Eu te dou o universo






Cap 6-Eu te dou o universo

N/A.Carolzinha:E ae gente?Tudo bom?Estão gostando da fic?Espero que sim...bom isso aqui é só um recadinho para dizer que eu e minha prima mc andamos relendo alguns dos capítulos antigos da fic e notamos muitos erros não só de ortografia,como no uso de nomes e descrição de personagens e sem contar os feitiços!Peço desculpas em nome da dupla e aviso que qualquer duvida podem mandar e-mails,adoraremos responder!Criticas boas e ruins também serão bem vindas viu?Ttem também um recadinho para ser dado:nesse cap em especial,há coisas que extrapolam os limites da sala Precisa...mas ficou bom!Boa leitura e obrigadíssimo pelos comentários de Flavio, Caca, keshica, Keshi,Adara(q mandou um e-mail lindooo!) e o "Sr.Brilhante" que deve ter se esquecido de se indentificar!Ah,valeuzão também por todos que já recomendaram a fic nas caixinhas do mundo e o pessoal do fórum no nosso tpc!Beijinhusssss...


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Sirius carregou Elizabeth pelos caminhos mais obscuros e estreitos que encontrava, sempre desviando de passos, fantasmas ou qualquer sombra móvel que denunciasse a aproximação de alguém. Por fim, após uma caminhada silenciosa e apressada, chegaram em um corredor muito peculiar: suas paredes eram lisas, vazias e sem decorativos salvo uma tapeçaria colorida numa das paredes, onde a ilustração mostrava Barnabás tentando, exaustivamente, ensinar balé á um grupo de trasgos tontos.
-Aposto que nunca esteve aqui.-disse o criador mais pilantra do mapa do maroto- Este pode parecer um corredor sem atrativos,mas vou te provar o contrário.- ele olhava para ela em busca de alguma exclamação, alguma resposta...não precisava ser necessariamente algo bom;se ela praguejasse Sirius já estaria satisfeito. Elizabeth o encarou durante alguns minutos (literalmente) com uma expressão que era um misto de desaprovação e desafio,em seguida respondeu em uma voz irônica

-O que está esperando?Espero que você seja rápido...

Sirius então soltou,finalmente, o pulso que prendia entre seus dedos. Olhou para ela com desconfiança ao vê-la livre, como quem diz “Não vá fugir,hein?” e deu as costas. Ziguezagueou o corredor de olhos fechados,idealizando o lugar perfeito...perfeito,criativo e deslumbrante. Depois de alguns segundos, ou seja, depois de três passagens consecutivas em frente à parede lisa, Sirius espreitou pelo canto do olho a sua obra de arte. Notou uma maçaneta prateada e uma porta que não existia antes.

- Você primeiro...-ele abriu a nova entrada sorrindo casualmente.

Como resposta a jovem apenas o analisou detalhadamente .No momento seguinte foi caminhando em passos lentos e perigosos em direção ao rapaz,parando apenas quando já se aproximara dele o suficiente para sentir sua respiração.Numa voz lenta e nociva Elizabeth proferiu

-Não sei o que você pensa que está fazendo,ou o que está querendo...só quero lhe avisar que se estiver “tramando” alguma coisa para mim...-os olhos cinza enevoados estavam extremamente perto dos olhos negros dele,como nunca estiveram antes,e pareciam sair faíscas de ameaça de dentro deles,os lábios dela mau se abriam-você vai se dar mal,Black,ah...muito mal.

-Só entra. –pediu Sirius sem se intimidar com sequer uma das palavras frias da jovem Adams,que apesar da aparência nunca iria apavora-lo.-Veja você mesma o que é.

Sem exitar ela se virou para o lado oposto do corredor e saiu caminhando decidida para longe dali,comunicando sem olhar para trás.

-Se eu não tenho nem pais que mandem ou até peçam para que eu faça alguma coisa...não será você quem irá assumir este posto.

Sirius estava á ponto de se descabelar. Quase marchou até ela e a trouxe de volta pelos cabelos bem ao método “Idade da Pedra”...quase enxergou Elizabeth como Pedrita...até mesmo seus olhos flamejaram de impaciência. Sirius não tinha o costume de ser romântico. Nunca fora calmo como Remo, ou apaixonado fervorosamente como Tiago. Era rápido, indiscreto e até rude, o que sempre provara ser um excelente método de ser...ele era disputado,ele era popular, ele era famoso. Será que, apenas por causa de uma aposta uma bendita aposta, ele iria mudar completamente seu método de conquista? E foi quando Sirius notou seus pés se encaminharem atrás dela que ele descobriu que a questão não valia tão pouco quanto uma aposta. Tinha que ter algo mais para ele poder sentir tanto incentivo em continuar-Espere.-ele ofegou prendendo-a novamente.

-Eu não estou mandando em você...eu não mando nem em mim mesmo- riu.

-É...realmente!Que bom que você sabe que não manda em si mesmo...-ela mais uma vez prendeu os olhos obscuros nos dele.Novamente se aproximando, ela sibilou-Por que, por aqui,as coisas vão ser bem diferentes,Black...vão ser do jeito que eu quero,e na hora que eu quero-e sem esperar resposta, sem nenhuma explicação, ela puxou o rapaz pela nuca para um beijo. Ele arregalou os olhos como se os lábios que o tocaram fossem elétricos. O que ela estava fazendo? Deus, o que raios ela estava fazendo?Porque?O que tinha por detrás daquele ato insano, descontrolado, doentio, desmedido e desprovido de razão? O que ela queria? Era estranho, inconcebível,impossível desvendar o que se passava na mente daquela...daquela...também era impossível descrever o que ela era agora.Humana com certeza não. Seus pensamentos não fluíam de uma maneira correta,racional e previsível. Elizabeth era-definitivamente-uma caixinha de surpresas! Ela o odiava? O repugnava?Se sentia isso, então porque diabos não agia como Lílian Evans agia com Tiago!Ah,aquela sim era uma garota compreensível. Se odiava, repreendia. Se amava, sorria. Mas e Elizabeth! Como lidar com ela? Aparentemente era uma garota recatada,mas bastou uma aproximação amigável de Tiago para que a garota se mostrasse assanhada além da conta...que coisa anti-natural. E agora o que estava acontecendo?Nem mesmo Sirius sabia.

