A Jogada Final




Capítulo 28

A Jogada Final


O mês de maio chegou quase imperceptível aos olhos de todos os alunos. O sol ainda não dominava horas dos dias, nem ainda dias inteiros, mas já era bem visível no céu praticamente sem nuvens. O bom tempo colaborava para que cada vez mais os alunos tirassem suas jaquetas e descessem até os jardins de Hogwarts para apreciá-los e, muitas vezes, para estudar num lugar mais arejado e agradável do que as costumeiras Salas Comunais. Exceto uma grifinória. Tracy Mignonette. O fim do ano estava finalmente chegando, a maioria dos alunos mal se agüentavam em pé. Principalmente os do quinto e sétimo anos que ainda tinham a perspectiva de dificílimas provas de N.O.Ms e N.I.E.Ms pela frente. Estes já estavam começando a estudar. Um dos alunos que já eram vistos estudando os livros e pergaminhos de anotações com afinco era Gina Weasley.

- É bom que comece a estudar muito cedo – dissera Hermione, bem como repetira mais de cem vezes.

E parece que a garota seguiu o conselho à risca. Hermione também já começara a estudar, apesar de não ter exames tão importantes no seu ano. Esse ano ela parecia estar se dedicando um tanto menos, pois estava mais interessada em recuperar a amizade de Tracy. Como várias vezes reclamara, esta se sentia sozinha e cada vez mais abandonada pelos amigos. Devido ao seu nervosismo por causa do plano exaltava-se facilmente com as pessoas que mais convivia, ou seja, Ron, Hermione e Harry, deixando-os irritados, incomodados e ainda com certo peso na consciência por causa das lamúrias que Tracy sempre fazia em relação à profunda implicância que ela dizia Dumbledore ter para com ela. Por isso também, seus amigos estavam tendo muito cuidado com ela e com o que diziam a ela. Estava realmente com os nervos à flor da pele, gritando por qualquer motivo e rompendo amizades com todos pelas palavras fúteis proferidas.

A garota de cabelos longos castanho-claros estava sentada à janela de seu dormitório. Com o sol que estava acostumando-se a sair cada vez mais frequentemente no céu, tornara-se mais fácil para ela conseguir sua tão estimada solidão no local. Os barulhos costumeiros cessaram-se rapidamente com a mudança do tempo e ela ainda não precisava olhar para a expressão que os idiotas grifinórios carregavam sempre no rosto. Podia cantarolar, falar sozinha, ler sossegada, pensar e até mesmo não fazer nada sem que ninguém lhe viesse atormentar.

Pela vidraça fechada da janela onde estava podia ver muito bem vários grupos de amigos divertindo-se nos jardins. Sua vontade, às vezes, era descer até lá e ficar com os seus, brincar com eles e também divertir-se. Mas tudo parecia uma idéia imensamente distante de suas possibilidades.

Dois meses para acabar o ano. Em apenas dois meses tudo estaria finalizado e o que tanto lutara para conseguir durante o ano estaria feito. Ela venceria e reinaria sobre tudo e todos. Saboreava a idéia ao suspirar o ar puro que havia no local. Porém, logo voltava à sua cabeça a idéia de que teria que trabalhar muito mais ainda, esforçar-se muito mais e, sobretudo, pensar muito mais para conseguir o que queria. Estava tão perto no tempo e ainda tão distante nas idéias...

Levantou-se repentinamente, fazendo um grande barulho no chão. Começou a caminhar desesperadamente pelo dormitório, assolada pela idéia de que precisava ter uma boa idéia logo. Ainda não havia planos. Ela tinha certeza disso, pois se Voldemort os tivesse, já a teria comunicado tudo. Caminhava de um lado para o outro, pensando. Só isso fez no último mês. Pensou, pensou, pensou e pensou. Mas nenhuma boa idéia surgira em sua mente, nenhuma boa possibilidade. Estava à beira da loucura. Precisava de tudo logo, senão todo o trabalho de um ano iria por água a baixo. Simplesmente não podia deixar isso acontecer, seria um desastre muito grande. Enquanto apertava os olhos em mais uma tentativa de pensar em algo que ainda não pensara, ouviu aquela voz tão conhecida sua encher o quarto.

- Tracy Mignonette.

Voldemort a estava chamando. Não hesitou em momento algum. Muito ao contrário, correu imediatamente para sua cama, buscando no bidê ao lado o Espelho de Duas Faces envolto em papel pardo. Desembrulhou-o imediatamente com as mãos muito trêmulas e quase deixou-o cair ao chão antes de comunicar-se mais uma vez com o Lorde das Trevas.

