Fuga de Comensais




Capítulo 29

Fuga de Comensais


Tracy acordou com um grito muito forte que cortou os ares.

- Que foi isso? – indagou abobalhada, ainda sentada em sua cama.

Pelo visto, Hermione também se assustara com aquilo. Já estava de pé e completamente vestida para as aulas.

- Foi no andar de baixo – ela respondeu, com o queixo trêmulo. – No dormitório masculino.

- Deveríamos ir até lá para ver o que aconteceu? – perguntou Tracy à amiga.

- Eu... Não sei. Seria estranho duas garotas, uma ainda de pijama, entrar no quarto de garotos...

- Pode ser com o Ron – insistiu Tracy. – Ou com o Harry, também.

- Vamos ver o que aconteceu!

Elas desceram as escadas rapidamente e bateram à porta do dormitório dos sextanistas. Neville abriu a porta com uma expressão fúnebre e indicou-lhes para entrarem com a cabeça. Harry estava sentado em sua cama, arfando imensamente e com os olhos praticamente em chamas de tanta fúria.

- Aconteceu algo, Harry? – perguntou Hermione timidamente.

- Se aconteceu algo?! É claro que aconteceu algo! – ele explodiu, gesticulando rapidamente.

As garotas se entreolharam, ansiosas.

- E... O que aconteceu? – arriscou-se Tracy a indagar.

- Fui roubado! – ele berrou. – Dentro do meu próprio dormitório!

- Ro-roubado? – Tracy não podia acreditar. Será que ele já havia percebido a falta do Mapa do Maroto?

- Sim, Tracy! – Harry respondeu furioso. – Ele estava bem ali, na minha gaveta! Ontem mesmo eu conferi, e ele estava no lugar de sempre.

- Ele... O quê?

- O Mapa do Maroto! Que mais poderia ser?!

- A pergunta, Harry, é quem poderia querer roubá-lo? – falou Hermione. – E para quê essa pessoa o iria querer.

Harry escancarou a boca para revidar, mas Ron foi quem explicou.

- Hermione, para que serve o Mapa do Maroto? Para saber tudo que acontece em Hogwarts. Então, não é óbvio para que alguém o iria querer?

- Bem, na verdade, é sim – a moça respondeu um tanto envergonhada. – Mas a pergunta de quem poderia querê-lo ainda continua.

- Pode ser qualquer pessoa. Quem não gostaria de saber o que acontece em Hogwarts? – disse Tracy, tentando mudar o jogo, deixando-o favorável a ela.

- Não, não pode ser qualquer pessoa... – falou Harry. – Eu vi o ladrão o roubando!

- V-viu?

- Sonhei com ele o roubando! Eu lhe disse, Ron, que não era apenas um sonho! – voltou Harry a gritar.

- Mas, Harry, naquele momento você olhou e o mapa continuava ali... – tentou argumentar o amigo.

- Devo ter previsto o roubo, então! Só não foi um sonho normal... Avisaram-me, mas eu não pude impedir o roubo! E algo me diz que isso vai trazer conseqüências muito sérias...

Tracy desviou os olhos de Harry e cravou-os sutilmente em Neville. Ele a havia visto saindo do dormitório naquela noite. Na verdade, vira um vulto negro saindo do mesmo. À noite, Tracy tivera certeza de que ele não falaria nada. Agora, o vendo naquela situação, ela já não estava tão convicta disto. O garoto tremia dos pés a cabeça e os olhos esbugalhados demonstravam que ele estava à espera de uma única brecha na conversa para contar o que vira e as ameaças que lhe foram feitas.

- Deve estar com algum garotinho curioso, Harry – insistiu Tracy. – Não se preocupe, poucas pessoas sabem como usá-lo e para que ele serve.

- É justamente por isso que acho que só o roubou quem sabia de sua serventia! Não há nada mais comum nas gavetas de estudantes do que pergaminhos... Para que alguém iria querer justamente o meu?

A garota estava preocupada. A linha de raciocínio de Harry estava boa demais, logo ele provavelmente chegaria muito próximo da verdade. Mais uma vez ele estava numa situação na qual bastava juntar-se dois mais dois para descobrir o quatro. E Tracy torcia para que, mais uma vez, ele não conseguisse resolver o enigma.