Ele só podia sentir agora; seus neurônios estavam travados.Ele não conseguia mais pensar...era como se aquele beijo efervescente tivesse clicado o seu botão de “desligar”. E na sua língua cálida,mas trêmula,explodiu a pergunta que interrompeu os lábios móveis da outra

-O que está fazendo-sua voz não saiu controlada,mas sim ofegante.

-Te dando um beijo...e por que?Por que eu quero...mais alguma pergunta ou você quer que eu te ensine a beijar também-ela parecia estar explicando a alguém muito obtuso algo extremamente simples e seu rosto não demonstrava sinais de que fizera nada de inconveniente.

Confusão era a palavra mínima que estava estampada nos olhos do rapaz. Ele tentou se recompor, voltar á proferir palavras coerentes e frases completas, mas era mais difícil do que parecia.

-Você quer.-ele repetiu.-Certo...e você sabe o que eu quero?

-Não,não sei...pode me dizer-as palavras aos poucos voltavam a ser ditas de forma fria e distante por ela.

-Quero saber porque.-disse Sirius sendo o mais sincero que podia,embora em seu íntimo soubesse que obter respostas não eram uma opção naquele diálogo tão ébrio.- Te deu vontade,você faz. Se não quer, não faz. E tudo isso como se as conseqüências não existissem?É isso-ele quase se esquecera de que a Sala Precisa estava ativada atrás de ambos,apenas aguardando.

-Bingo,Black!Mas já percebi que você não é como costuma dizer em altos brados por ai...você,decididamente,não sabe aproveitar o momento...tsc,tsc-Elizabeth deu dois passos de costas e ainda mirando ele em um tom desdenhosamente divertido completou-Precisa parar de se preocupar com o depois...ah,e precisa também parar de dizer ser o que não é.

-Não brinque com fogo,Eliza...-ele proferiu as palavras lentamente.-Não quero te tratar como costumo tratar as outras, só isso.

-E eu sinceramente não te deixaria me tratar como as outras garotas,por que eu não sou como elas...e não estou brincando...pelo contrário!Talvez algum dia você descubra que essa é a minha “doutrina” de vida,Black...-e com total displicência ela correu os olhos pela parede vazia em busca de algo. Almofadinhas ficou em silencio. Enquanto ela falava ele sentia ímpetos de interromper, de dar uma resposta para cada comentário mas,ao mesmo tempo,queria mais do que tudo ouvi-la falar. Talvez,se juntasse tudo o que já absorvera, pudesse desvendar alguma coisa sobre aquela adolescente tão peculiar.

-E o que quer agora-disparou de repente.-Posso te mostrar o raio da sala?

-Já é muito tarde,precisamos dormir e se...-mas antes que a grifinória terminasse sua frase soaram passos bastante altos e próximos pelas paredes de pedra,além de uma voz masculina que dizia claramente “Por aqui,minha querida?”. Com os olhos arregalados de pavor Elizabeth buscou o auxilio dos olhos dele e sem esperar uma reação correu nas pontas dos pés,apesar de relutante,para a porta que Sirius fizera aparecer ali a alguns minutos . “Nunca pensei que agradeceria o bastardo do Filch!” pensou Sirius mentalmente, com um sorrisinho lânguido nos lábios. Graças á ameaça do zelador Elizabeth aceitara o esconderijo, e, sorrindo como nunca,Sirius guiou-se para lá. Encostou a porta atrás de si e voltou a atenção para o que tinha criado naquele ambiente...era fantástico.

As paredes negras,profundas e infinitas davam para os dois a nítida impressão de que eles haviam sido sugados por um Buraco Negro. A sala dublava o Universo. Estrelas,galáxias,constelações, planetas,cosmos,astros,meteoros e faíscas espaciais...era um perfeito simulador da realidade. Sirius se esquecera completamente de que ainda estava em Hogwarts, de que ainda estava na Terra! Olhou para baixo; notou que o chão era de vidro e que, por debaixo, ele podia admirar a continuação do espaço sideral...estava voando. Não só tinha a impressão,mas seus olhos provavam para ele de que estava voando! Não havia luz, apenas pontos cintilantes que se refletiam em seus olhos,como num espelho embasbacado. Sirius sentiu-se dentro de um sonho palpável...ele e a jovem (que até agora não tivera a oportunidade de olhar) estavam juntos ali,perdidos no espaço, num lugar onde não existia gravidade ou oxigênio. Estar ali não seria possível graças ás leis da Física,mas,para a mágica daquela sala, era. Estrelas se moviam e os olhos dos observadores se perdiam naquela expansão,naquela explosão cintilante mergulhada num mar negro. Estavam perdidos.

-Você gostou-perguntou Sirius orgulhoso de sua estupenda criatividade. Ele caminhou até ela e,por detrás,tocou seus ombros com mãos firmes e carinhosas. O queixo de Elizabeth estava caído e ela parecia ter congelado desde o momento em que se dera conta de onde estava...aonde ela estava?Seus olhos percorriam cada milímetro do cenário,perplexos.Ela parecia completamente estupefata,surpresa,encantada e embasbacada.Um milhão de perguntas surgiram em sua mente e a jovem supôs que,nos últimos tempos devido a tantos acontecimentos,nunca se sentira tão feliz.Seus olhos,lentamente,foram se enchendo de lágrimas tamanha era a emoção e pareceu a ela que o tempo e o mundo já não mais existiam fora dali,que, para ela,era o paraíso.

Durante o que pareceu uma eternidade a moça permaneceu quieta deixando as lágrimas rolarem pelo seu rosto quando então, finalmente ,se deu conta que a mão do outro tocava seu ombro e mais por impulso do que por vontade a afastou de modo brusco e repentino.Por fim em uma voz baixa e pausada ela sussurrou

-Ahn...meu...Deus!Que lugar é esse?Como chegamos...aqui?Deus...-e lentamente ela abaixou a cabeça para olhar o “chão espelhado” deixando seu cabelo negro cobrir por completo seu rosto. Quando Elizabeth voltou o rosto para o maroto as lágrimas que escorriam pareciam estar jorrando com mais abundancia mas,incrivelmente,seu olhar continuava inexpressivo e nublado -Como posso lhe agradecer?

Sirius sorriu. Aproximou-se dela e pegou sua mão. Olhou de relance para a garota que pretendia guiar como quem diz “confie em mim” e foi caminhando com ela até muito próximo da imagem 3D que se movimentava diante de seus olhos. Manejou o braço fino de Elizabeth para que seus dedos tocassem a parede e sentissem que,apesar da aparência, nada ali ao seu redor iria os tragar para infinito.

