O Novo Inimigo



Obs>: capitulo novo na área, esse e o 5!!! um pouco mais de ação pra vcs!!!

COMENTEM por favor!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Ela passou as férias mais apreensivas que poderia ter passado. E a escola deixou de ser o poço de divertimento que ela era antes. Ela passou a maior parte do tempo escrevendo cartas, hora para Lily, ora pra Frank, ou Alice. Tinha recebido uma de Severo também e respondeu, mas ele acabou não escrevendo mais. Seu pai também escreveu mais do que o habitual. Tinha muito que contar é verdade. Disse do repentino rebuliço que aconteceu na sua casa depois que James tinha ficado sabendo da noticia de que ele e Mel eram irmãos. E o dia do retorno as aulas daquele ano foi tão esperado quanto temido.
Ela contou cada dia, como se estivesse próxima de algo terrível. Passava longos períodos na sala de Minerva, às vezes ajudando-a a arrumar as coisas, às vezes deitada com a cabeça no colo dela, aproveitando momentos que ela tinha para conversarem. Mel se apegava cada vez mais a ela.
Por isso, no dia que os alunos iam voltar ao castelo, quando seu quarto ano ali começasse ela deu um longo abraço na professora, que pra ela era como uma mãe, e entrou no salão principal de cabeça erguida pra ver o que seu irmão lhe falaria. Ela e James não tinham trocado uma palavra durante todo o verão. Ela estava abraçando Alice e Lily quando o viu entrar no salão, cercado por seus amigos como sempre. Ela sentou-se à mesa da Grifinória e esperou que ele chegasse até lá. Ele rapidamente chegou até ela e sentou-se na frente de Mel. Ficou em silencio por um tempo.
- você não devia ter escondido isso de mim por tanto tempo! – ele disse muito sério de uma vez com seus amigos sentando ao lado dele. – era isso que eu devia ter te dito naquele dia!
- Bem... você disse agora... – ela disse o encarando preocupada – tá com muita raiva?
- Nããão! – ele disse de maneira debochada rindo – mas se você tivesse me contado antes eu teria tido mais oportunidades de mandar em você, você sabe, eu sou mais velho você tem que me obedecer!
- Nem vem! – Mel disse se assustando, não tinha pensado nessa possibilidade. – papai não disse nada disso pra mim!!!
- Bem, é uma lei da vida não é? – disse Sirius rindo - irmãos mais velhos tem controle sobre os mais novos!
- Não mesmo!! – ela disse de novo e viu, por trás de James, Severo acenar da mesa da Sonserina. – pra falar a verdade eu queria que você guardasse certo segredo sobre isso...!
- Por que...?! – James parecia intrigado, mas seguiu o olhar de Mel até a mesa da Sonserina. – ah não! Por causa dele?!
- Ele é meu amigo! Se ele souber que eu sou sua irmã ele não vai querer me ver nem pintada de ouro!
- Você não vai ser amiga dele mais! – James disse irredutível – essa é minha primeira ordem como seu irmão mais velho!
- James!! – ela disse achando estranho chamar ele de James e não de Potter, ou idiota. – por favor! Isso é a primeira coisa que eu te suplico como irmã mais nova! – ela disse fazendo a cara mais adorável que conseguia
- Bem... posso pensar...! – ele disse olhando estranhamente para Lily que estava do lado de Mel ouvindo a conversa – podemos negociar isso mais tarde!

No primeiro sábado depois da volta as aulas Mel sentou-se, como habitualmente, na beirada do lago carregando o pequeno pacote de torradas. Trouxera hoje também dois copos de suco que estavam sobre uma pequena pedra ao lado dela.
Ela simplesmente esperava que Severo aparecesse, aquilo já era como um “ritual de volta as aulas”. E não demorou muito ele sentou-se ao lado dela. Mel o olhou, sorriu e entregou as torradas a ele. por um instante imaginou se James poderia procura-la por ali. Ele tinha passado a semana inteira enchendo o saco dela, mas não tinha espalhado que era seu irmão e isso não tinha chegado até Severo.
- as coisas estão ficando sofisticadas. – Severo disse com um sorriso sarcástico como todos os seus sorrisos costumavam ser, e pegou um dos copos de suco.
- É. – Mel sorriu. Perguntou-se por que eles nunca começavam aquela conversa com um simples bom dia. Perguntou-se por que eles tinham uma amizade tão estranha e por que e amizade dele era importante pra ela. – talvez ano que vem eu traga uma travessa de mingau de aveia também.
- Boas férias...? – ele disse pela metade. A boca estava cheia de torrada.
- Mais ou menos. Estava me sentindo um pouco... apreensiva. – ela disse cautelosamente.
- Eu imagino que sim. – ele disse sombriamente – você pareceu bem chocada depois dos acontecimentos em Hogsmade... no natal.
- Eu não fiquei feliz... – Mel comentou tomando um pouco do suco. Era a primeira vez que eles tocavam no assunto. – não foi uma boa experiência pra mim.
- Mas de certa maneira fez com que você se aproximasse do Potter. – a voz dele soou com desdém.
- Você não veio aqui pra brigar, veio? – Mel perguntou o encarando
- Não era uma crítica. Era um comentário. – ele acrescentou seco
- Ele e Black salvaram minha vida. – Mel disse imaginando se ele sabia de alguma coisa – de certa maneira eu tenho que ser mais gentil com eles agora.
- Isso não significa que você tenha que se curvar às vontades dele. – Severo acrescentou rapidamente. Parecia perceber que, durante a semana, Mel permaneceu muito submissa as vontades de James. Se ele não sabia que eles eram irmãos pelo menos desconfiava que algo estranho estava acontecendo – você não precisa disso.
- Eu só não me importo mais com ele... – Mel disse com a voz fraca
Um longo silêncio se pôs entre eles. Só se ouvia o barulho das torradas sendo mordidas e dos copos de prata sendo colocados sobre a pedra.
- eu fico imaginando... – Mel falou repentinamente deixando o que ela pensava sair de sua mente em palavras – será que tudo que acontece aqui vai ser relevante no nosso futuro de uma maneira...? Quero dizer... se eu tivesse entrado pra outra casa ao invés da Grifinória será que meu futuro fora daqui seria diferente...? ou se nós não estivéssemos aqui...? isso muda alguma coisa?
- Qual o problema Melanie? Estudando muita Adivinhação...? – Severo perguntou assustado com as palavras dela.
- Não... eu nem faço essa matéria... – ela disse vagando em seus pensamentos de novo – eu só estava pensando.
- Você anda pensando muito então. – ele disse mas de repente se calou. Ficou sério – não gosto de pensar no futuro.
- Por que não? – Mel perguntou intrigada.
- Por que ele não sabe se vamos o deixar sobreviver até ele terminar Hogwarts. – James disse de maneira zombeteira aparecendo repentinamente atrás deles.
- Potter! – Mel disse assustada se contendo pra não o chamar de James. – o que você está fazendo aqui?!
- Nós pegamos a mania do seu amiguinho aqui, a de ficar espionando os outros! – Sirius disse indicando Severo com o pé, como se fosse chuta-lo.
- Sãos seus novos... “amigos”... – Severo disse ficando em pé. Estava com uma das mãos sob a capa, provavelmente segurando a varinha.- o problema é seu.
Ele rapidamente deu as costas a eles e deixou Mel olhando furiosamente para a cara do irmão, Sirius e Lupin que estava com eles. Eles se sentaram mais ou menos onde Severo estava e James a olhou com um ar de desafio:
- que foi?! – ele disse – chateada por que estragamos seu encontro?
- Não era um encontro! – ela ficou mais furiosa ainda – nós só nos sentamos aqui e conversamos sobre as férias!!