- Tudo bem, Harry. Suas idéias são realmente possíveis – a garota disse. – Mas, vamos fazer assim. Se ele não reaparecer ou ninguém vier devolvê-lo, vamos comunicar o sumiço à McGonagall.

- Tracy, ela não pode saber da existência do mapa. Ninguém pode! Se os professores descobrirem, vão o tirar de mim e provavelmente me penalizar.

- O que podemos fazer então? – ela indagou com uma sobrancelha arqueada.

Harry não respondeu.

~*~*~


- Não estou com fome – resmungou ele.

- Ron, você está bem? – perguntou Harry, sério.

- Ron, é você mesmo? Tem certeza que não está sendo possuído por algum comensal sórdido? – brincou Tracy.

Todos riram da piada dos amigos, inclusive o ruivo. Hermione recompô-se ao perceber que uma coruja parda vinha em sua direção com um jornal na pata. Tirou-o de lá e o pôs sobre a mesa enquanto depositava os nuques na bolsa que o animal trazia consigo. Todos voltaram a comer tranqüilos, mas logo foram perturbados por uma exclamação que Hermione soltou ao abrir o jornal e verificar o título de suas principais manchetes.

- O que foi? – inquiriu Harry a ela quase que imediatamente, com a voz levemente embolorada por na boca ainda conter pedaços de pão.

- Veja você mesmo. – Ela lhe passou o jornal.

Algumas pessoas que estavam mais próximas espicharam as cabeças para ver do que se tratava. Harry ficou boquiaberto e Tracy arregalou os olhos, maravilhada.

Fuga de Comensais Abala Toda Comunidade Bruxa


Nesta última sexta-feira, dia vinte e seis de maio, houve nova fuga em Azkaban. Depois de Sirius Black, o pioneiro deste feito, e a primeira fuga em massa em fevereiro do ano passado, tudo se repetiu. Mais de dez Comensais da Morte que lá foram trancafiados no mês de junho por terem causado balbúrdia na Seção do Departamento de Mistérios, no Ministério da Magia, conseguiram finalmente enganar os dementadores e libertaram-se de suas celas.

Ainda não se sabe como fizeram para passar pelos dementadores e fugirem da fortaleza que, como todos sabem, é extremamente bem guardada e protegida. Todo esse acontecimento abalou completamente os bruxos de nosso país e também de países vizinhos, como França, Espanha, Portugal e Irlanda que correm os mesmos riscos que nós quando de trata de Você-Sabe-Quem e os Comensais da Morte. Todos temem que eles voltem a agir com ou sem o consentimento de seu amo e voltem a acusar medo, destruição e morte em nossas famílias. Temem, inclusive, que os dementadores, guardiões de Azkaban, estejam do lado das Trevas, mancomunados com eles. Seria realmente uma desgraçada te-los como inimigos.

Inquirido sobre o assunto, Cornélio Fudge, atual Ministro da Magia, disse: “Como sempre, a comunidade bruxa deve ficar em alerta para as coisas estranhas que acontecem. Já enviamos a cartilha de segurança a todos em julho e, é claro, faremos todo o possível para manter os dementadores do nosso lado e a população, tanto bruxa quanto não-bruxa, bem.”.

Alvo Dumbledore, recentemente envolvido no escândalo da morte de um de seus professores e na tentativa de libertação do assassino da prisão bruxa, também concedeu-nos sua opinião: “Os dementadores estão relutantes quando à questão de procurarem os fugitivos, mas há alguns vasculhando pontos prováveis de esconderijo deles. Espero os encontrarmos logo, mas se ocorrer o contrário, deveremos fazer mais investigações para combater esse inimigo tão bem armado, que compactuam da arte das trevas.”.

