada consigo. Considerava-se como uma especialista na raça gray e não tinha percebido nada.
- Não está tão na cara assim, está? – ele perguntou preocupado
- Por que você nunca me disse isso antes?! – Mel perguntou com muita raiva – por que você escondeu isso de mim?!
- Não é o tipo de coisa que se espalha por aí não é? – ele disse a olhando como se ela estivesse louca – é um segredo que minha família esconde a anos!
- E por que?! – ela quase gritou – eu não vejo problema em contar! não atrapalha a minha vida!
- Nem todos são tão corajosos como você Mel. – ele disse afundando-se na cadeira que ocupava. Visivelmente ele queria sair dali.
- Você tem vergonha é isso?! – ela perguntou gritando
- E não deveria? – ele disse em tom baixo
- Não! – ela disse indignada – eu não tenho vergonha, eu não me escondo de todo mundo! Todos aqui sabem quem eu sou e de onde eu descendo! E você percebe o que você fez?! O que você tá fazendo se escondendo aí?
- Não... – ele murmurou
- Pois eu vou te contar: você está manchando e pondo a perder tudo pelo qual que venho lutando desde que entrei nessa escola: o direito de ser diferente e de não ser julgada sem que antes me conheçam! Com isso você não deu valor a tudo que eu passei nessa escola pra ser aceita!– ela gritou. Estava consternada – Por Merlin! Você me dá nojo sabia?! Por que você passou todo esse tempo do meu lado se tem tanta vergonha da minha raça?! O que você quer de mim?!
- Eu só queria saber como eram seus poderes... – ele disse e completou rapidamente – eu gosto de você! Eu achei que juntos poderíamos nos entender bem!
- Eu não vou entender nunca uma pessoa covarde como você! – ela disse se levantando com tamanha violência que sua xícara de café se derramou pelo movimento brusco. – eu vou sair daqui Ian e não quero te ver nunca mais atrás de mim! nunca mais tenha a “coragem” de se dirigir a mim! – ela gritou e saiu da casa de chás sem olhar pra trás e sem ouvir Ian que a gritava.
Ela bateu o retrato que guardava a entrada da sala comunal da Grifinória atrás de si com tamanha violência que ela pode ouvir mulher gorda reclamar atrás dela.
Se jogou em uma poltrona se recuperando da corrida que tinha feito do povoado até ali, mas sua raiva demoraria muito a passar.
- tá ficando fortinha com os treinos de quadribol hein Mel? – Sirius disse indo até ela. Era uma das poucas pessoas que estava ali naquele horário. – quase que o retrato da mulher gorda pára aqui no meio da sala por causa do jeito que você o bateu!
- Sirius eu não to bem agora e não quero brigar com você. – ela disse de uma vez querendo se conter.
- Aconteceu alguma coisa? – Sirius perguntou se preocupando e sentando-se ao lado dela.
- Aconteceu. – ela disse respirando muito profundamente pra ver se sua raiva passava. – aconteceu que eu descobri que o Ian é um filho-da-puta-desgraçado! – ela disse sem se conter e viu que xingar o menino a fazia se sentir bem.
- Wow... – Sirius disse espantado – o que ele fez...?
Mel contou resumidamente o encontro dela com Ian e Sirius também ficou espantado, depois riu:
- eu disse que ele era um idiota. – Sirius sorriu se levantando e estendendo a mão a Mel. – vem, vamos dar uma volta que essa raiva passa.
E ela saiu pros jardins acompanhada do menino.
- agora eu acho que sei como o Severo deve ter se sentido quando descobriu que eu era irmã do James... – Mel suspirou enquanto eles andavam pelos jardins. Muitos alunos mais velhos (que já tinham se enjoado de Hosgmade) e os mais novos (que não podiam ir ao povoado) estavam por ali, conversando, estudando ou simplesmente fazendo um passeio como Sirius e Mel faziam.
- Ele não tem sentimentos Mel. – Sirius disse a menina, mas ele não a olhava. Por um instante o olhar dele divagou por algumas meninas que estavam sentadas num banco de pedra pouco à frente deles.
- é como se o Ian tivesse me usado todo esse tempo e o Severo deve ter se sentido como se eu tivesse o usado também... – Mel desabafou. Não importava que Sirius não tivesse a ouvindo e sim ocupado em sorrir pras meninas que mexiam com ele. pra falar a verdade ela preferia que ele não ouvisse mesmo. Só queria falar, ver se sentia melhor.
- O que...? – ele perguntou distraído.
- Mas eu não podia simplesmente falar: tudo bem Ian, eu te perdôo! Ele tem vergonha de ser o que eu sou! – ela disse e viu que uma das garotas tinha se deslocado do grupo e vinha em direção a Sirius. Mel suspirou: tinha sido fácil conversar com ele e prender a sua atenção enquanto estavam só os dois, mas quando saíram pros jardins e ele se viu no meio da multidão de garotas que o bajulava ele sequer mantinha o olhar nela. “Talvez Lily esteja certa”ela imaginou.
- Claro.... – ele respondeu sem perceber que Mel já se calara há algum tempo. Sorria pra garota que vinha em sua direção.
- Oi Sirius. – a menina disse com extrema intimidade chegando até ele – posso falar com você?
- Aahh... – Sirius disse e olhou pra Mel – eu não sei... Mel você se importa...?
- Claro que não... – Mel balbuciou e se afastou cabisbaixa.
“Talvez eu nunca vá passar de uma irmãzinha pra ele...” ela suspirou se afastando em direção a sua arvore sagrada na beirada do lago. Sentou-se lá e ficou observando o lago e o vento que fazia pequenas ondas quando soprava com mais força sua superfície. Depois de algum tempo ela observou dois pés parados do seu lado esquerdo.
- tendo um bom dia? – Severo perguntou sarcasticamente.
- Por que você sempre pergunta isso nos dias que eu to muito mal? – ela perguntou sorrindo levemente.
- Um pouco de sarcasmo é bom. – ele disse tentando conter um sorriso que teimava em escapar.
- Senta aí. – ela fez a sugestão, mas soou mais como um pedido. Conversar com ele agora talvez ajudasse.
- Acho que não. – ele disse seco olhando paras os lados. Bellatrix chegava nos jardins seguida por sua corja.
- Todo mundo deu pra ter vergonha de mim foi...? – ela disse chateada. Depois resolveu implorar – senta aí vai, conversa comigo só um pouco!
- Melanie... – ele murmurou observando atentamente os movimentos de Bellatrix.
- Por favor!!! – ela disse. Estava desesperada por atenção. – senta aí e segura minha mão. Eu posso fazer você ficar invisível e a gente conversa baixinho. – ela falava manhosa – não tem ninguém por perto, ninguém vai ouvir.
- Tudo bem... – ele disse um pouco receoso e se sentou ao lado dela. Mel rapidamente tocou a mão dele e se tornou invisível, passando através do toque seu poder a ele. – estranho... – ele murmurou – muito estranho.
- Você acostuma... – ela disse baixo também – desculpe se eu insisti. Só queria alguém com quem conversar.
- E seu irmãozinho? – ele perguntou sarcástico. Ele não conseguia deixar de ser assim.
- No povoado. – ela disse vagamente.
- Você não deveria estar lá também? – ele perguntou e sua voz pareceu mais magoada do que irônica – com seu namorado?
- Ian não é mais meu namorado. – ela disse e suspirou – eu não quero o ver nem pintado de ouro.
- Bem... ele deve ser péssimo pra você o detestar assim – ele considerou como se falasse pra si e não com Mel – você quase nunca odeia alguém. Não odeia a mim....
- Eu não poderia te odiar. – ela disse como se aquele pensamento nunca tivesse passado em sua cabeça. – Ian é um falso. – e ela contou o ocorrido.
- É... – ele balbuciou sem saber mais o que falar. Podia ser ótimo quando se falava em poções e feitiços, sobre magia e tudo mais, mas sobre a vida amorosa (ainda mais da Mel!!!!) ele não tinha o que falar.
- Minha vida tá saindo das minhas mãos. – ela disse e explicou que não gostava realmente de Ian enquanto estava namorando com ele – eu faço as coisas e simplesmente não consigo evitar. Eu não queria ser assim!
- Foi o que eu sempre disse: você é impulsiva de mais. – ele criticou tentando mudar o assunto da conversa.
- O que eu faço pra parar com isso? – ela perguntou. Não sabia se seguir os conselhos dele era uma boa idéia, mas tinha que perguntar a alguém.
- Use a razão. – ele disse e sentiu que falava mais consigo do que com ela. – segure seus sentimentos.
- Não é tão fácil assim! – ela disse debochada. – eu não acredito que não há uma garota nessa escola inteira que não vá fazer você perder a cabeça!!!
- Eu não gosto de ninguém. – ele disse firme, quase como se reprimisse.
- Ninguém?!? – Mel perguntou abismada
- Ninguém. – ele reafirmou.
- Nem de mim?! – ela perguntou em desafio. – eu quero dizer em qualquer sentido e não amoroso! – ela se explicou
- Nem de você. – ele disse mais convicto ainda e pra seu espanto ele ouviu a risada gostosa de Mel.
- Eu não acredito em você! – ela ria – não mesmo. Não acredito que você não tenha sentimentos.
- Se tenho – ele disse pausadamente – eu procuro não me lembrar deles. – ele tirou a mão debaixo da mão de Mel e o poder que os unia foi anulado. Ele voltou a ficar visível e olhou pro nada onde Mel, que continuava invisível, deveria estar. – até mais Melanie.
- Até...! – Mel disse o observando se afastar. De qualquer maneira a conversa tinha sido interessante.
Ela ficou na beirada do lago até quase na hora do jantar e só então subiu pra sala comunal onde encontrou somente Remo e Peter. Ela se aproximou deles e a eles pareceram estranhar a presença dela ali:
- que foi?! – ela perguntou atrevida, num jeito muito parecido com o de James – você vão me ignorar também? Se vão fala logo que eu não vou me dar o trabalho nem de ficar aqui!
- Calma Mel... – Remo disse e chegou pro lado no sofá pra que ela se sentasse. – é só que nós achávamos que você estaria com Ian.
- Alguém fala o nome dele de novo e eu saio daqui na hora. – ela disse e pegou o jornal que estava nas mãos de Peter. Ele o lia avidamente. – o que foi...?
- Estão relacionando a morte de alguns trouxas com um bando de bruxos das trevas. – rabicho disse rapidamente e tentou tirar o jornal das mãos da menina. Parecia nervoso com aquela noticia.
- “Morte de trouxas intriga o Ministério”. – Mel leu em voz alta e enrugou a testa. – que coisa estranha....
- muito estranha. – Remo falou olhando o jornal também.
- Sabe, há algum tempo eu tenho visto papai e Dumbledore falarem vagamente sobre coisas assim. Gente morrendo, desaparecendo e um grupo de bruxos das trevas. – ela disse lendo vagamente a matéria de capa. – tem alguma coisa acontecendo lá fora.
- Deve ser coincidência. – rabicho disse pegando o jornal, o dobrando e o jogando sobre a poltrona ao lado. – ou você está sugerindo que tem alguém querendo dominar o mundo? – ele perguntou dando uma risada nervosa.
- Não. Mas eu acho que tempos difíceis vem por aí. – Lupin disse olhando Mel, que assentiu com a cabeça.
E o quadro do buraco deu um enorme rangido ao se abrir e os três voltaram sua atenção pra lá. Lily e James vinham conversando animadamente. Estavam tão compenetrados um no outro que não perceberam a pequena platéia que os observava, com os fôlegos presos, esperando que os dois se beijassem a qualquer minuto. Lily parou nos primeiros degraus da escada para o dormitório das meninas e James parou na frente dela.
- obrigada por ter me levado a Hogsmade, James. – ela disse sorrindo. – foi um dia bem legal.
- Foi sim. E eu espero que você queira voltar comigo lá mais vezes. – James disse rindo também.
- É, pode ser! – Lily fez charminho e deu tempo somente pra que James desse um rápido beijo no rosto dela e subiu correndo as escadas.
- Meu irmão é uma toupeira mesmo! – Mel disse pra Remo e Peter olhando seu irmão que ainda estava parado na frente da escada com cara de bobo. – consegue passar o dia INTEIRO com a Lily e não beija-la.
- Já foi um avanço ele conseguir sair com ela. – Remo disse rindo pra Mel
- É verdade. – Mel pensou – é... quem sabe daqui a uns vinte anos ele consiga namorar com ela! No ritmo que vai! – ela se levantou - eu vou falar com Lily.
Ela parou na frente de James que ainda divagava parado na frente da escada.
- hei, sai da frente! – Mel disse e empurrou o irmão da sua frente e subiu as escadas – Por Merlin! Se você tá assim só por que deu um beijo no rosto dela, imagina no dia que vocês começarem a namorar?!?!
Ela correu pro quarto de Lily onde encontrou a amiga jogada na cama, olhando pro teto, cara de boba também e um enorme sorriso de orelha a orelha.
- fala, você não deixou ele te beijar não é? – Mel perguntou se sentando ao lado da amiga.
