A conquista da estrela



Capítulo 10- A conquista da estrela

No one told me I was going to find you
(ninguém me disse que eu iria te encontrar)
Unexpected, what you did to my heart
(foi inesperado o que você fez com o meu coração)
When I lost hope
(quando eu perdia as esperanças)
You were there to remind me
(você estava lá para me lembrar)
This is the start
(que este é o começo)

At The Beginning
Richard Marx And Donna Lewis
***

Sua expressão era grave e seu tom de voz sério ao se dirigir aos rapazes:
-Preciso conversar com o Remo, meninos.Podem nos dar licença?
-Claro!!-exclamou o gorduchinho maroto, se afastando todo ligeiro.
-Tchauzinho, Evans. –disse Sirius, beijando a mão da ruiva num gesto cavalheiresco.
-Fique á vontade, minha vida.- desejou o romântico Tiago, depositando nos lábios da moça um beijo profundo, intenso, digno de arrepios. Remo entrou em pânico ao vê-los partir, por isso, agarrou seu travesseiro e ficou depositando ali toda a sua angústia.
Com um sorriso ela encostou a porta da enfermaria, porém ao voltar-se para o rapaz deitado estava novamente séria.
-Olha Remo, eu não vou ficar enrolando porque EU sou sincera.-em passos decididos ela dirigiu-se para a cama e sentou-se ao lado dele encarando profundamente seus olhos acastanhados-Eu estou decepcionadíssima com você...e não se faça de idiota,você sabe muito bem o porquê não sabe?
-Acho que sei...-murmurou o rapaz, sem olhar para ela.
-Acha,Lupin?Olha vou falar a verdade:eu pensei bastante antes de vir aqui falar com você e acabei decidindo que eu não ia chorar,me alterar ou qualquer coisa do gênero mas...olhando para v-você as-ssim...-e lentamente a moça baixou os olhos que estavam úmidos.-Eu confio mu-muito em você e sempre achei que era uma confiança recíproca e agora...é como se tudo que eu sei,ou achava que sabia,sobre você tivesse fugido da minha cabeça...entende?
Pálido, o rapaz baixou os olhos para fitar seu próprio lençol, como se olhar diretamente para Lily fosse tão doloroso quanto olhar no fundo de dois faróis verdes que,provavelmente,provocariam cegueira. Ele respirava tão rápido que poderia se sufocar.
- Eu não contei isso pra ninguém,Lily,ninguém...pensei...pensei que todos iam...que eu ia...e eu não queria ficar...sozinho.
-Você simplesmente não confiou em mim e é só!Po-por que os meninos sabem,eu sei que eles sabem e eu não.Mas não estou aqui para cobrar nada de você já que na realidade eu nem tenho esse direito...só vim para te dizer que apesar de arrasada eu quero que saiba que n-não me importo com isso...de verdade!-com um pouco de dificuldade Lílian ergueu a própria cabeça e em seguida fez com que ele também levantasse a sua,para que se encarassem.Lagrimas grossas saiam de seus olhos e com a voz carregada de carinho, suspirou-Me abraça,por favor!
Remo a abraçou apertado, suspirando, fechando os olhos, e debilmente encostando o rostinho da garota eu seu próprio peito esfacelado. Internamente um mar de palavras rodopiavam em resposta,porém, tudo o que o lobisomem pode sussurrar foi um “Obrigado” estrangulado e quase inaudível.
Nesse momento a porta da enfermaria se abriu fazendo com que ambos se virassem para olhar naquela direção.
-Evans,por favor, preciso conversar com o MEU namorado...EM PARTICULAR.-sibilou Cynthia,com ambas as mãos postas na cinturinha e faíscas perigosas saltando de seus olhos claros.
Imediatamente a ruivinha soltou-se do rapaz e se ergueu da cama,encaminhando-se para a porta.
-Claro,Cynthia...fique a vontade.-falou ela com simplicidade.
-McClair para você.-retrucou a loirinha fazendo movimentos frenéticos com as mãos para que a outra não se demorasse, lhe lançando um olhar de repugnância.Já na saída Lily voltou-se para o amigo e com um sorriso carinhoso, suspirou:
-Até mais, Aluado.
Quando o calcanhar da monitora mal sumira de vista Cynthia cerrou com brusquidão a porta da enfermaria e virou-se para encarar o namorado, bufando.
-Você quer se explicar ou prefere me ouvir primeiro, seu palhaço?
-Eu te amo, sabia?
-EU NÃO...-começou ela aos berros para, em seguida, completar-você o quê?
Remo deu um sorrisinho fraco que se esforçava para ser o mais intenso e verdadeiro de todos. Empertigando-se na cama, repetiu:
-Eu te amo. – os olhos dele afundavam-se nos olhos dela, que não teve tempo para responder tão imediatamente já que Lupin continuou.- Eu estava com saudades, que bom que você veio aqui!
-Eu...eu vim aqui para...para...mas!Ai amor,que lindo!-e imediatamente um sorriso abriu-se nos lábios da moça que correu para se sentar ao lado dele na cama,segurando suas mãos.-Está com saudades mesmo ou só está falando que está para eu não te matar?
Com um sorriso ainda mais largo Remo inclinou-se e beijou sua namorada com todos os resquícios de forças que ainda possuía, o que simplesmente tirou a pobre enfermeira do sério: Madame Pomfrey, que ressurgia no quarto com uma bandeja de remédios, exaltada, soltou seus pertences num grito horripilante:
-O que pensa que está fazendo?! Você quer se matar antes mesmo de tomar o remédio do dia?! Minha nossa, você deveria estar descansando! Que invasão! Quantas meninas já vieram aqui!!! E elas são piores que os meninos!!Piores!!!Oh, senhorita v...