- Ele é um idiota Mel! – James disse. Já chamava a irmã pelo apelido carinhoso – um idiota seboso que está atolado até o pescoço em artes das trevas e eu não vou deixar que ele se aproxime de você!
- Ele já se aproximou!! – ela disse – quero dizer, ele me estendeu a mão quando eu cheguei aqui, e nenhum de vocês fez o mesmo, fez?!
- Nós não te conhecíamos! – Sirius se defendeu
- Nem ele! – ela continuou – mas mesmo assim ele me fez companhia! E Lily também, eles não se importaram com o meu nome ou meus poderes!
- Evans é uma boa pessoa. – Lupin disse pensativo – mas Snape só se aproximou de você pelas artes das trevas que ele achava que você sabia não é?
- Essa pode ter sido a intenção inicial! – Mel disse chateada. Cruzou os braços e os encarou como uma criança birrenta. – mas depois que eu disse que não estava interessada nisso ele nunca mais me encheu sobre artes das trevas e nem acredito que ele esteja metido com isso!
- Por que você o defende tanto?! – Sirius perguntou indignado
- Boa pergunta! – James apoiou o amigo – não me diga que você é apaixonada por ele?! Eu posso jurar que você está realmente apaixonada por Sirius!
- Ahhh, não enche James!! – ela disse corando furiosamente e se levantando pra sair dali. O irmão a segurou pelo braço fazendo-a sentar-se de novo.
- Tá bom! – James disse rindo. Sirius e Lupin riam também – eu não vou mais falar que você ama o Sirius! Mas eu vou te dizer que se você não se afastar do seboso nós vamos te encher e o encher até que você faça isso!
- Ah por favor! – ela disse indignada
- Ele só é um idiota invejoso! Fica atrás da gente como um urubu sobre carniça! E é perigoso! – Sirius disse
- Você acabou de dizer que ele é idiota! – Mel rebateu
- E idiotas são perigosos só por serem idiotas! – Sirius explicou fazendo James e Lupin rirem
- Só o deixe de lado Melanie. – Lupin disse tentando acalmar os ânimos – não vale a pena. Ele não tem boas intenções. Nenhum ser que tenha boas intenções anda com Lucio Malfoy.
- E com Bellatrix Black! – Mel disse tentando atingir Sirius. – ela é sua prima.
- Infelizmente. – Sirius disse parecendo não se ofender – eu não tenho orgulho disso.
- Desista Mel. – James disse finalmente – nós vamos te atormentar até você desistir. Não quero te ver em perigo!
- Vocês já me atormentam sem um motivo específico. Isso não vai fazer diferença. – ela disse mas estava feliz por ouvir James falar que se preocupava com ela. – e eu sei me proteger sozinha!
- Mel...? – Ela ouviu a voz doce de Lily a chamar ali perto. – é você ...? – ela disse e apareceu do lado deles olhando intrigada com a presença de James e seus amigos ali. Por mais que não gostasse de Snape sabia que era ele que deveria estar ali com Mel.
- Ah Lily! – Mel disse aliviada – me tira daqui!!!!! Eles tão me torturando!!
- Que isso Mel, o que a Evans vai pensar de mim assim?! – James perguntou parecendo galante, olhando Lily nos olhos
- Que você é um idiota? – Mel perguntou rindo dele.
- Vem, vamos sair daqui! – Lily disse rindo
- Pode rir de mim Evans. – James disse quando elas se afastavam juntas – se é pra ver seu lindo sorriso pode ser que você esteja rindo de mim!
Lily olhou pra trás e sorriu timidamente, seu rosto corando.



E James cumpriu o que prometeu. Constantemente ele estava fazendo Snape passar ridículo na frente dos outros e o azarava sempre que podia. Quando encontrava Snape perto de Mel fazia tudo o que normalmente fazia com Severo só que em dobro, para afasta-lo da irmã. Mel não se deu por vencida, cada vez procurava mais por Severo, às vezes só pra irritar James, mas depois ficava chateada, por ter que submeter o amigo a essas implicâncias. Severo parecia não se importar, na verdade estava passando cada vez mais tempo com Mel e de certa maneira tinha deixado um pouco a convivência de Malfoy.
Mas estava cada vez mais difícil de esconder seu parentesco com James. As pessoas mais próximas de ambos já tinham conhecimento e uma vez ou outra ela ouvia comentários entre as pessoas quando ela aparecia com o irmão. Ela estava cada vez mais apreensiva com isso. sabia que algo muito ruim ia acontecer quando Severo descobrisse.
No sábado antes do feriado do Natal Mel estava atravessando os jardins em direção a cabana de Hagrid para vista-lo quando James a interceptou no meio do caminho. Os jardins estavam desertos, a maioria das pessoas estavam no castelo por causa do frio. Mel olhou pros lados antes de se aproximar dele. Ele trazia a sua coruja encarrapitada no ombro.
- papai mandou uma carta. – ele disse quando eles se aproximaram – está endereçada a você também!
- Pra mim...? – Mel disse intrigada. Seu pai costumava mandar as cartas a ela separada.
- É lógico. Você é minha irmã não é? – ele disse normalmente
- É... – ela murmurou e puxou James pra perto de uma árvore – pra não chamar muito a atenção...
James pegou a carta na perna da coruja que voou pra longe, provavelmente pra esquentar-se e desenrolou e começou a ler em voz alta:
“James e Melanie, fico realmente feliz de saber que vocês estão se dando um pouco melhor agora!” o pai deles começava a carta, entusiasmado. Mel se virou pro irmão:
- é, você não contou mesmo o quanto me atormenta...
“Eu comecei a imaginar que mandar as cartas sempre endereçada aos dois talvez possa ajudar nessa aproximação! Lendo as cartas juntos vocês vão ter que aprender a dividir algo, dividir atenção e informações. Tenho muitos planos para nossa família nesse ano e quero integrar você, Melanie, totalmente a ela. Eu sei que você ainda anda receosa com isso, e respeito sua vontade quanto ao seu nome, mas quero você mais por perto agora. Você sabe o quanto é bem vinda aqui! Com o Natal ficando próximo eu mando esta pra pedir que vocês, os dois, estejam em casa para o feriado. Ficarei extremamente feliz com a casa recebendo meus dois filhos. E tenho que dizer que seu quarto está pronto Melanie”.
- ele passou o verão inteiro reformando o quarto ao lado do meu pra você. – James disse. Melanie sorriu pra ele, achando tudo aquilo estranho.
“Sua mãe, James,” a carta continuava sendo lida pelo menino “manda dizer que não espera a hora de te ver novamente, você sabe, ela continua achando que os feriados que você passa em casa deveriam ser mais longos e que a casa fica vazia de mais sem você. E devo dizer que concordo apesar de apreciar o silêncio que temos com sua ausência”.
- você é uma peste mesmo né? – Mel zombou de James
“Elizabeth manda lembranças a você Melanie e diz que a receberá com muito carinho durante o feriado do Natal”. James continuou a ler e Mel deu um gemido meio pesaroso.
- que foi? – James perguntou – você não quer ir?
- Sabe... – ela disse tentando não parecer rude – seria meu primeiro natal fora de Hogwarts em 4 anos... é estranho... eu me acostumei em ver esse lugar como minha casa...
- Papai vai detestar se você não for. – James disse categoricamente
- Sabe... eu acho estranho... sua mãe... – ela disse muito baixo
- Você não está com medo da minha mãe, está? – James perguntou quase rindo
- Eu... mmmm..... – ela tentou pensar em uma desculpa, mas não conseguiu – é, eu acho que estou...
- Ah Mel! – ele disse rindo - você não precisa disso! Você vai adorá-la, minha mãe é a ultima pessoa do mundo pra se ter medo!