- Aaah... – Lily se sentou e encarou a amiga. – foi só um passeio, nada assim tão...
- Fala sério Lily!!! – Mel riu cortando a amiga – depois de uns três anos com meu irmão te chamando pra sair você acha que é “só um passeio”?? ele é louco por você!
- Eu sei, mas... – Lily tentou argumentar – é que eu tenho que ir devagar não é...? sabe... eu passei anos odiando seu irmão, mas agora...! – ela suspirou
- Você está tão apaixonada por ele quanto ele por você, não é? – Mel perguntou feliz. Ver sua melhor amiga namorando e conseqüentemente dando um jeito no seu irmão ia ser maravilhoso.
- É. Eu acho que eu tô. – Lily admitiu – eu tenho certeza que eu tô! – ela ria – Mel, eu não tinha idéia que seu irmão podia ser tão maravilhoso quanto ele é!
E Lily começou a falar longamente sobre James. De como ele tinha conseguido ficar o dia inteiro sem fazer nenhuma idiotice (Record! – Mel brincou), de como tinham conversado sobre coisas interessantes e ele tinha falado do que gostaria de fazer no futuro (eu não sabia que ele queria ser auror! – Lily falava maravilhada – eu também quero!) e eles pareciam ter se dado tão bem que Mel perguntou por que não beija-lo logo.
- eu não sei... – Lily disse quando elas desciam pro salão principal. Ela tinha falado tanto que elas continuaram a conversa até a hora de descer pra jantar – eu acho que simplesmente não tive coragem...
- e ele não tentou?! – Mel perguntou chamando intimamente seu irmão de burro.
- Bem... – Lily corou e baixou a voz – é claro que ele tentou, você sabe como seu irmão é atrevido, mas eu não deixei.
- Lily, eu não te entendo! – Mel riu.
- Nem eu! – a menina disse – mas fala a verdade, você nunca fez isso? fez algo totalmente ao contrário do que você imaginava fazer?
Nesse momento uma risada chamou atenção no saguão e Mel e Lily se viraram pra ver o que era. Sirius, que Mel não tinha visto desde a metade da tarde, estava entrando pela porta de carvalho junto com a menina que tinha ido falar com ele quando ele e Mel estavam conversando. Ele brincava com a menina e parou segurando-a pela mão e fazendo-a rodopiar como se eles dançassem. A menina estava adorando a atenção. Lily olhou Mel preocupada, e Mel disse repentinamente:
- eu não tenho sentimentos. – falou pra si mesma quase num sussurro.
- O que? – Lily perguntou sem entender
- Nada. – Mel disse sem tirar os olhos de Sirius. – só uma teoria que eu to pensando em desenvolver.
Foi quando James passou por elas e tomou Lily pelo braço, para acompanhá-la ate a mesa da Grifinória. Sirius e a garota que estava com ele se juntou a eles e Mel ficou andando um pouco mais atrás, conversando com Remo e Peter.
Na outra semana, numa quarta feira entediante nas masmorras, ela se curvou sobre a mesa que ela Frank e Alice dividiam numa aula de poções. A mais de uma hora o professor Worth estava falando sobre a poção da tolerância que eles iam preparar.
- por Merlin...! – Frank disse a ela e Alice em tom baixo– ele tá conseguindo falar mais que o Binns!!!
- Não exagera Frank! – Alice disse mas suspirou – ninguém consegue ser pior que o Binns, mas hoje o Worth tá difícil também!
- Por que ele não pode simplesmente colocar as instruções no quadro e deixar a gente fazer...? – Mel perguntou com o tronco jogado sobre a mesa, a cabeça apoiada sobre o braço. – já to de saco cheio!!
- Você anda de saco cheio com tudo! – Frank acusou. – não presta atenção em uma aula direito mais!
- É verdade Mel, tá tudo bem? – Alice perguntou.
- Tá.... – ela suspirou – mas se ele não parar de falar logo vocês vão ter que preparar uma poção é pra me ressuscitar por que eu vou morrer de t-é-d-i-o!
- Vamos fazer alguma coisa vai, - Frank sugeriu – não prestar atenção só nessa aula não vai matar ninguém!
- Frank! – Alice o censurou, mas estava louca pra fazer o mesmo.
- Fazer o que...? – Mel suspirou. A única coisa que queria fazer era estar com Sirius. E isso estava sendo meio impossível. Ela mexeu distraidamente na sua maleta com ingredientes pra poções.
- Vai Mel, anima! – Alice disse a ela – você tá péssima!
- Tá bom...! – Mel se levantou e sentou-se direito na cadeira – mas dá pra fazer alguma coisa pra gente não ficar nessa chatice?
- Talvez isso...? – Frank pegou um pedaço de lesma dissecada e mirou. Num segundo tinha atingido a cabeça de um dos colegas deles que sentava mais na frente, Klaus Greint. Klaus olhou pra trás procurando quem tinha feito aquilo e Frank apontou pra Mel.
- Hei! – Mel riu e se virou pra Klaus, apontando Frank e falando num sussurro de maneira que o menino só lia seus lábios – não fui eu!
Klaus mexeu nas suas coisas e mais do que rapidamente um pedaço gosmento de cobra em conserva bateu na mesa deles, perto de Frank. Frank por sua vez pegou o pedaço e jogou de volta. O professor parecia alheio a tudo aquilo. Klaus entrou na brincadeira e pegou uma lesma inteira, grande e gosmenta jogando-a pro lado dos três. A lesma bateu com um estrondo na mesa e escorregou caindo nos pés de Alice.
- Hieca! – a menina disse fazendo cara de nojo. – assim não vale! – Alice disse chutando a lesma pro lado de Klaus.
Aí Mel tomou partido na brincadeira. Pegou uma colher e encheu de ovas de sapo, olhou pra frente procurando se o professor não estava olhando. Ele não tinha parado de falar, mas também não estava na frente da classe. Mel olhou pros lados e não o encontrou. Depois, ainda verificando onde deveria estar Worth, ela virou a colher pro lado de Klaus e jogou.
Teve o terrível azar de Worth estar passando bem na frente do menino quando ela fez isso. as ovas de sapo acertaram o rosto do professor e escorreram por ele, fazendo um barulho de algo pegajoso escorrendo.
- detenção Srta. Gray. – o professor disse depois que tirou as ovas que lhe cobriam a boca. Ele fez um bilhete destinado a McGonagall que iria determinar qual seria a detenção e mandou que Mel deixasse a sala naquele instante.
- Pelo menos eu não vou morrer de tédio...! – ela disse e sorriu pra Frank e Alice antes de sair.
Ela andou vagarosamente até a sala da professora de Transfigurações. “ela vai me matar!” Mel pensava, por mais que Minerva adorasse a menina e em alguns momentos agisse como se fosse mãe dela, quando se tratava das coisas da escola, Minerva costumava ser mais rígida com ela do que com os outros, “vai entender...!” ela suspirou e bateu na porta da sala da professora. Queria acabar com aquilo logo.
- Sim. – a professora abriu a porta rapidamente e seu olhar ficou preocupado quando olhou Mel parada na sua porta. Atrás dela a sala do sétimo ano estava praticando algumas transfigurações. Mel viu James e Sirius acenarem pra ela quando a professora abriu a porta. – algum problema Srta. Gray?
- Aaahhh... assim. É. Um probleminha. – ela disse estendendo o papel a professora e depois acrescentou em tom baixo – não me mate mãe...!
A professora pegou o papel e o abriu, lendo e enquanto isso Mel viu James por detrás dela perguntar baixinho e ela teve que ler os lábios dele : “o que foi?”. Ele disse. “detenção” ela respondeu a ele do mesmo jeito. Sirius riu e escreveu num pedaço de pergaminho que estava perto dele: “parabéns, eu também!!” e mostrou a ela.
Ela riu e McGonagall pigarreou fazendo-se perceber:
- esteja na minha sala hoje as sete da noite Srta. Gray. Você vai cumprir a detenção comigo. – ela olhava Mel com a cara bem fechada – e espere aqui. Eu quero que você leve alguns papéis até a sala do Diretor pra mim. – ela deu as costas e foi até sua mesa. Mel encarou Sirius e James e murmurou “tô ferrada”. McGonagall voltou logo com uma pilha de papéis e entregou a Mel. – leve ao diretor e depois vá direto a sala comunal. Não quero que você saia de lá até o jantar, ouviu? – a professora disse assumindo ares de mãe – e aproveite a pra contar ao diretor o que você anda fazendo! – ela completou e disse a senha a ela.
- Tudo bem... – Mel disse tentando conter a risada por que Sirius fazia gestos como o de alguém sendo enforcado.
- Agora vá. – a professora disse e fechou a porta.
Mel riu sozinha e foi até o escritório do Diretor, onde foi saudada com muito carinho, mas depois ele estranhou que ela estivesse ali.
- o que aconteceu? – ele perguntou pegando as folhas que ela estendia a ele. – por que você não está em aula?
- Detenção. – ela disse com um sorriso sem vergonha.
- Ahh sim... – o diretor disse e sorriu ao olhar distraidamente as folhas que havia recebido como se uma detenção não fosse importante. – o que você fez...?
- Ovas de sapo na cara do prof. Worth. – mel disse rapidamente.
- O que ? – Dumbledore pareceu despertar e a olhou interessado.
- Eu joguei sem querer ovas de sapo na cara do professor Worth. – ela disse
- Sem querer...? – Dumbledore perguntou, mas tinha uma expressão mais divertida do que punitiva no rosto.
- Aaahh... – ela riu – é que a gente começou uma guerrinha com os ingredientes das poções e eu mirei num menino, mas o professor passou na frente bem na hora errada. Acertei ele. – ela disse e disparou a rir, sem conseguir se conter ao lembrar da cena. – muito ruim? – ela perguntou depois de um tempo.
- Não muito. – Dumbledore disse sorrindo – mas também não é aceitável. – ele disse se lembrando de seu papel de educador.
- Pelo menos foi engraçado. – ela disse mas se lembrou de McGonagall – mamãe vai acabar comigo, vou cumprir a detenção com ela.
- Com certeza ela vai ser rígida. – Dumbledore disse – como ela sempre é.
- É verdade. – Mel disse e suspirou ficando mais quieta enquanto o diretor voltava aos seus problemas em forma de papéis espalhados pela mesa. Mel, sentada na poltrona a frente da mesa apoiou o cotovelo nela e ficou observando as cartas que estavam espalhadas. Muitas eram do ministro da magia. Num pequeno monte em um canto estavam jornais de vários dias atrás empilhados cuidadosamente e por cima, o do dia, que tinha a manchete “reunião de bruxos das trevas preocupa o Ministério”. Ela cuidadosamente pegou o jornal e ficou lendo.
“Há cinco anos tem sido constatados indícios de que bruxos e bruxas que fazem uso de magia negra vem se aliando e formando o que precocemente levou o nome dado pela população mágica da Grã-bretanha de ‘Partido das Trevas’. Já há algum tempo a população vem se alarmando e buscando no ministério da magia algumas respostas para perguntas pertinentes. A morte de trouxas em circunstâncias suspeitas deixaram o Ministério com enorme problemas. A população mágica está em alerta e cada vez mais preocupados ‘se essas pessoas tem a coragem de se intrometer na sociedade trouxa e cometer assassinatos em série com certeza devemos nos preparar e procurar um meio de extermina-los rapidamente’ diz Laurêncio Felphs, um partidário daqueles que acham que o ministério deveria se empenhar. Já os anúncios oficiais feitos pelo Ministro da Magia dizem que eles estão demandando seus maiores esforços pra deter o partido das trevas. ‘as mortes e desaparecimentos estão sendo investigados e não há muitos indícios de que eles estejam ligados. O ministério está fazendo o possível e os aurores estão em alerta’ diz Mitchel Logan, chefe dos aurores, em nome do Ministério. Ainda assim, o bruxo das trevas que lidera todo esse caos já é considerado o mais temido de todos os tempos. Seu nome ou identidade é renegada por todos que acham mais prudente não pronunciar o seu nome. Mas mesmo sendo chamado de Aquele-que-não-deve-ser-nomeado ele causa muito medo e terror por onde passa.” Mel terminou de ler a primeira página e disse:
- Lord Voldmort. – ela disse o nome do bruxo sem medo e encarou Dumbledore que a olhou levemente assustado. – esse cara ainda vai fazer muito estrago não é? – ela perguntou intimamente como sempre fazia ao conversar com ele.
- Eu não tenho o dom da clarividência querida... – ele suspirou – mas não acho que ele seja necessário para antever tempos dolorosos se levarmos em consideração os atuais acontecimentos.
- Então você também acha que eles estão tem em mente fazer algo grande? – Mel perguntou. Ela vinha acompanhando os jornais e tinha acreditado fielmente que havia um propósito maior em toda aquela matança, não pensava na possibilidade de que podiam ser só atos aleatórios.
- Eu tenho certeza. – Dumbledore disse firme. – e tenho certeza que está acontecendo muito mais do que está escrito nos jornais.