-Como é que?Quantas meninas já vieram aqui Madame Pomfrey?QUANTAS REMO LUPIN?E NÃO MINTA PARA MIM OUVIU?Como pode...meu pai confiou em você e...eu não acredito que você foi capaz...você MENTIU PRA MIM SABIA???MENTIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIU!-Cynthia largou-se do rapaz e ficou de pé ao seu lado apontando para ele,acusadora.
Remo olhava para ela embasbacado, ainda tentando compreender o que diabos tinha acontecido ou, ainda, se ele perdera alguma coisa.
-Erm...quê?!Duas! Duas; você e a Lílian...a Evans.
-Certo, certo, já chega!- urrou Papoula, empurrando com um braço a mocinha que estava em seu caminho para conseguir aproximar-se de seu paciente.-Escute senhorita Mc Clair: se a senhorita quer ver seu namorado o quanto antes, deixe-me trabalhar!
-Ah sim...claro!Me desculpe...-e, mais calma, dirigiu-se a ele-Quando sair dai quero ser a primeira a ouvir o que aconteceu, certo?Se cuida direitinho e não esquece de mim,ta?-estalou um selinho na testa do maroto e outro em seus lábios.-Também te amo.



O volume de maços de cigarro tragados por dia aumentou consideravelmente. Um por um, distraidamente, despreocupadamente, ou, quem sabe, propositalmente, Sirius ia liquidando seus meios de alívio de uma maneira desequilibrada, o que só provava que algo estava o atormentando profundamente. Sua válvula de escape tornou-se vício. Um vício doentio que os amigos não conseguiam mais suportar. Era um antes das aulas, outro depois do café da manhã, seguido de outro no intervalo para o almoço, na biblioteca, ao pôr do sol, depois do jantar e, o que era inadmissível; dentro do dormitório.
Tossindo, furioso, Remo expulsava seu amigo-chaminé á pontapés, resmungando algo sobre não tolerar aquele cheiro dentro do quarto ou do banheiro. Pedro Pettigrew passou a soltar palavrões chiados apenas com a chegada de Sirius, que agora guardava um ar ainda mais agressivo e explosivo para ele. Até mesmo Tiago, que outrora se mantinha tolerante e sossegado, já não podia mais suportar a nuvem de fumaça que o afogava durante uma conversa com o melhor amigo, que chegava a ficar nervoso quando não se encontrava com um rolinho mal cheiroso entre os dedos.
Finalmente, quando o fôlego do goleiro Sirius começou a ser afetado gravemente graças ao seu hábito nada saudável (o que prejudicava o Quadribol), o capitão de Grifinória desejou trocar algumas palavrinhas com ele. Após um treino que Tiago classificou como “regular” (apesar de todos os seus jogadores terem abandonado o campo movidos apenas pela exaustão) a conversa com Sirius encontrou sua hora e local; ao cair da noite, no vestiário masculino.
- Já vi você fazer defesas melhores, Almofadinhas.- comentou o rapaz desatando o nó de suas luvas. Sirius não respondeu.- Você parece ter perdido a velocidade, o que aconteceu?
- Nada.- murmurou o goleiro, atirando com violência seu uniforme vermelho e amarelo dentro do armário á sua frente. Tiago já esperava uma atitude pouco cooperativa como esta.
-Pois eu sei o que é; você antes costumava ter mais fôlego.
-Se você sabia, porque perguntou?! – desafiou Sirius, como quem já sabe de cor e salteado o porquê. Ele olhou Tiago com uma de suas caras mais impertinentes. O apanhador deu de ombros, terminando de se despir.
-Não acha que ´tá pegando pesado no cigarro, cara?
Sirius soltou uma gargalhada vazia que fez Tiago erguer as sobrancelhas para ele.
-Eu sabia que era aí que você queria chegar!
- Claro! Eu já estou ficando preocupado, caramba!
-Não, não está.- rosnou Sirius, apontando uma de suas luvas grossas de goleiro na direção do rosto exaltado de Tiago.- Você só está preocupado com o meu desempenho no seu jogo idiota!
-Bem...não sou só eu! Remo e Pedro também estão...
-O Remo fica irritado com qualquer coisa, enquanto que Rabicho só se faz de fresco para imitar vocês dois!
-Se você me contasse qual é o problema eu talvez pudesse ajudar!-bradou Pontas, atirando sua vassoura no chão ao erguer-se bruscamente. O resto dos garotos apressaram-se para dar o fora dali ao sentirem o ar esquentar e as vozes de ambos começarem a arder, abandonando o vestiário para os dois marotos discutirem à vontade.
-O que?! Vai me dizer que está preocupado?!
-É claro que estou!- indignou-se Tiago, agora chutando a porta de seu armário para que fechasse, o que não aconteceu visto que a manga de sua camiseta pendia para fora como uma língua vermelha e amarrotada.- Cigarros não falam, Sirius!Não falam, não ouvem, não dão apoio...eu sim!
Sirius calou-se, mas sua expressão continuava inflamada, fixa em Tiago, que continuou a falar como se estivesse esperando por isso á muito tempo:
- Vamos, nós costumávamos contar tudo um pro outro...o que aconteceu? Porque dessa vez é diferente? Eu sou Tiago, lembra? Sou o seu melhor amigo, Almofadinhas!