- Mas eu tenho! – ela respondeu assustada.
- É melhor você ir se acostumando Mel! Papai não vai ficar quieto até você ir morar com a gente! E tendo o sobrenome dele ou não você é uma Potter!
- Essa é a graça da história então. – uma voz fria, mas com um tom muito grande de raiva surgiu atrás deles. Severo surgia de detrás da arvore, não sabiam o quanto tempo ele estava ali, mas tinha ouvido o bastante. – os irmãos Potter se juntam pra ficar rindo da cara das pessoas que eles azaram pelos corredores e se gabando arrogantemente dos seus feitos!
- Não! – Mel disse rapidamente, seu rosto estava lívido de horror por ouvir aquilo. – não, não é nada disso que você está pensando Severo! Você entendeu errado!
- Eu não entendi nada errado Gray! – ele disse se afastando dela que tentava se aproximar – Ou devo dizer Potter?! Essa era a graça não é era? Me amaciar pra que seu irmãozinho me pegasse depois não é?! – ele falava com raiva – e vocês poderiam se encontrar e rir de mim!
- Eu nunca faria isso! – mel disse tentando não chorar. Sabia que aquilo ia ficar pior – eu só não te contei que o James é meu irmão pra que você não se afastasse de mim! eu só queria que você continuasse sendo meu amigo!
- Ia perder a graça se eu não estivesse sendo enganado não é?! – ele perguntou furiosamente, seu rosto parecia uma mascara de raiva.
- Seu idiota, só escuta o que ela está falando. – James disse sem se mexer. Não queria piorar as coisas, mas estava alerta.
- Você deve ter se achado o máximo não é Potter?! – Severo se virou para James – deve ter sido a coisa mais engraçada me enganar colocando sua irmãzinha pra me atormentar não é?
- Isso não é verdade Severo! – Mel disse s aproximou dele rapidamente. Agarrou a manga das vestes dele com a mão pra que ele não se afastasse. – eu nunca quis te atormentar, eu só queria ser sua amiga!! Você foi bom comigo, você foi meu amigo e eu não queria que isso terminasse por você descobrir que eu sou irmã de James! Não é justo comigo você pensar que eu estava mentindo!
- O que não é justo é você me usar como seu brinquedinho Melanie! – ele disse mais baixo, somente pra ela – não é justo você me fazer pensar que eu estava sendo respeitado por você como um igual, que eu tinha finalmente encontrado uma pessoa que não me desprezasse quando na verdade você só estava me manipulando! Mas você não deve saber realmente o que é justiça, não é? Sendo irmã dele!
- Eu não menti!! – Mel deixou uma lágrima escapar – eu nunca menti! Eu gosto de você, você é meu amigo! Eu não quero que você pense que eu menti, por favor! Eu só queria manter sua amizade e conquistar a amizade de James! Ele é meu irmão! Eu só queria manter isso junto, só queria me apegar a ele sem ter que me afastar de você!
- Então esse foi seu erro! – ele gritou – foi aí que você errou, por que nós vivemos em mundos diferentes Melanie, eu nunca vou estar no mesmo mundo que ele e se você faz parte do mundo dele, considere-se isolada da minha companhia! E eu pensei que você poderia...... – ele disse mas não encontrou palavras – vá! – ele gritou – anda, você está no mundinho dele agora, vá! – ele disse e a empurrou num gesto tão brusco que ela caiu de costas na neve.
- Não! – James disse apontando a varinha para Snape e gritando um feitiço. Estava preparado praquilo.
- Não! – Mel disse e desviando o feitiço com seus poderes psionicos antes ele atingisse Severo. – Não James, por favor!
- Mas ele te empurrou! – James gritava furioso indo até Mel e a ajudando a levantar. Mel o segurou pelas vestes para que ele não avançasse pra Severo que estava os olhando com um ódio mortal, ainda parado ali perto.
- Você estava certa Melanie. – Severo disse pouco antes de sair dali – o que fazemos aqui hoje com certeza vai mudar o futuro e você acabou de traçar o meu agora, nesse momento.
Ele saiu dali rapidamente, sem olhar pra trás. Mel ainda segurava James, com lagrimas silenciosas pelo rosto.
- o que ele quis dizer...? – James perguntou a ela.
- Não sei... – ela disse entre breves soluços. Mas era mentira. Ela sabia muito bem.
- Vem... – James disse a envolvendo com um dos braços e a direcionando para dentro do castelo – vamos terminar de ler a carta lá dentro. – ele olhou pro local aonde Severo ia saindo – mas ele ainda vai me pagar...!



- eu só não entendo por que você se importa tanto com ele! – Sirius disse mal humorado a Mel quando, mais tarde eles se sentaram juntos na sala comunal. – eu adoraria ter estado lá!
- Mel não me deixou fazer nada! – James disse irritado sentando-se ao lado do amigo. Depois se virou a sua irmã, que estava sentada perto da lareira, quieta – você não vai falar nada, nem vai explicar o por que?!
- Eu só não quero ouvir suas broncas agora James... – ela disse depressiva se levantando – eu vou subir, se você vir Lily peça a ela pra vir me ver tá bem...?
- Tá bem... – James disse observando o comportamento estranho de Mel.
Sirius a observou até que ela sumisse na escada que levava ao dormitório das meninas depois suspirou audivelmente. James o olhou:
- você não acha que ela gosta realmente dele, não é...? – ele perguntou temeroso
- não, não acho. – James respondeu seguro. – mas ela perece... não sei... não gosto disso. Mas acho que Seboso vai nos poupar o trabalho de tentar afasta-lo de Mel. Agora ele a odeia tanto quanto odeia a mim...!



Quando embarcava no expresso de Hogwarts no feriado do natal em direção a casa de seu pai Mel se sentia tão estranha que mal se reconhecia. Estava com medo e apreensiva, suava frio ao segurar a alça de seu malão enquanto esperava, ao lado de James, seu pai aparecer na multidão de pais que vinha buscar seus filhos na estação 9 ¾ para leva-los pra casa.
Ela estava chateada ainda com a situação com Severo. Ele tinha a evitado durante todo o tempo, não falava uma palavra, não aparecia mais nas manhãs de sábado para tomarem café juntos e parecia cada vez mais envolvido com Malfoy e Bellatrix e mais uma horda de mal carateres da Sonserina. Ela sentia calafrios cada vez que se lembrava das palavras que ele tinha dito a ela: você acabou de traçar meu futuro.
Ela sentia mais calafrios ainda quando imaginava como seria sua recepção na casa dos Potter. “Ops... eu sou uma Potter...” ela pensou se corrigindo.
Seu pai a enlaçou num abraço carinhoso quando ele apareceu. Abraçou James com o mesmo entusiasmo e os conduziu a um carro que estava na porta da estação.
- sua mãe está em casa Jay! – Anthony disse ao filho o respondendo por que a mãe não estava ali. Mel sorriu ao ouvir o pai o chamando daquele jeito – Seu tio Offrey e tia Mindy chegaram um pouco antes do esperado e ela ficou com eles.
- Ah! – James riu – Tio Charly vem esse ano?
- Ah sim, mas chega só na manhã de Natal! – Anthony respondeu – Janette e Marius também. Faz tempo que eles não aparecem, agora se animam mais a sair já que Judy e Julian estão um pouco mais crescidos. E menos pestes. – ele acrescentou rindo.
- Se bem que da ultima vez que vi Julian ele estava tentando amarrar o gato de Judy na vassoura de tio Marius.
“ótimo. Era tudo que eu precisava”. Mel pensou. “muitos parentes na casa, ninguém que eu conheço e todos vão ficar curiosos me olhando...!”