O único ser humano que ainda está trancafiado em Azkaban é o ex-professor de Defesa Contra as Artes das Trevas, Remo John Lupin. Ele é acusado de matar o também ex-professor de Poções em seu local de trabalho. Naquele dia Dumbledore nos assegurou que iria fazer com que o verdadeiro culpado se entregasse. O perguntamos sobre o assunto, e ele disse: “Não consegui convencê-lo, infelizmente.É uma pessoa poderosa e somente ele mesmo poderia comprovar que matara Severo. É uma pena, mas sem o testemunho desta pessoa, não poderei tirar Remo Lupin da prisão nunca.”

Voltamos, então, a orientar a população bruxa que têm acesso a este jornal que tome as devidas precauções previstas na cartilha distribuída pelo Ministério da Magia. Na página 13 deste exemplar há uma cópia da mesma, para quem por ventura não a recebeu ou descartou-a logo que a leu. É bom que todos sigamos essas “regras”. Os mais antigos sabem o quão importante é o quesito prevenção quando se trata de Você-Sabe-Quem e seus Comensais da Morte.


- Eu... – começou Tracy. – Não consigo acreditar. É realmente horrível.

- Mais uma vez! – bradou Harry, socando a mesa. – Mais uma vez aqueles sórdidos Comensais foram libertos, mais uma vez conseguiram escapar! Que maldita segurança é essa que o nosso tão útil Ministério prega?!

- Harry, por favor, acalme-se – falou Hermione, sobressaltada com a reação do amigo. – Não adianta ficar furioso.

- Hermione, será que você não entende a dimensão do problema? – indagou Harry ainda mais alto. – Com seus Comensais da Morte soltos, Voldemort está e sente-se muito mais poderoso! Nós corremos um perigo muito maior do que sequer podemos imaginar!

- Sei disso – falou Hermione baixo. – E todos eles sabem também, não precisa gritar.

Só então Harry pôde perceber que grande parte dos alunos pararam de saborear seu café da manhã e passaram a observar o escândalo que eles estavam fazendo.

- Desculpe – falou o garoto controlado. – Exaltei-me com a notícia, não pude segurar.

- Não se preocupe, Harry – disse Tracy. – Todos aqui sabem pelo que você passou. Tenho certeza de que muitos deles vão entender seu desespero e sua aflição.

- Não quero que entendam. Não quero ninguém mais pensando nisso, se preocupando com isso, a não ser o Ministério da Magia e seus representantes – ele bufou.

~*~*~


- Ai,ai. Eu estou tão preocupada com esses exames. Quanto mais eu estudo, menos eu entendo a matéria... – disse Tracy nervosa.

Harry, que estava deitado mais atrás da garota, sobre a sombra de uma árvore alta, concordou com um “É” distraído.

- Tudo bem, eu sei fazer todos os feitiços, sei todos eles de cor e salteado, mas... – continuou ela. – Parece cada vez mais difícil decorar o conceito. Principalmente em Artes das Trevas, como eu vou conseguir decorar todos esses animais, de onde eles são originários, onde vivem, o que devemos fazer para combatê-los e todas aquelas coisas. De que irá servir?

Harry ficou calado desta vez. Mas Tracy estava decidida a falar o máximo possível naquele momento e colocar tudo para fora.

- Olha só... nós estudamos o Kelpie faz tanto tempo! Como eles ainda querem que nós decoremos isso? Ok, se eu estivesse eu Beauxbatons eu estaria estudando para os N.O.M.s de lá, pois eles são realizados depois de seis anos de estudo, mas em Hogwarts as coisas parecem tão mais difíceis! E você, Harry, sinceramente acredita que eu aprendi alguma coisa com Snape esse ano? Ah, por favor... Ele mais encheu o saco do que ensinou. Se não fosse pela minha facilidade em Poções e em entender coisas que são um pouco mais difíceis, eu já teria me ferrado nessa matéria.

Nesse momento uma nuvem encobriu o sol. Mas Tracy não se deu o trabalho de olhar para o céu, seus olhos estavam ardendo e várias palavras estranhas povoavam o seu cérebro, não deixando que ele se desviasse para qualquer outro assunto que não fosse o livro de Defesa Contra as Artes das Trevas que estava em sua frente.