Sirius pareceu ponderar por alguns segundos, depois fez um movimento para que eles voltassem ao castelo. Sem questionar, Tiago jogou sua vassoura nos ombros e o seguiu para os jardins, satisfeito por receber no rosto e cabelos a brisa úmida e fria da noite.
- Você vai ter que jurar que não vai rir e muito menos fazer uma cara de patife-fedelho ou de “eu sabia!”. – Sirius impôs, olhando o outro caminhar ao seu lado como um cão desconfiado e irritadiço. Tiago cruzou o peito com os dedos.
-Juro pelas barbas de Merlim...
-Não, não pelo velho caduco! Vai ter que jurar pela Evans.
-Quê?!
-Agora, Pontas!
Ao perceber a determinação nos olhos de Sirius, o moreno murmurou muito á contragosto, suspirando de resignação, um “Juro pelos cabelos ruivos da minha Lily que não vou rir ou fazer cara de patife-fedelho”. Sirius ficou em silêncio por mais alguns segundos, como que tentando procurar a melhor maneira de começar. Tiago aguardava ansiosamente.
- Eu disse que a amava.-disparou, depois de concluir que o ataque surpresa e rápido era muito menos penoso do que usar a sutileza. Tiago estancou, em choque, obrigando Sirius a parar também. Mais um silencio sufocante pairou entre eles antes que, engasgado, Pontas conseguisse balbuciar algo como:
-Quê?!
Ódio. Foi isso que faiscou nos olhos de Sirius graças á falta de compreensão do amigo, se bem que era bem provável que Tiago estivesse fazendo aquilo apenas para tortura-lo, tornando aquela confissão mais difícil e intragável. Trêmulo, juntando todas as forças para manter seu auto controle, Sirius decidiu explicar-se novamente, desta vez com a máxima clareza para que não houvesse a mínima possibilidade de seu ouvinte o contestar:
-Eu- disse-para-a-Elizabeth-que-gostava-dela.
-Calma, calma, não tão rápido, me deixe só...- e Tiago respirou profundamente, uma, duas, três vezes, como quem se prepara para dar um salto mortal em parceria com um twist duplo para as Olimpíadas.-Você usou as palavras? As exatas palavras?
Sirius assentiu miseravelmente, ciente de que aquele era o momento mais humilhante de toda a sua vida, sendo que a reação embasbacada de Tiago realmente não ajudava muito.
-Putz!- Tiago meteu a mão na testa com tanta força que deixou sua própria pele carimbada com marcas de dedos.- E o que ela disse?!
A pergunta definitivamente estrangulou o outro maroto, que desviou o olhar para a sombra distante do Salgueiro Lutador. Não foi difícil para Tiago constatar que era a reação da garota o real problema, e não a ação propriamente dita. Sirius demorou tanto para responder que o namorado de Lily decidiu assegurar-se de que o atormentado amigo ainda lembrava-se de sua presença:
-Almofadinhas, o que ela disse?
Mas a resposta continuou entalada na garganta do jovem Black. Tiago coçou os cabelos, reajustou seus óculos, pensou mais um pouco, tentou transmitir calma e confiança:
- Bem, seja lá o que for, eu estou orgulhoso de você cara. Eu sempre soube que isso ia acabar acontecendo, claro, não que você já não tenha dito isso para outra garotas, mas sabe...eu sei que desta vez você disse a verdade, pela primeira vez você disse a verdade, que é a coisa mais difícil de se fazer...
-Obrigado.-murmurou Sirius, agora frio como uma pedra.
-Não é pra agradecer Almofadinhas, eu só estava...
-Não, seu mané! Foi o que ela disse! Ela disse “obrigado”! Ela me agradeceu! – inquietou-se Sirius, gesticulando para o outro freneticamente. Tiago perdeu a fala. Seus olhos agora arregalavam-se por detrás de suas lentes, expressando sua surpresa e descrença de uma maneira muita clara. Novamente o desconforto foi tomando posse de Sirius até obriga-lo a desviar os olhos novamente.
-Ela...jura? Que cruel!- Tiago agora agitava-se ao redor de Sirius, incapaz de ficar parado. Sua língua enrolava-se com o número de coisas que ele tinha para perguntar.-E o que você fez?
-Respondi “de nada”.- explicou entre dentes um Sirius mau humorado. Pontas quase teve um colapso:
-Seu cabeçudo!
-O que mais você queria que eu fizesse?!- exclamou o outro, beirando ao desespero colérico de quem sente sua honra ofendida.
-Qualquer coisa seria menos cara-de-pau que isso! –protestou Tiago, como se agindo daquela maneira Sirius tivesse cometido um crime irrecuperável.- Você podia ter feito algo mais a sua cara, tipo, ter jogado ela contra a parede e tascado um daqueles beijos sangue suga que tiram o fôlego de qualquer uma!
-Que humilhante, é por isso que a Evans te fez de gato e sapato por sete anos, sabia disso?- riu Sirius, sarcástico. Tiago olhou para ele após um minuto surpreso:
- Ela gosta de mim agora, Sirius!
-Será?!
Tiago ficou mortificado. Estupefato, fitava Sirius, que devolvia o olhar de um modo duas vezes mais penetrante. Após um tempo considerável de silenciosa, indecifrável e mútua contemplação, a dupla decidiu seguir para o castelo sem mais se dirigirem a palavra.