- você não deve estar entendendo nada não é Melanie?! – Anthony perguntou rindo.
- Não mesmo. – ela respondeu sem graça.
- Tio Offrey e tia Janette são irmãos do papai. Tia Mindy é mulher de tio Ofrrey, tio Marcus é marido da tia Janette e Judy e Julian são nossos primos, filhos deles – James explicou – Tio Charly é irmão da mamãe.
- Ahhhh... – Mel disse timidamente – muita gente né... eu não sabia...
- Não se assuste querida. – Anthony disse ternamente – nenhum deles vai te morder!
- Não garanta papai, talvez Julian tente! – James disse rindo.
Ela decidiu que não poderia haver um momento mais embaraçoso na sua vida do que aquele. Os Tios Offrey e tia Mindy a cercaram de curiosidade, a olharam, analisaram, abraçaram e sorriram até excessivamente a ponto de Mel se questionar se eles estavam rindo pra ela ou dela.
Elizabeth, por sua vez, foi bem menos espalhafatosa. A abraçou levemente e apresentou a Mel seu quarto, mas não parecia disposta a ficar fazendo sala pra menina de modo que ela ficou um longo tempo fechada no seu quarto novo olhando pros lados e arrumando algumas coisas no lugar.
O quarto não era exatamente a cara dela, mas era bem agradável. Era grande, pintado em tons de azul e amarelo. Tinha uma enorme cama de dosséis branca com suaves cortinas pendendo em volta dela. Criados e o guarda roupa eram também brancos e no mesmo estilo, mas a falta de objetos em cima deles denunciava que ninguém morava ali. Ela sentou na cama e imaginou se algum dia ela se acostumaria com aquele lugar. Colocou alguns pertences sobre os criados e dentro do guarda roupa. Era pouca coisa e ela achou bem estranho ver quão poucas suas roupas eram, poucas roupas que ela tinha trazido do orfanato, algumas outras que ela tinha ganhado de Dumbledore e McGonagall e na maior parte vestes do colégio.
Sentiu falta de Hogwarts. Tinha passado quase quatro anos confinada naquele castelo e era estranho chamar outro lugar de lar. Encostou-se na janela e observou a linda vista que tinha dali. Um grande jardim, muitas cadeiras espalhadas, um pequeno lago com plantas em volta e ao fundo uma pequena mata, que agora estava coberta de neve.
Ela suspirou profundamente lembrando das pessoas lá em baixo e não tendo vontade nenhuma de descer. Foi até a grande penteadeira branca que estava a um canto e pegou uma fita e amarrou os cabelos no alto da cabeça: eles chamavam muita atenção soltos. Ficou um longo tempo se olhando daquele jeito, e gostou. Parecia que seus olhos azuis se destacavam no rosto sem o cabelo caído na cara.decidiu que os usaria sempre assim agora. Ajeitou a grossa blusa de lã vinho sobre o jeans meio surrado e amarrou mais uma vez a fivela do sapato que estava teimando em sair. Foi quando ouviu a porta abrir:
- vem! – James disse impaciente – o almoço tá na mesa!
Ela obedeceu e desceu as escadas atrás do irmão. Sentiu todos os olhos da mesa pousarem sobre ela quando ela adentrou a sala de jantar. Sentindo o rosto ficar vermelho ela sentou-se ao lado de James na mesa. Seu pai estava sentado na “cabeceira”da mesa, com Elizabeth ao seu lado esquerdo. Tio Offrey e tia Mindy estavam do lado direito. James ao lado da mãe e Mel ao seu lado.
- oh, você tem lindos olhos menina! – Tia Mindy disse a ela, encantada.
- Obrigada... – Mel murmurou com o rosto voltado para o prato de comida. Pediu silenciosamente que eles não começassem a falar de sua mãe.
- Ela é muito bonita. – Tio Offrey completou.
- James, você não disse que convidaria Sirius para o Natal? – Elizabeth cortou o assunto educadamente.
- É, mas os pais dele não deixaram. – James disse comendo.
- Eu imaginava... é uma família estranha, apesar de Sirius ser um bom garoto... – Anthony disse e eles começaram uma conversa sobre a família Black. Mel ouviu aquilo com atenção, aliviada por não falarem nela de novo e ficou um pouco imaginando o que eles falariam dela quando ela saísse de lá.
A tarde foi bem mais difícil do que a chegada, ela achou. Quando sentou-se na sala com os tios e James eles desataram a falar sobre o encontro de Mel com sua mãe. James parecia empolgado e orgulhoso da aventura, mas Mel não gostou nada daquilo. Ficou respondendo cordialmente o que perguntavam, mas não tirava os olhos do relógio que ficava acima da lareira. O tempo parecia não passar.
- você herdou poderes de sua mãe Melanie? – Tio Offrey perguntou a ela.
- Sim. Todos. – James respondeu antes que ela abrisse a boca – mas são mais fracos que os de uma gray selvagem.
- Interessante, você sabe, não existem muitos estudos de como essas coisas evoluem. – Tio Offrey disse pensativo. – não existem registros no ministério sobre os poderes dos mestiços...
Ele falou quase sem perceber, mas Mel já se sentia estranhamente como um animal de laboratório.
- Offrey! – tia Mindy disse o censurando - por favor!
- Desculpe querida! – o tio se desculpou rapidamente – eu trabalho no ministério, divisão de animais fantásticos.
- Offrey!!! – Mindy quase se escandalizou.
- seres mágicos –ele engasgou e se corrigiu - e tenho alguma curiosidade... será que você poderia me mostrar seus poderes...?
- ahhh... – mel abriu a boca e ficou pensando em uma maneira educada de dizer não. Já estava se sentindo como um animal de zoológico o bastante, quando, de repente sua madrasta entrou na sala. Os olhares se voltaram pra ela.
- Offrey, Tony está te chamando no escritório. – ela disse sorrindo ao cunhado. E se virou a Mindy – eu queria te mostrar aquele livro, você me acompanha até meu quarto?
- Ah, claro. – Mindy disse e se levantou, mas antes de sair se virou pra Mel – desculpe seu tio querida, ele é maravilhoso mas não sabe ser sutil, nem um pouco!
- Tudo bem... – Mel disse observando-os sair da sala e ela ficar sozinha com James.
- Que foi? – James perguntou a ela quando ficaram sozinhos – tá estranha.
- Ahhh, nada. – Mel ficou um pouco furiosa com o irmão. Ele poderia ter ficado um pouco mais calado durante a conversa. – é só que o mico de circo aqui tá cansado de ficar se exibindo no picadeiro!
- O que?! – James perguntou sem entender
- Obrigado por me expor como um bichinho de laboratório Maninho!! – ela disse sarcástica. – eu adorei!!
- Eu não fiz isso!! – James disse tentando parecer inocente
- Ah, claro! – ela se levantou e saiu pela porta – você nunca faz nada não é mesmo?!
Ela se fechou no quarto se sentindo péssima. Queria ir pra longe dali, voltar pra Hogwarts. Tirou os sapatos e se deitou na cama observando o céu escurecer aos poucos até que a noite chegou escura e fria, com flocos de neve caindo aos pouco. Seu pai apareceu na porta do quarto:
- Mel, venha ficar conosco, eu quero que você se entrose com todos! – ele disse feliz. Tinha um enorme sorriso no rosto e parecia não perceber o quão chateada ela estava.
Ela se levantou quase se arrastando e desceu a escada em direção a sala de jantar que estava lindamente decorada pro natal e onde todos se encontravam conversando animadamente e esperando pela hora do jantar. quando ela estava na porta da sala Elizabeth dirigiu a palavra a ela pela primeira vez que desde que ela tinha chegado:
- você pode fechar a janela da sala pra mim por favor Melanie? – ela disse em tom casual e voltou a conversar com Mindy
- certo... – Mel disse e foi a sala.