- Preocupada, Evans Riddle? – ele indagou.

A garota saboreou o tom de sua voz. Tanto a odiava e tanto a fora necessária nos últimos dias de desespero e aflição.

- Sim, um pouco – ela respondeu. – Está um tanto difícil segurar as pontas por aqui nesses meses restantes. Estou me virando bem, como posso, mas mesmo assim minha situação não está das melhores.

- Sugiro que se acalme. É fundamental que não perca as rédeas de tudo em situação alguma, principalmente agora.

- Sei disso – ela respondeu rapidamente, como se quisesse provar algo a si mesma. Isso não deixava de ser verdade, ninguém poderia sequer imaginar seu nervosismo.

- Mas não parece estar seguindo isso, Evans Riddle. Vejo que está extremamente abalada com algo. O que seria? – ele inquiriu.

- A ausência de um plano. Não consigo seguir em frente sem ter a certeza de estar atrás de algo. Precisamos de um plano, urgentemente. O tempo corre contra nós. A sorte parece estar do nosso lado, temos que aproveitar essa chance.

- Foi exatamente por isso que lhe chamei agora.

As palavras soaram como música em seus ouvidos. Mal podia acreditar! Seu desespero estava acabado, suas noites de angústia seriam substituídas por longos sonhos maravilhosos sobre seu belíssimo reinado... Apenas sonhos.

- Vai me dizer que já tem uma idéia? – um gigantesco sorriso surgiu em seu rosto, tomando-lhe grande parte da face. Os olhos constituíam um brilho nunca antes visto, ou percebido.
- Não, não tenho idéia alguma. – Tracy pareceu murchar. – Mas chamei-a justamente para que nós, em conjunto, trabalhemos para ter a melhor idéia do século, hoje e agora.

Tracy não pôde deixar de sorrir. Sentia-se muito mais segura com ele ao seu lado. Não sentia-se protegida, mas saber que ele encontrava-se na mesma situação que ela já era um grande passo. Caso contrário ele a humilharia, chamar-lhe-ia de imprestável e ignóbil, entre várias outras coisas as quais ela preferia nem pensar.

- Para um bom começo, precisamos repassar tudo que já ocorreu desde seu surgimento até o momento atual.

- Claro.

E então Tracy passou a contar-lhe absolutamente tudo que já descobrira. Sentia-se um tanto idiota ao contar a Voldemort coisas como “Ron e Hermione se amam, mas não querem admitir” ou “Certo dia eu dei um abraço no Harry, quando ele deu-me uma grande idéia”.

- Algumas informações eu acho que são completamente inúteis para nosso plano. Vou pulá-las para que ganhemos tempo – comentou em certo momento.

- Nada disto! Conte-me tudo, eu é que vou classificar em inútil ou não – ele respondeu rudemente.

Tracy forçou a memória, tentando realmente lembrar-se de todas as coisas que aconteceram. Estava achando a tarefa muito difícil. Algumas coisas ela lembrava e logo tirava da cabeça, para não dar com a língua nos dentes, como o descobrimento da moto e o salvamento de Sirius. Tinha absoluta certeza de que se contasse isso a ele depois de tanto tempo, ele a esfolaria viva. E ela realmente não queria que isso lhe acontecesse.

- Ah! Teve uma vez que Harry e seus amigos me mostraram duas coisas muito interessantes no castelo. Uma sala do sétimo andar, chamada Sala Precisa – começou ela animada.

- Já sei o que ela faz. Continue – falou o homem, parecendo um tanto entediado com aquilo tudo.

- Bem, no mesmo dia eles me mostraram o Mapa do Maroto.

Tracy quase sorriu quando viu a expressão de desentendimento de Voldemort. Estava na frente dele em alguma coisa.

- É um mapa criado pelo pai do Harry, por Sirius Black, Remo Lupin e o Rabicho. É realmente fantástico! Filch o confiscou uma vez e, vários anos depois, Fred e Jorge Weasley o encontraram e descobriram como usar – ela explicou. – Afinal, o mais importante é que um mapa de Hogwarts, que mostra todas as dependências do castelo, inclusive a Floresta Proibida, e algumas passagens secretas realmente ótimas, já que vêm de Hogsmeade e ninguém as conhece.

- É realmente interessante – Voldemort parecia pensativo. – Você poderia entregá-lo para mim?

- Na verdade não sei onde o Harry o guarda, é um objeto precioso. Mas se precisasse julgo que seria muito fácil tê-lo em mãos.