-Este é o meu segredo e dos meus amigos.-ele contou depois de provar a falsidade do belo cenário- É uma sala que pode recriar o que sua imaginação criar.Ela nos oferece o ambiente perfeito,tudo o que precisamos ou queremos ter num momento de desespero.Notou como eu demorei para faze-la surgir-ele ia dizendo com uma espécie de intimidade alegre que jamais pensou em sentir perto dela- Se quiser,posso te ensinar como devemos fazer para encontra-la. O Filch não conhece este lugar, e eu me pergunto se é apenas ele...sabe, eu queria mostrar pra você para...-desviou os olhos sem saber porque-para fazer você se sentir melhor. Mas isto é um segredo. Não conte pra ninguém que algum dia esteve aqui,ou que conhece esse lugar...ok?

-Ah,ta.-era completamente inacreditável.Adams não sabia o que fazer pois nunca esperara uma atitude daqueles vinda de ninguém...muito menos vinda de Sirius.Ele que ela sempre “odiara” ou ao menos se forçara a odiar,que era(aos seus olhos) a pior companhia do mundo,a pessoa mais falsa e desacreditada que ela já conhecera e acima de tudo,ele que era um Black.Era sim,um Black,como Narcisa e Bellatrix..então por que raios ela o considerava tão peculiar à elas?Mas e agora?Como seria?O que seria?Tudo em sua cabeça,seus pensamentos e idéias, pareciam ter dado uma cambalhota no exato momento em que ela adentrara na sala,pois parecia algo inaceitável ELE ter conseguido penetrar tão fundo em seus desejos e emoções...sem nem ao menos se dar conta disso!Mais uma vez se compeliu a ser humilde,repetindo-O que posso fazer para te agradecer,Black?

-Nada minha estrelinha, isso não é um favor.-Sirius se sentou bem no centro do lugar esplendoroso que era aquela imitação perfeita do espaço profundo e penetrante- Eu sabia que você ia gostar porque,assim como eu,você se sente bem perto do céu e das estrelas...bem,eu te dei o universo por pura e espontânea vontade. Venha se sentar aqui,quero te mostrar as constelações...

Não,não...aquilo não era possível!Sirius Black,o garanhão mais garanhão de toda Hogwarts...fazendo algo sem esperar nada em troca?Para Elizabeth esta era a coisa mais infundada possível e teria de haver uma lógica para tudo isso...e,infelizmente,havia.Para a mente extremamente desconfiada da jovem parecia mais do que obvio que o rapaz só estava tentando impressiona-la e até talvez,usa-lá...mas a grande pergunta era:por que?Por que e para que tudo aquilo se ele,simplesmente,não precisava de nada disso para ter qualquer outra garota que quisesse?Então por que ela?Permaneceu parada onde estava fitando-o com os olhos perdidos e ligeiramente desfocados para depois murmurar

-Eu...sinto muito...mas...acho que quero ir embora.-as lágrimas recomeçaram o seu passeio pelo rosto alvo dela enquanto ela baixava os olhos sombriamente tristonha. Sirius se ergueu sem entender a confusão de pensamentos,sentimentos e sensações que tanto se misturavam -sem ordem correta- nas ações da jovem misteriosa.

-O que foi-ele perguntou desapontado. Aquilo era o máximo que podia fazer,que podia lhe dar...e isso era tudo o que conseguia receber em troca?Lágrimas de mágoa? Finalmente, desistir não parecia ser uma palavra tão distante para o teimoso rapaz.- Se quiser eu te levo de volta...só pensei que...pensei que você fosse gostar. Este é um lugar muito especial, e até hoje não encontrei outro melhor. Mas se quiser, vamos embora...-disse desviando a atenção para uma flash que passou zunindo por entre as estrelas; provavelmente um meteorito.Era tão lindo ficar mergulhado naquela solidão admirável

-Eu gostei sim Sirius.

-SIRIUS-ele repetiu o próprio nome,embasbacado.Seu coração disparou no peito desenfreado, o que o fez pensar rancoroso,em repulsa ao órgão idiota: “Eu pareço uma menininha abobalhada. Qualé!”-mas seu coração não parou de bater,nem mesmo com a desaprovação de seu dono

.- Se gostou, o que foi então?

-Eu...não pos...-as palavras pareciam querer pular para fora da boca avermelhada de Elizabeth mas com muito esforço ela murmurou-Eu não quero.-o desapontamento era claro em seus olhos e a contradição de suas palavras (finalmente) não eram compatíveis com os dizeres silenciosos nos mesmos. Ele suspirou,derrotado.

-Tudo bem...-era inacreditável,mas em uma noite o rapaz aprendera muito mais sobre ela do que em todos aqueles anos. Ele foi andando de modo lúgubre até a porta no entanto, não tocou a maçaneta.Olhou para ela.- Tenho que te revelar mais umas coisinhas...mas por Merlim, prometa que não vai contar pra ninguém!Tiago me mataria, e com razão.

Ela confirmou com um aceno de cabeça,parecendo claramente magoada.Sirius então puxou para fora do bolso interno do casaco dois itens que ela,com certeza,nunca havia posto os olhos: um deles era um pergaminho velho mas muito bem dobrado, o outro era um tecido fino,leve e ao mesmo tempo grosso,que deslizou até o chão provando ser maior do que parecia. “Eu juro solenemente que estou mal intencionado”-disse Sirius,apontando a varinha para o pergaminho. Ele o fazia naturalmente,tentando se esquecer que estavam o assistindo. Depois de uma breve espera,analisou o mapa que aflorava na superfície do papel amarelado.Assoprou os fios que caiam sobre seus olhos e olhou para sua companhia sem ergueu a cabeça

- Filch está longe agora,mas Pirraça está patrulhando essa torre.Venha,podemos passar despercebidos com isto...-agachou-se então para o belo lençol em seus pés- Esta é uma capa da invisibilidade. É do Tiago,mas nós quatro usamos constantemente. Você...não se importa em ficar aqui embaixo,comigo,durante todo o caminho de volta,não é?