Ela andou pela sala iluminada somente pela enorme lareira acesa e foi a direção da enorme janela da frente que estava aberta pela metade e por onde alguns flocos de neve entravam sorrateiramente. Fazendo um esforço considerável ela empurrou a janela e fechou o delicado trinco de prata. Ia encostando a cortina quando percebeu algo se movendo na neve que se acumulava lá fora. Encostou mais o rosto no vidro e destingiu a forma meio congelada de um garoto andando na neve do jardim da frente.
- Sirius! – ela disse e correu pra porta. Quando a abriu ele estava prestes a bater em busca de alguém – o que você tá fazendo aí fora! Tá congelante aí!! – Mel disse rapidamente o puxando pra dentro e fechando a porta antes que muita neve entrasse com ele.
- Eu sei! – ele disse balançando a cabeça e batendo as mãos pela capa pra tirar a neve. Largou o malão no chão – como você sabia que eu tava vindo?
- Te vi pela janela quando fui fecha-la. – ela disse andando pelo hall de entrada com ele logo atrás.
- Obrigada, eu tô tão congelado que não sei se poderia bater na porta sem me quebrar! – ele brincou e sorriu pra menina. Mel se derreteu um minuto pela beleza dele.
- James disse que você não viria! – Mel disse parando na sala. Tinha visto uma blusa de frio de James jogada por ali e a encontrou sobre o sofá. A pegou e entregou a Sirius que rapidamente tirou a capa e a blusa de frio molhadas e vestiu a seca.
- E eu não viria mesmo, meus pais não deixaram.- Sirius disse depois de vestir a blusa – mas eu fugi.
- Você o que...? – Mel perguntou meio atônita
- Minha mãe ficou furiosa por que eu coloquei pus de bubotúbera no sabonete de banho do meu irmão, você sabe o que isso faz não sabe?
- Sei... – Mel disse imaginando o irmão de Sirius coberto de terríveis caroços cheios de pus.
- Pois é. Era uma brincadeira, mas ela ficou furiosa e começou a me encher o saco e eu fugi pra não ficar ouvindo a ladainha.
- Às vezes eu acho que você é pior que o James... – Mel disse distraidamente ainda imaginando como o irmão de Sirius estaria. – e seus pais não tentaram impedir...?
- Tentaram, ameaçaram amarrar e me deixar de fora de casa até que congelasse – ele disse como se aquilo fosse comum - mas depois que eu disse que preferia congelar na neve do lado de fora do que passar o Natal com um bando de gente chata como eles, eles resolveram me deixar sair
- Você disse isso a eles...? – Mel perguntou boquiaberta.
- Disse! – ele respondeu como se fosse simples
- Almofadinhas! – James veio até eles atraído pela conversa – você veio!
- Eu não podia mais ficar em casa! – Sirius disse cumprimentando James – Mel me emprestou sua blusa, por que eu to congelado.
- Como você veio? – James perguntou pegando Sirius pelo braço e subindo as escadas em direção ao seu quarto, como se não fosse nem um pouco estranho o amigo estar ali
- Noitubus andante. – Sirius disse pegando a capa e a blusa molhada e indo com James – mas parei um pouco antes por que não sabia direito como chegar aqui, aí vim andando procurando sua casa. Mas tá nevando pra caramba!
Eles sumiram na escada deixando Mel ali, sozinha. As coisas só estavam ficando piores: agora além de James pra atormentar, Sirius estava ali também. Mas ai ela se lembrou do rosto sorridente de Sirius olhando pra ela e sorriu sozinha. Depois ficou um pouco preocupada. Pensar em Sirius e se sentir feliz não era nada normal...


O dia de Natal e o resto do feriado foram uma coletânea de altos e baixos. Em momentos Mel se sentia feliz por estar ali, isso quando geralmente eles esqueciam que ela era meio gray e falavam com ela como se fosse uma pessoa normal.
A chegada de Tia Janette com seu marido e filhos e de Charly, irmão de Elizabeth, fizeram as coisas descambarem um pouco: a curiosidade sobre Mel aumentou novamente. E tinham as crianças também: Julian e Judy eram terrivelmente custosos, Mel percebeu que isso devia ser de família.
Julian tinha nove anos e era um menino lindo e bastante irritante quando queria, não parava quieto, não ficava satisfeito enquanto não tinha a atenção de todos. Mel ouviu Elizabeth dizer que James era exatamente daquele jeito quando era pequeno e imaginou “então ele não mudou nada”.
Judy tinha sete anos e não desgrudava de Mel por nada. Mel não achou ruim, a menina era engraçadinha e agradável quando não estava chorando por causa das travessuras que o irmão costumava fazer com ela (o que foi boa parte do tempo, contando que James e Sirius se dispuseram a ajudar o menino algumas boas vezes).
O que mais fez Mel se sentir mal foi a presença de Charly. Não que ele não fosse agradável e sorridente, era até engraçado com os outros. Mas só com os outros. Tratou Mel de uma maneira tão fria e às vezes até rude que ela se sentiu deprimida.
Elizabeth algumas vezes tinha parecido bem assustada com o comportamento de Mel, o problema era que James parecia cada vez mais disposto a enche-la com brincadeiras idiotas e ela não conseguia ficar quieta. Aquilo geralmente acontecia em Hogwarts de minuto em minuto, e eles brigavam e gritavam um com o outro e jogavam coisas e batiam portas, mas no colégio não tinha muita importância, só que a mãe de James ficou bem escandalizada quando viu isso pela primeira vez. “Irmãos fazem isso” Janette disse tentando acalmar a cunhada mas Elizabeth continuou olhando Mel com desconfiança, como se o comportamento dela fosse nem um pouco adequado.
Tia Janette era um doce de pessoa e Mel gostou dela desde o primeiro momento. As duas conversaram algumas vezes e a tia ficou encantada com a maneira que Judy tinha se apegado à nova prima.
O que Mel mais tinha gostado era estar com o pai, ela já gostava dele muito, mas aqueles dias em que pode vê-lo de maneira mais intima foi muito importante pros dois. Quando, na noite antes de quando eles voltariam a Hogwarts, Mel se deitou confortavelmente em sua cama Anthony apareceu pra dizer boa noite:
- vejo que já está tudo pronto. – ele disse olhando o malão de Mel arrumado em um canto. Os criados e a penteadeira estavam quase como no dia que ela havia chegado: vazios, exceto por algumas poucas coisas espalhadas – e você não deixou muita coisa por aqui.
- Eu não tenho tanta coisa assim... – ela se defendeu.
- Isso não quer dizer que você não quer voltar, quer? – Anthony perguntou preocupado.
- Não, eu vou voltar sim! – ela se apressou em dizer – é costume. Minhas coisas geralmente ficam no malão, ou no meu quarto em Hogwarts.
- Esse é seu lar agora meu bem. – Anthony disse carinhosamente apontando pro quarto e se sentando na beirada da cama.
- Eu sei... mas Hogwarts também nunca vai deixar de ser. – Ela explicou.
- Eu quero que você saiba o quanto foi bom pra mim que você tenha vindo pro Natal! Matei minhas saudades e pude apresentar minha linda menina aos outros! – ele disse empolgado. Ela sorriu em resposta e Anthony continuou – e eu agradeço por você ter vindo. Eu sei que você não acha fácil essas apresentações.
- É que... as pessoas ficam me olhando como se eu fosse de outro mundo... – ela disse – eu já me acostumei com isso no colégio, mas aqui era diferente.
- Por que? – ele perguntou curioso
- Por que é minha família. É importante pra mim que eles me... aceitem... – ela disse timidamente.