- Ótimo, ótimo... – ele respondeu rapidamente, como se mal tivesse prestado atenção no que a garota falara. – Se é assim, Evans Riddle, já sei exatamente o que nós podemos fazer.

Um sorriso maldoso surgiu em cada rosto, iluminando-os completamente.

~*~*~


O silêncio já dominara seu dormitório. As pernas tremiam e sacolejavam o seu corpo inteiro quando ela finalmente sentiu-se segura para sair dali. Não era nada fácil esperar acordada para ver as suas companheiras dormindo, e isso era extremamente cansativo também. Ela agüentou firmemente tudo que precisava e levantou-se o mais silenciosamente que pôde de sua cama. A sorte deveria estar ao seu lado, já que a cama rangeu alto e nenhuma delas acordou com o barulho.

Obrigada, Merlim. O senhor é muito prestativo.”, agradeceu ela em pensamento.

Vestiu a longa capa negra e, mais uma vez, cobriu parcialmente seu rosto com o capuz. Como sempre, ela teria que tomar todo o cuidado para não ser vista. Na verdade, todo o cuidado seria realmente pouco. Qualquer deslize faria tudo deslanchar.

Já acomodada e aquecida para a leve brisa da noite, ela encaminhou-se escada abaixo, à procura do dormitório masculino. Encontrou o de Harry facilmente e hesitou um pouco antes de girar a maçaneta e abrir a porta com cuidado. Adentrou no quarto e olhou-o todo, buscando algum sinal de onde poderiam estar as coisas do garoto. Como no dormitório feminino, no masculino também havia pequenos armários onde poderiam ser dobradas algumas roupas e colocado o malão de Hogwarts.

Abriu a porta do armário que ficava diante da cama de Harry. Lá dentro estava seu malão, aberto e com a grande maioria das roupas jogadas e completamente amassadas dentro dele. Teria que mexer em tudo aquilo sem auxílio algum, nem mesmo da varinha, porque qualquer feitiço chamaria a atenção dos garotos pela sua luz ou efeito.

Revirou-o, jogando algumas vestes no chão. Nada encontrou. Mexeu em alguns dos bolsos laterais e frontais, mas também não havia nada ali. Suspirou profundamente, ansiosa. Olhou nas poucas roupas dobradas que havia no guarda-roupa do garoto. Nada também. “Onde diabos ele poderia ter colocado aquilo?”, não parava de perguntar-se. “Um baú, cesta, caixa... Qualquer coisa. ”, pediu a si mesma que a ajudasse a encontrar. O quarto era praticamente vazio, não havia tantos móveis assim.

Resolveu, então, entrar no banheiro. Pela réstia de luz que ali entrava ela pôde ver uma cesta de vime. Abriu-a, maravilhada, imaginando estar ali. Não havia nada além de roupas de baixo sujas, as quais Tracy muito enojada jogou ao chão.

Voltou, então, para o quarto em si. Simplesmente tinha que estar ali em algum lugar. Ela não sabia dizer qual, e muito menos onde mais procurar. Mas sabia que em algum lugar ele estava. Harry não o deixaria por aí, sabia o quanto valia as informações que ele lhe passava.

Alguém começou a gemer no quarto e a contorcer-se em sua cama. Ela não sabia quem era, afinal todas elas estavam envoltas por cortinas, iguais as que ela mesma tinha. Paralisou-se por um momento, não sabendo o que fazer ou para onde correr. Apenas encostou-se à parede, numa parte dela em que o luar não batia. Prendeu a respiração e rejeitou qualquer tipo de movimento que veio à sua mente.

A cortina ao lado da qual havia alguém se contorcendo, abriu-se rapidamente. Ronald Weasley saltou de sua cama e abriu o cortinado de Harry. Este parecia gritar inconscientemente.

- Harry, Harry! – chamou o amigo num sussurro, temendo assustá-lo ainda mais se o acordasse.

- Que foi? É o Harry de novo? – indagou Simas Finnigan aparecendo também.

Logo depois dele, vieram Dino e Neville. Todos estavam virados para Tracy, se abrissem bem os olhos a veriam facilmente colada à parede. Se ela ao menos estivesse ao lado da porta, poderia escapar. Mas estava muito longe dela e, para piorar, muito perto dos garotos.

- Harry, vamos, acorde! – sussurrou Ron novamente.

Ele pulou na cama, acordando-se e sentando-se nela. Parecia assustado e ofegava muito.

- Que aconteceu? – indagou Ron, o olhando. – Foi mais um sonho estranho?

