Contagem regressiva
Cap8 - Contagem regressiva
“There is no beginning or end…
(não há começo ou fim)
Yesterday is history.
(ontem foi história)
Tomorrow is mystery.
(amanhã é um mistério)
Today is a gift. ”
(hoje é um presente)
31 de dezembro de 1977,exatamente 11:00 P.M. -Ai meu Jesus,estou tão ansiosa...cadê o Dumblendore?-reclamava Lílian Evans olhando por toda a extensão do saguão de entrada, fazendo a chama da vela em sua mão bruxulear assustadoramente,como se fosse se apagar.A moça estava espetacular com uma saia longa,solta e branca.Seus pezinhos estavam a mostra na sandália de salto,também branca, enquanto sua blusinha era uma bata,de alças soltas e mangas que iam apenas até seu cotovelo,rosa.Seus cabelos ruivos achavam-se soltos e as pontas dos mesmos estavam levemente cacheadas.
A sua volta todos os poucos alunos que haviam permanecido na escola para as festas de fim de ano seguravam também velas, conforme haviam sido orientados,esperando serem chamados para o inicio do “ritual surpresa”.O saguão estava agora iluminado apenas pelas chaminhas das velas dos alunos o que dava ao lugar e as pessoas um aspecto sombrio e misterioso.
Elizabeth mirou a ruiva com desdém e deu de ombros.Não tinha nada nas mãos já que obrigara Berta a carregar a “sua luz” e por isso mantinha os braços cruzados.Usava um vestido longo,de cor preta com cauda já que o traje era social.As alças do vestido eram extremamente finas e amarravam-se no pescoço,deixando as costas da moça a mostra e ocasionando um decote sensual.As cascatas negras encontravam-se presas,pela primeira vez, em um quase coque,deixando os fios atrás caídos e fiozinhos soltos.
Courtney permanecia meio isolada á um canto, criticando Berta por esta ter aceitado se fazer de escrava para Elizabeth. Seu cabelo extremamente loiro encaixou-se muito bem num corte chanel escovado, penteado de lado e fixo por uma presilha de brilhantes azuis,da cor de seus olhos. Ela tirava vantagem da magreza de seu corpo,usando um vestido colado também azul que demarcava seus singelos seios com um decote princesa que conseguia deixar á mostra um caminho em seu colo. Tiago e Sirius davam risadas de moleques excitados, já que Pontas lutava para apagar a chama da vela de Sirius enquanto que este o empurrava para trás,dava-lhe as costas e sempre gargalhando tentava cobrir o fogo com as mãos. Ambos os rapazes já haviam amassado suas vestes sociais, deixado as gravatas tortas e desprezado as luvas brancas que deveriam estar usando.
Espero que você acabe botando fogo na própria roupa,Potter!-sibilou Court, olhando para o moreno como se olhasse para o culpado de sua briga com Lily. Ele sorriu para a loirinha com um malicioso “Vai se catar” até receber um cutucão de Minerva McGonagall.
Hagrid está vindo.-avisou a bruxa.-Formem uma fila única, e vocês dois, façam o favor de ajeitarem estes smokings!
Sirius revirou os olhos cinzentos assim que notou a saída da mestra.
Elizabeth se aproximou dele e começou a endireitar sua gravata e o colarinho da camisa.Devido à proximidade o moreno podia sentir a delicada e marcante fragrância do perfume da moça o que sem sombra de duvida o estonteava.
Está bem melhor assim.-exclamou ela em uma voz baixa quando terminou de arrumar as dobras do paletó.
Está-Sirius inclinou-se para beija-la fervorosamente.-Enquanto que você está deslumbrante Estrelinha,e por isso todos esses babacas estão olhando pra você!
Tiago dispersara-se dali para babar discretamente sobre sua musa ruiva, observando cada milímetro de suas costas e cachos definidos. Era possível sentir o calor que emanava do rapaz, e que sempre estivera ali, dês de os onze anos de idade “Se controle, Potter!Não faça nenhuma besteira,nenhuma burrice,nenhuma...”.
Oi,Evans!- quando foi perceber o rapaz já estava enfrente á ela, gulosamente observando seu tomara-que-caia com alças delicadas.
Oi.-exclamou ela-Você está...uma gracinha.Agora vamos formar a fila que a professora mandou.-e aumentando o tom de voz para que agora se fizesse ouvir por todos completou-Vamos lá pessoal,vamos formar uma fila única.
Imediatamente todos os alunos se enfileiraram e silenciaram para que Hagrid falasse,já que este acabara de adentrar o saguão,também segurando uma vela.
Estão prontos?Vamos então!-e abriu novamente a porta de carvalho guiando os alunos pelos jardins escuros.Toda uma trilha de tochas abria caminho pela noite branca por neve, tremeluzindo suas chamas graças ao vento invernal: como um corredor,dos dois lados enfileiravam-se as pilastras erguendo o fogo,que tentava iluminar o caminho de todos,estes, que iam marcando suas pegadas na neve. As garotas vestidas por sandálias congelavam seus pés, enquanto outras, com vestidos fininhos e costas nuas, praguejavam ou gemiam enregeladas. Sirius respirava no cangote de Elizabeth, e apoiando-se sobre ela a fim de encostar todo o seu corpo em seu vestido e pele,sussurrou em tom audacioso:
Pode acender minha vela?-o rapaz estendeu seu toco de cera derretida para ela, cujo pavio acinzentado aparentava estar morto. Atrás dele um dos trigêmeos ia tendo tremeliques de ansiedade e congelamento, por isso,recolocava suas luvas sociais. Para um observador que olhasse a cena de um ponto acima, aquele cortejo de bruxos se parecia muito com um grupo ritualístico andando em procissão, sérios, sóbrios, prestes á praticaram uma macumba em meio ás trevas dos jardins.
