Sem os Marotos
Os dias passados em Hogwarts foram um pouco agonizantes, mas ela ficou firme pra não decepcionar sua mãe e o diretor. Mas sua mente não saia de sua casa e da vontade de ver seu irmão, seus amigos e Sirius. Ela não se entendia: “se estou em Hogwarts quero ir pra casa, se estou em casa quero vir pra Hogwarts!!”.
Quando finalmente foi deixada na porta da casa de Anthony por Dumbledore ela correu de encontro ao pai e ao irmão (e depois a madrasta) os cumprimentando, abraçando e beijando. James colocou suas coisas no seu quarto e depois rapidamente correu pro dele. Mel o seguiu curiosa:
- aonde você vai? – ela perguntou enquanto o via trocar de camiseta.
- Casa da Lily. – ele disse rapidamente despenteando mais os cabelos ao invés de penteá-los. – ela foi passar uns dias numa casa de campo com a família e eu to morrendo de vontade de vê-la. Ela chegou ontem. – ele pegou o relógio sobre a escrivaninha e o olhou – to um pouco atrasado por que fiquei esperando pra te ver. – ele se virou pra ela e perguntou – como eu estou?
- Lindo, como sempre. – Mel disse casualmente. Sempre tinha achado James muito bonito.
- Eu sei que eu sou, mas obrigada por alimentar meu ego! – James disse sorrindo pra irmã, ia saindo do quarto quando se lembrou - Ah! Já ia me esquecendo! – ele pegou uma chave na escrivaninha e jogou pra Mel.
- O que é isso? – Mel disse ao pegar a chave.
- Chave da casa de Sirius. – James disse saindo do quarto com Mel atrás dele – ele disse que é pra você ir lá assim que der!
- Tá! – Mel disse com um sorriso iluminando o rosto. James descia pela escada pra se despedir dos pais – de um abraço em Lily por mim!
- Pode deixar! – James gritou já de longe.
Mel abriu seu quarto, arrumou algumas coisas e depois desceu pra ficar com o pai. Ela tinha chegado de Hogwarts pela manha e almoçou com Anthony e Elisabeth que resmungava por James não estar em casa e no meio da tarde ela não agüentou de agonia e pediu que o pai a levasse na casa de Sirius e Anthony atendeu prontamente.
Ela tomou um banho rápido e vestiu uma calça jeans com uma blusa verde de alcinhas por causa do calor. Deixou os cabelos soltos e molhados pra que secassem ao vento, refrescando-a levemente quando batiam um pouco úmidos nas suas costas. Anthony deixou Mel na porta da casa e logo saiu dizendo que ia visitar um amigo que morava ali perto.
Mel ficou um tempo parada olhando a casa. Era de tamanho médio e estava situada num povoado um pouco distante de Londres, mais pacato e com muito verde. Mel se perguntou por que Sirius preferira um lugar como aquele. Ela adorava, mas fazia parte de sua natureza Gray gostar de mato e árvores, mas nunca tinha imaginado que ele gostasse de lugares assim.
E a casa era maravilhosa. Era pintada de azul e tinha uma pequena escada que levava a varanda. Ao lado da escada flores vermelhas floriam plantadas num canteiro. A varanda tinha algumas cadeiras um pouco toscas. “decoração de menino”ela pensou suspirando e parou na porta da sala. Bateu, achando que era melhor do que usar a chave já que não tinha avisado que vinha. Mas ninguém respondeu. Por isso ela usou a chave e entrou na sala de estar.
- Meninos...! – ela murmurou olhando a total baderna que a casa estava.
Os móveis fora do lugar (um sofá estava virado para a parede, de maneira que ninguém podia se sentar nele), comida espalhada numa mesa de centro, revistas e jornais no chão, peças de roupas espalhadas e alguns livros espalhados pelos sofás. Ela entrou mais na casa e passou pelo que seria a sala de jantar (também muito bagunçada), uma segunda sala que não tinha nada mais que um tapete felpudo com muitas almofadas, um corredor com duas bifurcações: uma que deveria dar pros quartos e outra de onde vinham alguns murmúrios de vozes. Mel seguiu ouvindo vozes e depois um rosnado de cachorro e se deparou com uma copa/cozinha que estava totalmente inabitável e a porta dos fundos aberta. Ela passou pela porta e se deparou com uma espécie de área dos fundos arejada e com muito verde, mas onde uma cena tão estranha acontecia que ela não conseguiu reparar em nada, ao não ser em Remo que estava morrendo de rir jogado em uma cadeira, e na situação: um enorme cachorro preto que perseguia um rato amarronzado e gordo, mas os bichos pararam abruptamente conservando suas posições como se congelassem quando ela apareceu na porta dos fundos.
Remo parou de rir quando a viu e olhou dos bichos “congelados” pra ela. Mel estava atônita. Virou-se com dificuldade pra Lupin perguntando:
- o que...? que tido de animais são esses....?
- ahhh... – Lupin parecia ter sido pego de surpresa – bem... Sirius ganhou esse cachorro... e ele estava perseguindo esse... rato do mato. – ele terminou pouco convincente.
- Sim... – Mel disse o encarando. Agora o cachorro estava sentado nas patas traseiras a olhando e abanando o rabo enquanto o rato continuava congelado – e eu devo acreditar que o cachorro do Sirius é tão bem treinado que está simpaticamente sentado ouvindo nossa conversa por que não é bonito ele perseguir um rato na minha frente. – ela olhou o rato e completou – e o rato, é claro, que é tão educado quanto o cachorro, está esperando que a nossa conversa termine pra só depois fugir...?
- É... bem... – Remo, sempre tão inteligente, não sabia o que falar.
- Anda Remo! – Mel pressionou – o que é isso?! – ela apontou os animais que estavam na sua frente, quietos. Só o cachorro arfava com a língua pra fora.
- O Almofadinhas... – ele respondeu finalmente derrotado e apontando o cachorro negro – estava brincado de perseguir Rabicho... – ele apontou pro rato.
- Sirius.... e Peter...? – Mel perguntou abobada se jogando numa cadeira.
- É Mel, somos nós. – Sirius disse depois que se transfigurou do cachorro pra uma pessoa de novo. Rabicho tinha feito o mesmo. – Você, pra variar, chegou na hora errada e descobriu um segredinho nosso. – ele ria indo até ela e dando um beijo no rosto – como vai você? – ele disse casualmente como se nada tivesse acontecido.
- Como eu vou?! – ela disse indignada – como eu vou?!?!?!? Vocês... – ela disse apontando pros dois – vocês são... animagos?!?!?!
- É... – Sirius foi até uma mesa que estava no meio da área e pegou um copo com suco gelado e entregou a ela – eu acho que sim. E Pontas também.
- O que?! Não! – Mel disse não pegando o suco que Sirius entregava pra ela, e o copo se espatifou em muitos pedaços quando atingiu o chão. – vocês não podem! Vocês não são registrados no ministério! Vocês acabaram de se formar!
- Somos animagos ilegais. – Sirius disse simplesmente limpando a bagunça de suco com um aceno de varinha. – foi uma coisa que fizemos enquanto ainda estávamos na escola.
- Eles fizeram isso por mim. – Lupin disse conseguindo falar de novo depois de um tempo.
- E convenhamos: valeu a pena, não Aluado?! – Sirus disse rindo ao sentar do lado do amigo.
- É claro! – Mel disse dando um tapa na própria testa – era assim que vocês se encontravam com Remo durante as transformações dele! um lobisomem só oferece perigo...
- A pessoas. – Lupin terminou suspirando – a animais não. Portanto eles fizeram isso pra me acompanhar nas transformações.
- Merlin....! – Ela murmurou ainda mais pasma.
- Você não vai falar nada, não é Mel? – Rabicho perguntou de uma maneira mais sombria que o habitual.
- Eu... não! – ela disse, depois ficou confusa – não sei!
- Mel! – Sirius disse indignado – você não pode contar!
- Mas isso é ilegal! – ela disse preocupada, se levantando pra encara-los.
- E se você falar, nós estaremos com problemas e você não vai querer isso, vai? – rabicho perguntou num tom de ameaça
- Não! – Mel disse a ele. ela estava começando a ficar furiosa depois que o susto estava passando – mas por se ilegal é que pode ser perigoso! – ela se virou pra Sirius – imagine se alguém descobre depois! Imagina se alguém no ministério descobre! Isso seria péssimo, você e James que querem ser aurores! – ela estava furiosa agora – isso pode ser perigoso! Pode... sei lá! Mudar a vida de vocês algum dia! Pode... ai... não sei...! não gosto disso!
- Relaxa Mel. – Sirius disse fazendo-a se sentar. – já tá feito, não adianta reclamar. É só a gente ter cuidado e não ficar se mostrando por aí.
- Como vocês estavam fazendo não é? – ela disse raivosa. Depois olhou pra eles maldosamente – vocês merecem um castigo!
- Castigo? – Rabicho olhou preocupado
- É! – ela disse se levantando – levantem-se! – ela esperou, mas eles ainda a olhavam – anda, agora!!!!
Os três se levantaram rapidamente: não era seguro discordar com ela naquele estado.
- Sirius, pegue um escovão, balde, sabão e depois volte aqui. – Mel disse enérgica.
- Ah, fala sério Mel! – ele disse a olhando incrédulo – você não vai nos fazer limpar a casa! Não agora!
- Vou sim! – ela disse firme – está um nojo lá dentro Sirius!
- A casa é minha e você não pode dar ordens aqui! – ele disse desafiadoramente.
- Posso sim! – ela disse petulante – você disse que a casa seria minha também quando eu quisesse e agora eu quero e eu vou dar ordens aqui sim!!!
- Ahhh meu deus....! – Sirius disse se dando por derrotado ao ver a cara de fúria de Mel e saindo pra pegar as coisas.
Remo e rabicho saíram com ele. Remo parecia estar mais envergonhado do que rabicho, Sirius e James deveriam estar juntos e não reclamou de fazer as coisas, mas rabicho parecia raivoso quando passou por ela e murmurou algo entre os dentes que Mel não entendeu direito mas pareceu “estou começando a não gostar de você”.
Quando o por do sol estava fazendo com que o céu parecesse alaranjado, eles já terminavam de arrumar tudo em seus devidos lugares, e estavam se largando tremendamente cansados nas poltronas da sala. Mel foi guardar todos os baldes esfregões e panos que tinham usado durante a limpeza na área do fundo e ficou um longo tempo observando a maravilhosa vista que tinha dali.
O céu, todo em tom de laranja, com um enorme e lindo sol amarelado se despedindo atrás de pequenas morros esverdeados e cobertos de árvores. Só o vento fazia barulho enquanto batia nas folhas das árvores e ocasionalmente alguns passarinhos cantavam a ultima canção do dia antes de irem dormir. Mel estava tão impressionada que não viu Sirius chegando. Só o percebeu quando ele parou atrás dela e carinhosamente a abraçou com os braços envolta da cintura da menina. Ela se aconchegou nos braços dele, ainda olhando aquela paisagem de sonho. Ele sorriu levemente encostando o rosto dele no dela.
- gostou da vista? – ele perguntou suavemente.
- Nossa...! – ela disse – isso aqui é Lindo! Eu acho que poderia ficar a vida inteira aqui, olhando pra esse lugar!
- Eu imaginei que você gostaria. – ele falou carinhosamente – por isso que comprei a casa.
- Mentiroso. – ela disse rindo – você só comprou aqui por que vai poder fazer suas bagunças sem nenhum vizinho pra reclamar!
- Isso também. – ele sorriu – mas eu tinha certeza que você ia gostar e eu tinha que pensar em algo que fosse bom pra nos dois não é...? – ele perguntou docemente.
- Tinha...? – Mel perguntou se virando pra olhá-lo.
- Tinha. – ele disse rindo suavemente, mas não teve tempo de terminar de falar o que ia falar por que Mel tinha desviado sua atenção.
- James!!! – Mel disse ouvindo a voz do irmão dentro da casa e ficando furiosa repentinamente. Ela estava furiosa por saber que ele era um animago ilegal e ia fazer ele se explicar.
- Mel! Vai com calma!! – Sirius disse indo atrás dela que marchava pra dentro de casa – ele ainda não sabe que você sabe!!!