Logo á frente, depois de já ultrapassarem o Hall de entrada, uma voz irritantemente familiar ecoou por toda a Hogwarts até alcançar os ouvidos dos dois jogadores:
-Heiiiii...heizinho Black!Aquiii!-a voz aguda de Ligia soou aos ouvidos do moreno como trombetas do inferno anunciando a chegada de novos moradores.
- Oh, não!- murmurou Tiago, olhando de relance para trás.-Lá vem seu bichinho, Almofadinhas! Eu já vou indo então, mas acho se você correr ainda dá pra fugir.
-Não, agora já era.- suspirou o rapaz, revirando os olhos e, inexplicavelmente, mudando o tom de voz para algo macio, agradável e por isso claramente falso.- Olá, Ligia! O que foi?
-Oi!-exclamou ela, sorrindo-Bom, preciso falar uma coisa com você...e é MUITO importante,viu?!-contou mudando surpreendentemente de expressão, pela primeira vez na vida ficando séria, com semblante preocupado.-Mas acho que você vai ficar feliz.
-Ah, é?-zombou Sirius, cruzando os braços. Tiago, curioso, hesitava em ir embora.- Então fala logo garota, porque seja o que for o Tiago vai ficar sabendo, mais cedo ou mais tarde...rápido, estamos com pressa.
-Tá, você quem sabe!É que eu estou grávida e sabe quem é o papy?Você!Claro né...e pra quando marcamos o casamento?-desembuchou ela como se contasse a coisa mais natural do mundo.
Os garotos ficaram em choque por uma boa meia hora. De olhos arregalados, membros paralisados e bocas levemente abertas, o cérebro de Sirius e Tiago parecia ter seriamente enguiçado. Depois, entreolhando-se insanamente ambos caíram na gargalhada, numa das mais grandiosas gargalhadas que já haviam dado em conjunto:
-Boa tentativa!-ofegava Sirius.- Mas vai precisar de muito mais do que uma bela mentira pra fazer eu me casar com você! Venha Pontas, vamos embora...
Ainda engasgando-se, o maroto de cabelos arrepiados e óculos redondos deu uma olhadela para trás, fitando Ligia com um quê de pena e maliciosa satisfação.
-Tá bom então...talvez a ADAMS possa fazer alguma coisa por mim,não Sirius?Talvez ela me ajude a sustentar O NOSSO FILHO, QUE EU ESTOU ESPERANDO!-Coox permaneceu parada onde estava, de braços cruzados, tentando fazer com que a voz se tornasse fria e cínica.
Sirius parou de andar imediatamente. Permaneceu de costas para a ofegante garota e, lentamente, virou-se para encara-la:
-Você está falando sério? Mesmo?! – ambas as perguntas soavam muito mais como um desafio gelado do que como qualquer outra coisa.
-Se quer ter certeza me dê a Poção Fertiliz.(nota: poção criada pelas autoras. Vem da palavra “fértil”, ou seja: seria o correspondente a um dos produtos para teste de gravidez que nós conhecemos).
-Você acha que eu tenho uma aqui no meu bolso?!- gargalhou Sirius, cada vez mais seco.- Eu não sou um armário ambulante, Coox! Se quiser, faça uma você mesma e depois venha me mostrar.
-Que bom que você PELO MENOS confia em mim.Se é assim, eu já bebi uma.Olha aqui.-e com delicadeza Ligia retirou do bolso um pequenino frasquinho com um liquido vermelho néon dentro. Os olhos de Sirius imediatamente faiscaram. Tiago empalideceu:
-Não pode ser!
Sirius caminhou para Ligia em passos largos, sempre mantendo os olhos fixos no frasquinho, que ele agarrou bruscamente para examinar de perto. Após alguns segundos podia-se notar que ele tremia:
- Isso...é seu?! É seu teste, Ligia?!
-Sim, mas como eu sabia que você não ia acreditar posso fazer de novo, na sua frente.
-Não.- cortou Sirius, devolvendo a poção para a moça.- Não é preciso. Quero apenas que você beba uma outra poção; uma poção de aborto, Ligia!
-SIRIUS!!!- Tiago não podia acreditar no que tinha acabado de ouvir. Tomado pelo mais repugnado dos choques, protestou.- Você não pode estar falando sério! É SEU FILHO, SIRIUS!
Ligia apenas sorriu para o maroto de óculos e voltou-se para o outro calmamente:
-E o Dumblendore já sabe, viu?
-O QUE?! –urrou o rapaz, que por um milagre não caiu ali mesmo.- Você contou pra ele, sua idiota?! E o que ele disse?O que ele sugeriu?O que ele vai fazer?! Ah, idiota!
-Ele não disse, não sugeriu e não fez e nem vai fazer nada: concluiu
apenas que é sua responsabilidade!Ah, e que vai notificar nossos pais do acontecido.Bom, vou te deixar pensar um pouco; depois venha falar comigo.-falou a moça em tom de “fim de papo”. Em seguida lançou beijinhos no ar para os dois e começou a se afastar.
Tiago lançou para Sirius aquela mesma expressão de desapontamento da noite em que Snape quase fora assassinado dentro do Salgueiro Lutador; aquela expressão marcante e descaracterizada que mais representava um marco de dor do que de ódio.
-Eu espero sinceramente que você pense muito no que vai fazer a respeito disso, cara. Se quiser minha ajuda, eu estarei aqui...não quero falar sobre isso enquanto você não tomar sua decisão, que eu torço para que seja inteligente.