“Na verdade me importo sim!” ela pensou em dizer mas depois de tudo que havia sido dito e feito naquela noite não lhe pareceu muito empolgante como outrora.Afinal de contas, ele estava lhe revelando os segredos de seus amigos que ,provavelmente,não era de conhecimento de mais ninguém e,incrivelmente,ela não gostaria de chateílo mais do que já parecia ter feito.

-Não,não me importo...-ela caminhou em direção a ele e postou-se na sua frente,muito próxima,e pensando poder concertar seus atos malucos sussurrou em um meio sorriso-Foi o presente mais lindo que eu já recebi em toda a minha vida,Black...muito obrigada!Eu gostaria de poder lhe agradecer...

-Na verdade pode...-ele ergueu o humor que parecia sempre ficar cabisbaixo perto dela graças ás desculpas, ao agradecimento e ao tom de voz de Eliza.- Volte a me chamar de “Sirius”, não foi tão ruim assim foi-e uma última vez ele mirou o espaço estrelado e tão chamativo em que ambos estavam mergulhados.- Olhe!Lá está a constelação de Órion...e lá estou eu.

-Lá está você...mas acho melhor que fique aqui.-novamente os pensamentos da jovem começaram a escapar de sua boca em forma de palavras, sem que ela percebesse ou quisesse e quando se deu conta seus lábios já haviam terminado de pedir ao rapaz que ele a abraçasse. Sirius então puxou-a para si pela cintura.Seus braços a envolveram completamente e,uma vez tão grudados,finalmente ele sentiu-se um tanto vexado ao imaginar que,talvez,ela pudesse ouvir os sons nada bem vindos de seu coração,que bombeava alguma substancia energética junto ao seu sangue...substancia esta que o deixava desconcertado. Estava quente agora,estava muito quente...e tão confortável. -Er...a capa.-ele lembrou, cobrindo ambos para que ficassem invisíveis.Apertou-a com mais força,obrigando a garota a afundar a cabeça em seu peito

- Desculpe,você tem que ficar muito perto para que nada fique visível...- “Uh,é bem melhor me esmagar aqui com ela do que com meus...amigos”-concluiu ele, lembrando-se dos toques nada bem vindos que um dava no outro. Era horrível! Três rapazes e um rato, praticamente abraçados,caminhando a escola inteira sem poder resmungar devidamente.

-Vamos ter que andar assim-ela parecia ligeiramente surpresa e desconfortável,mas ao mesmo tempo seu sorriso denunciava que a situação não era assim tão inconveniente.

-É,vamos.-ele respondeu já caminhando,junto á ela,para fora da Sala Precisa.- Mas isso não é nada...imagine o que é ter que compartilhar essa capa com Tiago,Pedro e Remo!Ah,nem queira saber Eliza...-disse ele animado,num tom de gargalhada.- Eu sinto até a respiração dos infelizes... é horrível

-Você...eu gostaria de vir aqui outras vezes,sabe...achei bonito.-ela tentou parecer displicente e deu uma ultima espiada na sala tentando memorizar cada cantinho para em fim virar-se para sair pelo corredor.

-Sempre que quiser, é só me pedir.- Sirius virou o rosto para olhar a expressão da jovem Adams,mas a proximidade era tamanha que,apenas este virar de cabeça fez que seus narizes se roçassem. –Eu sempre vou estar disponível para vir até aqui com você.

-Está disponível agora para isso-e voltou a abraçar o rapaz aproximando seus lábios dos dele e esperando que ,se ele tivesse vontade,continuasse fazendo a sua parte. Sirius não pôde mais resistir...estava enlouquecendo,deveras, mas não se importava mais em entregar-se á loucura. Se aquilo era ser um insano esquizofrênico, ele repreendia a si mesmo por ter adiado tanto este desequilíbrio mental. Sentia a pele ferver, os órgãos se torcerem e o sangue correr pelas veias como um líquido venenoso. A respiração gelada de Elizabeth fazia seus olhos arderem de desejo e,inclinando-se á demência, beijou os lábios tão atraentes e agora tão escandalosamente próximos. Sem conseguir entender por que começara com aquilo Elizabeth apenas retribuiu aproximando seu corpo ao dele e envolvendo seu pescoço com as mãos.Nunca em toda a sua vida ela se imaginara beijando ele, Sirius Black, e pior(ou melhor!) que gostaria disso.Mas já que, infelizmente (ou felizmente!) acontecera, a jovem resolveu aproveitar o momento, pois tinha a plena certeza de que isso jamais voltaria a acontecer se dependesse dela.Tentou provar ao máximo o gostinho do maroto e quem sabe descobrir o motivo de seu sucesso entre as garotas. Sirius ia evoluindo aquele ato já naturalmente. Para ele um beijo nunca poderia ser apenas um beijo; não era o suficiente. De olhos fechados sentia o coração desenfrear, o que implicava num nível explosivo de energia no corpo.Aquilo o fazia queimar, e uma vez pegando fogo ele ficava incontrolável. Grudou-se a ela á ponto de fazer com que a pulsação de seu peito batesse e voltasse na altura dos seios da adolescente e,num frêmito de arrepios, ele foi guiando-a para a parede lisa de onde tinham acabado de conjurar uma porta (que agora já não existia mais,como num sonho). Uma vez apoiado em algo ele pôde continuar sua loucura: sua língua queimava, seus dedos brincavam, e por mais que suas pernas tremessem seu corpo pedia, num sussurro libidinoso: “mais, mais, mais!”. Por isso ofegava, sentia-se afogando-se na própria garganta...ela lhe sugava as energias e forças vitais de um modo fatalmente sórdido.

E foi a escassez de forças que o fez parar,ávido,com olhos cintilantes e lábios avermelhados

-Você...-encheu os pulmões, inflou e desinflou o tórax repetidas vezes; “Um,dois, respire Sirius!”- Você queria isso?

-Você queria, não-ela voltou a assumir sua costumeira expressão misteriosa respondendo a pergunta com um novo questionamento.

-Não posso negar...-ele sorriu traquinas.- Eu sempre quero uma garota,Eliza.Mas devo admitir...era você quem eu mais desejava. Não, espere-ele tapou a própria boca num ímpeto desvairado-Oh, o que fui dizer!Não me leve á mal...

Com certeza ele não havia dito a coisa certa pois a jovem tentava se desvencilhar do abraço mais que apertado de Sirius,com a cara fechada.

