Dia dos Namorados

Capítulo 32: Dia dos namorados



Tiago acordou tarde no sábado seguinte, que não teria aulas. A festa da vitória da Grifinória foi até tarde da noite e, só acabou por ordens de McGonagall. Tiago vestiu-se, escovou os dentes e saiu do dormitório.

- Bom dia - cumprimentou Sirius.

- 'Dia - cumprimentou Tiago.

- Sabe que dia é hoje?

- Claro que sei - respondeu Tiago - Catorze de fevereiro.

- E isso não te lembra nada?

- Não faço a mínima idéia - disse Tiago.

Sirius suspirou e riu.

- Você está ferrado - disse ele - Hoje é dia dos namorados.

Tiago sentiu o queixo bater no chão.

- Eu esqueci o presente da Lílian!

Sirius riu.

- Eu sei - falou ele - Não é divertido?

- Não! - gritou Tiago - Isso é péssimo! O que ela vai pensar de mim???

- Sei lá, arranja um presente - aconselhou Sirius, abrindo o seu exemplar do Profeta Diário.

Tiago fitou Sirius, com raiva, até que o garoto desgrudasse os olhos do jornal.

- O que foi? - perguntou Sirius, aborrecido.

- Onde é que eu vou conseguir um presente agora??? - perguntou Tiago.

- Sei lá - repetiu Sirius - Dá alguma coisa sua pra ela.

- Ah, ótimo - resmungou Tiago - Lílian adoraria ganhar cuecas!

- Bom, não seria um mau presente...

- Não, não seria... Todos quererm ganhar cuecas!

Sirius virou uma página do jornal.

- Se vira sozinho, então - disse, enfim.

Tiago suspirou e saiu pelo quadro da Mulher Gorda. Não fazia a mínima idéia de onde encontraria algo para dar á Lílian... Então parou para pensar. Onde ele encontraria algo para dar á Lílian? Mesmo não querendo seguir o conselho de Sirius, Tiago resolveu procurar algo em seu malão para dar á Lílian.

Correu de volta para o salão comunal e subiu para o dormitório sem atrair a atenção de Sirius.

- Muito bem, vamos ver o que temos aqui - disse ele, abrindo o malão aos pés da cama.

Haviam inúmeras bombas de bosta, chumbinhos fedorentos e outros artigos da Zonko's. Diversos livros da escola, sua vassoura de corrida e suas roupas.

- É, não tem nada - suspirou Tiago - Droga, o que eu faço agora?

Deitou-se no chão e lembrou-se de Hogsmeade.

- Eu posso ir lá comprar um presente para ela! - exclamou Tiago, sorridente.

Levantou-se de um salto e correu para o terceiro andar do castelo, onde havia uma passagem secreta para Hogsmeade. Deslizou pelo escorregador e saiu correndo pela passagem. Saiu no porão vazio da Dedosdemel. Subiu a escada e saiu no balcão da loja, que estava vazia.

- Ah, não - suspirou Tiago, correndo até a porta, que estava trancada - Droga! Alorromora!

Nada aconteceu.

Tiago escutou algum barulho vindo de outra parte da loja. Um homem saiu de outra porta. Imediatamente, Tiago saiu correndo de volta para a passagem. Meia hora depois, saiu do outro lado da passagem, ofegante.
- O que eu faço agora? - perguntou-se Tiago.

Resolveu procurar um lugar melhor para pensar. Subiu todas as escadarias até o corujal. Se adiantou até uma das janelas e abriu-a, para sentir o vento bater em seu rosto.

- Epa, o que é aquilo?

Uma coruja parda vinha voando na direção do corujal, com um embrulho amarrado em si. A coruja estava vindo diretamente para Tiago. Ela tinha a aparência muito velha e desgastada.

- Deve ser para mim - disse Tiago, estendendo a mão, para pegar a coruja.
Ela estava tão perto que dava para ver que a correspondência era mesmo para ele. No entanto, a coruja não chegou a tocar as mãos de Tiago. Morreu no meio do caminho.

- NÃO! - berrou Tiago, vendo a coruja cair lá embaixo.

Desceu correndo os sete andares do castelo e procurou algum sinal de uma coruja morta nos gramados fora do castelo. Encontrou-a bem perto de uma das paredes do castelo.

- Morreu - constatou Tiago - Bem, vamos ver de quem era...

Ele abriu o pacote. Dentro, havia um relógio dourado e uma carta. Tiago abriu primeiro a carta. Era de seus pais, desejando um feliz natal. Tiago se surpreendeu e continuou lendo o resto:



... esperamos que essa coruja consiga chegar até aí. Ela estava muito doente nas últimas semanas e resolvemos arriscar esse último vôo com ela.



- Ah, agora está explicado - sorriu Tiago - Esse presente veio em ótima hora!