Mel entrou correndo e parou na frente de James. Começou a falar desabaladamente, ela ainda estava muito preocuapada com o quanto aquela noticia sobre eles serem animagos poderia ser perigosa. Ela não sabia o por que, ela não entendia a aflição que sentia ao pensar nisso, mas sabia que não era nada bom:
- como vocês deixaram ela ficar sabendo?! – James perguntou a Sirius ignorando Mel que ainda falava.
- Não deu cara... ela apareceu aqui numa hora bem imprópria! – Sirius disse tentando controlar Mel que parecia disposta a voar no pescoço de James.
- Isso é tudo que ela sabe fazer não é? – Rabicho disse mal humorado pra James
- Ainda não sei como ela não descobriu enquanto ainda estávamos na escola...! – Remo completou falando com eles.
- Só espero que ela não conte a Lily...! – James disse pra Sirius ainda ignorando Mel.
- Era isso que eu devia fazer! – Mel disse a James se fazendo perceber – devia contar Lily e contar a Papai!
- Mas você não vai fazer. – James revidou – eu sei que não.
Mel ficou calada por um tempo. Depois encarou os quatro marotos, mas sua expressão não era mais de fúria:
- eu não to tendo um bom pressentimento. – ela disse baixo – não gosto disso.
- Você só não gosta disso por que é uma estraga prazeres! – James disse sentando-se no sofá da sala. – é brilhante não é?!
- É. É sim. – Mel admitiu – é o tipo de coisa que eu adoraria ter feito! – ela falou de repente. Sempre tinha tido uma inclinação pro que era perigoso e proibido, assim como James. – mas... eu não sei. Só não gosto.
- Mel, eu vou falar isso pela ultima vez hoje: relaxa! – Sirius disse a conduzindo até o sofá e a fazendo se sentar, ele se sentando ao lado dela. – desde que você chegou aqui você só brigou e gritou e fez a gente limpar a casa!
- Ela fez isso?!?!?! – James perguntou
- Fez... – rabicho murmurou
- Eu tinha que ter visto isso!!!! – James gargalhava – a Mel... – ele falava aos poucos, entre as risadas – fazendo vocês... trabalharem!!!!!
- Se você estivesse aqui estaria junto com eles, e não olhando pra eles! – Mel disse cruzando os braços ameaçadoramente.
- Tá, eu não quero começar essa conversa de novo! – Sirius disse se espreguiçando – tá ficando cansativo!
- Isso não vai ficar assim! – Mel prometeu – eu ainda vou pensar em algo bom o bastante pra poder castigar vocês!
- Mel, ao invés de ficar pensando em como machucar a gente por que você não prepara alguma coisa pra gente comer?! – Sirius perguntou com cara de Sem vergonha – eu to morrendo de fome!
- Eu não sou sua empregada Sirius! – ela disse o encarando
- Mas pode fazer a gentileza! – ele rebateu rindo.
- Não mesmo! – Mel disse impressionada, não sabia como Sirius podia passar de garoto encantador e amável como estava a alguns minutos pra moleque chato e mandão, como se mostrava agora.
- Tudo bem, eu dou um jeito nisso! – Remo disse se levantando e indo pra cozinha – antes que vocês comecem a brigar de novo!
- Eu te ajudo Remo! – Mel disse indo atrás dele. ele era o único digno de piedade naquela historia. – você é o único aqui que não tem culpa de nada!
- Tenho sim! – ele pareceu explodir tudo o que estava entalado na sua garganta durante aquela tarde. – eu não tentei impedi-los, eu fiquei feliz por eles fazerem isso! em momento algum eu pensei em pedir pra que eles parassem!
- Mas você é bonzinho! – Mel riu pra ele de maneira encantadora e o menino se acalmou na hora – você é o único que presta aqui!
E eles foram juntos pra cozinha.
Mais tarde então, quando estavam todos satisfeitos com o jantar que Mel e Remo preparam eles se juntaram na sala e conversaram longamente. Sirius e James travaram mais uma vez a interminável discussão sobre quadribol e Remo e Rabicho pareciam discutir sobre as suas carreiras depois que tinham saído do colégio e Mel foi ficando sonolenta, sem participar de nenhuma das duas conversas.
Ela estava sentada do lado de Sirius. Pensou que se ficasse lá eles poderiam continuar a confortável conversa que estavam tendo na área dos fundos ao por do Sol e que ela tinha interrompido (“como eu pude ser tão burra!!”ela pensou depois). Mas Sirius parecia determinado a convencer James que o apanhador dos Tornados era o melhor que já havia acontecido em todos os tempos e James teimava em aceitar.
- Alomofadinhas, você não vai me convencer disso nunca!!! – James disse exaltado. – se ele fosse tão bom os Tornados estariam melhor na Liga!!
- Ah Pontas!! você simplesmente não consegue ver as coisas em isolado! Só por que você salvava todo jogo da Grifinória pegando o pomo e ganhando o campeonato não quer dizer que.... Mel? – ele perguntou meio rindo quando Mel caiu adormecida em seu colo.
- Putz!! – James riu – parece que ela não agüentou toda a sua ladainha!
- Ela devia estar cansada. - Remo disse e ele bocejava também – chegou de Hogwarts hoje, depois veio pra cá com todo aquela movimentação de limpeza e o jantar...!
- É, acho que eu e ela vamos ter que dormir aqui! – James disse olhando pra Sirius e rindo.
- É. – Sirius disse pegando Mel no colo – eu estava pensando em sugerir isso mesmo!
- Eu vou dar um jeito de avisar papai. – James disse se levantando.
- Eu vou coloca-la no meu quarto. – Sirius disse se levantando com Mel no colo.
E tremendamente cansada ela dormiu a noite inteira, sem idéia de que estava dormindo na cama do menino que ela era totalmente apaixonada.
Quando acordou teve um choque imenso. Estava no quarto de Sirius, na cama de Sirius, com a porta fechada, e tinha alguém na cama com ela. Ela se sentou na cama e olhou pro lado lentamente e ficou aliviada quando viu que era James que estava ali. Se levantou e olhou no espelho do canto do quarto. Estava ainda vestida de calça jeans e blusinha verde como na noite anterior. Ela arrumou os cabelos, foi ao banheiro e lavou o rosto, depois atravessou o quarto deixando James ainda adormecido na cama. abriu a porta e pulou um colchão que estava no chão (provavelmente onde Sirius tinha dormido).
Ia a cozinha procurando algo pra beber, o calor estava infernal. Tomou um copo de suco e olhou o relógio. Era quase onze horas.
“meu Deus... o que a gente tá fazendo aqui até agora...!” ela pensou consigo.
Ela andou pelo corredor e foi atraída por vozes que vinham da varanda. Foi até a sala e viu que a porta estava aberta, as janelas também e uma brisa agradável entrava por elas. Ela se escondeu precariamente atrás da cortina da janela que esvoaçava levemente e ficou ouvindo a conversa:
- .....e nós vamos ficar por aqui agora. – uma garota disse e sorriu – depois de todas essas mudanças eu estou feliz por estar num lugar fixo!
- Mas deve ser bem empolgante toda essa vida de explorações como seus pais e você tem...! – Sirius falava em um tom bem estranho. Mel se debruçou um pouco na janela pra olhar: ele estava só de shorts sentado na varanda conversando com uma linda garota morena.
- Ah, mas me faz perder muito, você sabe... – a menina riu – nunca dá pra ter muitos amigos quando não se para quieto e muito menos um... namorado. – a menina sorriu pra Sirius de maneira suspeita. – espero que as coisas melhorem agora.
- Com certeza sim! – Sirius disse sorrindo um pouco malicioso pra ela.
“ótimo inicio de dia!” Mel pensou saindo de perto da janela. Pegou uma cesta de vime que estava jogada num canto e um saco de moedas que estava em cima de uma estante e que ela sabia que era de Sirius. Calçou seus sapatos e saiu pela varanda, sem olhar pra o garoto.
- hei, Mel! – o menino disse quando a viu – bom dia! Você poderia vir conhecer Vera, minha nova vizinha.... – ele ficou falando com o vento quando Mel passou direto – hei, onde você vai?!
- Comprar algo pra fazer o almoço. – Mel disse seca, sem olhar pra trás.
- O que? – Sirius perguntou sem entender. A menina olhava tudo pasma.
- Você ouviu Sirius: comprar algo pra fazer o almoço, por que na sua casa não tem nada que preste e você não faz nada de útil! – ela disse sem cerimônia nenhuma e continuou seu caminho.
- Era sua namorada...? – Vera perguntou um pouco assustada.
- Não... – Sirius murmurou – e pelo visto não vai ser agora que ela vai se tornar...!
- francamente...! – Mel murmurava – “Vera, minha nova vizinha!” – ela imitou Sirius fazendo uma voz irritante – ela aparece hoje e ele já a chama pelo primeiro nome!
Ela andava em direção a feira que ela tinha visto que existia no meio do povoado quando chegou. Andava a passos largos e bufava de raiva. Por que Sirius tinha que ser tão mulherengo assim?!?!?
Ela ia tão raivosamente pela rua que quase foi atropelada por um carro que passava por ali.
- ahhh...! – Mel disse quando parou a um milímetro de se jogar na frente do carro sem perceber – desculpe! – ela murmurou se recuperando do susto. – eu realmente estava um pouco nervosa e não vi seu carro!
- Tudo bem... – uma voz que tinha um quê de interesse disse e finalmente Mel se virou pra olha-lo. Ele era... Diferente. Lindamente Diferente. Mel olhou o garoto vestido completamente de trouxa e num carro de trouxa (um jipe) e ouvindo musica de trouxa (Rock, Pink Floyd, ela distinguiu por que adorava. Ouvir musica trouxa era um dos poucos hábitos que ela ainda conservava da sua época do orfanato). Mas o rosto daquele garoto alto, ruivo, de cabelos longos amarrados e corpo atlético ela conhecia de outro lugar: dos jogos de Quadribol!
- Você é... você é... Derfel Backforth...? – ela perguntou pasma. Ele era apanhador do Appleby Arrows , o time adorado por ela e James.
- É, já faz alguns anos! – ele respondeu divertido abaixando a musica que ouvia – e você é...?
- Melanie Gray… - ela disse vagamente apertando a mão do menino que estava estendida a ela. – você...
- É, apanhador dos Arrows! – ele riu. – ainda me impressiono quando as pessoas me reconhecem!
- Bem, não deveria, por que você é muito bom e digno de se reconhecido por isso! – ela disse sem se conter.
- E eu fico muito sem graça quando uma garota linda como você diz uma coisa assim...! – ele disse sorrindo, mas seu rosto estava vermelho intenso do tanto que ele corou. Mel havia corado também pelo “Garota linda”. – posso ajuda-la? – ele perguntou descendo do carro e se ofereceu pra pegar a cesta de vime.
- Ahh.. claro. – Mel disse entregando a cesta a ele e eles passaram a andar juntos indo a direção a feira. – mas o que você faz aqui...?
- Ah, visitar meus pais. – ele disse e viu o olhar curioso de Mel repousar sobre o carro – são trouxas e eu tenho velhos hábitos trouxas. – ele fez um olhar preocupado – você não se importa não é?
- Ah não! – Mel disse se lembrando de quantas vezes já tinha sido chamada de sangue ruim e rindo abertamente – bem, por que vou me importar de você ser filho de trouxas se eu sou mestiça: filha de uma Gray com um bruxo e fui criada num orfanato de trouxas?!
- Nossa...! – Derfel disse impressionado.
- Você se importa? – Mel repetiu a pergunta dele
- Nem um pouco! – ele sorriu encantado pela beleza dela. – mas você é nova aqui não é? Eu não me lembro de ter ficado tanto tempo longe e não deixaria de notar uma garota como você se você estivesse sempre aqui!
- Eu estou na casa de um... amigo. – ela disse e sentiu uma pontada ao se lembrar de Sirius.
- E seu amigo te manda fazer compras? – Derfel perguntou olhando da cesta pra bolsa de moedas que estava presa a cintura de Mel.
- Aaah! – ela sorriu – na verdade ele é o melhor amigo do meu irmão e nós três fomos praticamente criados juntos... Eu vim passar um dia com ele e to dando uma ajuda na cozinha, já que ele mora sozinho.
- Ahh. – ele sorriu e gracejou com ela – cara de sorte. – Derfel analisou Mel por um momento e depois perguntou – e o que você faz..? quero dizer... você parece ser uma menina ainda...!