Sirius não respondeu, talvez por uma questão de honra ou de simplesmente não ter o que dizer. Meio irritado com a situação, ele finalmente liderou seu caminho para o salão de Grifinória e, de lá, para o dormitório masculino. Mais uma vez, Tiago o seguiu sem dizer absolutamente nada.


Uma tardezinha fria com ventos uivantes caia sobre os terrenos da gloriosa Hogwarts.Os alunos grifinórios achavam-se em sua maioria no salão comunal, embrulhados em casacos grossos ou até mesmo em
edredons fofos tentando inconscientemente aproveitar o fim daquele inverno e comemorar a chegada lenta da primavera.
Eliza encontrava-se recostada confortavelmente em uma poltrona, de olhos bem fechados, fingindo cochilar quando na verdade estava muito bem acordada e atenta na conversa das amigas à sua volta. Katherine bebia seu chá fumegante, intercalando seus goles por risadas e comentários. Stéphanie fazia o mesmo, lançando ocasionalmente caretas e bufos na direção de Remo, que finalmente largara os amigos para dedicar seu tempo á namorada, o que ele fazia a muito custo já que Cynthia fazia parte daquele grupinho intragável de meninas chatinhas.
Todo o grupinho sobressaltou-se(inclusive a moça que fingia dormir)
quando uma garota do terceiro ano surgiu saltitante para perto delas, balançando nas mãos uma carta lacrada com cera derretida.
-É pra você!!-ela disse, entregando com orgulho o envelope para Elizabeth Adams, que pôde reconhecer o carimbo “A” cravado na cera vermelha, selando o embrulho. –Uma coruja de igreja acabou de despejar isso aqui.- contou a jovem desconhecida, parecendo muito empolgada por ter atraído todas aquelas populares atenções.- Daí eu peguei e...
-Tá bom, dispensada! – espantou Katherine, balançando as mãos impacientemente. A terceiranista, ofendida, retirou-se para se aproximar de Tiago e Sirius, que já agrupavam grifinórios no outro canto do salão com suas peripécias mirabolantes.
-Liza...esse não é o ...-começou Stéphanie ao que jovem de cabelos negros concluiu:
-O carimbo da minha família,sim.-os olhos claros correram pelo envelope e as mãozinhas apressadas rasgaram com delicadeza as bordas do pergaminho.Na euforia em que se encontrava ela passou os olhos rapidamente pelas linhas da longa carta sendo atentamente observada pelos seus quatro companheiros.
-Então Li...o que diz?-exclamou Cynthia apertando as mãos do namorado,curiosa.A outra ergueu os olhos e lançou um sorriso para ela erguendo-se e sussurrando um “Não venham atrás de mim,eu já volto!” e saindo do salão quase que correndo.
-Filha da mãe...ela me conhece e me deixa nessa curiosidade!Eu vou atrás dela...-e Stéphanie já ia se erguendo quando a loirinha lhe segurou o braço e advertiu:
-Ela quer ficar sozinha...depois ela conta pra gente,Sté.E outra coisa...a Li não sorri por qualquer besteira né?
Pelo fato de ainda estar com repudia da amiga Stéphanie largou-se novamente no sofá com um suspiro irritado.
-Olha se você quiser ir vai..mas depois agüenta sozinha a fúria dela tá bom?Eu não agüento mais vocês duas me tratando mal por causa das escolhas que eu faço da minha vida...nunca pensei que diria isso mas eu prefiro perder vocês do que ter MAIS gente “cuidando” do que eu faço ou deixo de fazer...vão pra merda!-e sem esperar que qualquer uma delas pensasse em responder agarrou o braço de Remo e ordenou “Vem!”.
Katherine observou com ultraje a retirada da “ex- amiga”, enquanto que Remo, sentindo-se absurdamente culpado por toda aquela discórdia, seguiu a namorada mais quieto do que nunca. O casal retirou-se do Salão Comunal de Grifinória.



Foi inevitável. Naquela mesma noite, depois de separar-se da namorada e ir acolher-se em seu quarto, Remo Lupin contou absolutamente tudo para os amigos, dando ênfase nas respostas para as perguntas de Sirius. Contou que quando estava com as meninas Elizabeth recebeu uma “carta estranha” que a deixou extremamente feliz, sendo que, depois de ficar absolutamente órfã de família, ninguém no mundo pode se dar ao luxo de ficar feliz. Contou que, infelizmente, nem ele nem ninguém conseguiu ler o que estava escrito, pois a garota imediatamente se ergueu e saiu do salão, levando seu achado.
Bem, este fato ganhou suas devidas conseqüências, é claro. Mordidos de curiosidade, os marotos planejaram seqüestrar o envelope para desvendar o segredo, e assim o fizeram, apenas horas depois.
A noite ia avançada quando o corredor silencioso da torre masculina de Grifinória foi lambido por uma fina faixa de luz.Uma porta se fechou num leve rangido. A faixa sumiu. A escuridão retornou ao seu posto de liderança naquele corredor adormecido.
Cautelosos como gatos, os quatro marotos abandonaram seu dormitório e seguiram em fila indiana de volta ao Salão Comunal, onde iriam cobrir-se com o manto cúmplice de Tiago.
-E se algum monitor pegar a gente?- gaguejou Pedro, ainda bocejando e tremendo.