-Desculpa,não era isso que eu queria dizer-tentava concertar o animago, usando os braços como grades de uma jaula. “Burro!Burro!”- É que você é especial pra mim...por isso te mostrei tudo isso, e imploro para que guarde segredo.- a capa estava deslizando de tanto seus ocupantes se mexerem, e de modo incomodo. Sirius prendeu o pano agilmente com uma das mãos,afrouxando o abraço.- Você pediu, então vamos embora. E se pedir de novo, estou á sua disposição para voltar.-deu-lhe um cálido selinho- não quero te ver chateada de novo.

-E eu não quero que me trate como você trata as suas garotas, Black...em primeiro lugar por que eu não sou e,lamentavelmente,nunca vou ser sua.Vamos embora.-“Estava bom demais pra ser verdade...e você,sua tonta,se deixou levar pelos encantos desse canalha!Idiota,idiota,idiota...”. Almofadinhas abriu o mapa diante dos olhos de ambos,que dividiam o mesmo espaço agora á contragosto. Ele tentou sorrir mais uma vez-Veja, este mapa mostra tudo e todos.-apontou para os nomes “Elizabeth Adams” e “Sirius Black”, que permaneciam parados no terceiro andar.

- Hum...-os olhos dele pesquisaram todos os corredores ao redor-Por aqui!


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Se livraram da capa de Tiago apenas no Salão Comunal de Grifinória,onde Sirius também ordenou “Malfeito feito!”-ao que o mapa todo se desfez como poeira.

-Parabéns por esse mapa...sei que não fez tudo sozinho mas é fantástico!Ah,foi fantástico a tal da Sala também...gostei muito.-Elizabeth disse numa voz distante.

-Então significa que você vai querer voltar-perguntou Sirius numa pontinha de esperança.

-Sim.-ela sorriu falsamente para em seguida completar-Quando finalmente entrar na sua cabeça que eu sou Elizabeth Adams,ok?

-Eu sei quem você é.-disse Sirius com convicção.- e é por isso que quero te ver mais uma vez. Você é diferente...-o salão estava escuro,porém, semi iluminado pelas “luzes da noite” que mal passavam pela janela. Os rostos sombreados enxergavam-se com dificuldade,o que fazia Sirius ver uma oculta Elizabeth,por entre sombras: misteriosa.

- Boa noite,Eliza.-e fez algo inesperado: puxou com delicadeza a correntinha prateada no pescoço da moça e, sobre o pingente em forma de estrela, selou um beijo simples.- Assim, você vai sempre se lembrar da sua estrela.

Emocionada ela nada pode fazer se não sorrir e calmamente ir se afastando em passos lentos,parando no pé da escada que a levaria ao dormitório feminino.Murmurou:

-Boa noite,Sirius Black.Sonhe com o Universo e com a Estrelinha que pode algum dia,se você souber o que fazer,habitar o seu Universo.

-Eu sempre sonhei.

-Com o Universo?

-Também...

-E a estrela já vai...mil boas-noites novamente!Espero que bastem dessa vez...-e com agilidade,obscuridade e volúpia ela subiu os degraus e foi encoberta pelas sombras das escadas.

Quando Sirius subiu as escadarias do salão comunal o relógio já batia três horas da manhã.Apesar do horário petulante, o rapaz pôde notar, já no corredor, que os amigos pareciam estar mais que acordados. Das brechas da porta encostada passavam as tiras de luz provenientes do lado de dentro, lugar onde Sirius fez questão de entrar quão logo tocou a maçaneta da porta: O que viu fez seus lábios se torcerem num risinho enfadonho.

Tiago andava de um lado para o outro, endiabrado, enquanto atirava para os ares todas as peças de roupa que possuía. Remo o observava paciente, sentando em sua cama e ocasionalmente soltando um bocejo e esfregando os olhos. Provavelmente ele desistira de dormir graças á baderna que Tiago providenciava, ao contrário de Pedro, que amontoara-se por debaixo de seus cobertores formando um bolinho sobre seu colchão. Ele não roncava, no entanto, o que fez Sirius constatar que apesar do esforço (Rabicho até mesmo estava usando o travesseiro como um tampão de ouvidos, apertando-o furiosamente sobre a cabeça, esta amassada no colchão) ele ainda não adormecera. Claro que não adormecera! Aquilo teria sido uma grande proeza

-Você fumou erva de gato Pontas ou ta assim porque é um sonâmbulo esquizofrênico-Sirius finalmente decidiu se fazer presente, encostando a porta atrás de si. Tiago pareceu não ter escutado o amigo, já que não cessou por um minuto sequer a sua ronda por roupas decentes. Ele pegava uma camiseta,corria para a frente do espelho e se comparava por detrás do objeto.Torcia a cabeça, praguejava,atirava a peça de roupa pelos ares e voltava-se para os diversos montinhos em todos os cantos do quarto. Sirius meneou a cabeça como quem diz “é um caso perdido” e lançou a Remo um olhar questionador.

-Ele está procurando uma roupa.-contou o lobisomem, já fatigado.

-Mas que raios, pra quê!E á essa hora da madrugada?O que deu nele pra pirar desse jeito-indagou Almofadinhas enquanto desviava a cabeça de uma calça voadora lançada por Pontas, que agora soltava xingamentos terríveis parecidos com “droga, ta rasgada!”. -A Lily aceitou o convite dele pra sair.-explicou ainda Lupin numa voz entediada e pacificamente sonolenta. Sirius parecia prender a respiração, já que alguma tempestade de risadas queria transparecer pelo seu rosto...agora uma faísca de compreensão começava a se aflorar em sua mente.-Tudo começou quando ele veio aqui me contar isso, logo depois da gente ter se despedido das meninas, que foram dormir já faz umas duas ou três horas.-narrava Remo, com uma pontada de inveja das provavelmente confortáveis e adormecidas garotas- Ele estava muito afobado, não parava mais de falar nisso.Eu escutei no começo, até dei conselhos, mas a doideira dele chegou no ápice quando o Pedro fez a burrice de perguntar como é que ele ia. Pronto. A partir desse momento eu perdi todas as poucas esperanças que tinha de dormir, porque o Tiago começou a vandalizar o quarto em busca do conjunto perfeito...eu disse pra ele que ainda falta horas final de semana e que isso era preocupação de mulher,mas ele não me escutou, só pra variar.

Sirius ouviu o relato com um inconfundível sorriso de cinismo endiabrado. Mirou então Tiago, que apreciava os próprios músculos na frente do espelho e que, pela primeira vez, mostrava sinais de descontentamento.