- Ah... – Mel riu – Terminando Hogwarts. Começo o sétimo ano agora.
- Ah, eu imaginava. – ele disse acompanhando Mel entre algumas bancas da feira.
- Você não esteve em Hogwarts, esteve? – Mel perguntou tentando determinar o quanto mais velho ele seria. Talvez ele já tivesse saído quando ela entrou.
- Ah, eu não cursei Hogwarts. – ele falou analisando algumas maçãs. – eu estava na Irlanda na época escolar, por causa do trabalho do meu pai. Então eu cursei uma escola local e não pude conhecer a famosa Hogwarts!
- Ah, é um lugar maravilhoso! – Mel sorriu radiante por falar de Hogwarts. Adorava falar do castelo. – uma pena que você não tenha conhecido.
- Vocês têm um campeonato de quadribol não é? – ele perguntou interessado
- Ah sim! – Mel disse colocando algumas coisas na cesta que Derfel ainda carregava e pagando ao vendedor por elas – Meu irmão foi o capitão do time o ano passado, mas terminou Hogwarts. Agora estamos a deriva até termos outro capitão.
- Estamos...? – ele perguntou empolgado – você também é do time?
- Artilheira. – Mel disse rindo pra ele – não tenho muito certeza se vou continuar no time esse ano, mas...
- Isso é ótimo! – Derfel sorriu pra ela – você sabe, os times de escola são geralmente de onde os treinadores de times profissionais tiram os novos Talentos. Eu voltei a Inglaterra e fui parar nos Arrows por que o treinador deles viu um jogo meu quando eu ainda estava na escola!
- Ah, mas eu não tenho a ambição de seguir carreira profissional...! – Mel disse com medo de desaponta-lo. – mas é que eu acho que minha área é um pouco outra... eu não sou tão boa em Quadribol quanto você pra poder tentar ser uma profissional! – ela sorriu pra ele.
- Bem, o que você pensa em fazer quando terminar Hogwarts então? – Derfel sorriu pra ela não parecendo perder o interesse na menina nem um pouco.
- Auror. – Mel disse colocando mais algumas coisas na cesta.
- Ah. – Derfel a olhou um pouco assustado – muito corajoso da sua parte.
- Você acha? – ela perguntou interessada.
- Acho. – Derfel estava sério – com todos esse acontecimentos... o partido das trevas...
- É. Tem sido difícil. – Mel suspirou lembrando-se das ultimas terríveis noticias sobre morte que estavam ligadas com o partido das trevas – e isso vai me tornar útil não é? Se eu for um auror eu posso ajudar! – ela falou tentando parecer animada
- É verdade. – ele sorriu – e se todos as aurores fossem bonitas como você é, eu adoraria correr perigo iminente!
Eles passaram mais um tempo na feira e depois voltaram no carro de Derfel até a casa de Sirius. Quando eles pararam na porta Mel viu que Sirius ainda estava lá, sentado, imóvel como se a esperasse voltar. Ela desceu do Jipe ajudada por Derfel que foi até a varanda ainda segurando a cesta de Vime de Mel.
- Sirius, esse é Derfel Backforth. – Mel disse totalmente feliz e radiante apresentando-os, num tom totalmente diferente do que tinha saído dali.Sirius olhava os dois com um semblante repentinamente duro – Derfel, esse é Sirius, o amigo de quem te falei.
- Ah, o cara de sorte! – Derfel sorriu estendendo a mão pra ele. – prazer em conhece-lo.
- Você é apanhador dos Arrows não? – Sirius perguntou o olhando e não pegando na mão de Derfel. Ele sabia ser tremendamente sem educação quando queria.
- É... sou. – Derfel guardou a mão, mas ainda sorria simpático – você torce pro meu time?
- Não. Eu torço pros Wimbourne Wasps. – Sirius disse seco. Mel fazia cara feia pra ele, pra ele parar de ser sem educação daquele jeito. ela sabia que ele estava mentindo, ele torcia pros Tornados e só tinha falado dos Wasps por que eles tinham um ódio mortal dos Arrows.
- Mel, finalmente você voltou! – A voz de James os alcançou e Mel agradeceu silenciosamente que ele estivesse chegando. Ele adoraria ver Derfel ali e isso quebraria o clima ruim. – onde você esteve esse tempo todo,.....? – James foi parando e olhando pra Derfel em sua frente. Então deu um sorriso engraçado e falou – Putz Mel! Da onde você tirou ele?!?!
- Derfel, esse poço de educação é meu irmão. – Mel disse rindo e apresentando James, e James cumprimentou alegremente o jogador, mas então foi Mel que se impressionou: Lily vinha de dentro da casa, sorrindo e acenando pra ela. – Lily!!
- Mel!! – Lily veio e abraçou a amiga. Elas riram uma pra outra e depois se separaram. – que bom te ver!!!
- Derfel, essa é minha melhor amiga e namorada de James: Lily Evans. – Mel os apresentou. Depois se virou pra Lily – eu não sabia que você viria!!!
- Eu e James combinamos isso ontem! – Lily disse segurando a mão do namorado. – era pra ser surpresa mesmo!
- Ah, eu acho que eu vou levar isso pra dentro. – Mel disse pegando a cesta das mãos de Derfel.
- Eu levo, pode deixar. – Derfel disse ainda prestativo
- Não, tudo bem! – Mel sorriu pra ele – se eu te tirar daqui agora, meu irmão me mata, ele ainda tem que fazer um pouco de tietagem!
- É claro!! – James disse rindo e encarando Sirius – Ele sim é o melhor apanhador da Liga!!!
Sirius devolveu um olhar tao mortal à James que James ficou sem graça e sem entender o que estava acontecendo. Mel foi pra dentro com Lily, sem ter certeza de que era seguro deixar os tres lá fora e antes de ir pra cozinha ela pediu a Remo e rabicho que fossem ficar com eles.
- pra não ter perigo de nada... – Mel disse a Lily. – o Sirius tava com uma cara....
- medonha! – Lily completou e riu pra Mel – acho que é ciúme de você, Mel!
- Ah não, é falta de educação mesmo... – Mel murmurou – se fosse ciúme meu nome tinha de ser Vera e não Melanie.
- O que...? – Lily perguntou sem entender e Mel explicou a cena que tinha visto de manhã.
- Mel, eu acho que você e o Sirius se enganam de mais! – Lily disse impaciente – vocês ficam se fazendo de bobos e se desencontrando!
- Eu não to me fazendo de boba! – Mel se defendeu. – eu só... acho que ele não gosta de mim...!
- Mel! – Lily disse quase a repreendendo por falar aquilo – eu não acredito que você....
- Eu preciso tomar um banho! – Mel disse interrompendo Lily antes que ela começasse a falar. Não estava com muita vontade de conversa aquilo naquele momento.
- Eu trouxe roupas pra você e pra James. – Lily disse a encarando e a entendendo. Elas eram amigas há tanto tempo que não precisavam de palavras. – Sr. Potter me pediu que eu passasse lá pra fazer isso. Vem, - Lily disse – tá lá no quarto do Sirius, você toma banho e depois a gente vai fazer o almoço pra todo mundo.
- É bom mesmo, por que eu to morrendo de fome! – Mel completou entrando no quarto do garoto.
Mel tomou um banho rápido e vestiu o vestido rosa claro que Lily tinha trazido pra ela. Penteou os cabelos e os deixou soltos pra que secassem livremente e calçava uma sandália quando Sirius entrou no quarto:
- desculpe. – ele disse rapidamente por ter a interrompido e ia saindo do quarto.
- Tudo bem Sirius, eu já estava saindo. – ela disse sorrindo pro menino ao tentar quebrar o clima ruim entre eles – eu que tenho que pedir desculpas por estar usando seu quarto assim!
- Eu já te disse que essa casa é sua também... – Sirius murmurou parecendo irritado.
- Não, não é. – Mel disse sem sorrir mas ainda o olhando. – eu sei que você fica tentando ser gentil comigo me falando isso por que você sabe o quanto eu me sinto sem lugar às vezes mas...
- Aqui é o seu lugar. – ele disse como se desabafasse
- Mel eu acho que preciso de você...! – Lily apareceu na porta do quarto. Olhou pros dois e pareceu arrependida de ter chegado. – é que... – ela disse indecisa – ah... deixa pra lá...
- Eu... to indo com você... – Mel disse. Tinha sentido todo seu corpo estremecer quando Sirius disse aquelas palavras com tanta convicção, mas não tinha certeza do que aquelas palavras tinham significado. Estava confusa e mais uma vez tentada a ceder a seus impulsos e se jogar nos braços de Sirius e então correu dali com Lily, antes que fizesse algo que não pudesse controlar.
E Sirius sentou-se em sua cama, com a cabeça apoiada nas mãos, quieto, calado e sem saber mais o que falar.
Mel foi embora da casa de Sirius junto com Lily e James naquele dia à noite. O clima entre ela e o garoto não era dos mais normais. Eles estavam de certa maneira mais sérios um com o outro, formais, estranhos. Como se não soubessem o que falar e se falassem iriam dizer coisas que não queriam.
As férias foram tão chatas que Mel não pode acreditar. Ela tinha ficado dias se enrolando no ministério: eles estavam tendo problemas com a data de nascimento dela. Ela não tinha uma data de nascimento real e quando ela chegou no orfanato ela deveria ter mais ou menos um mês e meio, portanto a data em que ela comemorava seu aniversário não estava nem perto de estar correta.
Isso tudo implicava no exame que ela prestaria naquelas férias pra poder aparatar. Biologicamente ela tinha 17 anos, mas oficialmente não e Anthony passou um bom tempo com ela perambulando pelos corredores do ministério pra poder mudar a data de nascimento dela pra uma data mais perto do verdadeiro pra que ela pudesse fazer o exame. Anthony ficou furioso com toda aquela burocracia, ele, mesmo sendo de um influente cargo no ministério teve que fazer força pra tudo dar certo.
Depois disso, ela não teve muito tempo pra ver James e Lily, Sirius ou os outros. Eles estavam preocupados de mais com suas próprias vidas agora. James, Lily e Sirius estudavam com tanto afinco pra prestar os exames pra aurores que Mel não os via muito tempo e sempre que eles apareciam estavam atrás de livros.
E ela aproveitou pra ficar com seu pai. Não que ele estivesse tendo muito mais tempo, ele também estava muito atarefado com o seu cargo no ministério e tinha muito o que fazer com todas aqueles problemas que estavam tendo: o partido das trevas ameaçando todos, pessoas morrendo aos monte, histeria e pânico, o lado negro se tornando mais forte e tendo mais aliados.
Quando ficou a par de tudo que estava acontecendo, Mel viu que teria muito o que fazer quando saísse da escola. Teria que se dedicar muito por que o que mais se precisava naquele momento eram aurores, e era isso que ela queria ser. Ela queria lutar contra aquelas pessoas que aterrorizavam todos, que destruíam famílias e acabavam com vidas. Ela queria lutar contra aquele ser medonho que era Voldemort.
Voltar a escola foi difícil. Se despediu de James em casa. Recebeu uma carta de Lily. Sirius falou com ela através do espelho que ele e James usavam pra se comunicar. Conversou brevemente com Remo através do pó de flu, mas na estação mesmo só estavam Anthony e Elizabeth.
Elizabeth parecia estar mais apegada a enteada. Ela tinha passado muito tempo com ela naquelas férias e as duas tinham se entendido melhor. Elas se abraçaram e se olharam:
- tenha cuidado Melanie. – Elizabeth disse. Parecia apreensiva
- vai ficar tudo bem.... – Mel disse meio sem entender. Não tinha idéia do por que sua madrasta estar falando aquilo
- por favor Liz, você vai assustar a menina! – Anthony disse abraçando a filha.
- Eu estou assustada Tony!! – Elizabeth se virou pro marido. – e eu tenho meus motivos! Você está sendo ameaçado constantemente por causa da sua proximidade do poder! Você tem estado em um cargo de decisões no ministério e .... eles não têm gostado das ordens que vocês dão e agora James... um auror!!! – ela ficou levemente com lagrimas nos olhos – eu acho que nós não deveríamos ter o incentivado a fazer isso!!
- Mas é o que ele sempre quis! – Mel defendeu o irmão. tinha ficado felicíssima por ele ter conseguido passar no teste. Ele, Lily e Sirius. – ele está fazendo o que gosta!