A morena grifinória encostou a sua chama no pavio da vela apagada do rapaz, que se acedeu imediatamente.
É assim que eu vou te deixar hoje,você vai ver.Mas agora me esquente.
Sirius começou então á caminhar colado ás costas de Elizabeth, beijando todo o seu pescoço, sua nuca, seus ombros. Para seguir sem dificuldades, abraçou-a pela cintura e continuou a caminhar, guiado por ela, de olhos fechados, respirando ardentemente em meio aos carinhos com os lábios:
Está gelada mocinha, quer meu paletó?
Por enquanto não, vou ficar feia.Depois do ritual vou querer sim...-ela abraçou as mãos do rapaz e começou a fazer carinho nelas.Agora juntos, trocando toques acalorados, começaram a atrasar o resto da fila, que por fim terminou todo o caminho da estrada em meio ás sombras do terreno gelado.
Hagrid pediu para que todos fossem formando uma roda ao redor do lago congelado da Lula Gigante,onde tinham acabado de chegar. Os flocos brancos que haviam se acumulado sobre a água congelada provavelmente tinham sido retirados dali, já que agora o gelo parecia-se muito com um piso liso e transparente,cintilando á luz das estrelas,lua e velas. Alvo Dumblendore parecia-se muito com um imponente sacerdote, pois segurava um cajado dourado que fora esculpido em formatos retorcidos, que erguiam-se como dedos na ponta, segurando um globo que se parecia muito com uma bolinha de gude gigante. Sua barba branca,solta e longa, dava á sua imagem pálida um quê fantasmagórico e enevoado, completado pelo vento que sacudia suas vestes roxo berrante:
-Atritus imóbilus! – o diretor tocou a esfera de seu cajado no lago de gelo, que foi coberto por um manto invisível de magia. Todos o observavam atentamente.- Minha querida Minerva, prossiga por favor.
McGonaggal foi a primeira a por os pés no gelo, e o que foi incrível: sem deslizar (estava provado o objetivo do feitiço anterior). Ela marchou até o centro e ali depositou seu candelabro, de três velas azuis. Hagrid a imitou, depois Ketleburn, Pomfrey, e conseqüentemente todos os outros professores. Sem candelabros em mãos, todos estes movimentados bruxos foram formando um círculo pequeno ao redor de seu depósito ao centro do lago, formando uma roda séria e sóbria sobre o gelo. Na neve, ás margens do lago, os alunos ainda os observavam aguardando ordens.
Agora,alunos,façam como fizemos.-começou a voz da professora Minerva-Formem um segundo circulo de velas e unam-se ao seu Potter,por favor.
Tiago fez que “Sim, claro Minnie!” antes de se dirigir imponente para o espelho de cristal que era aquele solo congelado. Deixou sua vela ao lado dos candelabros e foi se posicionar sozinho num círculo maior, onde até aquele momento existia apenas ele. Minerva olhou para ele como quem diz “Muito bem” para depois mandar:
Próximo...sr. Severo.
O rapaz de cabelos oleosos depositou sua vela e se posicionou,a completo contragosto,ao lado do maroto.Um a um,silenciosamente respeitosos,os poucos estudantes os imitaram e algum tempo depois havia um numero grande de luzinhas ao centro do primeiro circulo(o dos professores) e ao redor destes um ainda maior composto pelos jovens aprendizes.Faltavam agora cinco minutos para a meia-noite.
Um som de cascos veio trotando da Floresta Proibida, para onde todos voltaram suas atenções: Das sombras, cintilando como pedaços brancos de anjos quadrúpedes, iam ficando visíveis e próximos um grupo de treze cavalos alados , que vinham trotando mansamente, mantendo as asas encolhidas ao lado do corpo. O pêlo branquinho era macio,sedoso, e ia transformando-se em plumas sobre os ossos das asas imensas. As caudas eram prateadas,assim como os cascos sem ferraduras. Eles não estavam domados por celas, correntes ou focinheiras...seria uma judiação prender animais tão magníficos, que pararam aos relinchos mansos perto do grupo,deixando um rasto de pegadas na neve.
Cada um de vocês cheguem para perto dos animais... devagar ...e montem neles.-explicou o diretor e com paciência esperou todos os jovens acomodarem-se cada qual em um cavalo para prosseguir-Quando eu der a ordem,levantem vôo...faltam 15segundos.-e mais uma vez posicionou a esfera de seu cajado no centro do circulo de fogo-Todos prontos?
10-09-08-07-06...-a voz de todos os presentes soou alta,curiosa,ansiosa e feliz;em uníssono,sem qualquer ordem ou pedido.
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Paris romântica, emocionante, histórica. Paris vibrante, elegante! Paris para namorar, Paris para crianças...As pontes de Paris, as tulipas, os monumentos, os museus, as lojas deslumbrantes, os ballets, o croque-monsieur, todo requinte, o sotaque, os cafés, os vinhos, o Luxembourg, a Champs Elysées... Desde sempre, o coração de Paris bate no ritmo dos apaixonados.