-Almofadinhas...-murmurou por fim o infeliz, se virando para o animago com uma camiseta em mãos e um peitoral á mostra- acha que essa camisa desvaloriza meu corpo atlético?

-Pontas, de que buraco você desenterrou esse trapo- perguntou Sirius apontando para a roupa que, instantaneamente, Tiago jogou para longe; ele podia não ter mirado um lugar específico, mas ao final de seu trajeto a camiseta acabou pousando no embrulhado Pedro, que gemeu baixinho. -Olha,este pode não ser meu assunto favorito...-continuou Sirius enquanto ia chutando calças,meias,cuecas,blusas,jaquetas,casacos e camisetas pelo seu caminho até Tiago,que o observava num silencio entorpecido.- Mas você tem um péssimo gosto pra roupas em geral,mano.-ele pegou uma blusa absolutamente comum para,com quase desprezo,atira-la de volta ao chão.-E olha,você pode vestir o que quiser pra ir se encontrar com a Evans dês de que vá com um capacete como acessório,porque com esses cabelos, companheiro...

-Já ofendeu o suficiente? Se for continuar me avise, ainda tem tempo pra eu me atirar da Torre...-retrucou Tiago numa cara emburrada. É claro que o que Sirius dizia não correspondia totalmente à realidade,pois de todos os marotos Tiago era o que possuía as roupas em melhor estado. Remo tinha bom gosto,mas sua forma licantrópica fazia questão de arruinílo,além do que, ele não se esbanjava em dinheiro. Pedro não dava a mínima para o que usava dês de que estivesse com o corpo coberto e Sirius,que tanto taramelava sobre as roupas do outro, era o mais audacioso e rebelde no assunto. Tudo o que não era preto já perdia pontos em sua classificação, o que explicava seu total desprezo para com as camisetas do amigo de óculos.

-Quanto melodrama...-Almofadinhas treplicou o resmungo de Pontas.

-Ele é o Tiago, esqueceu-lembrou Remo num tom apaziguador.

-É sim, sou o Tiago.- completou o próprio, finalmente desistindo de sua paranóia com o que vestir no fim de semana- Sou um absurdo grotesco na forma de um cara de dezessete anos, no auge enternecedor da sua paixão ilimitada por uma ruivinha. Alguém tem uma corda disponível onde eu possa amarrar meu pescoço, por favor?

-Olha Pontas, só o fato da Evans não te achar mais uma besta apocalíptica já faz de você um vencedor.-disse Sirius num tom amigável, finalmente escolhendo um par de roupas que encontrara largadas sobre uma cadeira- E se isto for te sossegar,sua ostra, ta aqui a melhor roupa na minha opinião.

Tiago recolheu das mãos de Sirius a camiseta preta com a estampa de seu time favorito de Quadribol além da calça jeans com bolsos (para o mapa do maroto e outras tranqueiras). Ele olhou desconfiado para Sirius, que sorriu em resposta tentando confirmar a sugestão.

-E se fizer frio, um casaco.- disse a voz macia de Remo, que atirou nos braços do amigo a última peça de roupa necessária.- Como é certeza de que vai fazer frio, separe isso aí e não incomoda mais. Meus olhos estão ardendo de sono...

-Ollha Aluado, se não fosse quase quatro horas da madrugada eu diria que sua cara é suspeita...- brincou Sirius só agora notando que os olhos do outro pareciam estar em brasa de tão vermelhos.

-Me convenceram.- Tiago disse por fim depois de uma minuciosa análise da aparência que tinha ele dentro daquelas roupas.Guardou-as por fim e,num aceno de varinhas, mandou todo o resto de seus pertences para dentro da mala,esta,escancarada ao lado de sua cama. Remo suspirou com alívio ao ver o quarto mais aceitável-eu não diria arrumado, longe de mim dizer isto- e,suspirando, deitou a cabeça no travesseiro pedindo baixinho um “apague a luz quando estiver pronto,Sirius.”

-Onde esteve? –a mente de Tiago finalmente clareou-se para outras coisas que não se referiam á Lílian e/ou ele.

-Pode adivinhar-fez Sirius assumindo um ar perverso. Naquele momento o ronco engrolado de Pedro já compunha a trilha sonora caótica para aquele diálogo.

-Tarando alguém- a sugestão veio de um sonolento Remo, que mesmo de olhos fechados podia ouvir os amigos. Os dois morenos voltaram as cabeças para ele, lembrando-se de sua presença.

-Se fosse isso,eu ainda não teria voltado.-acalentou Sirius, o cretino. Tiago então, tendo um estalo de memória, gritou animado

-Há Então eu estou ganhando a aposta,Almofadinhas! –Sirius o fitou confuso- A Lils já aceitou sair comigo, enquanto que você nem sequer está dando investidas na Adams!

O jovem Black novamente assumiu aquele seu teimoso ar de rebeldia,como que vendo graça naquelas palavras. Reagiu serenamente

-Olha Pontas, não vá se animando não por que um encontro com a Evans não quer dizer quase nada.Você vai ter que pensar repetidas vezes antes de falar coisas que te façam parecer um completo boçal no ápice de sua palermice, já que isso pode afastar ela de você num estralar de dedos. –Tiago abriu a boca para protestar mas Sirius tinha algo mais á dizer.- E você está redondamente enganado, meu caro. Eu venho investindo na Elizabeth mais do que você imagina. Para o seu governo, eu estava com ela.

-É, pelas marcas de dedos no seu rosto você realmente estava com ela.- comentou o outro, atazanando.

-Foi só um tapa.-Sirius deu de ombros.-Já estou acostumado.

-Mas o que aconteceu, afinal-perguntou Tiago já se sentando na ponta da cama de Remo, que grunhiu puxando o lençol para além de sua cabeça. Sirius, também ignorando completamente a hora assustadora que marcavam os ponteiros do relógio, iniciou sua narrativa. Ele não entrou em muitos detalhes;fez isto apenas quando vinham ordens de seu amigo para tanto. Ao final da história, Sirius se encontrava sentado em uma cadeira virada ao avesso para ele, mirando um perplexo Tiago com os braços e cabeça apoiados no encosto de madeira. Pontas,acomodado na cama de um já adormecido Remo, piscou repetidas vezes antes de fazer o cérebro pegar no tranco

-Almofadinhas!Você conseguiu-exclamou sem saber se o congratulava ou o repreendia.