- Eu sei que eles não só aceitaram como eles se encantaram com você! – Anthony disse a abraçando longamente – assim como eu me encantei desde que soube que você era minha menina!
- Eu te amo papai. – ela disse sem perceber. Simplesmente saiu.
- Eu também. – Anthony sorriu e deu um beijo de boa noite na testa da menina. – boa noite.
- Boa noite.
Mel se aconchegou na cama e seu pai a cobriu com as pesadas cobertas. Depois que ele saiu ela ouviu a voz de James sobre sua cabeça dizendo com uma voz fina como se imitasse uma criança: “oooohhhh Meeeellll!!! Você é minha melhoooor amigaaa! Você é doceee como uma nuvem de algodão dooocee!!”. Ele imitava o que Judy tinha dito a Mel antes de ir dormir e ele e Sirius morriam de rir. A voz deles chegava até ela por um cano que James tinha descoberto que ia de uma abertura no canto do quarto dele até uma abertura logo acima da cama de Mel, não passava nada pelo cano e a voz de James vinha nítida como se ele estivesse ali. Mel se ajoelhou na cama e disse quase gritado “Vê se me erra James!” e tampou o buraco do cano com uma meia.


- Mel você poderia me fazer o favor de tentar acordar seu irmão e Sirius pra mim por favor? – Anthony perguntou a Mel quando eles se cruzaram no corredor na manhã da volta a Hogwarts. A casa estava realmente uma bagunça, os hospedes estavam se preparando pra ir, o café estava sendo feito, eles tinham que voltar a Hogwarts e James se recusava a acordar – diga a ele que se ele não se levantar agora eu o levo a Hogwarts de pijama e tudo!
- Certo. – Mel respondeu e foi até o quarto do irmão.
Bateu duas vezes e não houve nem indícios de que alguém abriria. Ela chamou e bateu de novo e nada. Segurou a maçaneta da porta e a abriu levemente.
Espiou dentro do quarto. Era uma bagunça terrível. James estava deitado em sua cama no canto esquerdo do quarto, roupas estavam jogadas pelo chão assim como revistas de quadribol, tênis, meias, pacotes de logros e mais um monte de coisas que deveriam estar num lixo.
Perto da cama da direita onde Sirius dormia, os malões dos dois estavam meio abertos e meio arrumados, algumas capas estavam jogadas por cima e o uniforme de quadribol de James estava pendurado do lado de fora do guarda roupa esperando pra ser guardado no malão.
Mel entrou e tentou não pisar em nada que estava espalhado no chão, foi até a cama de James e o cutucou levemente o chamando. Ele resmungou e virou de lado. Ela observou mais em sua volta.
Haviam pôsteres de times de quadribol pregados em várias partes das paredes, algumas fotos e recortes de revistas em um quadro de avisos. A coruja dele dormia tranqüilamente em um poleiro perto da janela. Ela foi até a janela e afastou as cortinas. A luz fraca da manhã ainda nublada invadiu o quarto. Sirius cobriu a cabeça com a coberta e resmungou. A coruja de James piou de forma desagradável pra Mel:
- desculpe Arquimedes – ela falou pra coruja – mas tá na hora, nós temos que voltar a Hogwarts.
Ela andou até Sirius e o balançou:
- isso se aplica a você também! – ela disse ficando impaciente.
Foi até James e puxou as cobertas do menino, jogando-as no chão. Ele se encolheu mas continuou dormindo.
- Ah!! – Mel disse bem alto - to ficando cansada disso! Papai disse que se vocês não se levantarem agora ele vai levar os dois pra Hogwarts do jeito que vocês estão: de pijama!
- Eu gosto do meu pijama... – Sirius murmurou e se virou pro outro lado sob as cobertas.
- Tudo bem... – Mel murmurou e olhou pros lado, rapidamente encontrando o que queria: uma jarra de água e um copo ao lado dela. Ela encheu o copo com água bem fria e foi até James. – Irmãozinho.... hora de levantar!!!!
James deu um grito tão alto quando a água gelada o atingiu na cabeça e no peito que Sirius sentou-se na cama em um salto.
- você é louca menina?!?! – James gritou com raiva pra Mel
- não, vocês que são preguiçosos! – ela se virou pra Sirius que a olhava rindo – Se você não quiser um pouco de água gelada escorrendo pelo seu amado pijama é melhor você levantar logo!!!
- O que aconteceu aqui?! – a mãe de James abriu a porta rapidamente, devia ter ouvido o grito de James
- A louca da Mel, jogando água na gente pra nos acordar! – James disse chateado tirando a blusa do pijama molhado.
- Desculpa. Papai mandou acorda-los. – Mel se desculpou ficando roxa de vergonha sob o olhar de Elizabeth.
- Isso não era preciso. – Elizabeth disse, parecia um pouco aborrecida e atarefada. Ela e se dirigiu ao guarda roupa de James pegando roupas pra ele e pra Sirius - Agora levantem vocês dois e se vistam. Já está bem tarde e vocês vão se atrasar. – ela disse e entregou a roupa a cada um. – o café está pronto. – depois se virou a Mel,– você não vem toma-lo Melanie?
- Sim senhora. – Mel respondeu ainda se sentindo péssima, e acompanhou a madrasta até a mesa de café.
Depois do café tomado as pressas Mel subiu ao seu quarto pra buscar o malão. O arrastou até a porta e ficou observando o quarto por um tempo pensando quando o veria de novo.
- vai sentir falta daqui? – Sirius perguntou se aproximando
- ahh sim. – Mel disse um pouco melancólica. – mas ainda não me acostumei direito...
- você deveria agradecer. Os Potter são ótimos, eu daria tudo pra morar aqui com eles. – Sirius disse agora parecendo melancólico também.
- Eu sei, e concordo sobre eles serem maravilhosos, mas de alguma maneira... – ela disse pensando no que dizer e baixou a voz – eu ainda me sinto como uma intrusa aqui...
- Você não está falando por ser... – Sirius se aproximou dela e disse mais baixo – filha do Sr. Potter fora do casamento...é...?
- Isso, é isso... – Mel concordou com um fiapo de voz. – tive medo que ele não gostasse de mim por isso...
- Mel! – Sirius disse e sorriu lindamente – ele te adora e sabe que você não tem culpa de nada. Nem ele tem!
- Não...?
- As gray são terríveis Mel, - ele disse mais sério de novo – elas seduzem os homens de maneira que eles não podem fugir. Por isso ele não tem culpa. – depois ele sorriu – e sabe, James pode ser irritante mas ele ficou muito feliz quando soube de você! Sempre me disse que queria um irmão ou irmã!
- Mesmo? – ela perguntou desconfiada – mas por que papai e a Sra. Elizabeth não tiveram mais filhos...?
- Não sei exatamente... acho que a Sra. Potter teve problemas de saúde e não deu certo.
- Ela não gosta de mim não é mesmo? – Mel perguntou o que estava a martirizando por dias
- Gosta, mas morre de ciúmes. – Sirius falou – foi o que James me disse.
- Sabe... isso me faz me sentir mal. A casa é maravilhosa, eles são maravilhosos, mas eu me sinto... diferente. São minha família mas é como se eu fosse... diferente. – ela disse não sabendo como se expressar melhor. Para o espanto de Mel Sirius suspirou e a olhou nos olhos
- Sei como você se sente. Eu entendo... é como eu me sinto em casa apesar da minha situação ser diferente da sua.
- Por que? – Mel perguntou sem pestanejar. Aquela conversa intima tinha começado tão normalmente e eles falavam tão simplesmente um com o outro que parecia que eram melhores amigos há anos.