-Rabicho, eu sou o monitor de Grifinória! Como é que eu pegaria a gente? – riu-se Remo, que mais tarde sentiria um pequeno remorso por isso.
-Shhh.- repreendeu Tiago com ar de líder, o que fez Sirius, seu antecessor, revirar os olhos.-Tenho que enfeitiçar a escada, só um instante.
O rapaz ergueu a varinha e começou a murmurar palavras em latim. Os amigos o aguardavam num estado de excitação nervosa, mas é claro, cada um com seus motivos: Pedro atormentava-se com a idéia de ser pego em flagrante e acabar pendurado de ponta cabeça por Filch (sim, o zelador prometera fazer isso da próxima vez que os pegasse); Remo inquietava-se só de pensar que iria invadir a privacidade de quatro garotas (inclusive sua namorada); Sirius rosnava para si mesmo, perguntando-se qual seria o primeiro lugar do quatro que ele iria vasculhar, enquanto Tiago, com um quê de satisfação, anunciava:
-Vamos subir, e rápido, antes que as escadas voltem ao normal!
Ele não precisou falar mais vezes. Numa questão de segundos todos os quatro estavam no topo nos degraus, agora animados, perguntando-se porque nunca haviam tido aquela idéia de invasão antes.
-Estamos no corredor das meninas!-exclamou Rabicho como se não acreditasse nas próprias palavras.- Que demais!
-Fica quieto, seu virgem retardado!- Sirius já partiu para cima do gordinho com suas ameaças, mas desta vez, em sussurros.
-Como vamos saber qual é o quarto delas, hein?-lembrou Tiago, cruzando os braços. Sirius olhou para o melhor amigo com um sorrisinho de deboche:
-Pontas, pra que serve esse pergaminho nas suas mãos mesmo?
Apalermado com a sua burrice, Tiago consultou o mapa com olhinhos espremidos próximos ao Lumus que teve que conjurar. Sentiu ganas de arrastar todo o grupo para o quarto de Lílian, mas conteve-se, e com um menear de cabeça apontou:
-É por ali.
Caminharam quase sem fazer nenhum ruído graças aos anos de prática. Estancaram diante da porta, trocaram olhares e, por fim, entraram.
O quarto era amplo como todos os outros.As quatro camas estavam distribuídas de forma desregular: duas delas encontravam-se lado a lado a janela (a qual não tinha as cortinas puxadas e por isso uma nesga de luar clareava suavemente o aposento de aroma doce); uma outra estava na vertical, na parede oposta, encostada à parede, e a última delas achava-se “sem apoio”, de frente para a porta de entrada.Nenhuma delas encontrava-se com as cortinas puxadas.
Sirius deu um passo á frente, mas Tiago o deteu, pousando uma mão em seu ombro.
-Devagar, Almofadinhas.- o maroto estendeu sua varinha, tocou a cabeça do amigo e preparou-o para a tarefa com o Feitiço da Desilusão. Pedro e Remo enfeitiçaram-se também, pois dessa maneira estariam muito bem camuflados assumindo as cores do quarto atrás de si. A capa da Invisibilidade, afinal de contas, estava tornando-se cada vez algo mais desconfortável e impróprio para quatro rapazes em fase de extraordinário crescimento usarem coletivamente.
-Espalhem-se, mas sem dar um pio, seus cabeções! – lembrou Tiago que, depois de entrar, refletiu sobre fechar a porta ou não.
Remo adiantou-se para Cynthia num gesto inebriado de irracionalidade. Cuidadosamente retirou uma mecha de seu cabelo, observou o rosto sereno e adormecido semi-iluminado pela luz do luar, notou um ursinho de pelúcia branco em seus braços, e, diligentemente, depositou no rosto da moça um beijo caloroso.
-Remo!!!
-Oh...eu...certo, desculpe.
-Você vai acordar a mina! Cuidado!
-Tá, eu sei, desculpa!!
E afastou-se, não sem dar um sorriso. Pedro, tentando esconder a excitação quase infantil, saltitava de um lado para o outro, entretido com o cheiro doce que dilatava suas narinas gordinhas. Tiago estava agachado diante da cabeceira de Stéphanie, abrindo cada gaveta com uma cautela quase exagerada, como se estivesse manejando um pedaço finíssimo de cristal. Depois de empurrar para o lado uma estranha coleção de batons de gloss, o maroto tentou, sem grande sucesso, conter um ronco de risada:
-Almofadinhas, olha isso!!
Sirius ergueu os olhos para ele.
-Tiago, seu paspalho! Larga isso!
Mas Pontas não conseguia se conter; agora já lançava um olhar malicioso para a dona da cabeceira, como se indagasse “Ai,ai, amorzinho, se eu soubesse que você estava assim tão necessitada...e toda preparada...quem sabe eu...” e devolveu a poção anti-gravidez para a infinita coleção de frasquinhos de Stéphanie.
Sirius meneou a cabeça e voltou para o que estava fazendo; ergueu alguns papéis, puxou algumas gavetas, remexeu alguns objetos para logo em seguida retorna-los ao mesmo lugar...e finalmente voltou o rosto para a cama de dossel ao seu lado.