- Nesses momentos eu queria tanto ser a Mione. Ela fica com os nervos a flor da pele desde um mês antes dos exames, mas mesmo assim está sempre estudando e tirando notas ótimas. Por que eu não sou assim, hein? Por que nada entra no meu cérebro e fica lá, calminho, esperando ser utilizado? Não, tudo entra e se esvai rapidamente... Como é que eu vou aprender alguma coisa assim? E você, Harry, como vai indo?

Harry não respondeu. Tracy baixou o livro sobre as pernas e perguntou novamente, sem olhar para trás.

- Está conseguindo estudar, Harry? Está conseguindo decorar alguma coisa?

Tudo continuava no maior silêncio. Tracy virou-se para trás e deparou-se com Harry olhando para o céu com uma expressão de terror e ao mesmo tempo fascínio no rosto.

- Pare de olhar para o céu assim, Harry, está parecendo um idiota. Diz-me, você conseguiu decorar alguma coisa?

Silêncio novamente. Desta vez, Tracy se irritou.

- Harry! – gritou ela. – Quer responder a minha pergunta, por favor?

Harry manteve a mesma expressão estranha e então disse, muito calmamente:

- Tracy... Olha! – ele apontou um dos dedos para o céu.

Pelo jeito do garoto, por ele estar parecendo tão assustado, Tracy virou o rosto lentamente para o céu e aí entendeu o porquê de Harry estar tão estranho. O dia estava límpido, praticamente sem nuvens e o sol escaldante, o que era quase normal para a época do ano. Mas o que encobrira o sol momentos antes era pavoroso. Uma nuvem gigantesca pairava sobre o castelo. Ela era cinza, como se fosse uma grande massa de fumaça, e dela saíam fagulhas enormes que estouravam, queimavam no ar e desapareciam. Grandes raios amarelos surgiam por entre a nuvem, mas sem fazer barulho algum, nem iluminando nada. Era como se fosse apenas um desenho, mas era aterrorizante.

Um movimento de cascos fez Harry e Tracy, que estavam boquiabertos, desviarem a sua atenção da estranha nuvem e olharem para o grande Centauro que caminhava num ritmo rápido para perto deles.

- Firenze! Como vai? – perguntou-lhe Harry.

- Muito bem, Harry Potter. Preocupado, apenas. Você viu a grande tempestade que se aproxima, não é?

Respondeu ele calmo, indicando a nuvem com a cabeça.

- Isso é uma tempestade? Mas... é uma nuvem só e... não costumam dar tempestades nessa época do ano – argumentou Harry, achando aquilo tudo muito estranho.

- Não é uma tempestade de chuva, Harry Potter. É algo muito grande e assustador que se aproxima de Hogwarts. Veja onde a nuvem está pairando...

- Eu não entendi, desculpe – falou Tracy de repente, preocupada. – O que você quis dizer com isso, o que realmente é isso?

O centauro encarou a garota com ar estranho, que continuou firme.

- Algo muito terrível está para acontecer em Hogwarts. E apenas o causador disso tudo é que poderá mandar essa nuvem embora, fazê-la desaparecer completamente daqui.

Tracy respirou fundo, estava com o coração acelerado.

- Algo muito terrível? Algo de... grandes proporções? – Tracy indagou ao Centauro, que assentiu. - E mais o que você sabe sobre isso?

- Só isto que as estrelas revelaram... eu não pude concluir mais nada.

O meio homem meio cavalo a encarara de uma forma estranha. A garota ficou preocupada com o que Firenze poderia saber.

- Vou dar um passeio pelos terrenos, Harry. Qualquer coisa, pode me chamar.

Harry concordou com a cabeça e ele e Tracy observaram o centauro ir se distanciando em silêncio. Quando voltaram para observar a nuvem, ela já havia sumido sem deixar rastro algum.

~*~*~


Chegara o grande dia. E este acordou completamente normal, se não fosse pela enorme guerra que se travava dentro de Tracy Mignonette.

Ao decorrer do dia, a garota tentou fazer apenas as coisas que sempre fazia num sábado normal, para não deixar vestígios de nada. Apenas afastou-se um pouco dos amigos. Tentava a cada momento convencer a si mesma de que fizera isso para não levantar suspeitas e levar o plano até o fim, mas outra voz a contradizia dentro da sua cabeça.