- A Mel está certa Liz. – Anthony olhou pra Mel – eu tenho orgulho de James estar querendo um cargo de responsabilidades como esse e acho que ele vai se dar muito bem! ele é muito inteligente e ágil Liz! Ele está no caminho certo!
- Mas... é nossa família... – Elizabeth abraçou-se a Mel – eu tenho medo de que nossa família se acabe por causa disso...!
- Vai estar tudo bem Liz...! – Mel disse tentando soar reconfortante e olhando a madrasta. De repente sentiu que Elizabeth realmente sempre tinha gostado dela, mesmo que nunca tivesse falado aquilo. – eu vou estar bem, todos nós vamos!
- Isso mesmo filha! – Anthony disse dando um beijo no rosto da filha quando ouviu o apito do trem soar. – agora vá!
- Tchau pai!!! – Mel gritou pendurada da janela do trem. – tchau Liz!!!!!
E pendurada ali, vendo o olhar de apreensão de sua madrasta é que Mel sentiu que talvez... ela não queria acreditar, mas talvez.... sua vida dali pra frente poderia ser um pouco como uma tragédia.
O ultimo ano em Hogwarts começou nublado e triste. As mortes que aconteceram nas férias marcaram muitos alunos e eles estavam tristes. Mel estava muito também. Aquele lugar era diferente sem os marotos e sem Lily. Ficou um longo tempo no quarto de McGonagall quando chegou. E os primeiros dias foram passando apreensivos. Mel tinha noticias de casa sempre, mas isso só fazia com que ela quisesse cada vez mais estar perto deles.
Mel estava também carregada de coisas a fazer. Ela tinha se demitido do cargo de artilheira do time de quadribol, mas ainda assim restavam deveres, trabalhos e os NIEM’s.
Sentiu-se um pouco abandonada também por que quando encontrou com Alice e Frank viu que os dois tinham começado um namoro o que a excluía um pouco da convivência deles. Não que eles tivessem pedido isso, mas Mel não tinha nem um pouco de vontade de servir de vela!
Ela estava passando cada vez mais tempo com Hagrid no começo daquele semestre. Estava sempre pedindo que McGonagall desse a ela a senha do escritório de Dumbledore pra poder ir conversar com ele. E naquela noite de setembro era lá que ela estava.
- querida, eu sinto mas não vou poder te dar muita atenção. – O diretor disse enquanto guardava alguns de seus objetos de prata sob uma mesa.
- Tudo bem... se eu puder somente sentar aqui e ficar quieta... – ela disse suspirando e se jogando em uma poltrona. Fawkes veio até ela e posou em seu colo. A menina acariciou a fênix. O pássaro soltou uma nota grave e melancólica.
- Toda essa tristeza é por causa da distancia de seu irmão...?
- Do meu irmão, do meu pai, da Elizabeth, da Lily, do Peter, do Remo, do.... Sirius... – ela suspirou.
- Querida, é só um ano. – o diretor foi até ela e acariciou seus cabelos.
- Mas eu sinto como se um ano fosse muito.
- O que você quer dizer...? – Dumbledore perguntou preocupado
- Alvo....? – ela disse o encarando – você já se sentiu como se tivesse algo invisível apertando seu coração tao forte que você não conseguisse continuar...? como se ele fosse parar...?
- Já. Muitas vezes. – ele respondeu rapidamente como se soubesse exatamente o que ela falava
- Eu to sentindo isso! isso não sai de mim! – ela falou angustiada.
- Talvez você só esteja sentindo a ansiedade de tudo o que vem acontecendo. – ele falou tentando conforta-la. – você tem os NIEM’s esse ano e está preocupada com seus amigos e família... isso é normal.
- Não sei se é normal. – ela disse sombriamente. – só sei que não to gostando nada disso.
Mel encarou a mão esquerda e viu que, depois de muito tempo que a cicatriz no centro dela tinha ficado adormecida, como se não existisse, ela pulsou e ardeu. As letras M/S apareceram vermelhas na mão da menina. Mel suspirou achando aquilo suspeito. A cicatriz da mão de Severo é que deveria pulsar sempre que ela estivesse em perigo. Será que ele estaria em perigo agora? “Não. Eu não deveria sentir nada nessa cicatriz. Nada. Não faz parte da dívida”. E ela achou que as coisas estavam tomando rumos estranhos de mais.
Ela saiu da sala de Dumbledore um pouco intrigada e ao invés de ir a sala comunal ela foi pra biblioteca. Desceu até lá estando invisível e destrancou a porta com um aceno de varinha. Andou por umas estantes e pegou alguns livros. Pegou o de História da Magia e foleou. Nada que falasse sobre Dividas de Honra ali era relevante pra ela, ela já sabia. Procurou por outros. Ficou um longo tempo inspecionando livros como: a “Idade das Trevas: um prospecto sobre as artes bruxas medievais”, “Ensaio sobre pactos mágicos”, “Selando um contrato mágico: maneiras práticas e fáceis de se conseguir lealdade” e ainda “Como manter um amigo grudado em você: pactos mágicos”. Já era quase três horas da manhã quando ela se deu conta de que nada que ela tinha lido ali explicava o comportamento anormal da cicatriz. Mas o fato de ter lido “algumas variações nos padrões de dor e cor da cicatriz são normais” na ultima linha do ultimo livro que ela tinha pegado a fez sossegar.
Tentou fazer o mínimo de barulho possível quando chegou ao dormitório, mas mesmo assim, quando deitou-se na cama e fechou as cortinas, Alice abriu elas de novo, olhando a amiga:
- poxa Mel! – a menina disse chateada – eu e o Frank procuramos você em todo canto! Onde você tava?
- Na sala de Dumbledore. – Mel disse olhando a amiga que se sentava em sua cama, iluminada pela luz do luar.
- Aconteceu alguma coisa? – Alice perguntou preocupada
- Nada... – Mel disse esfregando os olhos de sono – eu só fiquei conversando com ele e depois resolvi ir a biblioteca e acabei perdendo a noção de tempo. Mas por que vocês tavam me procurando?
- É que eu acho que nós precisamos conversar... – Alice disse do jeito doce que sempre tinha – você anda tão distante Mel, tão preocupada!
- Todo mundo tá não é verdade?
- É, mas... por que você se afastou de mim e do Frank...? você sempre sai de perto quando a gente chega!
- Não é assim! – Mel a olhou indignada – eu só não quero ficar de vela!! A gente se fala normalmente dentro de sala de aula!
- Só dentro de sala de aula! – Alice retrucou – Mel, a gente não pediu pra você se afastar! Você sabe que o Frank te adora! E eu também!
- E você não acha ruim que eu fique por perto... eu quero dizer, eu não quero dar uma de enxerida! – Mel disse um pouco manhosa
- Deixa de bobeira Mel! – Alice sorriu – você é nossa amiga antes de tudo!
- Ah sabe... eu só quero a felicidade de vocês! – Mel sorriu – vocês ficam tao bonitinhos juntos, o jeito que o Frank fica atrapalhado quando te vê e... sei lá! É muito fofo!!
- Eu sempre gostei do Frank, Mel... mas parece que agora... quando a gente vê todas essas coisas ruins acontecendo lá fora... – ela falava pensativa – parece que eu quero me agarrar a ele e nunca mais soltar sabe? Como se todo o tempo que a gente fica junto fosse pouco!
- Eu sei, eu sei o que você tá pensando... – Mel disse com o rosto angustiado de novo
- Dá a sensação que todos estão correndo perigo de morte o tempo inteiro não é...? – Alice perguntou num tom sussurrado
- É. – Mel concordou e depois sorriu – mas eu sei que você e Frank vão sair daqui, vão se casar, ter um filho e eu vou ser madrinha desse filho!!!
- Se Merlin quiser!!!! – Alice disse rindo e abraçando Mel – e eu tenho certeza que vai acontecer o mesmo com você e com o ... Sirius!
- O Sirius.... – Mel disse sonhadora, olhando a lua através da janela e suspirando. – que saudade do Sirius...!
Mel esperava sempre e lia avidamente o jornal da manhã antes de ir pras aulas, ela queria ficar informada do que estava acontecendo lá fora. Naquela manha fria de novembro ela foleou as paginas amareladas do Profeta Diário e mexeu distraidamente seu mingau:
- que foi Mel? – Frank perguntou ao se sentar na frente dela. Alice estava do seu lado
- “Aprovada a utilização das maldiçoes imperdoáveis pelos aurores: Ministério decreta leis drásticas”. – Mel leu em voz alta – nossa... eu não achava que ia chegar até aí....
- tá todo mundo desesperado. – Frank suspirou pegando algumas torradas – e então, eu acho que nós vamos ter que treinar bastante elas na aulda de DcAT. Nós vamos sair daqui pra ser aurores não é?
- Eu não acho que o professor Kewting vá deixar a gente sair treinando as maldiçoes imperdoáveis por aí não é Frank? – Alice perguntou com cara de espanto pro namorado
- Mas é a matéria em que estamos não é? – Frank perguntou comendo suas torradas
- Aulas estritamente teóricas. – Mel disse soltando o jornal – E eu não queria ficar treinando isso, não mesmo!
- Tá dando pra trás Mel? – Frank perguntou e viu ela fazer cara de grilada – eu quero dizer – ele completou – nós vamos ter uma boa briga lá fora e temos que ter “armas” não é?
- Eu não quero falar sobre isso mais Frank! – Mel disse pegando um copo de suco de abóbora e levando a boca – tá me deixando deprimida.... AI! – ela largou o copo de suco que caiu na mesa com um estrondo derrubando suco por todo lado.
- Que foi? – Alice perguntou assustada.
- Nada... – Mel disse olhando a palma da mão. Sua cicatriz apareceu de novo, vermelha e doendo. Ela movimentou a mão como se pra verificar que os dedos ainda estavam lá por que dor irradiou de maneira muito estranha da palma da mão pra eles. – tudo bem... foi só uma cãibra...
Eles se levantaram juntos e foram pras aulas.
Os dias seguintes foram sufocantes. Ou era assim que Mel se sentia. Em transfigurações eles estavam tendo mais problemas que nunca quando começaram o treino realmente árduo de transfigurações humanas. E McGonagall não perdoava ninguém na hora de mandar trabalho extra pra casa: treinar as matérias dadas em classe mais um monte de deveres teoricos. DcAT estava sendo concorridíssima. Inesperadamente todo mundo estava preocupado em aprender tudo que podiam e o que não podiam também de maneira que o Porfessor era constantemente parado nas aulas pedindo que ele repetisse matérias antigas, mas que poderiam ser imensamente úteis quando se falava dos problemas que estava acontecendo lá fora. As aulas contra Dementadores por exemplo, tinha sido dadas no sexto ano, mas Mel se viu tendo que treina-las de novo numa aula em que um aluno extremamente histérico não sossegou enquanto a professora não passou tudo de novo. Poções estava sendo infernal. Mel sempre tinha tido a ajuda de Severo nessa matéria por que ela era péssima. Péssima era muito exagerado, mas ela tinha que se esforçar bastante e sem Severo pra lhe ajudar ali as coisas estavam muito complicadas. E todo o resto como runas, aritimancia e tudo mais estava complicadíssimo. Os prefessores faziam pressão dando deveres gigantescos e medonhos, que ficavam cada vez piores. E na véspera do Natal ela tinha tanta coisa a fazer que acabou decidindo que não iria pra casa. Ela sofreu por não poder ver seu pai e seu irmão e todo mundo, mas não dava, era muita coisa. E também Dumbledore falou que era melhor ela ficar. Não explicou o por que, mas disse que era melhor. E como em tempos difíceis como aqueles ela não ousaria em desobedecer uma ordem de Dumbledore ela ficou.
Acordou na manhã de Natal e se sentou em sua cama, afastando as cortinas com seus poderes. Olhou pras outras três camas ao seu redor: nenhuma de suas colegas de quarto, incluindo Alice tinham ficado pro Natal. Frank também não. Ela olhou pra baixo e pegou os presentes: abriu o de Frank e de Alice primeiro que estavam por cima. Depois mexeu nos embrulhos e pegou os de McGonagall e de Dumbledore. Sorriu ao ver o par de meias coloridos que o diretor tinha lhe mandado. “elas nunca são o bastante” ela se lembrou claramente dele falando.