- E por que o ministério abafa isso? – ela perguntou
- Eles não querem que aconteça pânico e histeria. Eles estão trabalhando com afinco pra resolver isso, mas não é tão simples quanto parece: encontrar bruxos das trevas e acabar com eles.
- Voldemort é alguém realmente poderoso por trás disso Alvo? – ela perguntou.
- Eu tenho certeza que sim. – ele suspirou de novo. – eu sei que você tem muito interesse em ser um auror Mel. – ele disse firmemente – e sei que você chegará lá com facilidade: têm as melhores notas da sua classe junto com Frank Longbotton e Alice Fawccet, obteve os NOM’s necessários e tem esforçado pra continuar assim, mas enquanto você ainda não está lá, eu peço que você procure não se envolver e nem se preocupe com isso. – ele parou e sorriu – desfrute de seus últimos anos aqui, na segurança de Hogwarts.
- Por que o mundo lá fora é muito mais perigoso do que eu imagino. – ela disse e ele sorriu confirmando.
- Essa guerra ainda não é sua querida. – ele afirmou e Mel se impressionou por ele usar a palavra guerra e a palavra ainda. Ele parecia prever as coisas. ele pareceu ler os pensamentos dela – não, não. Eu não estou prevendo o futuro. – ele sorriu – só estou me reservando o direito de ser um velho pessimista e resmungão por algum tempo.
- Eu sei...! – ela disse e sorriu se levantando. – bem... eu me vou. Tenho que me preparar pra minha detenção mais tarde...!
E dando um beijo no seu queridíssimo diretor ela saiu dali.
As sete da noite naquele dia, depois do jantar ela foi em direção a sala de McGonagall levando sua mochila e preparada pra sofrer. Mas quando ela parou na porta e pouco antes de bater e olhou pros lados e encontrou Sirius vindo em sua direção seu coração bateu alegre, mesmo apesar da detenção.
- sorte nossa. – Sirius riu ao se aproximar. – ela resolveu não nos separar pra cumprir as detenções,
- deve ser por que ela acha que eu ainda te odeio! – ela riu pra ele mas sabia muito bem que a diretora da Grifinória tinha plena consciência dos sentimentos dela pra com Sirius – o que você fez?
- Feitiços engraçadinhos na aula dela. – ele riu – sabe, eu achei que ela queria me matar com a força do pensamento pelo jeito que ela me olhou quando me disse que eu tava de detenção!
- Certo, mas é melhor a gente não parecer feliz ao entrar. – Mel disse – aí ela descobre que eu não te odeio!
- Você não me odeia? – ele perguntou brincando como se descobrisse aquilo agora e eles sorriram. Depois se controlaram e abriram a porta fazendo cara de enterro.
- Atrasados, os dois. – a professora disse os olhando e com um gesto mandou que os dois se sentassem na carteira dupla que estava à frente da mesa dela. Depois ela pegou a varinha e fez com que uma enorme pilha de livros flutuar na direção de Sirius e cair com um enorme estrondo no lado da carteira que o menino ocupava e disse – você Black vai me fazer um relatório sobre Animagos. Use todos os livros e não se de esqueça nenhum tópico. Eu vou ler o que o senhor escrever e se estiver faltando um tópico sequer você vai ter que refaze-la. e esse é um assunto do qual eu realmente entendo. – ela disse o olhando severamente e entregando um rolo de pergaminho a ele – 50 centímetros e sem abrir a boca. – depois se virou a Mel – você Srta. Gray... – ela disse chamando Mel pelo sobrenome do jeito que sempre fazia quando estava zangada com ela – vai me fazer um relatório sobre os usos do pó de chifre de unicórnio em poções, 50 centímetros também. – uma enorme pilha de livros sobre animais mágicos e poções parou na frente de Mel – o professor Worth vai corrigi-la depois e a nota que ele te der vai entrar como parte da sua nota de poções nesse ano, então trate de empenhar-se. – ela os observou a olhando por um segundo – vamos, estão esperando o que pra começar? Ficaremos aqui até vocês terminarem!
Mel suspirou e abriu o primeiro livro. Sirius fez o mesmo e Mel o ouviu resmungar algo inteligível, mas soou como “quando eu precisei desses livros você não quis me emprestar”.
Trabalharam a primeira hora em silencio e quietos, ambos absortos em suas tarefas, mas depois de um tempo passaram a se olhar e sorrir de vez em quando, e mel percebeu que Sirius jogou um pedaço de pergaminho pro seu lado. Ela pegou abriu e leu: “sua mãe foi um doce com a gente hein?!?!?!”. Mel sorriu levemente e respondeu “ela sabe ser má quando quer”. “assim como você.” Sirius respondeu “fiquei sabendo que Ian Müller chora sem parar a quase uma semana!”. Mel teve que esconder o rosto detrás de um livro ao ler isso pra que a professora não visse que ela estava roxa de rir. Quando conseguiu escreveu no pergaminho “e olha que eu nem encostei nele!!” e entregou ao menino. Sirius riu gostosamente e parecendo se lembrar de algo olhou alguma coisa num livro e anotou no pergaminho. Mel olhou o pergaminho dele. tinha uma grande parte escrita e parecia bem detalhado. Mel pegou outro pedaço de pergaminho e escreveu “você parece saber bastante sobre animagos”. Sirius leu o papel e enrugou levemente a testa, depois respondeu “eu gosto do assunto, vinha pesquisando há algum tempo”. Mel leu a resposta e perguntou de novo “pensando em virar um animago?”. Sirius mal tinha terminado de ler a pergunta e respondeu rapidamente “não, dá trabalho de mais!”. Mel escreveu embaixo disso “PREGUIÇOSO!!imagina você como um lindo flamingo cor de rosa!!!”. Ele riu ao ler aquilo.
Mel voltou ao seu trabalho e deu mais alguns retoques no que já tinha escrito e pesquisou em uns livros mais o que escrever. Detalhava o tópico “o uso de pó de chifre de unicórnio em poções de paz interior” quando Sirius jogou mais um pedacinho de pergaminho pra ela. Ela pegou e leu “eu vi você e o seboso juntos de novo. Ele voltou a falar com você?”. Mel não sabia que estava tão visível assim. Sempre trocava palavras com Severo quando podia, mas não sabia que Sirius ou qualquer outra pessoa tinham visto. “ele voltou a falar comigo depois que James o salvou daquela sua brincadeira sem graça” Mel escreveu e esperou que ele não ficasse chateado. Ele leu o pergaminho e riu “uma pena não?” escreveu. Mel leu e não quis acreditar no que ele tinha escrito e perguntou “o que?”. “que ele não tenha morrido!”Sirius respondeu. Mel resolveu ignorar, não queria brigar com ele e ele nunca admitiria que aquilo fora errado. E quem escreveu de novo foi ele “Seboso vai ocupar o cargo de seu namoradinho agora, já que ele está vago?”. Mel não se ofendeu a ler aquilo, mas resolveu usar a arma que Severo sempre usava: Sarcasmo. Escreveu “Severo não tem sentimentos, não lembra? Você que me disse isso”. Sirius leu o bilhete e rabiscou de volta: “certo Mel, 1 a 0 pra você!”. A menina ficou abismada ao ler aquilo: Sirius nunca se dava por vencido. Ela pegou o pergaminho e rabiscou “mas sabe que é uma boa tática! Não ter sentimentos facilita as coisas”. Sirius Leu o pergaminho e pareceu preocupado: “se você andar perto dele de novo eu juro que te amarro numa cadeira e te levo comigo pra onde for! Onde já se viu ficar perto dele e ainda aprender o que aquele débil mental fala!!!!”.
- algum problema aí? – McGonagall perguntou vendo uma movimentação intensa entre eles.
- Não professora. – Mel disse e abaixou a sua cabeça, voltando por um tempo a seu trabalho. McGonagall os observava a toda hora.
Eles ficaram absortos em seus trabalhos por vinte minutos sem interrupção quando um pedaço de pergaminho jogado por Sirius acertou a testa de Mel. Ela o pegou e abriu “você tava falando sério sobre aquilo de sentimentos?”ele perguntava. “relativamente” ela respondeu. “isso não me esclareceu nada!”ele escreveu de volta “dá pra explicar direito?”.
“eu só acho que meus sentimentos vem atrapalhando minha vida!” ela escreveu e só depois que ele lia aquilo ela sentiu que era meio idiota o que ela tinha escrito. “sabe, eu nunca vou entender vocês mulheres! Explica de novo!” ele rabiscou e jogou o pergaminho pra ela. “bem que devia entender! Você tem sempre um monte de mulheres nos seus pés!” Mel respondeu e se sentiu aliviada por falar aquilo pra ele finalmente . Mas a resposta dele não foi nada legal “eu não tenho tempo de entender, fico fazendo coisas melhores!”.
Mel ficou pasma “me recuso a continuar a conversa depois disso!” ela escreveu, jogou pra ele e depois voltou a seu relatório.
“Mel, explica direito.” Sirius insistiu jogando outro pedaço de pergaminho pra ela. Mel resolveu cooperar e rabiscou uma explicação rápida “é que ultimamente eu tenho agido muito de impulso. Com o Ian por exemplo, eu não gostava dele e estava namorando com ele pra poder esquecer outra pessoa.”
Sirius leu e ficou um tempo olhando o pergaminho. Parecia intrigado com aquilo que ela tinha escrito “e deu certo?”ele perguntou escrevendo. “não mesmo!” Mel escreveu e riu da sua própria desgraça, era muito louco estar ali conversando aquilo com ele.
Sirius mudou a posição de alguns livros na sua frente pra fingir que estava pesquisando algo por que a professora não parava de olhar pra eles. “sabe Mel, de todas as garotas que eu conheço eu acho que a mais complicada é você! Me lembre de nunca me apaixonar pela sua pessoa, qualquer um que fizer isso vai estar ferrado!!”ele escreveu depois de um tempo e entregou o pergaminho a ela rindo. “obrigada Sirius, isso foi muito reconfortante!”ela escreveu de volta. Sabia que era uma brincadeira, mas ficou muito decepcionada. Abaixou os olhos pra seu relatório e viu que Sirius ia passar o bilhete pra ela de volta quando McGonagall disse:
- accio bilhetes! – ela apontava a varinha pro lado deles e todos os bilhetes que eles tinham passado foram parar na mesa dela. Ela leu alguns e depois se virou pros dois com a cara mais zangada que conseguia fazer – separem-se, um em cada carteira! E eu quero ver mais vinte centímetros no relatório de cada um!
Sirius resmungou qualquer coisa mas viu que não era seguro discutir com a professora. Mel suspirou e se levantou da carteira agarrada a seu pergaminho, tentando não ver a cara de fúria da sua mãe. Pegou os livros e foi os “levitando” com a sua energia psionica até uma carteira bem no canto da sala. Depois do ultimo bilhete até que ela queria uma desculpa pra ficar longe de Sirius mesmo.
Naquela noite ela não conseguiu dormir direito. Acordava a toda hora. Numa dessas vezes que acordou resolveu levantar e ir ficar na frente da lareira, observando o fogo ou lendo alguma coisa. Pegou o primeiro livro que achou sobre sua cabeceira e rumou pra sala comunal, mas antes que descesse todos os degraus ouviu vozes lá embaixo. Alguém tinha tido a mesma idéia que ela. Ia voltando quando reconheceu as vozes : James e Lily. Ficou por alguns minutos ali se perguntando se deveria ou não ficar escutando a conversa deles, mas a curiosidade falou mais alto que a etiqueta e ela se sentou nos degraus escutando.
- ....mas depois que tudo voltou ao normal.... – Lily falava sobre alguma coisa que Mel não tinha ouvido antes e então não entendeu. – James...? – ela perguntou – você está me ouvindo? – ela ria da cara de avoado que ele tinha.
- Mais ou menos. – ele disse suavemente – é que eu não consigo me concentrar nas suas palavras por muito tempo quando fico observando o quanto seu rosto é lindo...!
- Muito galante Sr. Potter! – Lily brincou, mas seu rosto estava corado pelo elogio. – mais alguma coisa a acrescentar sobre a minha pessoa? – ela riu
- Pra falar a verdade tem sim. – ele disse, sua voz estava séria, mas parecia apaixonada - você é a única garota que eu já amei, sabia Lily Evans?
Lily perdeu a fala. Eles estavam sentados lado a lado no mesmo sofá. Os olhos de James brilhavam refletindo o fogo, mas ela não sabia se era o fogo da lareira ou o fogo do desejo de beija-la.
- você.... – ela começou – me ama...?
- eu achava que já tinha dado pra perceber!! – ele riu – sabe, já faz algum tempo... uns cinco anos talvez?!
- James eu.... – ela simplesmente não soube o que falar. Tantas vezes ela tinha tido uma resposta pra James na ponta da língua e sempre tinha falado pra ele o que tinha vontade, mas diante daquela declaração ela não sabia o que falar.
- Eu pensei em desistir sabe... – ele disse ainda a encarando – mas eu sei que te ter do meu lado um dia vai valer mais do que todas as noites que eu fiquei rolando na cama sem saber o que fazer por estar consciente de que você me odiava, mas de alguma maneira eu sei que um dia você vai se render a mim.- ele riu maroto – se não por amor, pelo menos por cansaço!