Como estava de joelhos, o colchão de lençol branquinho ficava á altura de seus ombros, que subiam e desciam graças á sua respiração cada vez mais acelerada. A moça encontrava-se de lado, com ambas as mãos em forma de conchinha dando apoio à cabeça, enquanto todo o resto de seu corpo estava encolhido, já que o cobertor fora empurrado para os pés da cama. Sirius ficou admirando Elizabeth por alguns momentos silenciosos. Em seguida estendeu a mão, aproximou-a dela e, lentamente, meticulosamente, passou os dedos para debaixo do travesseiro fofo em que a moça apoiava a cabeça, apalpando o que quer que fosse. Sentiu o toque áspero de pergaminho. Sorriu com o seu triunfo e, agora mais precavido do que antes, retirou a carta dos covis do travesseiro da moça.
-Ei, caras!-chamou, numa réstia de voz. Seus amigos não prestaram atenção, cada um entretido á sua maneira.- Caras!!!
Katherine se remexeu, murmurando alguma coisa. Tiago congelou, afastando-se de Stéphanie; Remo fechou o diário de Cynthia; Pedro meteu a cabeça na gaveta que acabara de abrir. Alarme falso. A negrinha voltou a dormir.
-Doeu!- ganiu Rabicho consigo mesmo.
-Você quase me mata do coração, Sirius!- exclamou Tiago, agora desistindo de seus projetos perversos perante a vulnerável Stéphanie; quem ele cobriu rapidamente e reajustou a alça da camisola.
-Eu achei!- contou o rapaz.- Mas ela vai sentir falta da carta quando acordar...vou fazer uma cópia.
Enquanto Sirius ocupava-se com uma nova obrigação, os demais marotos voltaram a relaxar em seu novo parque de diversões. Pedro, ainda gemendo, continuou a fuçar coisas e a roubar docinhos que encontrava (provavelmente dado por pretendentes das tão requisitadas garotas); Remo agora se sentou confortavelmente para folhear o diário, enquanto Tiago ergueu-se com a consciência mais pesada do que chumbo e foi fuçar o banheiro ainda desconhecido. Alguns minutos se passaram até que Sirius os chamassem de volta:
-Pronto! Tiag...Tiago?! Cadê aquele moleque?
-Vou chamar ele!-avisou Rabicho, ansioso em ser útil...
o que,infelizmente, não deu certo.
Rabicho foi qualquer coisa, menos útil. Em meio ao seu salto para se por de pé, o maroto tropeçou nos sapatos de Katherine, foi cambaleando até a cama de Cynthia e, num ato desesperado para não cair no chão, agarrou-se no cortinado, que desprendeu com estrondo.Imediatamente as quatro jovens despertaram em meio a gritinhos finos e desesperados.A dona da cama do cortinado demolido ergueu-se tão depressa que parecia ter acordado em um leito que queimava em chamas.Ás pressas, uma delas ordenou para que as luzes se acendessem,para e com total estupefação constatarem que os responsáveis pela “bagunça” eram...
-Fantasmas?Que diacho é isso, meu Deus?-exclamou Stéphanie sonolenta, fixando os olhos nos contornos do que parecia ser uma pessoa próxima a cama de Elizabeth.
-E tem outros...olha ali!-apontou Cynthia para uma das pontas das suas cortinas que ainda era segurada pelo “invisível” ser humano.-Ai credo! Tem outro aqui pertinho de mim!-e correu, indo parar já perto da porta do dormitório.-Vou chamar o Remo.
-Putz!! Fudeu tudo, Aluado!! Ela acha que você não está aqui!
-CALA A BOCA, SEU RETARDADO MENTAL!! TUDO ISSO É CULPA SUA!
-Minha?!Sirius, me defende!
-EU?! EU?! VOCÊ VAI MORRER RABICHO, COMECE A FAZER AS SUAS PRESSES!
-GENTE!!-uma nova voz surgiu no aposento, vinda, aparentemente,do banheiro. Diante da voz uma calcinha flutuava.- Olha só que graça!! HAHAHAHA!
-TIAGO, SEU IMBECIL!!
-PARA DE ME XINGAR!!
-SIRIUS BLACK!O QUE DIABOS VOCÊ ESTÁ FAZENDO AQUI?-berrou a jovem Adams pondo-se de pé de frente para os contornos de onde ouvira a voz de Sirius soar.-Potter, Pettigrew e Lupin, podem vocês também se “desilucionarem” agora!
Qualquer uma das outras garotas parecia chocada demais para conseguir entender o que se passava ali.Olhavam da amiga para as “sombras” de onde tinham ouvido (ou imaginado) as vozes dos rapazes marotos saírem, e tentavam da forma mais rápida possível achar respostas para indecifráveis perguntas que surgiram em turbilhões:
-O que vocês estão fazendo aqui?
-Como subiram as escadas?
-São vocês mesmo?
-Larga minha calcinha, moleque!
-Amor?Você ta aqui?
-Que ta acontecendo?
Lentamente, quase humilhantemente, os até então delineados marotos foram tomando cor e forma até voltarem a ser completamente sólidos. Tiago entregou a calcinha com um sorriso; Remo não sabia o que fazer, falar, ou para onde olhar, por isso, ficou quieto. Pedro começou a rir descontroladamente, enquanto Sirius, assim como Tiago, sorriu descaradamente.
-Boa noite, meninas!
TAP.
O tapa que atingiu a cara do maroto foi tão certeiro e inesperado que teria sido capaz de derruba-lo...isso se ele não fosse Sirius Black.
-Seu canalha ordinário...desaparece do nosso quarto.AGORA!-bradou Elizabeth de frente para ele com as mãozinhas postas na cintura.