- espero que ela tenha gostado das que eu mandei! – Mel riu falando sozinha. Ela e o diretor tinham a tradição natalina de dar meias de presente um pro outro, cada ano uma mais espalhafatosa que a outra, só de brincadeira. Esse ano as dela tinham um leão, símbolo da Grifinória que rugia toda vez que se passava o dedo nele. As que ela tinha mandado eram azuis e com pequenas luzes brilhantes parecendo o céu estrelado a noite e cantava uma musica natalina toda vez que se colocava elas nos pés.
Pegou o presente de seu pai e de Elizabteh. Um disco de vinil do Pink Floyd. Mel sorriu. Achava incrível como seu pai sabia dos gostos de trouxa que ela ainda tinha e como sempre acertava nos presentes que dava pra ela. E ela, que sabia que ele tinha um hábitos trouxas também, mesmo sendo de uma família puro sangue, mandou pra ele um disco de Jazz pra que ele colocasse em meio aos muitos outros que ele tinha em seu escritório em casa.
Pegou um pacote que tinha o nome de Lily e James. Era grande, e sólido. Mel abriu e encontrou uma caixa de madeira lindamente decorada. Pegou a caixa e ficou olhando. Abriu e riu um bom tempo por causa daquilo, a caixa explodiu em fogos e confetes que cobriram sua cama, enquanto um coro natalino bem esganiçado (pareciam elfos domésticos cantando!) fazia seus tímpanos doerem. Na tampa estava um bilhete escrito com a letra de James : Melanie Gray, espero que você esteja bem por aí, se divertindo e não se lamentando longamente por que o seu irmão lindo e cheio de uma presença estonteante não está ao seu lado fazendo que seu Natal seja um poço de prazer ao ouvir minhas tiradas engraçadas e minha risada encantadora!
Logo embaixo, com a letra de Lily: não ligue pra o que esse idiota arrogante escreve ; ) !! Eu espero que o seu natal esteja sendo bom! Eu to morrendo de saudades, queria muito te ver!!
Depois com a letra de Jay de novo: e eu sei que você vai achar que nada tem sentindo comigo longe de você por que é o amor fraternal que você sente por mim que dá razão pra sua vida...
Com a letra de Lily: (eu não sabia que seu irmão podia escrever tanta bobeira num bilhete só! Ainda bem que nós trocamos poucas cartas!!!) seu pai me falou que você tá preocupada com a gente aqui fora, mas fica calma Mel, tá tudo sobre controle! E logo você vai estar aqui com a gente! Guenta firme, só mais 5 meses pra terminar as aulas!
Com a letra de Jay: e então, guarde todo esse sua devoção para com minha pessoa pra que você possa me venerar em meu pedestal novo e de ouro que Lily construiu aqui nos jardins da nossa casa! Bjs, Jay
Com a letra de Lily: P.s.: nem pense em acreditar que essa ultima frase do seu irmão é verdade!!! Bjs, Lily.
Quando ela terminou de ler e finalmente o coro desafinado parou de cantar (“.... e um bom Natal pra você....!”) ela pegou o presente deles: um livro de humor escrito por um bruxo famosíssimo. Tinha mais um bilhette dentro, era de James e tava escrito: “fiquei sabendo que o seu humor anda péssimo sem o Sirius aí pra te alegrar!”
Ela conseguiu conter sua crise de riso com aquele presente e desembrulhou os outros. Tinha um presente de Remo com uma carta longa e detalhada, contando novidades. Ele tinha mandado um livro de Runas pra Mel: “lembra que você vivia pegando o meu emprestado?” ele escreveu na carta “e como eu não to mais aí eu resolvi mandar esse. Tem todo o tipo de novidade sobre runas, bem mais completo que o que você tem aí! Espero que goste e que esteja bem. as coisas por aqui estão meio que um caos, mas tá dando pra levar. Tenho passado vários dias com o Sirius na casa dele, por que aquele maroto idiota que se gabava de ir morar sozinho sem ninguém pra controla-lo não sabe ficar uma semana sozinho em casa sem que a casa vire uma baderna infernal e inabitável. Descobri que organização é o ponto fraquíssimo de Almofadinhas!! J E por um acaso ele vive falando que você vai vir morar com ele (tadinha de você!). prepare-se pra tentar controla-lo então!!! Abraços, Remo”. Mel sentiu mais que nunca que a-m-a-v-a Remo. Não como amava Sirius, mas como amava a James: como um irmão. “opa... peraí... eu falei amar Sirius...? Merlin! Eu amo o Sirius?!”
Ela ficou paralisada um tempo, pensando. Depois remexeu desesperadamente na pilha de presentes: encontrou algo que Peter tinha lhe enviado, um presente de Derfel “Putz! Ele lembrou de mim!!!”, alguns doces de Hagrid, mas nada de Sirius.
- ele não lembrou de mim....! – Mel disse em voz alta.
Ela se sentou na cama e mastigou alguns doces que Hagrid tinha mandado, evitando os muffuins de chocolate é claro, por que inevitavelmente eles eram inquebráveis (Hagrid não tinha muito jeito não cozinha). Depois trocou seu pijama lentamente por uma roupa quente e calçou as meias que Dumbledore rinha lhe mandado (ela quase teve um troço por que se esqueceu que os leões rugiam e eles fizeram um estardalhaço quando ela os calçou), calçou um tênis e desceu pro café da manhã.
Abraçou McGonagall tentando fazer com que ela não percebesse sua cara de enterro, por que não queria falar sobre Sirius com ninguém agora. Estava muito chateada. Portanto se desvencilhou de sua mãe e foi até Dumbledore pra lhe dar um abraço:
- e as meias? – ela perguntou tentando parecer animada
- ótimas, muito quentes, maravilhosas! – o diretor sorria – mas eu tive que esperar uns cinco minutos antes de sair do meu escritório essa manhã por que elas não paravam de berrar o “noite feliz”!
Mel sorriu pra ele, quando percebeu que Hagrid vinha das portas do salão principal a chamando. A menina correu até ele e o abraçou rindo:
- feliz Natal Hagrid!!! – ela disse – adorei seus doces, espero que você tenha gostado do meu presente!
- Ah, claro que sim Litlle Girl!! – Hagrid disse a chamando pelo apelido carinhoso que tinha dado a menina desde que ela tinha chegado ao castelo – você sempre acerta nos presentes! Mas eu acho que tem alguém lá fora que quer falar com você! Está te esperando no Hall!
- Me esperando...? - Mel perguntou – mas quem...?
Hagrid já tinha saído dali e ia em direção a mesa cumprimentar Dumbledore. Mel andou distraidamente até a porta do salão. E ela nunca esperaria ver o que viu. Era Sirius. Ele estava no meio do Hall a olhando e sorrindo.
- Sirius... – ela murmurou abobada
- Oi Mel. – ele falou rindo. Tinha um presente nas mãos – você vai ficar aí me olhando feito uma boba estouporada ou vai vir pegar seu presente?
Que presente que nada! Mel nem pensou em pegar a caixa das mãos de Sirius quando foi correndo até ele, simplesmente se jogou nos braços do menino e deixando ele a apertar num abraço. Um longo, quente e gostoso abraço.
- Sirius!! – ela disse ainda agarrada ao menino – o que você tá fazendo aqui?
- Eu tive folga no feriado de Natal. – ele disse sorrindo pra ela quando ele se soltaram. – o seu irmão, Lily e seu pai tiveram que trabalhar por que as coisas tao meio feias lá fora. Mas como eu fui liberado e não queria ficar lá em casa sozinho eu resolvi que tinha que vir te ver!
- Obrigada, obrigada, obrigada Sirius!!! – ela disse dando vários beijos no rosto dele – você nem imagina o quanto é bom ver um de vocês!!!
- Eu sei o quanto é bom ver você. – ele disse a segurando num abraço de novo – você está bem?
- Bem. – ela disse se esquecendo totalmente as dores na mão que ela vinha sentindo constantemente – e você? Você é mais importante, tá lá fora no ministério.
- Tá tudo bem..! – ele disse acariciando a menina e sentindo a angustia na voz dela – fica calma, Mel, tá tudo bem. Você não vai abrir seu presente?
- Ah! – Mel disse pegando a caixa decorada de branco com alaranjado. Em cima da tampa tinham um pequeno ramalhete de margaridas da mesma cor da caixa enfeitando. – meu presente tá sendo ter você aqui!!
- Que bom ouvir isso... – ele disse tocando o rosto de Mel suavemente com uma das mãos e a trazendo pra perto. Seus lábios iam se encontrando quando uma voz cortante soou pelo Hall
- Sirius?!??!?! O que você faz aqui? – Regulus, o irmão de Sirius os interrompeu. Ele vinha pro salão principal.
- O que esse imbecil tá fazendo aqui...? – Sirius perguntou indignado olhando pra Mel
- Sei lá... – Mel disse olhando Regulus – nem tinha visto que ele tinha ficado aqui!
- O que você faz aqui, projeto mal acabado de bruxo? – Sirius perguntou com desdém.
- Não é da sua conta. Você foi expulso da família não foi?!?!? – Regulus disse encarando Siruis
- E to bem melhor assim. – Sirius disse com calma
- Tô vendo. – Regulus olhou pra Mel – se misturando com esse tipo de gente. Espere só a mamãe saber, você sujando o sangue puro dos Black com essazinha aí.
- Cala a boca Regulus!!! – Sirius gritou pra ele furioso. Parecia querer Mata-lo por ele falar aquilo de Mel – eu já não to mais preso pelas regras de Hogwarts e posso te quebrar em vários pedacinhos se eu quiser!!
- Vem Sirius. – Mel disse o segurando e o puxando pra dentro do Salão principal. – vem tomar café comigo.
E eles entraram por Salão, de mãos dadas.
Depois do café eles andaram um pouco pelos jardins que estavam cobertos por uma camada generosa de neve. Conversaram sobre muitas coisas que aconteciam lá fora e Sirius deu as novidades. Contou que os mesmo os alunos do “curso de Aurores”do ministério (eles ainda tinham que estudar por mais três anos pra se tornarem aurores de verdade) estavam sendo recrutados pra fazer trabalhos de vigilância no ministério enquanto a maior parte dos aurores treinados ficavam fora, dando cobertura a sociedade e caçando os comensais da morte e procurando por Voldemort.
Contou que Anthony andava atolado em trabalho já que ele tinha um cargo de chefia no departamento de execução de leis mágicas do Ministério e a cada dia leis novas eram criadas.
Ele disse como ele, Lily e James estavam atolados de coisas pra fazer, mas disse empolgado do quanto estava gostando de ser “auror”:
- você também vai adorar Mel. – ele disse rindo pra ela – é bem algo que você gosta: perigo, ação, e você podendo intimidar muita gente com seus poderes como você faz por aqui!
- Eu não faço isso! – Mel se fingiu de ofendida
- Mas fazia no começo! – Sirius retrucou enquanto eles andavam de volta pra dentro do castelo.
- Ah... tá... – Ela riu – mas no começo eu era só uma menina boba. Agora eu não sou mais! Você e o James também eram só dois otários! – ela o encarou com um olhar provocativo - Não que vocês tenham melhorado muito mas...!
- Ah, é assim Melanie?! – ele perguntou rindo e a encarando. Pegou um pacote de dentro das vestes e jogou pra ela. Depois pegou um também. – eu te desafio a um duelo de bombas de bosta por causa dessa calunia e difamação!!
Ele pegou os pacotes do brinquedo nojento e começou a jogar nela tentando a acertar:
- Sirius!! Isso não vale!!! – Mel ria se desviando – se o Filch nos pegar ele me mata!!!
- Falou certo!!! – Sirius riu malicioso – ele te mata!! Ele não pode fazer mais nada comigo!!!
E eles foram naquela brincadeira até chegar na sala comunal da Grifinória. Poucas pessoas estavam lá e algumas se confundiram quando viram Sirius na escola. Perguntavam se ele tinha repetido de ano, ou se precisava fazer matérias extras.
Eles se sentaram e se esquentaram do passei gelado e depois desceram pro almoço. Sirius e Mel ficaram um longo tempo depois do almoço conversando com Dumbledore e depois Sirius se levantou da mesa e olhou Mel pesaroso:
- eu tenho que ir. – ele falou pra menina quando eles alcançavam o Hall de entrada do castelo. – tenho muito o que estudar em casa.
- Já? – ela perguntou ficando triste.