- James! – ela disse se jogando nos braços dele. ela envolveu o pescoço dele num abraço e ele a segurou pela cintura. Ele acariciava as costas da menina sob o pijama que ela usava e ela ficou agarrada a ele por um longo tempo – eu só... nunca imaginei que você pudesse... – ela se afastou devagar. James viu os olhos verdes e amendoados dela muito próximos dos seus. O rosto dela era ainda mais encantador assim: tão de perto. Uma mecha dos cabelos ruivos dela caia pelo rosto. James afastou a mecha com uma das mãos – eu nunca achei que ia... amar você quanto eu amo agora! – ela disse finalmente
O menino sorriu extasiado a ouvir essas palavras. Tocou o rosto de Lily com uma das mãos o inclinando levemente pra esquerda e seus lábios se tocaram com muita suavidade num beijo que selaria uma união muito feliz. Eles deixaram aquele momento durar longamente, como se seus lábios colados quisessem compensar todo o tempo que ficaram separados. Seus corpos estavam muito colados e se entendiam como se sempre tivessem estado juntos. Quando estavam os dois saciados eles se soltaram. Lily passou a mão pelos cabelos dele, os bagunçado levemente, sempre tinha odiado que ele fizesse isso, mas agora tudo nele e dele parecia maravilhoso. Ele ainda segurava o rosto dela o observando. Eles não precisavam falar mais nada. Seus olhares se entendiam e se completavam. Lily se aconchegou nos braços dele e ficou ali, feliz como nunca tinha se sentido antes:
- tá vendo...! – James disse rindo – viu só o que você perdeu todo esse tempo?!?
- Seu bobo....! – Lily disse dando um suave beijo na boca dele – eu prefiro você de boca calada! – e eles começaram a se beijar de novo
Escondida em um canto Mel dava pulinhos de alegria.
Fingir que não tinha ouvido nada do que tinha acontecido naquela noite na sala comunal foi difícil pra Mel. Ela estava tão feliz por James e Lily que teve que fazer um enorme esforço pra não dar com a língua nos dentes e admitir que já sabia de tudo antes mesmo dos dois anunciarem pra ela.
E quando eles e fizeram e Mel e o resto da escola ficaram sabendo que eles estavam namorando foi um rebuliço total. Todos não entendiam como a Lily que odiava James Potter passou a ser a namorada de James Potter.
Mas depois de muita especulação o tempo foi passando e tudo voltando aos conformes. Mel se entreteve tanto com o namoro de James e Lily que deixou a sua própria vida amorosa de lado. Ela não estava com muita vontade de se remoer com seus problemas e então tentou simplesmente conviver com Sirius como se ele fosse um simples amigo e não o garoto que ela era apaixonada, foi difícil (principalmente quando ela via alguma garota nos pés dele, o que não era difícil) de não se chatear, mas ela já estava tendo dores de cabeça de mais e não queria ficar mais uma vez se escondendo e lamuriando pelo menino. “não vai adiantar nada”. Ela imaginou.
Mas também, pra começar, ver Sirius ou qualquer outro aluno do sétimo ano era difícil. Eles estavam realmente atolados com suas tarefas e preocupados com os exames de NIEM’s. E Mel passava muito mais tempo com Alice e Frank do que com seu irmão, Lily, Sirius, Remo ou Peter.
Na véspera do Natal ela estava sentada na sala comunal da Grifinória conversando com Frank e Alice sobre o que fariam no feriado próximo.
- eu sempre fico dividida! – Mel disse a eles. Snuffles estava esparramando pelo seu colo enquanto ela fazia carinho nele – eu nunca sei se quero ficar em Hogwarts ou se quero ir pra casa!
- Se eu não aparecer em casa minha mãe tem um troço! – Frank disse rindo – vocês se lembram no ano passado, quando eu fiquei pra poder estudar pros NOM’s?
- Num dava pra esquecer não é? – Alice riu. Ela estava sentada com Frank num sofá enquanto Mel estava numa poltrona na frente dos dois. Frank e Alice pareciam cada vez mais próximos. “não demora nada e esses dois tão juntos também!”- sua mãe mandava três corujas por dia! – ela disse e eles riram.
- Você vai pra casa Alice? – Frank perguntou.
- Vou sim. – a menina disse o encarando – por que?
- Não, eu só estava perguntando... – ele disse, mas o brilho de quem ia fazer algo de surpresa passou pelos olhos de Frank.
- Aaah... – Mel disse vendo James e Lily chegarem a sala comunal. Sirius, Remo e Peter vinham atrás. Já eram quase nove horas da noite e Mel não tinha os visto no jantar – finalmente....!
- Sabe, eu acho que o ano que vem vai ser desesperador! – Frank disse observando os alunos do sétimo ano entrarem e se jogarem e sofás.
- É... – Mel disse se levantando com Snuffles no colo. – eu vou até lá. – ela foi até eles observando as caras de cansaço que tinham e se sentou entre Sirius e Remo em um sofá. Lily e James estavam no sofá da frente, seu irmão tinha passado o braço sobre os ombros da menina e acariciava suavemente os cabelos dela. Peter estava sentado ao lado deles e parecia um pouco chateado. – onde vocês andaram? Não os vi desde a hora do almoço.
- Fazendo um trabalho. – Remo disse cansadamente desamarrando a gravata e a tirando. – o Prof. Kewting passou um trabalho enorme pra amanha e ficamos lá fazendo isso.
- Mas pra amanha? – Mel disse intrigada – mas vocês nem tem aula de defesa contra as artes das trevas amanhã!! – Mel conhecia o professor Kewting e sabia que ele não costumava fazer essas coisas.
- E é por isso que eu estou querendo mata-lo! – Sirius disse parecendo irritado. Ele vinha estando irritado mais que o normal ultimamente. Mel achava que perder a presença constante de James ao seu lado estava sendo difícil pra ele. James passava mais tempo com Lily agora e Sirius ficava chateado por isso. não falava nada, mas ficava.
- vocês fizeram alguma coisa com ele? – Mel perguntou intrigada
- Não. – Lily explicou – o professor só acha que temos que nos dedicar mais por estar no ultimo ano! – ela suspirou cansada – Ele disse que tínhamos que compensar o feriado do Natal...
- E por falar em Natal. – James disse tirando o braço dos ombros de Lily e pegando um pedaço de pergaminho no bolso. – papai mandou uma carta Mel. A recebi quando voltávamos da biblioteca.
- Deve ser pra nos mandar ir pra casa por causa do natal. – mel disse observando Sirius brincar com Snuffles. O gato simplesmente o adorava. – ele deve estar praticamente mandando uma intimação pra Lily ir passar o Natal lá em casa, já que agora ele já sabe que ela é sua namorada!
- Ele realmente tá perguntando do Natal.... – James disse lendo o pergaminho – e ele realmente tá intimando a Lily a ir com a gente... – ele continuou com os olhos na carta e Mel riu pra Lily. Sabia que a menina estava apreensiva em voltar a casa dos Potter como “a namorada de James”. – mas eu estava pensando em ficar aqui esse ano...!
- Por que? – Mel perguntou se surpreendendo. James sempre tinha adorado o natal em família.
- Eu acho que vou precisar do feriado pra colocar todas as minhas coisas em dia. – ele disse desamarrando a gravata. James estava um pouco mais atarefado que os outros: ele era o capitão do time de quadribol e se tinha uma coisa da qual ele não se descuidava era do time. Eles treinavam periodicamente e isso atrapalhava um pouco nas tarefas. – e ficar aqui vai ser melhor. Se eu for pra casa eu não faço nada.
- Bom... mamãe e papai não estão em casa. – Lily disse – viajaram pra visitar uns parentes e como Petúnia não quis ira pra casa pra passarmos o Natal juntas eu tenho que ficar né? – Lily disse e sorriu pra Mel. Mel sabia que Petúnia só ficava perto da irmã por que era obrigada pelos pais. Ela morria de inveja de Lily, imaginava Mel.
- E você Remo? Pra casa? – Mel perguntou ao menino que estava acompanhando a conversa calado.
- É... – ele respondeu bocejando – minha mãe fica bem feliz quando eu to em casa. Então eu to indo pra lá.
- Peter...? – Mel perguntou
- Pra casa também. – ele disse um pouco sobressaltado como se não esperasse que ela perguntasse a ele. Peter estava bastante estranho nos últimos tempo. Assustado. – é... eu tenho coisas pra fazer em casa....
- E então almofadinhas? – James perguntou a ele – pra onde nós vamos?
- Pra mim tanto faz Pontas... – ele disse vendo Snuffles descer do seu colo. Depois disso ele disse algo que Mel só ouviu por que estava do lado dele – de qualquer jeito eu vou ficar sozinho mesmo...
- O que você acha Mel? – James disse entregando a carta do pai deles pra ela.
- Não sei... – Mel leu a carta vagamente, e sua expressão mudou de repente. – eu fico.
- Por que...? – James perguntou vendo a mudança repentina de idéia.
- Aaahhh... – Mel parou um segundo sem saber o que falar. – Charly.
- Tio Charly? – James perguntou – qual o problema?
- Ah, fala sério James, você sabe que ele me detesta! – Mel tinha se encontrado com o irmão de sua madrasta outras vezes e ele sempre tinha parecido não gostar dela. – e eu não quero ficar o Natal inteiro com ele me olhando de cara feia!
- Bem... – Lily disse olhando de Mel pra James – eu só quero ver se vocês vão conseguir convencer o pai de vocês...! – Lily sabia o quanto Anthony adorava ter os filhos em casa – ele vai ficar bem chateado.
- Isso é verdade. – Mel disse pensativa.
- To morrendo de fome. – James disse – num deu tempo nem de ir jantar! – depois se virou pra irmã – bem que você podia fazer uso dos seus poderes de invisibilidade e ir buscar algo na cozinha não é?
- Bem.... – Mel se levantou – só vou por que to com peninha de vocês! – ela riu – mas num vai acostumando não hein!!!!
E ela rumou pra cozinha e ao voltar trazia o máximo de coisas que ela podia carregar.
O feriado de Natal em Hogwarts foi bom. James realmente usou o tempo livre pra colocar suas coisas em dia e Lily o ajudou longamente com alguns deveres (e com muitos beijos também), e depois, quando ele achou que tinha conseguido organizar um pouco suas coisas, ele e Lily gastaram seu tempo livre pra ficarem juntos e aproveitarem o namoro.
Sirius pareceu entediado na maior parte do tempo. E estava sempre procurando a companhia de Mel. Ela tentou se convencer de que era por que ele não tinha outra escolha, já que todas as meninas que adoravam ficar no pé dele tinham ido pra casa. Ela estava determinada a reprimir o que sentia por ele até que aquela paixão regredisse a mais terna e pura amizade, não estava dando muito certo, mas ela continuava disposta a fazer isso. E ela resolveu usar essa tática sempre por que eles conseguiram passar bons momentos juntos durante o natal exatamente por que ela estava tentando não se ofender e nem se preocupar com cada palavra que ele dizia sobre namoros e etc.
E assim, mesmo depois do feriado de natal, quando Sirius não tinha nada a fazer e Mel estava por perto eles se sentavam e conversavam ou iam juntos explorar o castelo, descobrindo salas novas ou atalhos pra lugares que eles já conheciam. Sirius pra falar a verdade parecia conhecer todo o castelo de cabo a rabo, mais até do que Mel que viva perambulando durante a noite por ali.
Num fim de tarde de fevereiro, um dia antes do dia dos namorados ela estava sentada num dos degraus de pedra que levavam ao hall do castelo, esperando que Frank e Alice se juntassem a ela quando foi Sirius se sentou ao lado dela.
- Mel, seu irmão tá ficando muito enjoado! – Sirius disse de cara fechada. – ele não para de falar da Lily um minuto! Quer dizer, não que isso não acontecesse antes, mas agora tá ficando insuportável!
- Ah, me conta a verdade Sirius: você tá é com ciúme não é? – Mel perguntou rindo
- Eu?! Ciúme de macho?!?!? – Sirius olhou pra ela espantado – tá me estranhando Mel?
- Não tô! – ela riu de novo – é que eu sei muito bem que o Jay é seu melhor amigo, ele á mais seu irmão que seu irmão de sangue. – Mel disse observando o irmão de Sirius passar a alguns metros deles
- Com certeza... – Sirius resmungou e aproveitou pra lançar um feitiço de impedimento no seu irmão só pra não perder o hábito.
- E eu sei que por causa do namoro do Jay com a Lily ele tem passado menos tempo com você e que você tá chateado!
- E como você sabe disso tudo? – ele perguntou sem se dar por vencido
- Tá quase escrito na sua testa! – ela riu pra ele. – admite Sirius!