-É, eu acho que consegui...

-Uau-o maroto se pôs de pé com brusquidão,chacoalhando o colchão de Lupin.- Então...quer dizer que...- e todo o ânimo foi se esvaindo no ar conforme ele juntava as peças e conclusões- Erm...você ganhou,não é-deu de ombros.

-Pode ficar com sua bendita capa,Pontas-Sirius disse num tom impaciente, erguendo-se,cruzando os braços e dando as costas para o amigo. Tiago não compreendeu aquela reação:

-Mas Sirius, você ao menos devia estar feliz.-tentou se aproximar,mas o outro moreno saiu caminhando até a janela para manter aquela distancia.-Afinal de contas você conseguiu o que queria.

De costas para Tiago, mirando o céu que se clareava e as estrelas que cintilavam sobre a cabana de Hagrid,Sirius murmurou para si num tom quase inaldível um “Serÿ”.

-Quero dizer...vocês ficaram juntos por uns momentos-Tiago agora andava de um lado para o outro,numa animação que se comparava aos dias de jogo de quadribol.- E tudo o que você queria era adicionar a Adams no seu histórico,ou ao menos provar que você era capaz...e conseguiu- estava demasiadamente empolgado,muito mais do que o próprio Sirius. Falava ainda num tom de um capitão esportivo congratulando seu bravo jogador.- Eu nunca devia ter duvidado de você, Almofadinhas.

O outro deu um suspiro,preferindo manter aquele seu silencio confuso de quem não sabe o que pensar,ou como agir, ou o que fazer. Tiago parou de tagarelar sozinho apenas para fitar o amigo, como se finalmente tivesse notado a sua presença. Analisou-o em silencio, arqueando uma sobrancelha e inclinando a cabeça

-Qual é o problema-Sirius não respondeu,apenas baixou a cabeça como quem olha para algo além de seu campo de visão.-Olha,deve ter alguma coisa muito interessante aí nesse jardim pra você estar me ignorando desse jeito-disse Tiago rispidamente,fazendo Sirius rir e se virar para ele:

-Eu não sei.-sua voz soou nublada,distante e por isso muito diferente do usual.

-Não sabe o que?

-O que fazer a partir de agora...

O rosto de Pontas se transformou de confusão para surpresa num piscar animalesco de olhos

-Do que você ta falando?É claro que sabe.-Sirius o encarava ainda sério,como quem diz “não,não sei não” o que só insentivava a perplexidade do outro-Hei! Você é o Sirius Black! O que é que você faz depois que conseguiu uma garota que realmente não te interessava-ele não parecia querer responder,o que obrigou o jovem Potter a continuar- Você parte pra outra!Você sempre descarta as meninas no dia seguinte, e finge que elas não existem!É o que você semp...

Mas Sirius novamente fez um ar de indecisão,fazendo com que Tiago se engasgasse numa nova conclusão:

-Eu...eu não acredito!

-Tiago...

-Não pode ser...-continuava ele,assombrado.

-Pare com isso...

-Minha nossa-Tiago se sentou com pernas bambas na própria cama agora,enquanto os olhos lívidos perfuravam Sirius-Você quer continuar com o que começou!

-Não-ele se ouviu responder,num ímpeto descontrolado de quem quer provar alguma coisa muito parecida com honra. Mas apesar de sua defensiva, o apanhador continuou:

-Quer continuar sim,porque gostou!Porque gost...espere,você gostou é de outra coisa...

-Não é nada disso-rugiu Sirius,numa súplica para que ele se calasse. Mas Tiago era teimoso; sua voz crescia junto com seu atrevimento:

-Você gostou dela-se esgoelou,mais bradando do que perguntando.- Você,Sirius Black,está gost…

-Cale a boca- estourou o moreno já com olhos faiscantes de impaciência. Tiago se calou por fim; não graças ao medo,mas sim graças á um sentimento de vitória que se aflorou num sorrisinho desdenhoso. Sirius,agora fora de si,tentou recuperar o controle da situação.-Eu não sei o que fazer porque não sei se isso basta!NÃO porque eu esteja gost...

-Se você quer mais quer dizer que...

-Fecha a matraca-latiu Sirius,ao que Tiago obedeceu muito á contragosto.- Bem...-recomeçou- Eu não sei se vou fazer como fiz das outras vezes...eu-eu...foi diferente... -Tiago fez um movimento empolgado no ar,como se estivesse ganhando uma aposta:

- Esse “diferente” é que me assusta em relação á você Sirius!Fala a verdade...o feitiço virou contra o feiticeiro e agora quem vai correr atrás é você.

-Não é nada disso!

-Durante sete anos você arruinou a vida de milhares de garotas, que quase suplicavam por mais um dia...-continuava ele quase que maléficamente.Sirius mastigava seu silencio cheio de amor próprio ofendido-E agora é você quem quer mais;agora é você a vítima e não o contrário...

No limite da razão,Almofadinhas interrompeu num tom serrilhado por fúria

-Quer saber!Eu nunca mais vou ver aquela garota!

-Mas...

-É isso mesmo, já estou por aqui com essas suas análises idiotas-Sirius esbravejava mirando Tiago uma vez ou outra- Vou fazer como sempre fiz!Afinal de contas você tinha razão

-Sirius...

-Fica quieto-suas palavras pareceram esbofetear o outro,que ficou mudo abruptamente.- Eu consegui o que queria, já estou satisfeito,fim da história.

Tiago tentou olhar para ele uma última vez,mas Sirius deu as costas novamente,marchando para seu malão,roupas e cama. Era como se tentasse engolir as próprias palavras...


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Garoa gelada, sol sem calor, e novamente as nuvens se fechavam. Abriam e fechavam, incansavelmente. Flocos recém nascidos de neve planavam mansamente até o chão, caindo ainda como que tímidos, em intervalos longos preenchidos por ventania. Era sábado.

-Já está nevando.-exclamou Pedro com a mão estendida para acolher um floco branco. Remo assoprou a própria respiração condensada, como se estivesse soltando fumaça

- Está frio...

-É você que ainda está fraco. A lua cheia terminou á dois dias atrás- lembrou Tiago ainda bagunçando os cabelos e os livrando da neve recém chegada. Sirius olhava em volta: no pátio da escola brotavam adolescentes animados, mas nenhum com grandes atrativos (pelo menos para ele). Ao ver Lígia de relance, passando tagarela mas ansiosa, ele fez um movimento para que Lupin ficasse o encobrindo, o que deu certo.