- Foi um sonho, sim – respondeu Harry com dificuldade.

- Vou buscar um copo de água para você – disse Neville rapidamente. – Vêm comigo, Dino e Simas?

Os dois foram junto com ele, meio a contragosto. Quando passaram ao seu lado, Tracy pode sentir a respiração e o odor que deles exalava. Não conseguia entender como eles não a viram.

- E então, com o que sonhou? – indagou o ruivo.

- Nada demais desta vez, Ron – ele assegurou. – Pode ficar tranqüilo, foi só um sonho normal desta vez.

Ronald o olhou desconfiado.

- Tem certeza?

- Absoluta – respondeu convicto. – Apenas sonhei que o Mapa do Maroto estava sendo roubado.

A respiração de Tracy ofegou novamente, quando ouviu tais palavras. Ela sentia-se à beira de um precipício. Se desse um passo para trás, entregar-se-ia, se desse um passo adiante, cairia nele.

- Roubado por quem? – Ron teve a infeliz idéia de perguntar.

- Um vulto de preto. Não dava para saber quem era – Harry disse displicente.

- Harry, não é melhor contar isso ao professor Dumbledore? – indagou o amigo.

- Não precisa, Ron. Eu ainda sou normal, lembra? Posso ter sonhos normais, como qualquer outra pessoa.

- Mas você pode ter sonhos reais também – argumentou Ron. – É melhor que o procure, senão hoje, amanhã, para lhe dizer o que aconteceu.

Harry revirou os olhos.

- Só por precaução, eu vou – respondeu finalmente. – Mas fique sabendo que acho isso pouco necessário.

- Antes que eles voltem, que tal conferirmos se o Mara do Maroto está no lugar onde deveria estar? – sugeriu Ron.

- Boa idéia. Deixei-o nesta gaveta, aqui.

Tracy espichou o pescoço, cuidadosamente. Mal podia acreditar em sua própria sorte. O pergaminho que tanto almejava estava nas mãos de Harry. Ele olhou-o atentamente e depois o repôs na gaveta.

- Vamos até o banheiro, para você lavar o rosto – disse Ron. – É bom para se revigorar.

Harry aceitou e se levantou, encaminhando-se para o banheiro em companhia de Ron, que o aparava. O garoto parecia estar sentindo tonturas leves.

Não, isso não está acontecendo!, pensou Tracy, com os olhos quase brilhando.

Se quisesse pegar o famoso Mapa do Maroto, teria que ser agora. Não teria outra chance igual a essa jamais e, se não a aproveitasse, julgar-se-ia inútil pelo restante de sua vida. Ela adiantou-se quieta e rapidamente até a gaveta e o pegou.

Quando estava praticamente nos pés da escada que a levaria até a Sala Comunal, deparou-se com os olhos esbugalhados de Neville a fitando, horrorizado. Antes que ele gritasse, ela colocou uma mão em sua boca e a varinha no seu pescoço.

- Se disser qualquer palavra a alguém de que me viu aqui, considere-se morto – falou com voz macabra, para não ser reconhecida.

Ele assentiu com a cabeça, desesperado e trêmulo. Tracy soltou-o, sabendo que depois de ameaçá-lo poderia confiar nele. Esquecendo-se completamente do garoto e em posse de seu mapa, passou pela Sala Comunal e pela Mulher Gorda, contando com a sorte para não encontrar ninguém pelos corredores àquela hora.

Depois de ultrapassado o primeiro obstáculo, tudo pareceu muito mais fácil. O castelo de Hogwarts parecia estar completamente vazio. Não havia melhor situação para ela. A grande porta de carvalho, a principal da escola, rangeu levemente ao ser aberta. Tracy passou por ela rápida, desejando poder ser um passarinho para ver a reação de Dumbledore ao saber o que ela estava fazendo.

Bella estava um pouco embrenhada na Floresta Proibida, mas não foi difícil para Tracy achá-la. Os cabelos negros encaracolados pareciam brilhar ainda mais com o luar e ela não passaria despercebida por muitas pessoas.Os olhos continham um uma luz assassina, indescritível.

- Aprendeu rápido, Bella – comentou Tracy.

- Como? – ela indagou confusa.

- Escondeu-se melhor desta vez e não às beiradas da floresta. Quase tive sérios problemas da outra vez.

Belatriz revirou os olhos, achando que o comentário fora completamente inútil.

- Bem, conseguiu pegá-lo?

- Não foi nem um pouco fácil – Tracy suspirou. – Os garotos acordaram quando eu estava lá. E quase fui pega por eles.