- Eu fico feliz por ele. – ele finalmente disse – Pontas realmente sempre gostou muito da Evans, mas... – ele não quis terminar. Sirius não era muito de falar sobre seus sentimentos
- Eu sei, você sente falta dele. – Mel sorriu pra ele e ele confirmou com a cabeça. – mas ele não abandonou vocês! vocês marotos são inseparáveis!
- Isso é verdade. – ele finalmente sorriu e a encarou. – Sabe Mel, você anda bem diferente ultimamente.
- Pareço diferente? – ela perguntou espantada
- Muito. – ele disse – parece que saiu daquela montanha russa de sentimentos que você vinha vivendo há uns meses atrás. Antigamente você ficava triste por um tempo e feliz dali a cinco minutos, e depois triste de novo. Você tá mais estável agora.
- É. – ela considerou o que ele tinha dito. – é, to sim.
- Espero que isso não tenha nada a ver com as teorias idiotas do Seboso. – Sirius disse preocupado
- Não. Foi uma resolução minha mesmo. – ela disse
- Bem, melhor assim. – ele disse e de repente sorriu – eu estava pensando: o que você acha de aproveitar da minha agradável companhia amanhã em.... – mas ele não chegou a terminar o ia propor, por que a professora McGonagall o interrompeu aparecendo na frente deles parecendo aflita
- Mel, venha comigo, é urgente! – a professora disse estendendo a mão pra menina
- O que foi? – Mel perguntou assustada pegando a mão da mãe e se levantando dos degraus de pedra. – o que aconteceu?
- Eu te conto no caminho. – a professora disse a puxando e se virou pra Sirius, que assistia aquilo meio abobado– com licença Black. – ela disse pra não parecer mal educada e partiu puxando Mel.
Elas andaram por um bom tempo, com Mel tentando acompanhar os passos da professora que andava tão rápido que ela estava tendo dificuldades.
- mãe! – mel disse tentando parar mas a professora a puxou. Agora elas andavam pelos corredores. – o que aconteceu?! Tudo bem com James?
- Não é nada com ele. – a professora disse arfando – você terá de ajudar o diretor em um caso muito peculiar.
- O que foi? Eu, ajudando Alvo?!?!?! – ela perguntou sem saber o que ela poderia fazer pelo diretor.
- Você. – McGonagall disse subindo algumas escadas e virando a esquerda, sempre puxando Mel pela mão. Em segundos elas estavam no corredor do escritório de Dumbledore – espero que não seja tarde.
- Tarde?! Tarde pra que? – Mel perguntou intrigada. Mas não teve tempo de fazer mais perguntas, por que o que viu fez com que ela ficasse boquiaberta.
Quando elas paravam quase na frente do grifo de pedra, o monstro de pedra deu passagem pra alguém que saia da sala de Dumbledore como se estivesse fugindo. Mel reconheceu o rosto de Severo. Ele estava meio trôpego e seus olhos estavam cheios de lágrimas, assim como seu rosto que parecia todo molhado.
- Severo? – Mel perguntou baixinho e depois gritou pro menino que se afastava, indo até ele – Severo! O que aconteceu?!
- Saia de perto de mim! – o menino gritou de volta com a voz rouca. Estava a olhando e tentando secar o rosto enquanto andava pra trás tentando se afastar dela que ia em sua direção.
- Severo, simplesmente ouça sua amiga. – Dumbledore tinha aparecido na porta do escritório.
- Ela não é minha amiga! – ele gritou e parou quando suas costas bateram contra a parede de pedra.
- Severo...! – el disse mais docemente se aproximando – o que aconteceu...?
- Pergunte pra ele! – Severo disse apontando pro diretor, lágrimas ainda escorriam abundantemente pelo seu rosto como se ele não pudesse parar de chorar. – você não é a protegida dele? você faz qualquer coisa nessa escola por que ele deixa! Ele já deve ter te contado o que acontece pra você ir correndo contar pro seu irmãozinho!
- Não! – Mel disse e estava bem próxima dele. ela estendeu a mão tentando pegar nas vestes dele, mas ele se esquivou dando um passo de lado. – eu não sei de nada.
- Eu só a chamei aqui por que sei que ela é a única que pode te ajudar com sua dor Severo. – Dumbledore disse calmamente não se importando com os insultos. – e eu sei que você sabe disso.
- Severo, sou eu....sua amiga! – el disse se aproximando dele de novo – me fala o que aconteceu, eu posso te ajudar...?
- Você não pode fazer nada! – ele disse tentando limpar o rosto molhado. – ninguém pode fazer nada por que ela morreu! – ele disse com a voz rouca e baixa. – Minha mãe morreu....!
Ele parecia não ter agüentado falar aquilo e seu corpo foi escorrendo lentamente pela parede até ele cair ajoelhado no chão. Uma dor muito forte atingiu o coração de Mel quando viu seu amigo ali, daquele jeito. lágrimas começaram a escorrer pelo seu rosto também e ela se ajoelhou na frente dele.
- eu sinto muito... – ela murmurou pra ele e ele a olhou. Seu rosto se tornou menos duro e ele pareceu deixar que Mel o ajudasse um pouco com sua dor. A menina o abraçou e ele recebeu o carinho sem hesitar. – eu sinto muito....
Dumbledore e Minerva observaram aquela cena. O diretor sempre soube que a influencia que Mel exercia sobre Severo era muito maior do que a própria menina sabia. Ela tinha o poder de deixa-lo mais dócil. Dumbledore os deixou lá até que aquele abraço fizesse com que ele parasse de chorar. Depois pediu que Minerva levasse Severo até a sala comunal da Sonserina pra que ele pudesse arrumar suas coisas:
- seu pai lhe espera em casa... – Dumbledore disse com a voz triste – para o velório e o enterro... o expresso de Hogwarts deve estar pronto para leva-lo até Londres. – Severo simplesmente fez que sim com a cabeça e depois que eles partiram Dumbledore se virou a Mel. – eu tenho que te pedir uma coisa Melanie. – ele disse muito sério – eu sempre percebi que a amizade que você tem por Severo Snape um dia ainda ia ser muito benéfica aos dois. Hoje é a sua vez de ajuda-lo: eu quero que você o acompanhe até o velório e o enterro da mãe dele. ele não suportará se você não estiver lá.
- Tudo bem. – Mel disse rapidamente. Não hesitaria em fazer aquilo. – eu vou
- Eu já pedi permissão ao seu pai e Minerva já arrumou uma pequena mala pra você levar. O Expresso os deixará em Londres, na estão de Kings Cross ainda de madrugada. – ele consultou o relógio – E você poderá guiar Severo até a casa dele, usando o metro dos trouxas. talvez quando o dia amanhecer vocês estejam na casa dele.– ele disse entregando um endereço a ela num pedaço de papel. Quando mel morava no orfanato andava muito de metro e ônibus e sabia por onde ir. – ultimamente usar os meios trouxas tem sido mais seguro.
- Mas Alvo... e James...? ele não vai ficar muito feliz de saber que eu to indo pra casa de Severo...! – ela disse receosa
- Eu cuido de James querida. – ele disse e colocou a mão nas costas dela a guiando pra frente no corredor e eles foram andando juntos – vamos esperar Minerva e Severo junto aos portões da escola.
Quando Severo chegou acompanhado da professora McGonagall a noite já tinha caído totalmente e o céu brilhava com muitas estrelas. Severo olhou Mel com uma expressão estranha e ela disse antes que ele pudesse contestar:
- eu vou com você.
- Ela irá te guiar até a sua casa através do metro dos trouxas. – Dumbledore esclareceu. – Seu pai me disse que não poderia te buscar na estação.
Severo balançou a cabeça em sinal de sim e Mel achou muito estranho que o pai dele não fosse busca-lo. Ele já estava sofrendo por saber que a mãe morreu, por que o pai dele não podia ir ajuda-lo de certa maneira?
Entraram numa das carruagens que levavam os alunos até a estação de Hogsmade e Mel e Severo ficaram em silencio até entrarem no trem e se acomodarem em um dos compartimentos. Severo jogou suas coisas a um canto e sentou-se na janela olhando pra escuridão do lado de fora.
Mel sentou-se no meio do banco em que ele sentara, depois de deixar suas coisas no suporte para bagagens. Por um tempo ela mexeu nervosamente na barra da saia do uniforme. Ela tinha certeza que queria estar ali, mas não sabia o que dizer diante da dor e do silêncio de Severo.
Quando ela abria a boca pensando em falar algo a mulher que ficava com o carrinho de comida do expresso de Hogwarts veio até eles com uma bandeja e dois pratos com uma comida de aparência ótima:
- o jantar queridos. – ela disse amavelmente e depois apareceu de novo com uma jarra de suco e copos – sirvam-se. – Ela disse quando saiu.
Mel pegou a bandeja e a colocou na frente de Severo:
- você precisa comer. – ela disse.
Ele olhou pra Mel e pra comida, depois voltou o rosto pra janela olhando o lado de fora do trem. Os campos escuros pouco iluminados pela lua passavam por eles. Mel achou prudente não insistir e tentou comer um pouco, mas também não tinha vontade. Saiu com a bandeja para a entregar a mulher e quando voltou ao compartimento Severo estava deitado encolhido no banco. Mel foi até ele e se ajoelhou pra olha-lo na altura dos olhos:
- eu imagino como você deve estar se sentindo Severo....
- que coisa mais idiota de se falar! – ele disse de repente e sua voz soou ríspida – você não pode imaginar como eu me sinto! Você já perdeu alguém que era tudo o que você tinha de bom na sua vida?
- Não... – ela respondeu num sussurro.
- Então você realmente nem imagina! – ele disse e fechou os olhos por um tempo como se estivesse controlando-se pra não chorar novamente. – ela era a única pessoa que se importava comigo...!
- Mas e seu pai...? – ela perguntou timidamente
- Ele a matou!! – ele disse se sentando repentinamente. Ele parecia dominado por uma onde da fúria. – ele fez tudo pra que ninguém descobrisse isso nunca, ele enganou todos, mas eu sei que foi ele quem fez isso!
- Severo... – ela sussurrou abismada
- Você não o conhece, você não pode imaginar! – ele falava alto – você nem imagina a quantidade de coisas que ele sabe e que pode ameaçar fazer com você! E ele a ameaçava todo dia, toda hora e ela só agüentava aquilo por mim!! por minha causa!! – ele se calou e deu as costas a ela.
- Ok. Você está certo... – Mel disse depois que se recuperou de ouvir as palavras que tinha ouvido – eu não sei como você se sente, mas eu quero te ajudar! Eu to aqui pra isso...!
- Por que?! – ele perguntou a olhando, como se descarregasse sua raiva nela – eu sempre quis saber: por que você sempre esteve tão... próxima assim de mim?! por que você faz esse seu joguinho comigo?!
- Por que... – ela disse sem se alterar – desde o primeiro momento que você se aproximou de mim eu vi no fundo dos teus olhos que você é uma boa pessoa. Por mais que você negue isso e que queira esconder dos outros eu sei que há uma boa pessoa aí dentro. – ela disse tocando o peito dele com o dedo.
- Eu não entendo como você consegue ser assim...! – ele murmurou – esse seu jeito se parece tanto com o dela! – ele disse observando Mel como se nunca a tivesse visto antes. – parece que vocês podem sempre ver algo além do que os outros podem!
- Então quer dizer que você concorda com o que eu disse...? – ela perguntou
- Não...! – ele disse pouco convincente
- Eu sei que não vai adiantar ficar falando com você agora. – ela suspirou. Sabia que ele precisava ficar quieto – mas me deixa cuidar de você. – ela falou firme. – você quer que eu busque sua comida? – ele fez que não com a cabeça. – suco? – Mel perguntou olhando a jarra que ainda estava ali. Ele também não quis – o que eu posso fazer por você...?
- Eu só quero ficar quieto aqui. – ele disse se deitando no banco de novo.
- Então eu posso tornar isso mais confortável. – ela disse se levantando e indo até ele. levantou a cabeça do menino com as mãos, sentou-se e colocou a cabeça dele em seu colo.
Ele pareceu hesitar em ficar ali, mas se deixou levar pelo olhar doce de Mel. Naquele momento ele não conseguia resistir.
A viagem foi longa e mesmo se sentindo sonolenta Mel não conseguiu dormir. Severo tinha passado alguns momentos agitados durante seu breve sono, deitado com a cabeça no colo de Mel e quando acordou parecia estranhar estar ali, daquela maneira intima com ela. Então ele se afastou, se levantou tomou um pouco de suco e se sentou no canto mais escuro do compartimento, se isolando completamente da menina.
Mel se pôs a pensar que tipo de coisas iria descobrir sobre seu sombrio amigo depois que ele chegassem a casa dele.
Quando estavam quase chegando a plataforma 9 ¾, Mel foi à cabine do lado e trocou seu uniforme por um vestido negro que McGonagall tinha colocado em sua mala, amarrou os cabelos no alto da cabeça com uma fita negra e terminou calçando os sapatos negros. A noite estava um pouco fria e ela vestiu um casaco de lã que sua mãe tinha deixado arrumado. Quando voltou a cabine Severo também tinha colocado roupas de trouxa e estava todo de negro, com um olhar muito sombrio, muito mais que suas roupas.