Os McClair deleitavam-se na “cidade luz” já a cinco dias. Instalados num dos hotéis cinco estrelas mais disputados nesta época festiva, o casal Taylor e Caren agora já acostumados com toda aquela beleza pomposa á sua volta haviam decidido permanecer em repouso em sua suíte estilo Luis XV. Não gostavam muito de agitação no famoso Revéillon... não eram supersticiosos, e por isso não se importavam com as dezenas de crenças da época, como comer doze uvas,pular sete ondas (mesmo porque não viviam num lugar provido de praia e sol,mas muito pelo contrário...) e muito menos nas promessas que todos faziam para o ano seguinte,promessas estas que tinham a curta duração de uma queima de fogos. Por estes e outros motivos, o casal agora tomava champagne na varanda da suíte,pensando em como estaria sua filha, que se divertia na noitada parisiana com ordens para se comunicar quando pudesse, e claro,voltar ao hotel o quanto antes.
O que seria extremamente difícil!
Os olhos absurdamente brilhantes da moça estavam encantados, mais uma vez, com a vista indescritível da cidade de Paris.Seus cabelos achavam-se soltos com os leves cachos nas pontas, sedosos e macios.Sua blusa era novamente sem alças, justa e de um azul que contrastava absurdamente com seu olhos, com a exceção dos brilhos cintilantes da mesma.Usava também uma mini-saia branca de camadas esvoaçantes,ligeiramente transparente.Calçava uma sandália de salto igualmente branca com pequenos detalhes azuis na tirinha.
Remo segurava uma das mãos da namorada firmemente, como que com medo de que ela o soltasse, ou se perdesse dele. Olhando-a de soslaio constatou que apesar de estarem próximos a atenção de Cynty estava fixada nas ruas iluminadas, nos monumentos destacados por holofotes e das lojas,cantos,restaurantes, ainda adornados por enfeites. A imensa Roda Gigante emergia sobre a cidade, tão fangirlística quanto a imponente Torre Eifel, rasgando o céu. Tudo fazia um beicinho para ele e todo aquele ar carregado de frescura, apesar de um pouco esnobe, preenchia-lhe os pulmões.
O rapaz usava sapatos sociais, calça e uma blusa social branca,muito bem abotoada por Caren.Seus cabelos castanhos eram fáceis de se arrumar e quase que não precisaram de muita atenção...ele se mostrava calmo,educado, e muito presente dês de sempre,sorrindo simples e humildemente para os pais da moça, mas sincera e fervorosamente para a própria.
Bonne nuit, Mousieu! – cumprimentou um francês com pose elegante em frente á uma catraca, mantendo seu crachá erguido no peito.
Boa noite.-respondeu Remo em inglês, fazendo o outro assumir um bico indignado de um pigarro, ele continuou, desafiador:
-Faites-vous souhait de types que un tour sur l'ouer Giagant Circle?It offre la meilleure vue de la ville, et surtout pour la tour d'Eifel, d'où les feux viendront..-a frase soou tão requintada e veloz que Remo pensou ter escutado um palavrão muito comprido. Ele fez uma careta completamente desnorteada, o que provocou um sorrisinho triunfante no outro.
-Oui, et jeûnez, veuillez.-respondeu a moça com as sobrancelhas erguidas,ligeiramente fria,entregando Euros para o homem.Este que lhe entregou um par de tíquetes.Ainda segurando a mão do namorado Cynthia o guiou para a cabine estacionada mais próxima, acomodando-se. Uma vez lá dentro Remo finalmente decifrou o conjunto de palavras em francês que haviam sido resmungadas pela namorada e o funcionário, que dando uma olhada de relance em seu relógio de pulso, acionou a Roda Gigante.
Com um tranco ela começou a se mover, carregando-os para os ares.
Estamos andando!-exclamou o maroto, ziguezagueando ao redor dos bancos, por vezes tocando o vidro panorâmico e por vezes olhando para a moça.- Isso vai ficar muito alto...muito,muito mesmo!
Ela o observava com carinho e dando dois tapinhas no lugar ao seu lado no banco ela disse:
Faltam dez segundos,Remo...tudo que acontece na meia-noite dura o ano inteiro!-ao completar essas palavras os dois puderam ouvir com clareza toda a população de moradores e turistas começar a contagem regressiva para o fim do ano de 1977.
A cabine do casal continuava se impondo,seguindo, rodando afim de alcançar o topo da roda. Durante seu longo percurso, mostrava-se Paris em seu auge, em suas luzes , em suas cores, em sua paixão. A torre mais famosa da cidade estava dourada por luzes mil, que piscavam como se fossem estilhaços de diamante jorrados. O Rio Sena refletia esta cintilante visão, espelhando-a perfeitamente. Um barco de turistas cruzava suas famosas águas,posicionando-se num ângulo visível para todos,que iriam admirar a queima de fogos vinda de Eifel. No momento nem o Louvre,nem o Arco do Triunfo, nem o túmulo de Napoleão Bonaparte recebiam tamanha atenção...
Parou!Porque?Porque?-indagou Lupin,notando que tinham acabado de atingir o ponto máximo da jornada.Dali, o rio Sena parecia-se mais com um córrego,enquanto que seu barco com um barquinho de brinquedo. Ele olhou meio angustiado para Cynty,que estava ao seu lado,como sempre.-Estamos tão perto da Lua aqui em cima,não é?
E nesse exato instante a cidade explodiu numa mistura fantástica de cores e glamour indicando que o ano de 1978 chegara.
A moça sem delongas se aproximou de Remo e envolveu seu pescoço por uma das mãos,beijando seus lábios suavemente,virando a cabeça lentamente para poder provar cada segundo daquela troca de carinho tão sincera.
A cabine de vidro permanecia parada e do lado de fora milhares de pessoas eram ouvidas em suas canções,gritos,e desejos de “Feliz Ano Novo” juntamente com o som dos incrementados fogos de artifício,que nesse momento formavam no céu a imagem perfeita de “1978”, logo atrás da Torre Eiffel.