- É... – ele murmurou – infelizmente Mel...
- Vem... – Mel disse pegando na mão do menino e entrelaçando seus dedos nos dele. – eu te acompanho até o portão.
Eles andaram de mãos dadas até os portões. Hagrid os abriu e depois deixou os dois sozinhos:
- se cuida. – Mel disse pra ele. Os dois estavam frente a frente se encarando. – por favor, toma cuidado.
- Pode deixar, pode deixar Mel! – ele falou acariciando o rosto dela – não se preocupa, se concentra nos seus NIEM’s.
- Ahhh!! – Mel riu – quem diria!!! Um maroto me mandando estudar!!!!!
- É por que eu quero você do meu lado lá no ministério. – ele falou a olhando e sorrindo suavemente – se não fosse por isso eu ia te mandar infernizar a vida dos professores e manter a lenda dos marotos viva por aqui!
- Os marotos sempre vão estar vivos aqui! – ela disse – sempre, não importa o que aconteça!
- E você aqui... – ele disse apontando pro próprio coração – não importa o que aconteça!
Mel pensou que poderia chorar por ter ouvido aquelas palavras. Mas sorriu. Sorriu e sentiu o corpo dele junto ao dela. E eles se beijaram como se suas almas se entrelaçassem ali. Ele a envolvia nos braços e tocava os lábios rosados da menina com os seus. Os olhos dos dois fechados, suas mãos encontrando um o corpo do outro e se apertando forte, como se não quisessem se soltar. Quando se olharam de novo sorriam. Sirius tinha o maior sorriso no rosto que Mel já tinha visto. Ele apertava forte as mãos dela ainda.
- eu vou te esperar. – ele disse pra ela – mas só termina esse sétimo ano logo e vem pra casa!
- Pode deixar! – Mel disse dando um beijo suave na boca dele. eles se abraçaram de novo e se soltaram. Sirius já estava um pouco longe quando Mel gritou – lembra de mim viu?!?!
- Eu não esqueço nunca! – Sirius gritou de volta piscando de maneira charmosa pra ela.
E aparatou.
- Alice!!! – Mel disse e deu um pulo do sofá que estava quando a menina apareceu pelo buraco do retrato, de volta depois do feriado de Natal – eu tenho que te contar!!!
- O que? – Alice perguntou intrigada quando Mel a puxou pelo braço em direção ao dormitório das meninas. – o que aconteceu?!
- Oi Mel, também é muito bom te ver de novo! – Frank disse rindo e olhando as duas se afastarem
- Depois eu falo com você Frank! – Mel gritou quase sumindo na escada.
Elas se trancaram no quarto delas por um longo tempo com Mel contando aos mínimos detalhes como tinha sido o dia que tinha passado com Sirius e como aquele dia tinha terminado... bem!!
- Mel que lindo!! – Alice disse – ele veio aqui só pra te ver!!!
- Eu... eu... só nunca me senti tao feliz quanto agora! – Mel disse num tom totalmente apaixonado
- Você deve estar morrendo de vontade de acabar a escola e ir correndo pra ele!
- Eu to mesmo....AI! – Mel olhou pra mão esquerda. A cicatriz estava escarlate e um fio de sangue escorreu pela sua mão, como se alguém cortasse a sua carne de dentro pra fora.
- Tudo bem Mel...? – Alice perguntou assustada
- Tudo. – Mel disse fechando a mão pra que ela não visse o sangue. – não foi nada....
Mel simplesmente ignorou aquele acontecimento. Fingiu pra si mesma que aquelas dores eram normais, esqueceu. Se concentrou nos seus estudos por que estava louca pra prestar os NIEM’s logo e deixar Hogwarts.
“Nunca pensei que ia querer tanto sair daqui...” ela pensou enquanto terminava o trabalho de poções que estava fazendo. Alice estava do seu lado da mesa na sala comunal um pergaminho aberto na sua frente e a pena na mão, consultando de tempos em tempos o enorme livro de poções. Frank bocejou longamente se espreguiçando na cadeira que ocupava, ao lado de Alice:
- nossa... – ele falou – já é mais de meia noite.
- E eu ainda tinha que terminar aquele relatório de DcAT...! – Mel disse esfregando os olhos de sono
- Eu já terminei o meu. – Alice disse enquanto enrolava seu pedaço de pergaminho – se você quiser dar uma olhada.
- Ah, não... – Mel disse – obrigada Alice, mas eu não acho que vou fazer isso hoje. Ainda tenho que terminar esse inferno desse trabalho de poções e eu não consigo entender quase nada do que to escrevendo!
- Ah Mel, você sempre foi bem em poções! – Frank disse – você tirou uma nota ótima no seu NOM!
- Só por que antes o Severo me ajudava... – ela murmurou
- Sem essa! Quando a gente prestou nossos NOM’s ele já não falava mais com você!
- Mas nos anos anteriores ele tinha me ensinado tudo o que caiu nos testes. – Mel retrucou. – e ano passado ele me ajudava também, mesmo que fosse menos... e agora eu to totalmente perdida na matéria.
- Mel, você tem que ir com calma. – Alice disse juntando suas coisas – você tá ficando estressada e desesperada por causa dos testes!
- Você sabe o quanto eu quero me sair bem nos NIEM’s! – Mel disse com um tom de desespero na voz – eu quero sair daqui e me tornar um auror!
- Calma Mel! – Frank disse no tom de segurança que geralmente ele tinha – nós todos vamos estar lá. Mas só se você sobreviver até o fim do ano e pra isso você precisa comer e dormir. – ele juntou os pertences de Mel – portanto dá um jeito de ir na cozinha comer algo por que você não foi jantar hoje...
- E depois – Alice continuou pegando as coisas de Mel – você vem pro quarto, dormir. Amanhã a gente termina tudo isso.
- Tá certo.... – Mel bocejou – eu não ia dar conta de ficar aqui mesmo... – ela observou Frank e Alice se despedirem com um beijo e depois eles subiam cada um pro seu dormitório – obrigada por levar minhas coisas Alice. Boa noite pra vocês!
- Boa noite Mel. – Frank disse e sumiu no dormitório dos meninos.
- Boa noite. – Alice disse também sumindo em direção ao quarto delas.
Mel ficou sozinha por um tempo na sala comunal. Se espreguiçou e ficou um tempo curtindo preguiça antes de se levantar e pegar o pedaço de pergaminho que estava guardado em suas vestes. Pegou sua varinha e apontou por pergaminho falando:
- juro solenemente que não pretendo fazer nada de bom! – e então logo o mapa de Hogwarts feito pelos marotos apareceu na sua frente.
Ela observou o mapa por um tempo: Filch estava em seu escritório com sua gata enxerida. Nenhum professor estava nos corredores que pareciam estranhamente vazios. “Sem os marotos aqui essa escola perdeu as aventuras noturnas!!” ela pensou rindo sozinha. Passou pelo buraco do retrato e andou distraidamente pelos lugares tao conhecidos. Estava invisível, mas o lugar estava tão vazio que ela achava que nem era necessário. Chegou a cozinha rapidamente e entrou, encontrando os elfos domésticos que trabalhavam pra escola ajeitando uma coisa ou outra. Sentou-se em um banquinho que um dos elfos trouxe pra ela e logo eles a enchiam de comida. Ela ignorou o tanto de coisas que eles traziam e pegou somente um sanduíche e uma taça de suco, sabia que ignorar era melhor que tentar os controlar por que quanto mais você falava que não queria muita coisa, mais comida eles colocavam na sua frente. Acabou rapidamente com o seu lanche e se despediu dos elfos agradecendo imensamente.
Saiu da cozinha se sentindo sonolenta e querendo sua cama, mas antes de sair pelos corredores consultou o mapa mais uma vez e algo em especial chamou sua atenção: um pontinho rotulado “Regulus Black” caminhava da floresta proibida em direção ao castelo.
- o que ele tá fazendo lá fora há essa hora...? – Mel murmurou.
Depois guardou o mapa rapidamente e ficou invisível, correndo em direção aos jardins. Talvez pudesse ver o que Regulus estava tramando ao andar por ali tao tarde da noite. Andou devagar quando chegou aos jardins, consultando o mapa pra ver se encontrva o local exato de Regulus. O pontinho passou perto da cabana de Hagrid e virou em direção ao castelo. Mel foi até lá olhando pros lados, mas não viu ninguém, mesmo com a luz da lua cheia iluminando os terrenos da escola. Parou pra olhar a lua um minuto:
- lua cheia... – ela murmurou – o Remo não deve estar nada bem.... AI! – ela cambaleou por que alguém tinha batido nela. Ficou calda observando Regulus olhar pros lados a procura do que tinha feito com que ele batesse e caísse.
- Alguém aí...? – o menino perguntou num sussurro amedrontado.
Mel ficou calada e quieta, quase prendendo a respiração observando enquanto Regulus se levantava e entrava no castelo, quase correndo. Ela percebeu o brilho de um pequeno frasco de vidro nas mãos dele quando ele desapareceu pelas portas do castelo. Ela deixou de ficar invisível e pegou o mapa rapidamente. Observou Regulus fazer seu caminho a sala comunal da Sonserina. Ficou cada vez mais intrigada com aquela cena estranha. O que cargas d’água era aquilo que ele segurava? O que seria tao importante pra tirar o medroso Regulus Black da cama à noite desobedecendo às ordens da escola e indo até a floresta proibida?
Foi quando o barulho de uma porta se abrindo a assustou. Ela guardou o mapa rapidamente nas vestes, mas antes que pudesse se tornar invisível a voz de Hagrid falou com ela:
- Litlle Girl?! – o gigante perguntou a encarando – o que você está fazendo aqui?!
- Boa noite Hagrid... – Mel falou tentando fazer cara de santa. Ela apontou a lua e o céu estrelado – noite bonita não é?
- Você não está aqui fora há essa hora só pra ver a lua, está? – ele perguntou a olhando profundamente e desconfiado
- Sabe o que é Hagrid... é que eu estava... eu tava...
- Aprontando alguma com certeza! – Hagrid disse sem conseguir conter uma risada – o sangue de James Potter corre nessas veias não é? Vocês dois são grandes encrenqueiros!
- Ah! – Mel riu aliviada por ver que ele não estava zangado
- Eu pensei que com seu irmão fora daqui você ia ficar mais quieta, mas parece que eu me enganei! – o gigante continuou
- É... eu não perco a mania! – ela riu – mas o que você faz por aqui?
- Ah, eu vim abrir a porta pro Snuffles, ele estava lá dentro comigo e precisou você sabe... ir ao banheiro. Um chamado da natureza!
- Então é aqui que o meu gato tem estado! – Mel disse impressionada – ótimo! Ele gosta mais de você e do Sirius do que de mim!
- É... ele fica muito tempo comigo mesmo, é um bom bichinho, muito bom! – Hagrid riu olhando o Mel – mas.... – ele parecia indeciso – e... falando sobre Sirius... você e ele... vocês....
- A gente tá namorando sim Hagrid! – Mel completou já respondendo o que ele ia perguntar. Sirius e ela estavam namorando. Era tao bom falar aquilo que ela mal cabia em si de contentamento – é um namoro meio que à distância por enquanto mas... logo eu vou embora também não é?
- É... – ele pareceu se entristecer – é... eu venho pensando nisso mesmo. Você também vai embora... sabe, eu me acostumei a ter você aqui o tempo todo, nas férias e é estranho. Você cresceu Litlle Gril! – ele fungou
- Hagrid! – ela disse o abraçando – você não vai chorar vai?
- Ah... – ele pareceu envergonhado e a soltou – vamos, você tem que ir pra cama, Filch te mata se te encontrar aqui! Anda, eu te acompanho até a porta.
No outro dia ela mal se mantinha acordada na aula de Transfiguração. Eles treinavam a transfiguração de cor da pele uns nos outros. Era algo extraordinariamente complicado de se fazer, ela agitava sua varinha falando as palavras mágicas e apontando pra sua dupla mas a única coisa que conseguia era fazer com que ele ficasse com a pele totalmente púrpura com bolinhas amarelas ao invés de dar a pele dele a cor negra que deveria realmente ter.
- desculpe Liam... – Mel disse ao menino que fazia par com ela
- mais atenção por favor Gray! – McGonagall disse chegando perto de Mel e de Liam. A professora apontou a sua varinha pra Liam e o deixou com sua pele na coloração normal de novo, depois se voltou pra Mel. – venha até aqui comigo, Melanie.