Quando desceram em Kings Cross era pouco depois do sol ter nascido. Severo se deixou guiar por Mel que comprou passagens (Dumbledore tinha lhe dado dinheiro trouxa, que ela não via há muito tempo, mas ainda sabia usar) e os colocou dentro do metrô.
Quando desceram estavam em uma estação pequena e que parecia pacata. Mel desceu rapidamente tomando Severo por uma das mãos e conferindo o endereço. Parou uma vez ou outra pra pedir informação e pouco depois chegaram a rua da casa de Severo. Era um lugar um pouco afastado do centro da cidade, onde as casas eram maiores e os jardins muito bem cuidados. Era uma rua sem saída e a casa de Severo era a que fechava a rua. Era grande e imponente, mas sombria como o menino. Parecia muito mal cuidada e por isso tinha uma aparência cinza. Duas pessoas vestidas de preto estavam na porta e alguns vizinhos olhavam de longe, sem se aproximar. Severo parou na porta olhando pra dentro. A sala de visita tinha sido transformada em uma sala mortuária, onde velavam o corpo. Um caixão estava no centro da sala, iluminado com muitas velas, mesmo de dia. Papoulas enfeitavam levemente o lugar, e muitas pessoas estavam perto do caixão, mas nenhuma chorava realmente. Muitas cochichavam olhando Severo parado na porta acompanhado por ela.
Mel segurou a mão do menino, se sentindo intimidada pelos olhares, mas ele pareceu nem perceber que a mão dela estava junto a sua. Seu olhar estava fixo no caixão e ele caminhou lentamente até lá, com Mel atrás dele.
- Severo querido.... – uma mulher veio pro lado dele mas ele fingiu que não viu e continuou indo ao caixão e as pessoas se afastaram pra que ele chegasse até a sua mãe morta.
Severo soltou a mão de Mel e encostou-se ao caixão. Seu olhar estava hipnotizado na face da mãe. Mel parou do lado dele e observou a mulher. Ela tinha os cabelos muito negros e muito lisos que agora estavam envolta do seu rosto formando uma espécie de moldura. A pele estava de um branco cera, mas observando com calma o rosto dela Mel percebia que ela devia ter sido muito bonita, linhas clássicas no rosto, um queixo fino e a boca pequena e bem feita. Parecia muito jovem pra ser mãe de Severo, parecia muito jovem pra estar morta. O fundo do caixão era de um tipo de pano de cor vinho e todo o corpo da mulher tinha sido coberto por violetas e seu rosto estava coberto por um suave véu de cor violeta. Severo foi se aproximando lentamente do rosto da mãe. Pegou o véu e o tirou do rosto dela e deu um suave beijo na face fria, depois chegou sua boca perto do ouvido da mãe e disse algo como se ela pudesse ouvi-lo, disse tão baixo que Mel conseguiu ouvir somente a frase “me desculpe por todo o sofrimento” e o resto se perdeu na dor que o menino sentia.
Ele cobriu o rosto dela de novo e se afastou do caixão, dessa vez puxando Mel pela mão. Mel não tinha percebido que numa pequena sala ao lado estava um homem solitário, sentado atrás de uma mesa no que parecia um escritório. Severo foi se aproximando do lugar e quando param na porta ele disse a Mel:
- fique aqui.
- Não mesmo... – Mel disse num sussurro. Pelo tom de voz raivoso que ele tinha usado aquele só poderia ser o seu pai. E olhando bem, o rosto dos dois eram tão parecidos que Mel não soube como não tinha percebido antes. – eu vou com você. – ela disse apertando a mão dele.
- Você fica. – ele disse de novo.
- Eu não vim aqui pra deixar que algo aconteça com você. – ela disse firme
- Algo vai acontecer é com ele...! – Severo disse raivoso entrando na sala fechando a porta e com mel agarrada em sua mão. Ele andou diretamente até a mesa, parando na frente do homem. Soltou a mão de Mel e levou a mão ao bolso da calça que vestia. Mel o conhecia e sabia que ele estava segurando a sua varinha. – você a matou! – ele acusou em voz alta.
O homem estava com os olhos em papéis espalhados pela mesa. Ao ver esse tipo de demonstração de frieza Mel soube que a acusação tinha fundamento. Lentamente o homem levantou os olhos e encarou seu filho, tinha nos lábios o mesmo sorriso de sarcasmo que Severo costumava ter.
- mas você nunca vai poder provar isso. – o homem disse e depois voltou os olhos aos papéis. Mel ficou abismada por ele nem tentar negar.
- Eu vou me vingar por ela! – Severo disse. Estava com tanta raiva que não se preocupava em ver se as pessoas lá fora estavam ouvindo ou não. – eu posso levar a minha vida inteira mais eu vou te torturar e te matar assim como você fez com ela!!
- Ela estava aqui por que queria. – o homem disse frio – ou melhor, ela estava aqui por sua culpa. – ele olhou Severo – por que você nasceu é que ela continuava aqui e ela te disse isso um monte de vezes não foi?
- Ela nunca quis ficar aqui com você! – Severo disse – ela foi vendida como uma escrava a você!!!
- Azar dela... – o homem disse friamente com os olhos de volta nos papéis
- Você me paga! Você vai se arrepender!
- Não vou! – o homem se levantou batendo o punho na mesa – quem você pensa que é pra falar assim comigo?! Eu te ensinei tudo o que você sabe e você nunca vai saber mais coisas a ponto de me superar! Você nunca vai ter conhecimento bastante pra poder me pegar ou acabar comigo! Você não é nada garoto!
- Eu vou vender minha alma pra poder fazer isso! – Severo disse de maneira baixa e sibilante.
- Eu poderia matar vocês dois aqui e agora e ninguém saberia assim como não souberam o que eu fiz com sua mãe! – o homem voltou a falar e numa fração de segundo pegou a varinha e soltou um feitiço. Mas Mel já tinha previsto algo assim e já há algum tempo um campo de força protegia os dois de qualquer movimento daquele homem e mesmo que Severo não tenha tido tempo de puxar a varinha pra defende-los, não importou por que o feitiço bateu no campo de força e ricocheteou no teto. – o que é isso....? – o homem perguntou e olhou um pouco intrigado pra Mel.
- Você é um homem morto. – Severo disse com mais raiva ainda, dando as costas a ele e puxando Mel pela mão, pra que ela fizesse o mesmo.
O enterro foi pouco depois que eles chegaram. Havia um cemitério próximo da casa e eles foram num pequeno cortejo até lá. Severo parecia não querer se despedir da mãe e ficou a olhando longamente enquanto eles tampavam o caixão para desce-lo na cova. O pai dele não estava.
Ao contrário do que tinha acontecido no castelo Severo não chorou em nenhum momento, mas a face de tristeza dele era tão grande que Mel imaginava que era uma máscara que não ia sair nunca mais do rosto dele.
Depois do enterro eles voltaram a casa de Severo. Subiram as escadas da casa e pararam em um corredor sombrio. Um elfo doméstico chorava encostado a um canto e Severo fez que não o viu, passando direto e indo a ultima porta do corredor. Falando um feitiço ele destrancou a porta e eles entraram e ela se viu dentro do quarto dele.
Ele a puxou pra dentro e selou a porta magicamente.
- não é seguro aí fora. – ele resmungou se justificando por ter puxado ela pra dentro do quarto.
- Eu sei... – ela disse se lembrando do rosto maldoso do pai de Severo.
- O trem volta pra Hogwarts as 11. – ele disse indo até uma escrivaninha num canto e mexendo em algumas coisas – são nove ainda. – ele indicou a cama com a mão – você pode descansar se quiser.
- Obrigada... – mel disse se sentando na cama dele.
O quarto era grande, mas as paredes eram todas pintadas de preto, o que dava um ar muito sinistro quando as lanternas estavam acesas. Tudo tinha um ar de noite e escuridão. Pilhas e pilhas de livros suspeitos estavam jogados perto de uma cômoda, todos com títulos que não pareceram animadores para Mel. “Artes das trevas” ela pensou chateada.
Alguns instrumentos estranhos estavam sobre a cômoda e ela achou melhor não perguntar o que eram aquelas coisas. ela observou que tinham duas portas no fundo do quarto e Severo tinha entrado em uma delas e fechado a porta. Quando ele voltou Mel analisava a foto da mãe dele que ficava num criado na cabeceira da cama. ela observou que a na foto a mulher estava sorrindo e tinha os olhos de um azul muito claro. Ela virou a foto e leu “para o meu querido filho, Ileana.”
- ela foi vendida pro meu pai quando era muito nova. – Severo disse quando viu mel analisando a foto. Voltou com um pequeno embrulho de veludo negro nas mãos.
- Vendida? – Mel perguntou horrorizada
- Praticamente. O pai dela estava morrendo e a prometeu como recompensa se aquele idiota lá em cima salvasse sua vida.- ele apontou pra cima, onde devia ser o escritório. – o pai dela estava com problemas e ele ajudou. Minha mãe foi o prêmio, eles se casaram. Um ano depois eu nasci. – ele se sentou do lado dela – ela tinha 17 anos. – ele encarou o chão. – e ela ficou aqui por que ele podia nos sustentar. Mas ele sempre a maltratou.
- Foi sempre daquele jeito? – Mel perguntou sem se conformar com a idéia.
- Sempre. – Severo disse.
Mel abaixou a cabeça também, o clima estava tenso entre eles.
- você é muito parecida com ela. – ele disse sem encarar Mel – inteligente, sábia, alegre. – ele parou – ela era alegre mesmo não tendo motivos. Falava que era por minha causa. – Severo abriu o embrulho de veludo e pegou um pequeno broche de prata. Tinha a forma de um pequeno ramalhete de margaridas. – era dela. – ele disse e olhou Mel – quero que fique com você. – ele estendeu o broche e largou na mão de Mel.
- Não. – Mel segurou o presente por um tempo – é muito importante pra ficar comigo.
- Melanie você nunca foi delicada comigo e não é hora de começar a ser! – ele disse parecendo exasperado – só aceite. Quero que fique com você. Ninguém mais merece. Só você se importa comigo tanto quanto ela se importava.
- Obrigada. – Mel disse o apertando em um abraço. Ele se esquivou a empurrando pro lado.
- Não tão perto... – ele murmurou
- Por que você sempre se afasta de mim...? – Mel perguntou chateada.
- Você ainda não percebeu? – ele disse com seu jeito rude de sempre – não percebeu o quanto somos diferentes?!
- Não! – Mel disse, mas olhando a sua volta ela viu os livros de artes das trevas e sentiu uma pontada. Ela odiava qualquer tipo de maldade e de artes das trevas e ele estava cada vez mais afundado naquilo.
- Entendeu?! – ele perguntou vendo o olhar dela vagar pelo quarto e parecer tristonho.
- Por que você tá acabando com sua vida assim...? – ela perguntou chateada
- É isso o que ele usa e é o que ele sempre me ensinou. – Severo falou sobre o pai – e se eu quero vence-lo é isso que eu tenho que usar!
- Você vai acabar com sua vida por isso?!?! – Mel perguntou o encarando
- Vingar a vida dela vale mais do que manter a minha. – ele disse firme.
- Você não pode fazer isso...! – Mel choramingou chegando perto dele – deixa isso de lado...! eu sei que você pode mudar, eu posso te ajudar!
- Não tem volta. – ele disse seco – não tem como voltar. E eu não quero te envolver nisso, por que eu sei que o seu lado é o outro. Por isso eu me afasto. Por mais que eu goste de você... – ele disse e parou abruptamente, se levantou da cama e deu as costas a ela.
- Você... gosta de mim...? – Mel perguntou abismada isso nunca tinha lhe ocorrido.
- Descanse. – ele disse e ia fugir mais uma vez, saindo do quarto, quando Mel o puxou pela mão. Ela o olhava nos olhos, muito perto dele. tocou o rosto dele com a mão. Seus impulsos estavam falando mais alto de novo e Severo pareceu perceber isso. soltou a mão dela e se afastou – não.... você sabe que você não sente o mesmo... – ele murmurou quando sumiu pela mesma porta escura no fim do quarto.
Pouco antes de chegarem a Hogwarts, ainda dentro do trem Severo a chamou do canto escuro que ocupava. Desde que eles tinham entrado no trem ele tinha sentado naquele canto e não tinha trocado mais do que 3 ou 4 palavras com ela. Mel pela primeira vez na sua vida, não tinha vontade de insistir com Severo. Ela sabia que tinha entrado muito fundo nos sentimentos dele naquele dia, tão fundo quanto ninguém mais talvez fosse entrar e não se sentia totalmente bem com aquilo. Imaginar que poderia ter deixado seus impulsos a dominarem e complicar ainda mais a vida dos dois estava a corroendo por dentro de tal maneira que ela prometeu a si mesma que aprenderia a ter controle sobre eles.
Ela se levantou e se sentou ao lado dele, calada. Ele pareceu hesitar num momento sobre o que ia falar, mas depois a encarou:
- eu tenho algo a lhe oferecer. – ele disse sério.