Eu...amo...você...-intercalou Cynty a cada toque de suas bocas.
Remo,que até aquele momento estivera movimentando seu maxilar tendo o cuidado de manter os olhos fechados, instantaneamente, arregalou suas pupilas castanhas. Apesar de tudo,ele ainda não tinha o que dizer em resposta àquilo,por isso,apertou-a contra si mais intensamente...seu coração estava acelerado,apertando-se bombasticamente contra sua traquéia, como se fosse estilhaçar-se junto com os milhares de fogos de artifício que cuspiam fagulhas no céu escuro, espelhando-se no vidro de cada cabine da Roda Gigante.
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-05-04-03-02-01...FELIZ ANO NOVO!-e em uníssono todos os cavalos levantaram vôo no exato instante em que Dumblendore proferiu palavras em alto tom de voz fazendo com que as chamas das velas enlouquecessem, tornando-se lanças chamas dantescos que uniram-se enfeitiçados numa tocha de fogo. Como um maestro, o bruxo comandou sua “orquestra” tremeluzente para os céus,estirando os braços e as longas mangas bruxas. O fogo virou artifício, foguetes, jatos que lançavam-se em piruetas no céu: logo, uma explosiva queima de fogos mágicos iluminou os terrenos de Hogwarts.
Os pégasos batiam suas asas com fortes ruflões de ar, mantendo-se cada qual na posição que mandava seu ocupante. Os professores, muito abaixo de seus alunos em questão de altitude,erguiam o pescoço para deslumbrar as coloridas saudações de Alvo. O pégaso de Tiago relinchava temeroso com os comandos audaciosos do rapaz,que queria “brincar de se aproximar” para fugir dos artifícios numa corrida emocionante.Mas o cavalo,mansinho e domado, não erguia mais uma asa para correr perigo.
O animal em que Elizabeth estava montada se aproximou do de Sirius e ela estendeu a mão para ele,dizendo:
Me ajude a passar para o seu cavalo.
Sirius ergueu as sobrancelhas para ela, mas pareceu muito animado com a idéia. Esticou-se no lombo de seu pégaso e passou os braços ao redor da cintura da moça,que teve que apoiar-se em seus ombros. Num impulso, ele fez força para ergue-la e acomoda-la o mais rápido possível no comando do cavalo, ou seja; á sua frente.
Oi,Estrelinha!-sorriu Sirius,enquanto o cavalo livre de Elizabeth,parecendo muito feliz,zuniu no ar serelepe e sumiu de vista.
Feliz 1978 !-respondeu Adams em voz baixa virando a cabeça para observa-lo e penetrar seus olhos cintilantes.O moreno assumiu um sorrisinho malicioso, e deslizando os braços para as coxas da garota, apertou-a para si,enlaçou seu pescoço quente ao frio dela e colou seus lábios,cravando os olhos,mergulhando de cabeça em seu gosto...as estrelas os observavam como sempre, parecendo satisfeitas, mesmo tendo a visão atrapalhada pelos espalhafatosos rojões brilhantes que queimavam o ar.
Fique perto.-arfou Sirius, quase que transpirando tamanha a afobação.
Black,tire as mãos de mim.-vociferou ela na costumeira voz baixa e perigosa,puxando as mãos do rapaz para sua cintura.Em seguida virou os olhos para o céu luminoso e cruzou os braços parecendo não muito satisfeita.
Não seja chatinha...-sussurrou ele um tanto teimoso, agora lambendo como um cão perigoso todo o pescoço arrepiado pelo frio que Eliza deixava á mostra. Os dedos de Sirius,também insatisfeitos, incrustavam-se no vestido sedoso.-Feliz Ano Novo!- quase que soprou ele, como alguém que murmura em meio á um banquete.
Se você não parar com isso eu vou te jogar do cavalo!-cortou a moça empurrando o corpo do moreno para longe do seu,de modo completamente brusco-Você não me conhece Black...o que acha que está fazendo?
Hum...tentando te conhecer,erm,fisicamente?- sorriu Sirius,acrescentando- E você está de carona no meu pangaré, não pode simplesmente me chutar pra fora Estrelinha!- ele colou-se á ela novamente.-Chata,chata,chata...
Imediatamente Eliza fez comando para que o pégaso se dirigisse ao chão e antes mesmo que seus cascos tivessem acabado de tocar o solo nevado ela já havia descido do animal e sem dizer palavra afastou-se. Sirius bufou,resmungou para si mesmo, e saltou de seu animal,que imediatamente sacudiu sua crina bagunçada pelo vento e encolheu suas asas.
Não fique brava, eu só estava brincando!- disse ele, posicionando-se á frente dela, pois tinha aprendido que prende-la pelo pulso era “proibido”.- Olha, você estava azul e eu estava querendo te esquentar, não foi o que você me pediu agora á pouco, Eliza?
Ela o analisava com desdém.E sem responder virou-se novamente para sair mas a visão que seus olhos contemplaram barrou suas pernas.