Ele guardou o relógio no bolso e deu um jeito de enterrar a coruja ali. Logo depois, correu para o salão comunal da Grifinória. Conjurou um papel para presente e embrulhou-o. Pegou um pedaço de pergaminho especial e fez um cartão.

- Perfeito! - exclamou Tiago, sorridente - Lílian vai adorar isso!

Ao sair do dormitório, acabou por esbarrar em alguém que estava entrando. Era Sirius.

- O que é isso? - perguntou ele, observando o embrulho de Tiago nas mãos.

- É o presente de Lílian - anunciou Tiago.

- Posso ver?

Tiago passou o embrulho para Sirius.

- É um relógio - disse Tiago.

Várias pessoas entraram no salão comunal no momento e se separam. Dois garotos começaram a tentar descobrir o que aconteceria se embebedassem uma coruja, outros foram jogar xadrez ou fazer lições. Frank veio na direção dos dois.

- Epa, o que é isso? - perguntou ele, pegando o presente das mãos de Sirius - Um presente para quem, Sirius?

- É para Lílian - contou Sirius - E não é meu.

- Ah, então é do Tiag... AI!

A coruja bêbada saiu voando pelo salão comunal e deu uma forte bicada na mão de Frank. O presente caiu de suas mãos e foi apanhado pela coruja.

- Meu presente! - gritou Tiago, correndo atrás da coruja.

Pedro acabara de chegar no salão comunal e deixara o quadro da Mulher Gorda aberto. A coruja aproveitou para fugir.

- Pedro, seu tonto! - berrou Tiago, correndo atrás dela como uma louco - Não deixa ela fugir!

A coruja voava descendo várias escadarias, para fugir de um Tiago ofegante. Logo, os dois estavam no saguão de entrada. O guarda-caça, que estava entrando no castelo, acabou por deixar a coruja sair pela porta.

- NÃO! - gritou Tiago, saindo do castelo.

Tiago suspirou aliviado, ao ver a coruja pousar no ombro de um garoto.

- Ei, me dá essa coruja! - pediu Tiago, correndo até a pessoa.

O garoto se virou. Era Snape. Ele lia o cartão que Tiago havia feito.

- Um presente para Lílian... - murmurou ele - Acho que eu não vou te entregar não, Potter.

- Me dá isso! - ordenou Tiago, sacando a varinha - Expelliarmus!

- Finite Incantatem!

Os dois feitiços colidiram no ar e explodiram. Tiago e Snape usaram o braço para cobrir o rosto. Logo depois que a fumaça desapareceu, Tiago e Snape se encararam novamente.

- Estupefaça! - gritou Tiago.

- Wingardium Leviosa!

Snape fez uma das pedras do chão levitar até ser atingida pelo feitiço estuporador de Tiago. Lascas de pedra voaram e acabaram por atingir a mão de Snape. O presente caiu no chão.

- Accio! - pronunciou Tiago, rapidamente.

O relógio começou a voar para sua mão.

- Diffindo! - exclamou Snape, arrancando o relógio de dentro do embrulho.

O relógio caiu no chão. Tiago usou novamente o feitiço convocatório e Snape, o expulsório. O relógio acabou explodindo em milhares de partes.

- Seu miserável! - berrou Tiago, correndo para o local onde o relógio havia se quebrado. Snape aproveitou para entrar de volta no castelo.

Os pedaços do relógio estavam tão pequenos que nem o melhor feitiço de reparo poderia consertá-lo.

- Tiago? - chamou alguém, atrás do garoto.

Era Lílian, e trazia uma pacote nas mãos.

- Er... Lílian...

- Eu trouxe o seu presente - disse ela, mostrando o pacote.

Entregou-o á Tiago. O garoto abriu-o rapidamente. Era um livro sobre quadribol.

- O que é isso? - perguntou ela, apontando para alguma coisa dourada no gramado.

- Ah... é um pedaço do meu presente - disse Tiago, meio sem jeito - Snape fez o favor de destruí-lo.

- Não acredito! - exclamou a garota, chocada - Aquele... idiota!

Ela pegou o ponteiro dourado do relógio e apertou-o contra o peito.

- Não importa se o presente está inteiro - sorriu ela - O importante é que você realmente quis me dar.

Tiago corou e não respondeu. Lílian passou seu braço por entre o do garoto e os dois saíram caminhando pelos gramados, em direção ao lago. Tiveram um dia ótimo, apreciando os jardins, foram jantar no castelo, fizeram alguma bagunça no salão comunal e depois foram dormir.

E o presente? Tiago nunca soube o que Lílian havia feito do ponteiro do relógio. No entanto, a garota havia guardado-o com o maior carinho, dentro de uma caixa, onde ela guardava suas coisas mais importantes...



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