- O que...? – ela perguntou receosa. Depois de saber o quanto ele estava afundado em artes das trevas ela não gostou da noticia que ele deu.
- Nada que envolva artes das trevas. – ele disse – uma dívida de honra. Você sabe o que é?
- Sei. – Mel disse. Uma dívida honra era uma forma muito antiga e rústica de magia, muito usada na época medieval para selar acordos de proteção entre os magos, mas era algo pouco usado ultimamente. Ou só era usado quando um compromisso muito sério estava sendo selado. A pessoa que faz uma dívida de honra se coloca a disposição da pessoa que aceita, para protege-la e ajuda-la sempre que essa venha a precisar. Mel achou que aquilo era muito importante e perguntou a ele – por que uma dívida de honra?
- Por que eu me sinto em divida com você. – ele disse simplesmente. – e sempre vou estar.
- Eu não fiz nada...! – Mel disse indignada. Pra falar a verdade se sentia um lixo por não poder corresponder aos sentimentos dele.
- Fez sim. – ele disse, mas continuou sem muitas explicações – você aceita a dívida?
- Aceito. – Mel disse sabendo que aquilo era importante pra ele.
Ele então pegou um pequeno punhal de prata que trazia no bolso e abriu a mão esquerda. Ele desenhou o pequeno símbolo da dívida bem no meio da palma da mão com o punhal e por cima fez as iniciais dos dois: M e S. o corte era tão fino que não sangrou mais do que o necessário pra se distinguirem as letras feitas de vermelho sobre a mão branca dele. depois com a varinha ele apontou pra própria mão e murmurou “divida proposta, divida aceita” e um fiapo de luz esbranquiçado foi em direção a mão dele fazendo o corte fumegar e nisso ele apertou sua mão esquerda contra a mão esquerda de Mel. Ela sentiu sua mão arder levemente e depois de um tempo ele tirou a mão da dela. Mel observou sua mão, uma pequena cicatriz vermelha reluzia na palma.
- vai sumir. – ele disse pra ela.
- Mas a sua não. – ela disse observando o corte na mão dele parecer ainda muito vivo.
- E eu sempre vou saber quando você precisar de mim. – ele disse a olhando.
Depois de pouco tempo eles chegaram a Hogsmade e Hagrid os esperava pra leva-los a escola. Um tempo depois eles pararam juntos no hall da escola. Mel olhou pro lado do salão principal, os alunos estavam jantando.
- não vai entrar? – ela perguntou a ele.
- não. – ele disse, estava mais seco, amargo e triste que nunca – pro dormitório.
- Então... – Mel estava sem saber o que falar. – te vejo depois.
- Adeus. – ele disse olhando a menina de maneira que pareceu afetuosa por um segundo. Depois sua expressão voltou a ficar fria e ele saiu rumo ao dormitório.
O tempo passou de maneira estranha, e Mel viu mais uma vez o as coisas pareceram estranhas ao seu olhar. Tinha sido um choque muito grande aquele dia que ela passou com Severo. Constantemente ela ainda olhava a mão esquerda e sempre se assustava quando não via a cicatriz lá.
Ela ficou mais introvertida por um tempo, mas depois foi voltando aos poucos ao seu estado habitual pra ver se James parava de pegar no seu pé, perguntando o que Severo tinha feito com ela. Ele tinha ficado muito preocupado quando ela sumiu daquela maneira e Dumbledore tinha dito pra onde ela tinha ido, mas ele confiava em demasiado em Dumbledore pra achar que sua irmã corria perigo.
Ficou meio receoso quando Mel contou sobre a divida de honra feita por Severo, mas sabia que aquilo não era uma coisa que poderia por em risco a vida da menina.
Quem havia ficado muito chateado (principalmente com a Dívida de Honra) e parecia um pouco reticente em desculpa-la era Sirius, mas ela não forçou a barra, e com o tempo eles voltaram a habitual, ele brincando, ela rindo, ele enchendo o saco, ela tentando fugir.
Pouco antes do ano letivo terminar ela estava sentada na Sala comunal esperando que James descesse pra que eles fossem treinar quadribol. Essa hora era a única que eles estavam tendo pra se encontrarem. Ele desceu do dormitório com a vassoura nas costas e um jornal nas mãos.
- novidades...? – ela perguntou jogada na poltrona.
- “Comunidade bruxa insiste em chamar “líder” do partido das trevas de ‘aquele-que-não-deve-ser-nomeado’ . – ele a olhou – não é patético?
- É meio bobo. – ela respondeu com outra pergunta – por que não falar o nome dele?
- É. Me pareceu assim também. – ele disse dando uma ultima olhada no jornal e o jogando em uma poltrona.
- Você não fica preocupado? – Mel perguntou de repente.
- Com o que? – James disse como se aquela pergunta não tivesse fundamento.
- Com isso. – Mel apontou o jornal – você vai sair de Hogwarts logo e logo vai se tornar um auror e é isso que você vai enfrentar lá fora.
- E é pra isso que eu venho me preparando. – ele disse sério encarando a irmã – é o que eu quero fazer Mel.
- Eu às vezes ainda me assusto com o quanto você é uma pessoa decidida! – mel disse sorrindo pra ele.
- Isso é verdade! – ele se gabou – e agora eu estou decidido a descer pra treinar e você, como minha melhor artilheira, vem comigo!
- Aaaahhhhh..... – Mel disse com preguiça – nem... to com preguiça...
- Anda! – ele foi até ela puxando-a pela manga da blusa. – levanta daí e vem comigo!
- Não... – Mel disse relutante ao levantar
- Sim e fica quieta! – ele riu enquanto a empurrava pra fora do buraco do retrato.
Eles conversaram futilidades a caminho do campo e quando entraram nos jardins Mel suspirou de maneira audível:
- o que foi? – James perguntou estranhando o estado melancólico repentino da sua irmã.
- Sabe de uma coisa Jay...? – ela perguntou a ele – eu acho que vou odiar essa escola sem você aqui...!
- Você Mel? – ele riu – você nunca vai odiar Hogwarts! Muito menos por que eu não vou estar aqui!
- Vou sim. – ela disse chateada – eu me acostumei tanto com você...!
- Acostumou é? – ele perguntou rindo – então não gosta, só acostumou?!
- Eu gosto seu idiota! – ela riu – e não vai ser o mesmo ficar aqui sem você. Eu nem sei se quero ficar no time de quadribol depois que você sair!
- Mel, você tá agindo feito uma menininha mimada! – ele a empurrou de brincadeira – e além do mais eu acho que nunca vou sair dessa escola de alguma maneira. – ele disse contemplando o castelo a sua frente.
- Como assim...? – Mel perguntou a ele, também observando o castelo.
- Mel, já tem algum tempo que eu quero te mostrar isso. – ele disse a puxando pra um canto mais escuro. Ele olhou pros lados e tirou um pedaço de pergaminho das vestes, era grande e quadrado.
- O que é...? – Mel olhou desconfiada – um pergaminho...? eu acho que já conheço um...!
- Não seja burra Mel! – ele disse rindo – isso não é um pedaço de pergaminho qualquer! É uma das coisas que eu mais me orgulho de ter feito depois de todos esse 7 anos de Hogwarts! – ele pegou a varinha das vestes e apontou pro pergaminho, murmurando - “Juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom”.
E depois disso, o pergaminho começou a se encher do que pareciam linhas muito finas feitas com tinta e aos poucos elas se juntaram em palavras que escreveram no topo do pergaminho: Os Srs. Aluado, Rabicho, Almofadinha e Pontas, fornecedores de recursos para bruxos malfeitores, têm a honra de apresentar “O MAPA DO MAROTO”.
- mapa do maroto...? – Mel balbuciou abismada.
- Isso, olhe bem... – James disse apontando pergaminho com a varinha mais uma vez e falando “lumus” pra que Mel pudesse ver melhor – está vendo...? é toda Hogwarts, todos os cantos imagináveis e alguns inimagináveis também... – ele disse e sorriu do seu jeito maroto – um belo trabalho não...?
- Isso... isso é incrível!! – Mel riu – James...! – ela disse e ficou um longo tempo olhando todos os detalhes do mapa. Alguns pontinhos estavam se mexendo e tinham rótulos – tem pontinhos se mexendo aqui...?
- São cada uma das pessoas que andam pelos corredores de Hogwarts! - James disse orgulhoso ao observando mais de perto o mapa. – aqui... – ele apontou – é Lily está vendo...? – ele apontou um pontinho que saía da biblioteca – ela me disse que ia ficar na biblioteca até mais tarde, estudando.
- James, como é que você fez isso...? – ela disse simplesmente chocada com a inteligência do seu irmão.
- Não fui só eu, você viu. – ele apontou o nome de todos os marotos no topo do pergaminho – nós acumulamos muito conhecimento sobre os terrenos da escola com as saídas noturnas. – ele riu – e lembra que uma vez eu te sugeri que você fizesse um mapa da escola pra mim...?
- Lembro... – mel disse
- Pois é, eu acabei tendo a idéia de fazer esse, e pedi a ajuda dos outros três! – ele riu – ficou muito bom não?
- Incrível!!! – ela disse de novo ainda olhando o pergaminho – mamãe ficaria orgulhosa se visse esse trabalho de transfiguração do pergaminho!!! E sobre os pontinhos...? como vocês fizeram...?
- Sensores mágicos. – ele disse simplesmente – estão espalhados por quase todo o castelo, por todos os corredores e na maioria das salas e até o escritório de Dumbledore. – ele disse apontando um ponto rotulado “Alvo Dumbledore”
- Deve ter dado muito trabalho! – mel ficou assustada.
- Deu, foi bem difícil de conciliar a quantidade de magia que tem espalhada por essa escola em forma de feitiços protetores com os sensores mágicos, dá muita interferência por que de alguma maneira nós estávamos tentando burlar essas proteções ao lançar os feitiços dos sensores, mas agora que está pronto é bem útil e foi bem divertido fazer também! – ele riu –principalmente quando o Seboso aparecia pra xeretar e a agente ficava azaran... me desculpe. – ele se corrigiu lembrando que Mel ainda não gostava que falassem daquela maneira de Severo.
- Tudo bem... – ela murmurou – e sobre isso...? – ela perguntou passando o dedo por passagens que levavam pra fora da escola.
- Vão pra Hogsmade. – ele mostrou uma – essa é a do espelho do quarto andar, você que falou dela pra gente lembra...?
- Lembro... – Mel se lembrava bem. parecia que tanto tempo tinha se passado
- E essa – ele apontou outra – vai pra casa dos gritos, é onde Aluado se transforma todos os meses.
- Então... – ela pensou devagar. Nunca tinha pensado muito sobre o mistério de onde Lupin se transformava sem colocar todos em perigo – os gritos são dele...? não é mal assombrado...?
- Não! – James riu gostosamente – é só boato, quem faz todo barulho é o velho Aluado!
- E essas outras...?
- Essa para o porão da dedosdemel – ele disse apontando uma – e as outras pra lugares diversos no povoado, buracos no chão mesmo.
- Como vocês aprenderam tanto do terreno da escola, do povoado...?
- Digamos que nós passamos muito tempo sem dormir nesses sete anos de Hogwarts! – ele riu – exploramos bastante, treinamos desenho cartográfico...!
- Vocês são impossíveis mesmo....! – mel riu
- E agora que eu to saindo de Hogwarts quero que ele fique com você Mel,– James disse entregando o mapa a ela. – Pra limpa-lo é só fazer assim... – ele apontou a varinha e disse – “malfeito feito”!
- E o que eu faço com ele....? – Mel perguntou meio boba
- Use-o ora! – James riu – é muito útil, eu e Sirius já nos safamos de muitas boas enrascadas por causa dele!
- E... e quando eu sair de Hogwarts também...? – ela perguntou
- Eu quero que ele fique. – James disse pensativo – quero que todo mundo da nossa família que venha estudar aqui possa desfrutar dele. Julian deve estar vindo aí, talvez nós passemos pra ele. – ele riu – eu faço questão que os meus filhos e os seus filhos encontrem isso aqui! – ele tocou o pergaminho.
- É! – Mel riu – concordo! – ela guardava o pergaminho nas vestes.
- Mas agora, vamos pro campo, e logo! Não temos tempo a perder, a final do campeonato ta aí!! – James disse passando o braço sobre os ombros da irmã e andando pro campo com ela.
Os últimos dias dos marotos na escola foram ótimos... pra eles. Por que o resto dos alunos estavam histéricos com os últimos “infernos” causados na escola por James Potter e sua turma antes que eles terminassem a escola.
Eles organizaram uma maratona de loucuras pra comemorar a ultima semana em Hogwarts e a segunda feira não podia ter sido mais espalhafatosa: eles organizaram um concurso de arremesso de bombas de bosta na porta da sala de Filch, onde os alvos eram as pessoas que passavam por ali e ganhava o maior prêmio (um troféu com o devido título Maior arremessador de Bombas de Bosta de Hogwarts) quem acertasse Filch com o maior número de bombas sem ser pego pelo zalador.