Sem aviso, como que por milagre, uma mesa tão comprida quanto um dos exemplares do Salão Principal se posicionara no terreno branco, sustentando um conjunto de iguarias inigualáveis: frutas cristalizada cintilavam em taças douradas, peru ao molho de laranja, leitão assado, jarras transpirantes de vinho,champagne e sucos, além de pastelões,panetones e diversas outras divindades do mundo gastronômico. A ceia seria um self-service, já que não haviam cadeiras ao redor da longa mesa: ao em vez disso, espalhavam-se pelo local várias mesinhas redondas, cobertas por um tecido suntuoso e enfeitadas por um vaso de lírios do campo (conservados magicamente) e uma vela bruxuleante.O gelo,agora encantado,parecia ser feito de cristal e de seu interior saia uma luz néon,levemente azulada,que tremeluzia e confundia-se com a neblina invernal.Aos cantos grandes caixas de som,no momento silenciosas,haviam sido posicionadas.
Sirius tocou suavemente o braço da mocinha:
Quer se sentar comigo?
Eliza o encarou com desgosto e ignorando sua pergunta, pediu autoritária:
Me dá o seu paletó?- instantaneamente ele se livrou da peça de roupa, deixando á mostra sua blusa de botões, branca, e sua gravata borboleta:
Tome, eu disse que você estava azul.- ele cobriu as costas nuas da jovem Adams, sem encaixar os braços nas mangas.
Ela lhe lançou um sorrisinho falso e se dirigiu à mesa em que se encontravam os professores, obviamente a fim de saúda-los pelo novo ano.Sirius permaneceu parado, mãos nos bolsos, cabelos esvoaçando sobre o rosto e olhos profundos, estes fixos na indecifrável figura feminina que se dispersara dele.Foi então que um braço caloroso envolveu seus ombros, seguido pela voz alegre de Tiago, chamando-o de volta:
Feliz Ano Novo, irmãozão! –Sirius aceitou o copo de champagne que o amigo lhe oferecia, tilintando o seu com o dele num costumeiro ato de felicidade:
Então...beijou a Evans à meia noite?
Tiago apenas tragou toda a sua bebida num movimento único, mudando de assunto:
Vamos sentar?
Bah, vamos comer! Estou faminto!
Depositando os copos (um vazio, o outro pela metade) numa das belas mesas de toalha macia, os dois seguiram para o banquete á mostra, onde acabaram encontrando mais alguns desgarrados que passavam a virada de ano na escola de magia:
Feliz Ano Novo, primo!-sorriu a corvinal Andrômeda, ajeitando seus cabelos negros numa trança enquanto aguardava sua vez para pegar um prato. Sirius apenas inclinou-se para beijar a bochecha da parenta, que corou.
Do outro lado da mesa, servindo-se de camarões ao molho rose, estavam a dupla dinâmica de sonserinas mesquinhas, olhando a futura Tonks e o primo exilado de soslaio: “Eles não estão nem aí para a nossa possível prisão!” sibilou a loira,ao que Bellatrix crispou os lábios num sinal de desagrado “E dês de quando eles se importam com alguma coisa?”.
E aí Ranhoso, com quem você trocou saliva à meia noite?Com seu cavalo?- Tiago,que não era capaz de controlar-se nem por um segundo, cutucou o seboso de nariz pontudo que se aproximava para se servir. O dito cujo olhou-o carcomendo sua cólera e, num acesso, descontou a vingança metendo a concha com que se servia num molho de pimentas, para logo em seguida despeja-las sobre um dos doces no prato de Tiago, que ergueu os olhos para ele sobressaltado:
Desgraçado!
Feliz Ano Novo, Potter!- e num tilintar de prata batendo em porcelana, Snape largou a concha encharcada por pimenta dentro do novo copo de champagne que o maroto surrupiara, afastando-se rapidamente.
Tiago largou seu prato na neve, espumando de ódio. Sirius tocou seu braço:
Qual é o problema?
Aquele lagarto de peruca ensopou minha comida com pimenta!Bastardo!
Courtney, que os observava por detrás do leitão assado, terminou de servir-se de carne com um sorrisinho: era estranho, mas quanto mais tempo ela passava longe da ruiva (e tendo que fingir embirração) mais culpava Tiago de tudo aquilo, e, por isso, mais prazer sentia em tortura-lo.
Uma vez com o prato estufado por alimentos, a loirinha foi se sentar com os trigêmos grifinórios e Andrômeda, vizinhos da mesa onde Narcisa e Bellatrix beliscavam suas saladas. Snape sentou-se solitário e carrancudo, enquanto que a dupla de marotos foram gargalhando alto para uma mesa ao centro, carregando seus pratos desleixadamente.
Elizabeth voltou a se aproximar da dupla e se sentou ao lado de Tiago, calada.Lily ainda não voltara do céu.
Feliz 1978 Ti!-sorriu Adams abraçando o moreno de óculos.
Pra você também, Beth!-o moreno agradeceu, logo em seguida colando os lábios no ouvido da moça, sussurrando “Precisamos conversar sobre o Almofadas!”. A moça ergueu as sobrancelhas para ele.
Sirius, fitando o par á sua frente com uma explícita expressão de desaforo, latiu:
Porque não vai procurar a ruiva, hein Pontas?
Ela não me quer.
E você vai desistir?
Não! Só vou deixar ela esfriar a cabeça um pouquinho...acho que já forcei a barra o bastante para uma noite.- e encolheu os ombros, traquinas. Sirius ficou imaginando que tipo de coisa, ou gesto, o irmão teria investido em Lily nas doze badaladas.
Olha ela ali com a Jorkins, Ti.-mostrou a grifinoria de cabelos negros.-Bom, vou dar uma volta no jardim, estou sem fome.-e assim dizendo ela se levantou e mais uma vez se afastou em passos lentos em quanto que a ruivinha e a gorda se aproximavam.
Podemos sentar com vocês?-interrogou Berta já se sentando onde Eliza estivera há segundos atrás e começando a devorar seu prato.