Elas se encostaram em um canto da sala, Mel tentando desesperadamente conter um bocejo.
- você tem que se empenhar mais Mel! – Minerva disse a ela – esse é o tipo de coisa extremamente útil aos aurores, para ser utilizado em disfarces!
- O que...? ficar púrpura e com bolinhas amarelas é um bom disfarce? – Mel perguntou não conseguindo mais segurar e bocejando longamente.
- Eu vejo que você não anda prestando atenção em nada da aula hoje! – A professora estava irritada – mudar o tom de cor da sua pele é que é um bom disfarce! O que aconteceu pra você estar com tanto sono?! Espero que você não tenha ficado até tarde escrevendo cartas ao Black...
- Não mãe, eu não fiquei! – Mel a interrompeu, sua mãe andava implicando com o namoro dela, achava que a menina era “nova demais pra isso”. – eu estava e-s-t-u-d-a-n-d-o! Fazendo um trabalho de poções! Vocês professores tem quase matado a gente com tanta coisa pra fazer!
- É claro que sim! Os NIEM’s estão cada dia mais próximos! E por falar em poções o professor Worth veio me procurar falando que seu rendimento nas aulas dele caiu um pouco. O que aconteceu?
- Eu não sei! – Mel disse chateada. – é que Severo não está mais aqui pra me ajudar...!
- Eu me sinto melhor sem Severo Snape no seu pé se você quer saber.
- Você não gostava do Severo mãe? – Mel perguntou abismada. Sempre tinha achado que ela gostava do menino
- Eu... – a professora parecia atrapalhada – só acho que você está melhor sem ele.
Mel se calou. Andava pensando em falar pra Minerva sobre a Divida de Honra que Snape tinha feito pra ela e contar como a cicatriz vinha perturbando, mas achou melhor, depois daquilo, não falar nada.
- vá, volte a aula. Você precisa praticar muito! – Minerva disse a conduzindo ao meio da sala onde Liam esperava por ela. – se você não melhorar até o fim da aula eu vou passar um trabalho extra pra você.
- Mãe! – Mel disse indignada, depois viu o olhar serio que McGonagall jogava pra ela – tá... tudo bem.... – ela suspirou e voltou ao trabalho.
Os dias se arrastavam longamente com Mel inteiramente voltada pra seus estudos. Os únicos momentos que tinha de diversão era quando recebia as cartas de casa ou de Sirius. Naquela manha de fevereiro ela se sentou ao lado de Alice no café da manhã esperando avidamente que as corujas invadissem o salão principal trazendo as cartas. Mas a primeira coisa que veio parar na sua mão foi o Profeta diário e ela quase desmaiou quando leu o jornal:
“Casa de chefe do departamento de execução das leis mágicas atacada: Anthony Potter foi hospitalizado essa manhã”.
- Não! – Mel disse assustada. Abriu o jornal e começou a ler avidamente.
- Mel... seu pai está bem? – Alice perguntou chegando mais perto pra ver o jornal.
- Está... – Mel murmurou – está no hospital... foram os comensais da Morte que atacaram a nossa casa!
- Eles queriam... matar seu pai? – Frank perguntou lendo o jornal, de onde estava, parado atrás de Mel.
- Minha madrasta disse que ele vinha sendo ameaçado... – Mel disse sem tirar os olhos do jornal – parece era isso que eles queriam: matar meu pai!
- Seu pai é muito importante no ministério Mel... - Alice disse.
- James, Lily e Sirius estavam lá! – Mel disse ficando mais nervosa ainda.
- “Os futuros aurores James Potter (filho da vitima), Lily Evans e Sirius Black, se encontravam na casa de Anthony no momento do ataque e puderam deter os Comensais antes que eles cumprissem o que estavam dispostos a fazer”. – Frank leu em voz alta – parece que eles salvaram seu pai Mel!
- Será que eles estão bem...? – Mel perguntou, não tinha nado escrito no jornal – eu vou procurar o Diretor!
Ela se levantou correndo e foi em direção as portas do salão principal, mas antes que corresse pra o escritório de Dumbledore ela viu a figura imponente do diretor vindo em sua direção:
- não se preocupe, estão todos bem. – ele disse antes que a menina abrisse a boca. – Anthony e Elizabeth estão no hospital por que tiveram ferimentos leves, mas está tudo bem. Foi uma sorte James, Lily e Sirius estarem em casa naquele momento pois seu pai foi pego de surpresa e... bem... poderia ter acontecido o pior.
- Eu vou poder ir vê-lo? – Mel perguntou aflita.
- Sim, sim. – o diretor disse – eu imaginava que você ia querer isso. Minerva irá te acompanhar. Alias, ela deve estar te esperando na sala dela.
- Obrigada Alvo! – Mel disse dando um beijo agradecido no rosto do diretor e saiu correndo.
- Diga a Anthony que mando melhoras. – o diretor disse quando ela se afastava.
Mel chegou ao hospital totalmente aflita. McGonagall segurava firmemente a mão da menina como se segurasse uma criaça birrenta, pra que Mel não saísse correndo em busca do pai antes mesmo saber em que quarto ele estava. Depois que Minerva pediu a informação sobre o numero do quarto elas andaram por corredores e passaram por algumas pessoas conhecidas rapidamente, e Mel soltou a mão de McGonagall quando viu Sirius encostado na parede, de frente pra porta de um quarto. Correu até ele e o abraçou fortemente:
- eu sabia que você viria logo. Estava aqui te esperando. – Sirius disse a apertando forte.
- Como você está? – ela se soltou dele e o analisou dos pés a cabeça. Tinha um curativo no dorso da mão direita, e Mel a segurou. – o que foi isso?
- Não foi nada. – ele disse rindo – tá tudo bem, foi só um corte. Eu estou bem Mel, juro.
- E papai? Elizabeth?– Mel perguntou a ele enquanto McGonagall se aproximava dos dois.
- Eles estão bem, mas ficaram um pouco feridos. – Sirius apontou pra dentro do quarto – eles acabaram de acordar, James e Lily estão lá dentro.
- Entre. – McGonagall disse a menina – eu e Black esperaremos aqui pra não tumultuar o quarto.
Mel entrou no quarto e encontrou seu pai deitado numa cama e Elizabeth em outra. Eles pareciam bem, mas estavam pálidos. Elizabeth não tinha sinais ou curativos, mas seu pai tinha um enorme, na altura do peito que estava coberto por ataduras com o pijama colocado precariamente por cima. Mel correu até ele e o abraçou levemente:
- papai, que susto! – Mel disse
- ah querida, que bom que você veio...! – ele disse com uma voz fraca
- eu não ia ficar em Hogwarts numa hora dessa!
- mas nem lembrou de tirar o uniforme hein?! – James riu. Ele estava sentado num banco entre as camas do seu pai e sua mãe e Lily estava ao seu lado no banco.
- Num deu tempo! – Mel riu olhando o uniforme. Depois deu um beijo no rosto do pai e foi até a madrasta, a abraçando também. – você está bem Liz?
- Agora sim querida... – Elizabteh disse roucamente. Seu olhar estava parado e parecia em choque.
Mel abraçou James e Lily e se sentou ao lado deles. Segurou fortemente a mão do pai enquanto conversavam. Eles ficaram minutos ali, James e Anthony falando, contando que os Comensais tinham conseguido entrar na casa sorrateiramente antes de encurralar Anthony no escritório. Só que eles não sabiam que James, Lily e Sirius estavam lá, e quando James ouviu vozes no escritório que não eram de seu pai ele empunhou sua varinha e foi até lá, seguido de Lily e Sirius. Mel ficou um longo tempo calada, depois que eles terminaram de narrar o acontecido. Estava sentindo um ódio mortal dentro de si, algo que ela nunca tinha experimentado. Queria matar as pessoas que tinham feito aquilo com seu pai e tentou se controlar. Ficou assustada com a intensidade do ódio que sentia.
E depois que ela bajulou bastante seu pai que parecia uma criança manhosa querendo carinho ela saiu com seu irmão e Lily do quarto enquanto McGonagall entrava pra fazer a visita.
Mel se abraçou a Sirius que estava do lado de fora. Ficou um longo tempo agarrada a ele, se acalmando:
- você tá tremendo meu amor.... – Sirius disse encarando Mel.
- Eu fiquei assustada! – Mel mentiu. Estava tremendo era de ódio. – eu quase tive um troço quando vi o jornal!
- Fica calma Mel, tá tudo bem agora. – Lily disse mas seu rosto não estava totalmente calmo. Ela estava de mãos dadas com James, e seu rosto parecia tenso ao observar o namorado.
- É mas... poderia não ter ficado bem... – Mel disse
- Deixa de ser agourenta Mel! – James disse rindo com seu jeito calmo e despreocupado de sempre, tentando acalmar Mel e Lily – credo!
- Tá mas... por que o papai? – Mel encarou James – o que eles queriam com ele? Se tinha alguém que eles deviam querer matar era o Crouch não era? Eu quero dizer, ele é que tem dado ordens drásticas pra combater os Comensais!
- É, mas papai também tem feito muito. – James disse ficando serio de repente – você não soube direito por que está confinada em Hogwarts.
- Eles querem tirar qualquer um que se ponha no caminho deles Mel. – Sirius disse – e seu pai tem sido uma enorme pedra no caminho desses caras.
- Olha, dá pra falar de outra coisa? – Lily pediu repentinamente – já tivemos o bastante não...?
- É... – James deu um beijo suave na namorada – você quer ir pra casa não quer?
- Eu estou preocupada com meus pais Jay. – ela disse e Mel entendeu a preocupação dela. – eu queria muito ir pra lá, eles nem devem estar sabendo o que aconteceu comigo direito.
- Então vamos, eu vou com você. – James disse entrando no quarto com Lily pra se despedir.
Sirius abraçou Mel e a Beijou longamente quando eles ficaram sozinhos. Mel se entregou naquele beijo e todo medo ou ódio que sentia desapareceram:
- você está bem? – Sirius perguntou.
- Bem. – Mel disse suspirando – agora eu estou bem vendo que vocês estão
- Tudo certo em Hogwarts?
- Tudo... – Mel disse – só muito o que fazer.... e ....– ela hesitou
- E...? – Sirius disse interessado
- É seu irmão... – Mel disse meio indecisa. – ele tá estranho.
- Mais? – Sirius perguntou em tom sarcástico – o Regulus nasceu estranho!
- É mas... um noite eu o vi, ele estava voltando da floresta proibida, apressado. – ela falou – eu achei estranho, mas não pude fazer nada pra pega-lo ou denunciá-lo. E depois disse ele vem me rondando, me cercando sabe. Parece que quer falar comigo, sei lá...!
- Não chegue perto dele Mel. – Sirius disse imediatamente – não deixe o Regulus encostar em você. Se eu o conheço bem, e infelizmente eu conheço por que morei vários anos na mesma casa que ele, ele pode estar aprontando alguma coisa pra você. Provavelmente a mando da minha mãe. – Sirius parou e parecia amargurado – ele nos viu juntos aquele dia e deve ter contado a ela e ela vai querer te fazer algum mal por você....
- Estar sujando o sangue puro dos Black ao namorar com você? – Mel perguntou rindo, parecia achar aquilo ridículo.
- É... isso mesmo. Ela vai aprontar um escândalo por eu estar namorando você, pode ter certeza!
- Ah, tudo bem! eu adoro chamar atenção dos outros mesmo! – Mel brincou.
- Ah, é mesmo. Eu esqueci que você é irmã do exibido do pontas! – Sirius brincou também e a agarrou num abraço e eles se beijaram de novo.
Alguém pigarreou e eles se soltaram:
- sabe eu acho ótimo que o Almofadinhas aqui seja seu namorado Mel... – James falava pra eles ao sair do quarto – Mas eu ainda não sei se estou pronto pra ver ele te agarrando assim não!
- Deixa de ser bobo Jay! – Mel sorriu pra ele vendo Sirius rir também
- Você fica aqui até que hora? – Lily perguntou pra Mel ao dar um longo abraço de despedida na amiga
- Até a noite. – Mel respondeu – vou passar o dia aqui com papai e Liz.
- Ótimo, a gente se vê depois então. – Lily disse soltando a amiga – eu só preciso ir em casa ver meus pais.