- Quase?

- Não. Na verdade, aquele tal Neville Longbotton...

- Longbotton?

- O conhece?

- Ah, se conheço – um sorriso maléfico surgiu no rosto de Belatriz repentinamente.

- Enfim, Longbotton me viu. Bem, viu um vulto negro saindo do quarto. Este vulto tinha uma voz macabra e o ameaçou de morte se abrisse a boca. Acho que ele entendeu.

- Esperamos que tenha realmente entendido.

Um grilo começou a cricrilar neste momento, fazendo com que as mulheres ficassem mais atentas às coisas que pulavam.

- De qualquer forma, ele está aqui – disse Tracy.

A garota retirou um pergaminho enrolado debaixo da capa e entregou-lhe à Belatriz.

- Olhe, preste atenção. É muito fácil manuseá-lo. Pegue sua varinha – ordenou Tracy.

A mulher tirou-a debaixo da capa e desenrolou o pergaminho. Então, apontou para ele e olhou para Tracy, esperando novas instruções.

- Agora diga: Juro solenemente que não vou fazer nada de bom.

- Juro solenemente que não vou fazer nada de bom – repetiu Bella, tendo certeza que o objeto que segurava não era das Trevas, não tendo uma senha tão medíocre.

Porém, os olhos da morena arregalaram-se ao ver as linhas se formando no pergaminho velho e surrado. Aos poucos foi identificando os andares, as Salas Comunais, o Salão Principal, entre outros.

- Cada pessoa é indicada por um pontinho preto – Tracy explicou enquanto fitava a mulher estupidificada. – Ao lado dele está escrito o nome da pessoa. Todos são localizáveis neste mapa. A não ser que...

- A não ser que...?

- Que esteja na Sala Precisa. Uma sala que deveria estar aqui – ela indicou um local do mapa com a ponta do dedo -, bem neste lugar. Mas não aparece, nem a quem está ali dentro, pois é encantada para isso. É claro que são poucas pessoas que sabem disso.

Belatriz riu sem emoção, ela ainda não conseguia falar muita coisa.

- E aqui, aqui, aqui e nesses outros lugares há passagens secretas. Como você mesma pode perceber, a maioria delas está destruída ou tem algo impedindo sua passagem. Porém, as outras que restam estão muito boas, e sua entrada é por Hogsmeade. Esta, por exemplo, fica na Dedosdemel. Muito bem oculta, é claro. Entendeu tudo?

- Sim, claro.

- Tem certeza? Não há nenhuma dúvida?

- Não... Quer dizer, sim. Como faço para “fechar” o mapa? – indagou Bella, finalmente desprendendo os olhos do pergaminho.

- É só apontar a varinha para ele novamente e dizer: Malfeito, feito.

- Malfeito, feito – ela ordenou. – Sim, devo admitir que é fantástico. Quem são os criadores dessa maravilha?

- Por incrível que pareça, Tiago Potter, seu primo Sirius Black, Remo Lupin e... com uma participação apenas no nome, Pedro Pettigrew.

- Rabicho? – ela espantou-se.

- Sim, sim.

- E como ele nunca falou a nós sobre isso? – perguntou indignada.

- Isso você tem que perguntar a ele. Mas suponho que seja por que nunca teve neurônios o suficiente para entender qual é a grandeza desse pedaço de papel – Tracy respondeu.

Elas se despediram rapidamente, com várias sugestões e ordens de Tracy sobre o cuidado com o pergaminho até ele cair nas mãos de Voldemort.

- Cuidarei bem dele, sim, Riddle – ela resmungou, afinal.

Enquanto voltava cuidadosamente ao castelo, Tracy pensava seriamente em suas obrigações. Ela deveria esperar cuidadosamente pelos últimos dias de junho, nos quais tudo seria feito.

Sentiu-se repentinamente exausta. As pernas pareciam não agüentar mais seu peso total, balançando às vezes. Precisava de uma boa noite de sono. Não iria às aulas no dia seguinte. O usaria para descansar. Agora tudo estava pensado, feito. Era só esperar o momento adequado de executar a jogada final.

N/A.: Mais um capítulo postado. Eu achei-o bom, até. Lembrando sempre que esses últimos capítulos foram escritos há mais de um ano... Mas, enfim, não tenho lá muitas coisas a dizer. Vou postar o capítulo novo agora mesmo, chamado Fuga de Comensais, que eu admito nem lembrar do que se trata. Mas vou relê-lo, colocar os códigos e postá-lo. Até breve, meus lindos!

Manu Riddle

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