Claro, o Pontas faz companhia pra vocês!- exclamou Sirius, passando por Lily- Feliz Ano Novo!- cavalheirescamente, ele recolheu uma das delicadas mãos da moça, carimbando um beijo estalado, ela sorriu. Tiago grunhiu alguma coisa ao vê-lo se retirar.
Jorkins, que roupa é essa?-o maroto de óculos, emburrado, decidiu divertir-se ás custas da baixinha atarracada.
Lílian o mirou com um tom de “Potter...” enquanto que a outra continuou de cabeça baixa, comendo.
A ruiva se sentou ao lado do maroto e lhe disse:
Pare com isso Tiago.Ano novo, vida nova.Alias, Feliz Ano Novo!
Ok, eu paro Lils.-ele deu um sorrisinho leve,para depois estragar tudo.- Hey, quer beijar alguém e resgatar aquela emocionante tradição de virada de ano!A meia noite já passou, mas eu vou estar aqui a noite inteira!
Lílian se levantou imediatamente, murmurando um:
Não acha mesmo que eu te beijaria aqui, acha?-mas sua voz não parecia muito fria e cortante...pelo contrário: parecia animada e até um tanto desafiadora. Tiago, olhando para ela tão desafiante quanto, ergueu-se arrastando sua cadeira, contornando Berta Jorkins e indo alcançar Lily do outro lado da mesa.
Pegou-a pela mão.
Saying I love you
(dizer “eu te amo”)
Is not the words I want to hear from you
(não são as palavras que eu quero ouvir de você)
It's not that I want you
(não é que eu não queira que você diga)
Not to say, but if you only knew
(mas se você apenas soubesse)
A música já começou...
É mesmo?-e novamente a moça se ergueu dirigindo-se agora para o centro da festa ,onde havia um espaço vago com diferentes luzes, e onde seria uma pista de dança,sobre o lago.
A neblina arredondava-se á luz das estrelas, lua e da iluminação encantada da neve...o gelo parecia feito de vidro,ou cristal, ou de algo ainda mais mágico,transparente e ofuscado. Tiago puxou a ruiva para si,colando suas cinturas...a discoteca começaria com música lenta,apenas para aquecer. E Pontas, sinceramente, já estava quase febril...
A pista é nossa, hã?- lentamente, carinhosamente, Tiago amaciou os dedos da moça, entrelaçando-os para guia-la, sem patinar, sem deslizar...colou o rosto ao dela e começou a seguir o ritmo romântico que balançava-se no ar, respirando sofregadamente,guiando Lily sem realmente se mexer...o que fazia era muito mais sentir e tocar na garota, dançando colado á ela.
How easy it would be to show me how you feel
(como seria fácil me mostrar como você se sente)
More than words is all you have to do to make it real
(mais do que palavras é tudo que você tem que fazer para fazer acontecer)
Then you wouldn't have to say that you love me
(então você não teria que dizer que me ama)
Cos I'd already know
(porque eu já sei)
Sim...-respondeu a ruivinha, de olhos fechados, não tendo forças, coragem ou vontade para manda-lo se afastar.
A silhueta do casal tinha algo de fantasmagórico. Juntos, seus contornos difusos eram cobertos por todo aquele manto de iluminação azulada, de semi claridade, de uma neblina ofuscada e de um brilho noturno...sobre a pista feita de gelo, debaixo do primeiro luar do novo ano e cobertos pelo inverno enfeitiçado, os corpos de Tiago e Lílian seguiam o compasso preguiçosamente,como se o propósito daquilo fosse muito mais o abraço do que a dança em si.
O sussurro cálido do rapaz soou no ouvido da mocinha tão próximo como estavam todo o resto de seus órgãos:
Evans, eu...
Eu?-ela virou o rosto para o maroto de modo que suas testas se encostassem.
What would you do if my heart was torn in two
(o que você faria se meu coração você rasgado em dois?)
More than words to show you feel
(mais do que palavras para mostrar que você sente)
That your love for me is real
(que o seu amor por mim é real)
What would you say if I took those words away
(o que você faria se eu largasse essas palavras?)
Then you couldn't make things new
(então você não poderia fazer coisas novas)
Just by saying I love you
(simplesmente dizendo “eu amo você”)
Como estavam dançando em ritmo lento, foi quase despercebido que pararam, narizes roçando, respirações se complementando. Tiago trocou suas palavras por um sorriso. Inclinou-se e encaixou sua boca sedenta nos lábios de Lílian, ajudando a aproximação com seus braços, que puxaram a cinturinha da moça para perto, necessitando de calor.
Lílian, muito satisfeita com a atitude do rapaz, o abraçou mais apertado também e lentamente começou a mover os lábios para que estes entrassem em harmonia com os de Tiago.Era uma das cenas mais lindas já vistas pelos presentes, professores e alunos, nos últimos tempos.A garota sentia o coração pular de felicidade em um batuque desenfreado, pois sabia que aquilo era tudo que ela esperava e precisava durante todos aqueles anos. Movendo a cabeça numa combinação frenética de sentimentos, o rapaz ia provando de todas as maneiras possíveis a sua garota, eternamente sua, inexplicavelmente sua...mas, de qualquer forma,sua. Sua pele fervia pode detrás da roupa, que não parecia estar lhe esquentando tanto quanto o sangue que bombeava de seu coração, este, inebriado. Com os órgãos se comprimindo, o jovem pôde perceber que queria possuí-la de corpo e alma, pois ela já era sua dona á muito tempo...e assim deveria ser.