- Nós voltamos. – James disse dando um abraço em Mel – você vai ficar também Sirius?
- Vou. – ele respondeu – não é todo dia que sua irmã tá aí né?
- É! – James riu – entra Mel, papai tá chamando por você.
E mel passou o dia inteiro paparicando seu pai e sua madrasta, eles conversaram e mataram a saudade. James e Lily apareceram de novo quase no fim do dia e Mel não teve muito tempo pra ficar com eles. E pouco depois do anoitecer McGonagall a chamou pra ir. Muito pesarosa a menina despediu-se de todos (demorou longamente no abraço que deu em Sirius) e elas se foram.
Mel fez todo o possível pra tentar não enlouquecer de preocupação quando voltou pra escola, mas estava sempre apreensiva se as cartas de casa demoravam a chegar ou se o jornal tinha uma noticia bombástica.
E passava cada vez mais tempo estudando pra ver se não pensava em coisas ruins. Uma noite estava na biblioteca com Frank e Alice quando a bibliotecária veio avisar que a biblioteca estava se fechando.
- Bom, vamos continuar isso na sala comunal. – Alice disse se levantando o colocando a mochila no ombro. – Vem Mel. – ela chamou
- To indo.... – Mel disse olhando Frank, ele tinha a cara de quem estava querendo um tempo à sos com a namorada e Mel se tocou disso. – podem ir na frente que eu já vou.
- Tudo bem. – Frank disse piscando pra Mel, como se agradecesse e puxando Alice pra saírem juntos da biblioteca.
Mel riu quando eles saíram e ficou enrolando seus pergaminhos preguiçosamente e juntando os livros que eles tinham usado mais preguiçosamente ainda. Estava esperando ver Madame Pince vir em sua direção furiosa e a escorraçar dali, mas o que viu foi um frasco pequeno de vidro entre os livros que ela organizava. Curiosa ela pegou o frasco nas mãos e ficou observando. O liquido que estava dentro tinha um estranho brilho vermelho. Ela ia destampar o vidro quando um feixe de luz veio de algum lugar por entre as prateleiras e atingiu o frasco que se quebrou derramando o liquido vermelho nas mãos de Mel.
- droga! – Mel disse sentindo suas mãos arderem intensamente, mas ela olhava pra entre as prateleiras e viu o vulto que tinha lançado o feitiço nela e fazendo um movimento com suas mãos o segurou no lugar com seus poderes. – ah, mas você não vai fugir mesmo!!
Ela se levantou e foi até onde a pessoa estava imobilizada. Mel segurava sua varinha com força ignorando o fato de suas mãos estarem ardendo muito. Parou na frente da pessoa e falou num tom não muito surpreso:
- Regulus! – ela disse e com a varinha conjurou cordas que prenderam o menino nas mãos e nos tornozelos. – é melhor você ficar caladinho ou vai se arrepender de ter nascido! – mel disse quando ele pareceu querer falar algo.
Ela o tocou com uma das mãos, o puxando com sua energia psionica e ao mesmo tempo fazendo com que ele ficasse invisível. Pegou suas coisas e saiu da biblioteca normalmente, como se nada tivesse acontecido. Parou num corredor escuro do castelo e fez Regulus ficar visível de novo e o pôs de pé contra uma parede. Encostou a varinha na garganta do menino:
- eu queria mesmo conversar com você cunhadinho. – ela o chamou daquele jeito pra irritá-lo – eu queria mesmo saber o que você vem tentando fazer comigo! Fala! O que era aquela coisa vermelha no vidro?!
- P-p-poçao do fogo... – ele arfou parecendo assustadíssimo. Olhava pra Mel com os olhos arregalados
- Poção do Fogo? – Mel perguntou sem acreditar. Poção de fogo era usada pra causar queimaduras terríveis em quem era atingida por ela e sua única utilidade era causar dor e deformação. Mas ela não sentia tanta dor nas mãos assim. Olhou pras suas mãos, elas estavam vermelhas e irritadas, mas não pareciam queimadas de verdade. – Mentira! – Mel sentenciou – não era isso! fala, o que era aquele líquido?!?!
- E-era poção s-sim! – ele disse gaguejando ainda – mamãe mandou prepara- la e, e d-dar a v-você, mas eu não fiz direito! Eu s-sou péssimo em poções!
- Você não pode ter feito tão mal assim! – Mel analisou suas mãos: elas não estavam nem perto das deformidades horríveis que Mel tinha visto em fotos de livros que ilustravam o que a poção podia fazer. abriu a mão esquerda e viu a cicatriz muito nítida na palma da mão. Ela pulsava. – você não pode ter sido tão inútil assim Regulus!
- Eu não sou inútil! – ele retrucou – mas eu não fiz direito! – ele abaixou a voz pra um sussurro – mamãe vai me matar! Ela disse que queria te ver toda deformada e feia! Ela não quer você sujando o sangue dos Black!
- Patético! – Mel suspirou entediada com aquela ceninha
- Patético é meu irmão se juntar com você, sua sangue ruim! Você é o pior tipo de ser imundo que eu já vi, uma mestiça sangue ruim!
- Isso, insulta por que pelo visto isso é a única coisa que você sabe fazer direito! – Mel disse ainda entediada – mas sabe que eu acho que você merece um castigo?
- Um castigo...? – ele perguntou temeroso – o que? Não encoste em mim sua nojenta, não! Eu não sou meu irmão, sai de perto de mim!
- Tá louco? – ela perguntou – eu não vou encostar em você! Petrificus totalus!
E pouco depois Regulus estava imóvel e duro como uma tábua, somente seus olhos arregalados se mexiam pra lá e pra cá.
- você vai passar a noite no relento Regulus! – Mel disse rindo ao arrastar o menino pro lado de fora dos castelo com seus poderes. O colocou embaixo de uma árvore e riu o observando. – ah, e se você pensar em falar que fui eu que te deixei aqui quando alguém te achar amanhã de manhã, eu te mato. E mande minhas lembranças a sua mãe, tá?!
E ela voltou pro castelo, o deixando pra trás.
- eu sabia que ele era meio tapado, mas tanto assim?! – Frank perguntou quando Mel contou o episódio que tinha se passado com Regulus no outro dia, durante o café da manhã.
- Ele é um inútil! – Mel disse com desprezo pegando algumas torradas.
- É, mas poderia ter feito muito estrago se não fosse. – Alice disse encarando Mel – a mãe do Sirius é tao ruim assim Mel?
- É, pelo o que ele fala, é sim. – Mel suspirou – bela sogra não?
- Mais ou menos como a da Alice! – Frank disse brincando
- Pelo menos você admite que sua mãe é fogo! – Alice disse rindo
- Ah gente! – Mel disse – eu não acho sua mãe ruim Frank!
- Ela não é ruim, só é exigente de mais! – Frank disse rindo – eu a adoro, você sabe, mas ela é daquelas mães que acha que garota nenhuma é boa pro filhinho dela!
- Mais ou menos como a Liz! – Mel riu falando da madrasta– mas sabe que ela aceitou a Lily bem facilmente!
- Mas mesmo se não aceitasse ela ia ter que engolir por que o James é louco pela Lily não é? – Alice perguntou
- Ah, isso é verdade! – Mel disse – eu acho que Liz teria que aceitar a Lily mesmo se a achasse uma megera como a mãe do Sirius me acha! Ah! O correio!
Várias corujas tinham entrado pelo salão principal, entregando a correspondência. Uma enorme coruja de igreja veio até Mel e soltou uma carta na frente dela.
- ah, é do Sirius! – Mel sorriu – eu mandei uma carta pra ele ontem à noite falando do acontecido!
- E então? – Frank perguntou – o que ele diz?
- Mel, - ela começou a ler a carta – eu juro que mato o Regulus assim que eu o vir! Eu disse que esse projeto de ser humano que tem uma ervilha no lugar de um cérebro ia tentar fazer alguma coisa com você! Eu sabia que a minha mãe perversa e má ia mandar aquele filhote de trasgo te machucar de alguma maneira!
- Doce e fraternal! – Frank disse rindo
- Tem mais, olha só... – Mel falou e voltou a ler a carta – aquele ser abissal tem sorte de ser completamente tapado e inútil e não ter feito a poção direito por que se ele tivesse te machucado de verdade a única coisa que ia sobrar dele pra contar a história eram os ossos carbonizados em uma das covas da família!!
- Mel, o Sirius é ótimo com ameaças de morte! – Alice disse rindo
- É um doce de menino! – Mel brincou – por isso que eu o amo!
- Não vai continuar lendo? – Frank perguntou
- O resto é bem pessoal, com licença! – Mel disse pra ele ainda rindo, enrolando a carta e a guardando na bolsa.
- Sei, aí é que a carta começa de verdade né? – Alice brincou.
- Ih Mel, lá vem seu cunhadinho!! – Frank apontou Regulus que acabava de entrar no salão principal. Ele estava com as vestes amassadas e com o rosto contorcido numa careta de dor.
- Deve ter sido bem desconfortável passar a noite inteira lá fora, e sem poder se mexer! – Alice disse olhando pra Mel.
- Ele mereceu. – Mel disse se levantando com eles pra irem pras aulas quando passava mais perto da mesa da Sonserina ela disse – e aí cunhadinho? teve uma boa noite?
Regulus se encolheu no seu canto e e Mel saiu de lá rindo com seus amigos.
Os NIEM’s foram mais tranqüilos do que Mel imaginou. Ela não sabia se por que ela tinha se matado de estudar ou se era por outro motivo, mas quando ela terminou de fazer todos teve a estranha sensação de que tinha passado.
Os últimos dias em Hogwarts foram melancólicos. McGonagall tinha lágrimas nos olhos todas as vezes que se encontrava com Mel e Hagrid também. Filch, por sua vez, parecia querer soltar fogos de artifício quando Mel passou por ele na hora de ir embora.
Ela parou no Hall do castelo antes de sair com Frank e Alice. Disse a eles pra espera-la nos portões da escola e ficou esperando Hagrid, McGonagall e Dumbledore se reunirem a ela em despedida.
Minerva a abraçou em silencio, mas Mel sentia as lágrimas da mãe molhando o ombro de suas vestes:
- mãe... – Mel falou a apertando – a gente vai se ver sempre, eu juro que venho todo Natal e nas férias... você pode ir me ver também...! por favor não fique assim...!
- me desculpe... – A professora disse limpando os olhos e soltando Mel. – Mas... eu... Você é a única filha que eu tive Mel. – ela falou emocionada – é muito duro pra mim me separar de você agora.
- Nos não vamos nos separar! – mel disse dando um beijo no rosto da mãe. – eu nunca vou me separar de vocês! – ela disse olhando Minerva, Dumbledore e Hagrid que estavam a olhando. Ela foi até Dumbledore e o abraçou – Mas não posso negar que vou sentir muita falta de todos! – ela encarou os olhos azuis do diretor – de você meu querido professor, meu pai! Sua sabedoria vai fazer falta na minha vida lá fora!
- Ela estará sempre a seu dispor querida. – o diretor disse. Seus olhos tinham um tom de pesar em ver a menina indo embora – mas essa escola não será a mesma sem você...!
- É claro que não! – Mel brincou – vai ser bem melhor sem minhas travessuras!
Ela foi até Hagrid e o abraçou. Lágrimas grandes caíram sobre Mel.
- Hagrid! – ela disse – vou sentir tanta falta das conversas com você! Das suas histórias, do seu carinho!!
Ele não pode responder, só a abraçou.
- cuide-se little girl. – ele disse meio engasgado depois de um tempo – e cuide de Snuffles.
- Pode deixar...! – Mel disse se afastando. Lágrimas escorriam pelo seu rosto. Ela encarou aquela sua família que agora ficaria um pouco afastada por um tempo. Sorriu – bem... eu tenho que ir ou perco o trem! – ela suspirou e começou a se afastar – EU AMO VOCÊS!!!! – ela gritou quando já estava longe.
McGonagall acenou pra ela e depois encarou o diretor, que aparava com um dedo uma lágrima que caiu de seus olhos. eles sorriram um pro outro como se estivessem satisfeitos pela linda menina que saia dali, tao diferente de quando tinha chegado. Se Mel tinha entrado em Hogwarts indefesa, confusa e sem identidade eles tinham a transformado em uma pessoa honesta, feliz e segura de seus passos.
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