Na terça feira, a diversão foi enfeitiçar as armaduras do colégio pra que elas perseguissem as pessoas que passassem por elas proferindo insultos e xingamentos a alto e bom som.
A quarta feira foi dedicada a mais uma competição: eles (Inclusive, Lupin que pra total espanto de Mel, estava participando de todas as comemorações) estavam perseguindo os alunos do primeiro ano e os azarando com o feitiço das pernas presas, ganhava quem azarasse o maior numero de inocentes primeiranistas (com direito a troféu e cerimônia de premiação). (Nesse dia Mel achou que Lily ia chutar James, de tao chateada que ela tinha ficado, mas ela acabou cedendo aos apelos dele depois que o menino passou uma hora andando de joelhos atrás dela e pedindo desculpas quase aos berros aonde quer que ela fosse).
Na quinta-feira eles distribuíram lembrancinhas as seus colegas que ficavam. Os armários de seus colegas da Grifinória foram infestados com pó de coceira, Pus de bubotúbera um pouco diluído, e outras coisinhas agradáveis que faziam arder e coçar.
Na sexta-feira Mel teve que interferir. Eles estavam quase cedendo a tentação de pregar cartazes pelo caminho que ia do salão comunal da Sonserina ao salão principal com dizeres grandes e brilhantes: “O Seboso Fede” ou “campanha para arrecadar fundos: vamos comprar um xampu pro Seboso” e ainda “Cuidado: o ranhoso pode dar uma escarrada de despedida em você!”. Mas Mel pediu a eles que não fizessem, ela sabia que ele ainda estava bastante triste e ser insultado assim não ajudaria as coisas. Então eles se contentaram com a festa de despedida que Mel tinha armado: ela tinha usado a sala da requisição (um lugar que a muito tempo ela tinha, com a ajuda de Dumbledore, aprendido a usar) pra arrumar um lugar imenso com muita comida e musica e principalmente com isolamento acústico e a festa durou até mais ou menos as três da manhã ( que foi quando Rabicho vomitou no tapete e desmaiou depois de tanto tomar cerveja amanteigada e whisky de fogo).
E quando eles foram saindo da sala de requisição aos poucos, e Mel terminava de limpar com um aceno de varinha a suejeira que rabicho tinha feito, Mel percebeu um pouco tensa que aqula era a ultima noite que seu irmão e seus amigo passariam em Hogwarts. Era a ultima noite que Sirius passaria em Hogwarts.
Sentiu-se tão vazia por saber que no ano seguinte voltaria para o castelo sem ter James e Sirius do seu lado e sem encontrar Lily, Remo, Peter e Severo na escola.
Ela se sentou em uma das poltronas da sala e olhou pros lados. Sirius era o único que estava por ali, sentado no chão ao lado da vitrola encantava que tocava uma musica alegre, que ele cantarolava junto. Ele sorriu pra ela meio bobo (tinha tomado bastante cerveja amanteigada também, pra não falar na garrafa de Whisky de fogo que estava na sua mão) e ela foi se sentar perto dele
- E então Sirius...? – ela perguntou sentando-se no chão do lado dele. – como fomos de festa...?
- Muito bem...! – ele sorriu a encarando. Passou a mão pelos cabelos negros que insistiam em cair sobre o rosto e se escorou na parede – e o que nós vamos fazer agora? Frak e Alice foram juntos pra sala comunal, Remo foi levar rabicho pra tomar uma ducha fria... James saiu escondido com a capa da invisibilidade com a Lily....
- onde eles foram? – Mel perguntou
- Dar uma volta pelo colégio, fazer uma festinha de despedida só pra eles. – Sirius disse observando cada detalhe do rosto de Mel, e depois dando mais um gole na garrafa – E como eles estão com a capa de Invisibilidade, eu posso dizer que vai ser uma festa de despedida bem intima! Disseram que iam se despedir do castelo, mas não sei se é bem isso! – ele riu
- Ahhh... – Mel ficou pensativa – sabe que é uma boa idéia.... – ela olhou pra ele e sorriu se levantando – muito bem Sr. Black, você acaba de ganhar uma despedida particular do castelo também! – ela estendeu a mão a ele – e graças a Melanie Gray Turismo Seguro você vai estar totalmente invisível, pra que o Filch não te encontre! – ela ria
- Mesmo...? – ele perguntou meio abobado. – você... faria isso... você vem comigo? – ele perguntava rindo e segurando a mão dela.
- Já fiz! – Mel riu ficando invisível e fazendo com que Sirius ficasse também. – então vamos lá...! – ela disse quando eles saíram da sala da requisição deixando os restos da festa lá.
Eles passaram por lugares que há muito tempo eles não visitavam, andaram por muitos corredores, entraram em algumas passagens, visitaram algumas salas que estavam abertas, conversando e rindo baixinho de todas as coisas engraçadas que tinham acontecido naqueles lugares.
Andaram até os jardins e se sentaram num degrau de pedra numa das laterais do castelo. Dali eles podiam ver o jardim todo gramado, as arvores da floresta proibida e um pouco à frente o lago. Mel sentou-se, voltou a ficar visível, e soltou a mão de Sirius. O menino ficou visível também:
- aqui é seguro. – Mel disse e suspirou. A noite estava quente e ela vestia um suave vestido de alcinhas amarelo. Os cabelos estavam soltos em homenagem a ocasião da festa. E ela os jogou pra trás com um movimento suave. – a gente pode “se revelar” aqui...!
- vou sentir falta. – Sirius disse olhando pra ela.
- De que? – ela perguntou inocente
- De você. – ele disse chegando mais perto.
- É claro! – Mel riu – você não vai ter mais ninguém pra encher o saco!
- Não é isso.... – ele suspirou passando a mão nos cabelos dela, estava muito sério. Mel não o via assim há séculos – é que você é diferente de todas as garotas que eu já conheci.
- Ah fala sério Sirius!!! – ela gargalhou – essa frase é tao batida!! Você deve conquistar as garotas é com a sua beleza mesmo, por que quando abre a boca...! desastre total!
- Tá vendo! – ele riu pra ela – é que você me conhece. Sabe que eu não sou só um rostinho bonito e uma mente brilhante. Você sabe que tem mais aqui dentro, como meu charme irresistível e minha modéstia!
- Nossa, Sirius! – Mel tampou a boca dele com a mão – cala boca!
Ele tirou a mão dela sobre a sua boca e sorriu malicioso
- eu tenho uma maneira melhor de fazer isso! – ele disse se aproximando levemente da menina e dando um beijo suave na boca dela. Ia “abrir caminho” pra um beijo mais.... empolgante quando ela se afastou.
- Não...! – ela pareceu indecisa por um tempo e depois se afastou um pouco – eu sei que você não vai se lembrar de nada quando você sair daqui. E eu não quero isso!
- O que...? – ele perguntou meio abobado a olhando. Ele estava meio lerdo por causa da bebida mesmo.
- Tá vendo! – ela suspirou, depois disse baixinho – eu gosto muito de você pra deixar que a gente faça isso....
- Você não quer...? – ele perguntou mais abobado ainda
- Levanta Sirius...! – ela disse se levantando e dando a mão a ele – eu vou te levar pra cama. você tá bêbado.
- Eu não to bêbado! – ele disse teimoso como era e cambaleou ao levantar.
- Tá sim... – ela murmurou tristonha pegando a mao dele e ficando invisível. – e provavelmente você não vai se lembrar de nada amanhã...!
Ela arrastou ele até a Sala comunal e depois o ajudou a subir pro dormitório dos meninos, onde Lupin terminava de ajeitar rabicho na cama.
- Mais um... – Mel disse jogando Sirius na cama. depois saiu do dormitório – boa noite Remo.
- Boa noite Mel. – Remo disse olhando a menina sair, e vendo que o final da noite não tinha sido nada do que ela esperava.
No outro dia de manhã ela não queria se levantar. Ela não iria ir pra casa hoje, com eles, iria só depois de ficar um tempo em Hogwarts com Dubledore e sua mãe, mas ela tinha prometido a seus amigos que deceria pra se despedir.
Mas ela não queria se despedir. Não queria ver eles indo embora e saber que no ano seguinte eles não iam voltar.
- levanta Mel!!! – Lily disse a puxando pelos pés pra tira-la da cama – deixa de ser boba!!
- Não..... – Mel murmurou – eu não quero descer Lily!!!
- Anda, ou eu vou chamar seu irmão pra vir te tirar daqui!!!
- Meu irmão não pode subir aqui! – Mel rebateu cobrindo a cabeça com a coberta.
- Melanie Gray! – Lily a chamou pelo nome completo e a encarou furiosa com as mãos na cintura – você vai levantar daí agora e vai se arrumar! Tá todo mundo lá embaixo esperando pra se despedir e eles vão se despedir de você sim!
- Tá... tá bom Lily... – Mel disse levantando da cama devagar e sabendo como Lily estava fazendo pra controlar James. Quando a menina ficava furiosa ninguém se metia com ela. – tenho dó dos seus filhos... – mel murmurou
- O que...? – Lily perguntou ainda parecendo brava
- Nada... – Mel disse se levantando de vez e colocando uma roupa.
Ela se vestiu rapidamente e foi empurrada pela escada do dormitório por Lily. Parou nos últimos degraus e viu James, Remo, Sirius, Peter a observando.
Ela fez que ia voltar mas Lily a empurrou pra baixo:
- deixa de bobeira Mel!! – Lily disse descendo com ela.
- Iiiiihhh! – James riu – isso vai ser engraçado!
- Engraçado uma ova seu chato!! – Mel disse jogando a almofada que estava mais próxima nele – não é engraçado vocês estarem indo embora!
- Mel, a gente não vai morrer por sair de Hogwarts! – Remo brincou com ela – a gente vai poder se ver periodicamente!
- Eu sei! – ela disse tentando conter as lágrimas que vinham a seus olhos por essas primeiras palavras de despedida e aproveitou pra jogar outra almofada em Remo. – mas é que... sem vocês aqui não vai ter graça!
- Tudo bem! – James riu – eu sei que minha presença é insubstituível, mas um ano não vai te matar Mel!
- E além do mais, Frank e Alice vão estar aí. – Peter disse rindo a Mel, encantado por ela como sempre tinha sido.
- Mas não é a mesma coisa! – Mel disse e seus olhos encheram um pouco mais de lágrimas. – e você merece uma almofadada por ter falado isso! – Mel disse jogando uma almofada em Peter também.
- E além do mais... – Sirius disse rindo e a olhando – você não vai ficar livre da gente, tem as férias inteiras pela frente!
E ao ouvir aquilo as lágrimas transbordaram nos olhos de Mel e pra que eles não vissem ela jogou uma almofada em Sirius também e de repente, James, Remo, Sirius e Peter revidaram ao mesmo tempo, jogando 4 almofadas de uma vez, que atingiram Mel e Lily que estava do lado dela. Lily revidou e eles ficaram numa breve guerra de almofadas por um instante até que perceberam que Mel tinha caído sentada numa poltrona e estava chorando ao observar os amigos brincando com as almofadas.
- Mel! – Lily riu e a abraçou – não precisa disso tudo!
- Você fala isso por que não é você que vai ficar pra trás! – Mel disse se levantando e limpando os olhos – eu nunca imaginei que ia sentir falta do “Potter podre e sua gangue”! – ela brincou
James sorriu e abraçou a irmã. Ele prometeu que mandaria cartas todo dia quando as aulas começassem de novo e que eles se veriam nos feriados e seguidamente Remo a abraçou fazendo as mesmas promessas e depois Peter e depois Lily e por ultimo Sirius veio a envolvendo num longo e caloroso abraço. Fez as mesmas promessas que os outros e depois acrescentou:
- e eu te espero na minha casa. – ele riu – nossa casa lembra: a casa das aberrações! Por enquanto vou ser só eu lá, mas espero você nas férias.
- Tudo bem... – ela murmurou sentindo-se mais calma. – eu vou daqui a uns dias. – depois deu um beijo no rosto do menino e finalmente eles se soltaram.
Desceram juntos rindo e conversando e Mel se separou deles ficando na escadaria de pedra na porta do castelo acenando enquanto eles sumiam em direção ao portão do castelo.
Mel ainda estava observando eles saindo quando alguém tocou seu ombro. Ela se virou e viu Severo.
- provavelmente essa vai ser a ultima vez que nós nos vemos. – ele disse sem olha-la o rosto em direção ao chão. – espero que seja a ultima vez... – ele abriu a mão e mostrou a cicatriz branca no meio da mão – que eu não precise vir a você por causa de algo ruim acontecendo contigo... – ele falava tão baixo que ela quase não ouvia.
- Severo...! – ela disse e se pendurou no pescoço dele. ele não se afastou, mas não a abraçou também. – por favor, me promete que vai me escrever?!?!
- Não. – ele disse a afastando e a encarando – eu não posso. Não mesmo. Eu só queria dizer adeus... definitivamente agora.
Ela sentiu as lágrimas no rosto de novo e rapidamente deu um beijo tímido no rosto de Severo e saiu dali correndo, triste de mais pra olhar pra trás.
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