More than words , more than what you say
(mais do que palavras, mais do que você diz...)
is the things you do oh yeah
(são as coisas que você faz)
more than words , more than what you say
(mais do que palavras, mais do que você diz)
is the things you do oh yeah
(são as coisas que você faz)
A neblina azulada escondeu o casal que se fundia sobre o gelo, tentando ocultá-los de olhares invejosos ou bisbilhoteiros, como se quisesse dar privacidade para aquela união, sob a proteção da noite.
Mas as sombras encobriam não apenas Tiago e Lílian...um vulto encostado á uma árvore, soltando baforadas de fumaça á cada respiração, passava também despercebido pelos demais. Seus olhos espertos estavam fixos nas estrelas cintilantes, que mesmo á milhas de distância pareciam estar tão perto, ao contrário de seus pensamentos, estes tão intensos e por isso tão longínquos.
“Porque as coisas não podem voltar á ser como eram antes? Porque ela? Porque eu? Porque toda essa babaquice caramelosa está rodopiando minha cabeça?” bufava ele, cada vez mais indignado com as mudanças internas pelas quais estava passando. Sirius não entendia (e também não se esforçava para isso ) o porquê de estar tão preso á uma garota, se é que estava. Bem, se não estava, então porque não conseguia controlar ao menos um de seus malditos músculos e continuava á persegui-la pelo olhar,pelos passos, pelos pensamentos? Porque não dera as cartas ainda?Porque não colocara um ponto final naquela relação?
Porque não conseguia.
E por que?Por que? Por que!
Now I've tried to talk to you and make you understand
(agora estou tentando falar com você e faze-lo entender)
All you have to do is close your eyes
(tudo o que você tem que fazer é fechar os seus olhos)
And just reach out your hands and touch me
(e apenas esticar suas mãos e me tocar)
Hold me close don't ever let me go
(me abrace apertado e nunca me deixe partir)
More than words is all I ever needed you to show
(mais do que palavras é tudo o que eu sempre quis que você mostrasse)
Then you wouldn't have to say that you love me
(então você não teria que dizer que me ama)
Cos I'd already know
(porque eu já sei)
“Porque ninguém me desafia... como ela; ninguém me desmascara... como ela; ninguém me olha como... oh, merda!”.
Extremamente revoltado, Sirius enfiou as mãos no bolso para senti-los. Olhou á sua volta,tentando captar algum atrevido que estivesse prestando atenção em seus movimentos...por hora,não viu nenhum. Ah...seria tão simples apaziguar aquela angústia!A solução para os seus problemas estava ali,em seus dedos enluvados, chamando-o de volta. Ele confessava que não era a melhor das coisas que lhe acontecera, mas ainda assim não o incomodava. Tiago nunca se importara (ao menos não no quinto ano, quando ele adquirira aquele hábito terrível) já que algumas vezes o acompanhava numa tragada.
Já Remo era outra coisa.
Foi levando o cigarro aos lábios e o acendendo com um feitiço que Sirius se lembrou do defensor da saúde: “Almofadinhas, pelo amor do meu aparelho respiratório, tire esse rolo fedorento de dentro da boca...”.Deu de ombros, pois Remo não sabia que a vida aventureira que Sirius levava em parceria com a sua situação familiar alimentavam seu pecado pelo fumo desenfreado. Aquele rolinho malcheiroso tinha a propriedade peculiar de acabar com a ansiedade do rapaz. Uma tragada, e, eis...A tensão ia embora, entrelaçada com a fumaça que deixava os seus lábios e narinas.
Naquele momento,por exemplo,Elizabeth era o problema...bem, não a garota em si, mas sim o que ela trazia. Foi afogado em seu rancor, em sua confusão, foi censurando seus novos sentimentos que Sirius decidira apelar para o tabaco novamente,mania entre trouxas e novidade entre os bruxos (que criavam, com ervas mágicas, fumos ainda muito mais potentes e viciantes).
What would you do if my heart was torn in two
(o que você faria se meu coração fosse rasgado em dois?)
More than words to show you feel
(mais do que palavras para mostrar que você sente)
That your love for me is real
(que seu amor por mim é real)
What would you say if I took those words away
(o que você faria se eu me livrasse dessas palavras)
Then you couldn't make things new
(então você não teria de fazer coisas novas)
Just by saying I love you
(apenas dizendo “eu te amo”)
Black?Fumando...tsc,tsc...que coisa mais feia!-a voz inexpressiva da dona de seus pensamentos o surpreendeu pelas costas e,lentamente,ela lhe surrupiou o cigarro dos dedos segurando-o agora.-No que está pensando?-e sem que o maroto pudesse responder, ela levou o fumo aos lábios bem desenhados em seguida devolveu-o ao rapaz.
“Wow”,surpreendeu-se ele de imediato mas um segundo depois refletiu “Ela é Elizabeth Adams...o que mais se pode esperar dessa garota?”.Ela por sua vez, encostou-se na arvore também e passou a encara-lo nos olhos. Sirius desviou o rosto, voltou a fitar as estrelas e soprou mais um lance denso de fumaça, fingindo ignora-la mas na verdade apreciando sua presença com todas as suas forças.
No que está pensando,Black?-replicou novamente a moça,soltando pelos lábios um pequenino “nevoeiro” também.
"Você".-pensou ele imediatamente.
Você nunca me responde essa mesma pergunta.-disse ele, meio distante,meio seco,meio amargo.