- Por que como você disse você ama sua família, só se sente deslocada aqui, por ser um pouco diferente deles. – Sirius explicou – eu não amo minha família, eu quase os odeio e me sinto diferente por que os acho repugnantes, maus. E eu não sou desse jeito. – ele riu de repente – taí Mel, nós temos algo em comum: somos os bonzinhos que descendem de pessoas más, sua mãe no seu caso, e temos um certo sentimento de estranheza com nossas casas! Acho que podemos formar um lar você não acha: a casa das aberrações?!
- Não concordo muito sobre você ser bonzinho, mas com certeza eu gostei da idéia! – ela riu pro menino que também ria de maneira encantadora.
- O que vocês tão tramando aqui?! – James perguntou os achando conversando baixo, parados muito juntos um do outro no meio do corredor.
- Eu estou tentando convencer sua irmã a sair comigo Pontas! – Sirius brincou e colocou um braço envolta de Mel. – quero ver se ela é tão apaixonada por mim quanto você diz!
- Hieca sai pra lá! – Mel disse empurrando o braço de Sirius pra longe, ficando roxa de vergonha e saindo rapidamente dali.
- É, acho que ela é apaixonada sim...! – James riu olhando a irmã descer as escadas carregando o malão.


Na volta a Hogwarts Mel passou um longo tempo conversando com Lily, as duas sentadas nas poltronas bem perto da lareira . Contou com detalhes como tinha sido o feriado. Contou de seus tios, como seu pai tinha ficado feliz, contou da sua prima Judy e de Julian, e de sua madrasta.
- como ela te tratou? – Lily perguntou curiosíssima
- bem, muito bem. foi muito educada, atenciosa quando eu falava com ela, mas não se esforçou muito em me “conquistar”. – Mel explicou.
- Então ela pareceu gostar de você?
- É... só não se derreteu em carinhos comigo.
- Ela deve sentir certo... ciúmes de você. – Lily disse pensando
- Eu acho que sim. Mas... de todo jeito não foi um desastre total. – Mel suspirou – eu gostei do meu quarto.
- Como é? – Lily perguntou curiosa.
- É bem legal. – Mel disse contando como era seu quarto e a casa, com todos os detalhes que poderia se lembrar. – é um lugar bem lindo, tirando o quarto de James é claro!
- Quartos de meninos são sempre terríveis. – Lily disse e olhou James que estava num canto com sua trupe. Eles pareciam quietos e cochichavam entre si. Tinham um pedaço de pergaminho entre eles e pareciam planejar alguma coisa. – dele então deve ser um... nojo...!
- James é legal sabe... – Mel disse olhando o irmão quase com pena – eu só não sei por que ele insiste em parecer idiota quando está em público!
- Mel, eu acho que ele parece assim por que ele realmente é idiota! – Lily disse pra amiga
- E seu Natal, como foi?! – foi a vez de Mel perguntar
- Bem, foi bem legal. Tínhamos alguns parentes em casa dessa vez sabe, foi bem animado, mas você não sabe da última! Você não sabe quem foi me visitar no feriado!
- Quem?! – Mel disse já imaginando de quem ela falava
- Mark! – Lily disse animada – eu dei o meu endereço quando estávamos no trem indo pra casa e ele apareceu. Disse que mora lá perto. Me levou um presente!
- Ahh! Que lindo! Nossa muito gentil da parte dele!
- Boa noite Mel. – James apareceu do lado da irmã, sorrindo. Agora ele tinha o hábito de se fingir de gentil sempre que Lily estava por perto, apesar de não se manter assim por muito tempo quando Mel começava a enche-lo de propósito.
- Boa noite, James. – Mel disse sorrindo pra ele também.
- Bonito colar Evans. – ele disse sorrindo pra Lily ao olhar o colar prateado com um pingente de borboleta com detalhes de pedras tão verde quanto os olhos da menina.
- Ahh! – Lily riu – você gostou? Foi um presente de Natal, ganhei de Mark Linton da Corvinal, você conhece?
James não respondeu nada, mas seu rosto se tornou pálido e ele fez uma careta que parecia de ciúmes. Resmungou um boa noite e subiu pro seu dormitório.



Os dias seguintes foram difíceis pra Mel. Ela estava ficando cada vez com menos esperanças de reconquistar a amizade de Severo.
Ela tinha tentado todo dia falar com ele desde que tinha voltado a Hogwarts do feriado mas ele estava a evitando e passava cada vez mais tempo com Malfoy e sua corja. Ele não tinha dito uma palavra a ela, não tinha sequer a olhado nos olhos e apesar de Mel esperar que ele fosse a procurar nos sábados de manha perto da arvore onde tomavam café ele não tinha aparecido nenhuma vez e Mel tinha comido as torradas sozinha.
Ela passava cada vez mais tempo com Frank e Alice, que eram maravilhosos com ela, mas sentia falta de Lily e até mesmo de James e Sirius, Remo e Peter, pessoas que ela tinha se acostumado a conviver já que passava uma boa parte de seu tempo livre com o irmão, mas os alunos do quinto ano estavam preocupado de mais com os exames de NOM’s e tinham muito o que fazer. Ela passava então o tempo que sobrava cuidando de Snuffles, ou estudando na biblioteca.
Uma noite, pouco antes do jantar, na biblioteca, quando colocava algumas anotações sobre historia da magia em dia copiando dos pergaminhos de Alice, Sirius e Peter a abordaram:
- você estuda de mais. – Peter disse horrorizado.
- É que não tenho mais o que fazer... – ela disse distraída. – vocês deveriam estar estudando! Vocês têm os NOM’s.
- Ah, eu não preciso me preocupar com eles! – Sirius disse com desdém.
- Aaahh senhor perfeição! – Mel disse – me desculpe se as provas que podem definir o seu futuro profissional não são nada pra você!
- Eu me garanto! – ele disse rindo de maneira charmosa – mas não fale muito sobre isso por que o rabicho aqui pode molhar as calças de medo!
- Pelo menos ele é sensato! – Mel defendeu rabicho. O menino pareceu lisonjeado pelas palavras dela e corou – alguém de vocês quatro tem que se preocupar com o futuro! E por falar nisso, onde está James e Remo?
- James está treinando. Tem o jogo com a Corvinal no sábado. – Peter respondeu
- E Remo está na ala hospitalar. Não está se sentindo bem. – Sirius disse distraidamente.
- Estranho não...? – Mel perguntou olhando Sirius de maneira incisiva – Remo deve ter a saúde muito frágil... sempre fica doente em uma determinada época do mês...
- Lá vai o Seboso...! – Sirius disse mudando de assunto rapidamente e apontando pra Severo que passava ali perto acompanhado de Malfoy.
- Eu já te disse pra não chamá-lo assim! – Mel repreendeu Sirius. Ele parecia mais determinado do que James a infernizar a vida de Severo e não perdia uma chance de azara-lo. Era quase um passa tempo.
- Você não desistiu de defende-lo ainda não é?! – Sirius disse chateado
- Eu já disse pra você e pro James deixarem ele em paz! – ela disse guardando suas coisas e se levantando – ele não enche o saco mais não é?
- Ele não perde a chance de azarar James ou Sirius sempre que os vê! – Rabicho disse
- É verdade...? – Mel perguntou encarando Sirius. Ela não sabia daquilo
- É... – Sirius disse despreocupadamente – antes a gente o azarava e ele corria como um cachorrinho com o rabo entre as pernas. Agora parece que ele perdeu a timidez e tá revidando. Ou então ele começou a gostar de apanhar!
- Por favor Sirius! – Mel disse pegando sua mochila e se levantando. – com licença, vou visitar Remo na ala hospitalar!
- Não! – Peter e Sirius disseram rápido.