-Ah, não antes de explicarem TUDINHO e de consertarem a cortina da Cynthia...-completou a negrinha sentando-se em sua cama e mirando cada um dos rostos de diferentes expressões.Stéphanie, com um mesmo olhar de desaprovação, cruzou os braços e ficou pronta para ouvir a ladainha enquanto que, para a surpresa de todos, Cynthia caiu na gargalhada.
-E eu ia atrás dele!Para me defender...DELE MESMO!-e ria mais um pouco-Como você desencantou a escada, amor?
Remo olhou para ela brevemente, deu um sorrisinho vago de “depois te explico” e apressou-se em concertar a cortina arrebentada, aparentemente abalado demais para produzir algum som.
-Eu adorei essa sua camisola!-observou Sirius, puxando Elizabeth para perto, beijando-a fortemente nos lábios e a soltando com a mesma pressa do ato inicial.- Mas infelizmente já estamos de saída. Desculpa o incômodo. Até amanhã, e boa noite, amorzinho.
Antes que ele pudesse virar-se para fugir dali a moça voou em seus atraentes cabelos negros, puxando-os com força até trazerem o rosto do rapaz para bem perto do seu e movendo os lábios perigosamente, sibilou:
-Accio!-exclamou ela apontando para o corpo do rapaz com a varinha-ME DEVOLVE QUALQUER COISA QUE TENHA VINDO BUSCAR!
-Como se devolve um beijo? Me explica?
-Assim oh!-exclamou ela voando nos lábios do maroto e dando-lhe uma mordida tão forte quanto seus dentes (e sua coragem) permitiram.-Aprendeu?Ou quer que eu mostre de novo?Agora...DEVOLVE O QUE PEGOU!
-Bem...ok.- e Sirius inclinou-se, mordeu os lábios de Elizabeth (no seu caso, levemente) e voltou a sorrir.- Pronto! Fiz certo?!
Foi inevitável. Toda a platéia do casal, antes muda, não pôde mais conter uma estrondosa gargalhada, que ecoou pelas quatro paredes do dormitório feminino.
-Accio Sirius!Petrificus Totalus!
-Não!! Ele vai explodir!!- esganiçou-se Rabicho, enquanto Tiago e Remo, agora, choravam de rir acompanhados das garotas.
Sirius permanecia pacificamente calmo, como se tudo estivesse na mais perfeita ordem.
Com o maroto “petrificado” a moça correu as mãos pelo seu corpo e bolsos em busca de algum objeto seu ou de uma das amigas. Nada. Absolutamente nada além de um Espelho comunicante.
-Isso fica comigo.-bramiu Eliza depositando o espelho sobre sua mesinha de cabeceira.-Enquanto não me devolver o que pegou eu não devolvo o espelho do Príncipe vaidoso!Accio Remo, Accio Potter, Accio Pettigrew!-ordenou ela dando espaço para que os corpos caíssem no chão, aos seus pés.-Petrificus Totalus!
E repetiu a operação. Vasculhando bolsos, descobriu um Mapa, uma capa de tecido fino, diversos doces semi comidos (de Rabicho), um calendário lunar e mais um Espelho Comunicante . Os rapazes a observavam tentando conter o pânico.
-Er...isso aí é pra ver a menstruação do Pedro,viu?
-O QUE?!
-Digo... a da Lílian!
-MAS PRA QUÊ?!
-Cala a boca, Tiago...
-Eliza, minha fofa, já viu tudo?
-SIRIUS, ENTREGA LOGO A PORRA DA CARTA PRA ELA!
- VOCÊ É UM HOMEM MORTO, GORDUCHO!
-Carta?-sussurrou a jovem jogando as cascatas de belos sedosos para trás e correndo para verificar algo debaixo de seu travesseiro. Estava ali .Em seguida, tentando esconder o olhar confuso, voltou-se para eles e de voz triunfante declarou. -Tudo meu!Confiscado até segunda ordem!Tenham uma boa noite!-e com uma nova série de feitiços a moça envolveu “as pedras” em uma corda, unindo-os firmemente um no outro. Atirou aquele “embrulho humano” para fora do quarto e, em seguida, escada abaixo, por onde eles desceram estrondosamente. A porta do dormitório fechou-se com uma batida tão forte que um dos quadros da parede desprendeu-se de seu prego.
Gemendo de dor, embolados desconfortavelmente um no outro, com pernas e braços confusos, cabeças zunindo, ânsias de vômito e leves fraturas e arranhões, os marotos sentiram na pele, pela primeira vez na vida, o que era sofrer uma terrível humilhação.
-EU NÃO ACREDITO!-urrou Sirius, furioso.- QUEM ELA PENSA QUE É?!
-Nossas tranqueiras! Tudo, tudo! – lamentava-se Tiago.
-Meu calendário!- exclamou Remo, desesperado.
-EU NÃO SOU MENSTRUADO!!
-NÃO!!! Você é um homem MORTO Rabicho, MORTO!

- O que vamos fazer?- continuava Tiago, desembaraçando-se das cordas que o esmigalhavam contra seus amigos.-Eu vou voltar lá!
-Não!- Sirius o impediu imediatamente.- Espere; ela ainda está bufando lá em cima. Está em completo alerta. Espere o momento certo.
***
N.A’s: Nossa faz muito tempo que não atualizamos nossa fic né povo...é que nós só escrevemos quando estamos juntas o que não acontece faz muito tempo!Mas esse cap deve ter ficado bom...deu pra der uma avançada legal na história!Esperamos que gostem e que deixem coments e mandem e-mails ([email protected])!
Bjaum

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