Posso lhe responder agora se quiser mesmo saber...-comentou ela em um sussurro,colocando-se a sua frente e recostando a cabeça em seu peito,de modo que o corpo de Sirius apoiasse o seu. Sirius fez um “Hum” impaciente, como quem diz “então me diz no que está pensando”, desviando o cigarro para não queimar os cabelos longos que o vento arrastava,tentando desmanchar o coque.Ela,obedecendo aos desejos da natureza,com um gesto rápido puxou a fivela que seguravam sua cascata negra deixando que estes esvoaçassem,para todos os lados agora,livres.
Por que está tão frio?-indagou a moça,erguendo a cabeça para encarar,mais uma vez,seus olhos,já que o rapaz encontrava-se apoiado no tronco da árvore um tanto desleixado,quase escorregando porém mantendo os pés firmes no chão.Eliza se encaixava em Sirius com os braços apoiados em seu peito e,por ser mais baixa,com o pescoço inclinado,mantendo o rosto próximo ao dele.
Porque está nevando.
Ela ergueu as sobrancelhas para ele,tornando a expressão fria instantaneamente. Ele fez um movimento com o braço para alcançar seu vício fumacento aos lábios, a fim de afogar as palavras que queria (mas não podia) dizer á ela.
Irritada, Adams deu um impulso com as mãos nele e afastou seus corpos fazendo com que o rapaz sentisse uma rajada de vento frio em seu peito.Cruzou os braços e permaneceu calada. Sirius ficou olhando para ela, num silencio que não durou muito tempo:
Quer alguma coisa?Ahm...dançar?
Sem responder, a moça virou as costas e se afastou rapidamente. Arrependido, Almofadinhas correu até ela, agarrou-a pela cintura e virou seu corpo para que pudessem se encarar. Com a mão livre,puxou seu queixo e a beijou,fundindo seu gosto de tabaco ao dela, que era quente e revigorante.
Ela,por sua vez,o afastou com nojo.Exclamando:
Me largue,seu...seu...me largue,Black.-e já se preparava para se virar-se novamente para sair dali,com uma expressão de incredulidade.
Sirius piscou,indeciso.
Pode ir...você é quem veio me procurar, pra começo de conversa.- disse nervoso,jogando o cigarro na neve sem ter a necessidade de pisar em cima para apaga-lo (o gelo deu conta disso).
Ah é?Fui mesmo,Black... não sei se reparou mas você não foi nem um pouco amigável.Se está estressado logo no primeiro dia do ano,a culpa não é minha...não venha me tratar mal pelas conseqüências de seus erros ou sei lá o que diabos tenha lhe acontecido...-ela pronunciava cada palavra com extrema clareza,de forma assustadoramente nociva mas baixa,como sempre-Sua memória deve estar fraca mas para refresca-la...khan,khan..foi VOCÊ quem me pediu uma chance...e agora está todo embaraçado com seus sentimentos com relação a não sei o que...espere,quem está parecendo a donzela incompreensiva e louca agora?-e voltou a caminhar em direção ao centro da festa.
A moça pôde perceber duas silhuetas se aproximando dela, uma primeira arrastando uma segunda pela mão,firmemente:
Hey Adams, posso falar com voc...wow, aquele ali é o Sirius?-Tiago mantinha Lily presa em seus dedos, e apesar de estar radiante, demonstrou preocupação por um segundo.
Ela fitou o rapaz e em seguida a moça ao seu lado,esta que lhe respondeu com a mesma antipatia o olhar.
Sim.-e prosseguiu a caminhada.
Ok, então deixa pra lá...- resmungou Tiago,agora levando Lily de volta á euforia, não sem antes lançar um olhar para o animago que se afogava em mais um rolinho inebriante de nicotina. A ruiva imediatamente soltou-se do maroto de óculos e marchou até o outro:
Você é maluco Sirius?O que pensa que está fazendo,seu retardado...-e puxou o cigarro das mãos do mesmo que relutou a imponência atirou-o no chão e ainda fez questão de pisa-lo,voltando para Black um olhar preocupado,dizendo apenas:
Não acabe com sua própria vida por algo que deve ser tão lindo,Sirius...pense nisso!-e se afastou também,carregando Tiago pelo braço.
Feliz Ano novo pra você também.- murmurou ele carrancudo, tirando o pacote de relíquias nada saudáveis que mantinha no bolso da calça. Depois de mais uma tragada, falou com sigo mesmo um- E isso não é nada lindo...
Tiago, já á metros de distancia com uma bufante ruiva,indagou:
Lils, você estava incitando o Sirius á fumar ou tentando fazer ele parar?
Como você é obtuso,Potter...-caçoou a ruiva.-Estava falando de outra coisa...achei que conhecesse mais o seu melhor amigo.
Oh,eu conheço!-e um pensamento passou pela cabeça do maroto,que não tardou em se expressar-Lils, eu acho que o Almofadinhas está começando a se apaixonar por aquela Adams...eu sei porque...-e ele,por um breve momento, sentiu que caçoava de si mesmo com um dar de ombros.-Porque sei como é gostar de alguém.
Evans lhe respondeu com um sorrisinho e prendendo seu braço ao dele, começando a caminhar:
E ele vai precisar ser muito forte para agüentar o que vai vir pela frente...se tratando de Sirius Black!
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N.A.-Carolzinha:Bom,pessoas do meu coração!Esse foi, sem sombra de duvidas,o nosso capitulo mais curtinho...também precisávamos recompensar o livro de 41 páginas que foi o Christmas Dreams,não?Mas espero que tenham gostado dele e deste aqui também, nos empolgamos um pouco...hehehehehe!Só peço mais e-mail’s galera,eles não vão te matar!Gostamos de incentivos e criticas...venham,venham,venham leitores!
Beijões
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