Você não quer encará-los, sua covarde, pois sabe que o que fará vai impedi-los de sentirem qualquer tipo de sentimento por você, a não ser um profundo rancor...”, pensava ela. “Vá lá, tente falar com eles, rir com eles... Como sempre fez.”

Ela simplesmente não conseguia. Tomou seu café completamente calada, e o mesmo aconteceu com o almoço e o jantar. Hermione não deixou de notar como ela comera pouco, muito diferente dos outros dias comuns.

- Ansiosa pelo resultado dos exames, só isso – insistia ela em responder quando perguntada sobre o motivo da falta de fome.

Os exames. Ela os fizera e tinha absoluta certeza de fora muito bem. Conseguiu desviar os pensamentos impróprios de sua cabeça antes de fazê-los e concentrou-se. Sabia que os amigos achavam estranha a explicação dela, mas não sentia-se suficientemente forte para pensar em alguma mentira melhor. Também não achava necessário gastar tempo com isso, afinal era só durante aquele dia.

Só durante aquele dia... Tudo acabaria à noite. O plano fora muito bem bolado, da parte de Voldemort ela não esperava falhas. Da sua parte, sentia-se extremamente segura. Ela planejara, medira, especulara... Depois de tanto estudo, agora é só executar. Quem dera essa fosse a parte mais fácil.

As horas pareceram passar rápidas demais. O tempo voou e, depois de dar uma volta pelos jardins após o jantar, ela constatou não ter visto nenhum conhecido seu durante ele. Só naquele momento ela percebeu que as mesas da Grifinória, Corvinal e Lufa-Lufa estavam praticamente vazias. Apenas a da Sonserina parecia intacta. Porém...

- Farway não estava lá – disse para si mesma.

Ela balançou a cabeça, como se aquele gesto fosse tirar dela todos esses seus maus pensamentos. Olhou para o relógio em seu pulso e, temerosa, constatou que a hora do plano ser executado havia chegado. Entrou novamente no castelo de Hogwarts, respirando profundamente a cada instante.

Tracy começou a subir as escadas. Era agora ou nunca. Bem no fundo ela não queria fazer nada daquilo, queria apenas deixar todos em Hogwarts em paz e seguir sua “vida” em diante. Mas não podia. Simplesmente sentia-se na obrigação de concluir o serviço, de fazer o que fora estipulado para ela. E ainda, a sua imagem cheia de poder, sendo venerada e eternamente obedecida pairava sobre a sua mente, deixando-a tentada.

Ela chegou até a Mulher Gorda e parou na sua frente. Estava arfando muito, estava muito preocupada.

- Senha? – perguntou a mulher, parecendo estar estressada.

- Se você não mudou novamente, é Azevinho – ela revirou os olhos.

- Não, não mudei novamente – ela disse, girando o quadro e deixando espaço livre para que Tracy entrasse. – Mas mesmo assim, eu não aconselho você a entrar lá.

- Como assim? – perguntou Tracy, assustada. – Por quê?

- Bem, coisas estranhas estão acontecendo lá dentro. Coisas nada boas para você – respondeu a Mulher Gorda.

- Dá para você me dizer que é que deu ou eu vou ter que entrar ali, completamente desprevenida sem saber o que está acontecendo?

- Eu não vou falar. Entre e verá.

Com aquele toque de suspense e com os batimentos cardíacos muito acelerados Tracy entrou lentamente pela passagem do retrato. Ela cerrou os olhos um instante, temendo o que viria em frente. Ouviu um burburinho e quando sentiu que estava de frente para toda a Sala Comunal abriu os olhos.

- Oh, Merlim... – ela sussurrou, extremamente amedrontada com o que estava vendo.

N/A.: Capítulo pré-revelação. E o que ela viu é realmente assustador. Ok, não assustador propriamente dito, mas pelo que ela esperava dá para tremer nas bases. O próximo capítulo eu vou demorar para postar, afinal eu só escrevi metade dele, por enquanto. Mas, ele se chama Entre o Bem e o Mal, e meu objetivo é fazê-lo razoavelmente emocionante. Revelações estão por vir! Haha! Até mais,

Manu Riddle

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