- Não...? – ela perguntou parecendo intrigada
- É contagioso! – Peter disse rapidamente
- Madame Pomfrey disse que o que ele tem é algo contagioso! – Sirius disse olhando Peter como se ele tivesse dito algo além de sua capacidade.
- Então vocês que estavam com ele podem estar contaminados também! Como ela deixou vocês por aí...?
- Ela nos examinou. – Sirius explicou – disse que estamos bem.
- Aaah...! to indo pra sala comunal então... vocês vêm...? – Mel mudou de assunto pouco convencida.
E eles saíram juntos da biblioteca.

Naquela noite Mel montou guarda na escada do dormitório das garotas usando seus poderes pra ficar invisível. Ela tinha certeza que mais cedo ou mais tarde seu irmão, Sirius e Peter iam aparecer na sala comunal, rumando para o local onde Remo deveria estar realmente. Não demorou muito e ela viu os três saindo e se escondendo sob a capa de James antes de passar pelo buraco da parede. Os seguiu e passou pelo buraco antes que ele se fechasse com o quadro parando abruptamente na frente de um local que ela achava que eles estavam. Não demorou que eles tropeçaram na menina e eles caíram num monte disforme de várias pernas e braços semitransparentes.
- o que você tá fazendo aqui Mel?! – James disse quando conseguiu se levantar e viu sua irmã parada na frente deles.
- O que vocês estão fazendo aqui?!
- Nada que seja relevante pra você! – James respondeu pegando a capa do chão.
- Vocês estão escondendo alguma coisa muito estranha! – Mel disse
- Deixa de dar uma de irmãzinha chata e volta pra dentro Mel! – James disse a empurrando pro lado do quadro da mulher gorda.
- Não! Eu to preocupada! O que vocês tem feito saindo assim todo mês?! Onde está Lupin que some uma vez por mês e fica dando um monte de desculpas esfarrapadas?! – Mel perguntou realmente preocupada. Estava acompanhando esse comportamento estranho deles a um bom tempo.
- Não adianta Pontas... – Sirius disse baixo pra James – ela é tão inteligente quanto você...
- Ele é um lobisomem não é? – Mel se aproximou de James e perguntou baixinho.
- Há quanto tempo você sabe? – James perguntou se dando por vencido
- Há alguns meses. – ela disse aflitivamente.
- E você não disse pra ninguém? – ele perguntou
- Claro que não! Eu não faria isso! eu sei o que poderia acontecer se eu contasse, eu já senti na pele o que acontece quando uma noticia dessas sai por aí!
- Então, continue sem falar pra ninguém! – James disse e voltou a empurrar Mel pro lado do quadro
- Mas... eu só não entendo como vocês vão encontra-lo! Onde ele está? Ele pode machuca-los! – ela disse afoita, tentando resistir a James que a colocava pra dentro.
- Nos descobrimos uma maneira pra que ele não nos machuque, não se preocupe Mel. – Sirius disse enquanto James falava a senha, empurrava Mel pra dentro da sala comunal e batia o retrato de volta.
E Mel não pode tentar impedir mais nada.


Mel foi incumbida por Dumbledore de manter o segredo de Remo e não teve problema nenhum em faze-lo. Mas o que estava deixando sua consciência pesada era o fato de não ter falado para o diretor o fato de que seu irmão e seus amigos estavam visitando Remo durante as transformações.
Com o tempo passando Mel ainda não tinha desistido de procurar por Severo, mas ele parecia inacessível. Conseguiu falar com ele por uma vez numa manhã de sexta, antes das aulas quando o encurralou no trajeto da sala comunal da Sonserina para o salão principal, mas tudo que conseguiu o fazer dizer foi “fique longe de mim Potter” quando de repente ela foi atingida por uma azaração vinda de Bellatrix que vinha atrás de Snape seguida por Malfoy e sua horda.
Ela não tinha desistido, mas não o procurava mais. E ela esperava pacientemente todos sábados de manhã que ele viesse se juntar a ela na árvore perto do lago, e apesar dele nunca aparecer Mel continuava com o instinto de defende-lo quando James e Sirius o incomodavam o que acontecia várias e várias vezes por dia.
A vida de Mel estava relativamente mais difícil.
Lily estava tremendamente irritada com James por ele ter derrubado Linton de sua vassoura sem motivo durante o jogo de Quadribol entre Grifinória e Corvinal, time do qual Linton era capitão. Lily ficou tão chateada que evitava ficar muito tempo com Mel pra que não houvesse possibilidade de que James viesse se juntar a elas, como ele geralmente fazia.
Mel estava com dificuldades de conciliar suas amizades com seu irmão, por isso ela ficou feliz quando o ano letivo estava terminando, talvez depois das férias as coisas estivessem melhores.
Por isso ela ficou um pouco mais feliz quando os dias estavam cada vez mais quentes e os exames de NOM’s estavam acontecendo.
James e seus amigos tinham mais com que se preocupar agora e pararam de atormenta-la. Lily voltou a falar com ela normalmente e geralmente Mel a ajudava nas revisões para os exames. Mas numa tarde, quando saia aos jardins perto do lago a procura de Lily pra perguntar como tinham sido os exames daquela tarde viu o que ela não esperava ver: James parecia muito irritado ao segurar sua varinha com a qual mantinha Severo pendurado de cabeça pra baixo:
- Quem quer me ver tirar as cuecas do Seboso? – ele disse observando a expressão de horror que surgiu na cara de Severo. – que foi Seboso? Ficou assustado agora?! Tem alguma coisa aí que você não quer que a gente veja?!
- Pára com isso James! – Mel correu pro irmão gritando – solta ele!
- Ah não Mel! Nem vem bancar a boazinha agora! – Sirius disse interferindo – esse idiota merece!
- James, eu já te pedi pra deixar o Severo em paz! – Mel chegou mais perto do irmão
- Ele xingou a Evans de Sangue-ruim! – James disse furioso – ela é sua amiga não é?
- Mas ela sabe tanto quanto eu que essas palavras não significam nada, não nos ofendem! – Mel disse
- É só pra ver se dessa vez ele aprende! – Sirius disse indo pra Severo com a varinha na mão.
- Expelliarmus! – Mel disse o feitiço tão rápido que Sirius não pode impedir e sua varinha caiu longe.
- James, solta ele ou eu vou chamar um monitor que não seja frouxo como o Remo pra poder fazer alguma coisa com você! – Mel disse mas James permaneceu irredutível segurando a varinha e olhando a irmã de maneira desafiadora.
Mel desviou o feitiço que James usava para prender Severo usando seus poderes e antes que Severo despencasse no chão ela o trouxe suavemente ao solo da mesma maneira. Ele se endireitou e limpou a boca com a maga das vestes, ficou olhando pra Mel e James que se encaravam quase como se um desafiasse o outro a fazer alguma coisa. Ele pareceu querer revidar os golpes, agarrou sua varinha fortemente mas Mel o encarou com o mesmo olhar de desafio e ele a guardou nas vestes, pegou a mochila e saiu dali rapidamente.
- você tem que parar de fazer isso! – James gritou pra Mel descarregando sua raiva – você fica o defendendo quando ele não está nem aí pra você! Ele quer que você se exploda!
- E eu não vou me rebaixar ao nível dele e ficar o azarando por diversão! – Mel disse no mesmo tom – e você James é que devia parar de fazer isso!
E o clima entre eles não pode ficar pior.
De repente ela e James brigavam com uma freqüência tão grande que era difícil ficar por perto dos dois.
E quando Anthony mandou uma carta pedindo que ela viesse para as férias ela relutou e não quis e pediu pra ficar em Hogwarts mas não quis magoar seu pai quando ele disse que ficaria muito chateado se ela não viesse e então ela partiu.

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