-Hum, o que foi-perguntou Remo.

-Nada, só estou tentando me livrar do meu par de hoje.- disse Sirius dando de ombros.-Ah, e falando nisso...como foi ontem, Aluado?

-É, você não disse nada-Tiago exclamou assim que Remo abriu a boca para falar-Aposto que ela ficou uma fera!Ah, só de olhar pra sua cara eu concluí isso, na verdade...eu sabia!E quem não ficaria?Ela tem toda a razão! Você sumiu de repente e a pobre da menina...

-Tiago...

-Sem saber de nada, a infeliz...

-TIAGO-Sirius aumentou a voz fazendo o outro se sobressaltar.-Você não devia estar indo se encontrar com a Lily?

-Oh!Devia- exaltou-se Pontas, e,encabulado, se apressou- Bem, como eu estou?

-Ótimo e tudo e tal.-disse Pedro impacientemene.-Se eu fosse uma mulher eu...

-Glarb!Obrigado,já deu.- e com cara de nojo se afastou, indo em direção-afoitamente- á um grupo de garotas que acabava de emergir nos terrenos gelados.

“Ele está vindo”-murmurou Courtney como quem arranja uma desculpa para agarrar o braço de Berta e se esgueirar para longe dali.A ruivinha continuou caminhando em direção aos portões de saida dos terrenos da escola e com os olhos esplendorosamente verdes fez um “aceno” para que o maroto a acompanhasse.Naquele momento,pelo menos aos olhos dele,ela estava especialmente maravilhosa:seus cabelos macios e cheios esvoaçavam para tras graças à força do vento,sua pele estava ligeiramente mais azulada pelo frio com excessão das bochechas que se encontravam suavemente coradas.

-Você está linda.-disse Tiago sinceramente, usando sua voz normal, sem perceber.E assim, andando lado a lado, o casal se juntou á multidão que se aglomerava ao redor das carruagens.

-Hei Remo, lá está a Cynthia...-disse Pedro com malícia.

-E as outras.-comentou Sirius, ao que Pedro lhe lançou um olhar estranho. Remo olhou para o chão, murmurando algo como

-É,hum...certo.

-Então se decida aí Aluado. Nós já vamos.

-Ou...-Sirius interrompeu, segurando a manga do casaco de Lupin-se quiser a gente te acompanha até lá. Pode ser?

-É, pode.

Os três então tomaram a iniciativa de se aproximar; Sirius na frente,arrastando Remo pelo braço e sendo seguido de perto por um bufante Pedro. Sentindo um solavando pesado e dolorido no braço Lupin foi obrigado,por uma mão que o puxava, a olhar para trás.

-Oi Remm...Remo!Você gostaria de passar o dia comigo em Hogsmeade-os olhinhos esperançosos de Berta,a tolinha que parecia não se cansar,encaravam o rapaz, ansiosos, parecendo não notar (ou,incrivelmente,não se importar) com a presença dos outros.

-Cai na real seu pinguim míope-gargalhou Sirius, notando a causadora da interrupção.- Ele não vai sair com você nem em mil anos e,se o fizer, pode se considerar um cara morto!

-Sirius- Remo praguejou, dando um empurrão para que o amigo soltasse seu braço.

-Você vai trocar uma garota pelos seus amigos-e Berta abriu um sorrisinho animado. Sirius espumou de ódio numa fração de segundos:

-Jorkins, sua aberração disfarçada de ser humano, saia da minha frente antes que eu avance com tudo pra cima de você!Não, não me chame de covarde! Covarde é quem bate ou ameaça uma garota , e partindo do princípio de que você não tem sexo definido, eu acho que posso começar com a seção tortura agora mesmo.- com um sorrisinho abssurdamente assassino Sirius meteu a mão no bolso,em busca da varinha, mas o monitor o interrompeu prontamente

-Se controle, Almofadinhas.- ele tentou conter o braço do amigo, que mais por aceitação do que por fraqueza, parou. Lupin se virou para uma apalermada Berta- Me desculpe erm...Jorkins, mas eu não posso sair com você...

-Ele não quer sair com você...

-Sirius, eu estou falando- impacientou-se o maroto de cabelos castanhos, aumentando o tom de voz por uma fração de segundos. Voltou-se para Berta mais pacifico- É,infelizmente ele tem razão.Eu não quero sair com você porque tenho uma namorada. E não só isso!Não quero porque,para mim, você não passa de uma colega simpática...

Sem esperar o fim da frase de “humilhação” a garota já saia correndo com as mãos no rosto,não sem antes gritar:

-Eu vou amaldiçoar aquela McClair...ladrona de namorados!

-Isso, vai mesmo e que o diabo á carregue-urrou Sirius assistindo-a partir. Pedro, ainda em silencio, não parecia abalado com o modo rude do maroto,ao contrário de Aluado:

-Seu...seu..!Sirius Black, seu nojento!Precisava tratar a garota daquele jeito?

-Bah...ela não tem nem o formato de uma garota.- disse Almofadinhas displicentemente,retomando a caminhada.- Ah, maldição, agora elas já foram embora!Culpa do pinguim infernal!

-Vamos pegar uma daquelas carruagens.-sugeriu Pedro- e encontrar todo mundo em Hogsmeade.

E em silencio o trio de mal feitores fez seu caminho em direção á Hagrid e aos demais alunos.

A viajem foi curta,pois o povoado bruxo era vizinho muito próximo da escola. Os rapazes desceram com a impressão de que tinham acabado de entrar no transporte, e mal desembarcaram já se viram,novamente, rodeados pela aglomeração animada do povo mágico que circulava pelas redondezas.

-Dedosdemel!Por favor, Dedosdemel- começou Rabicho numa voz de choramingos irritantemente suplicantes.

-Ai,ai, tá bom.- exclamou Sirius-Vai lá se empanturrar que a gente te encontra depois.

-Mas...

-Tome.- enfiou na cara do maroto o famoso mapa, fazendo-o se calar.- Qualquer coisa, é só olhar aí e você vai saber onde estamos.

-Eu sei.- disse Pedro rancoroso, aceitando o pergaminho-Eu ajudei á fazer- o gordinho fez menção de se virar,quando Sirius apertou seu ombro e o deteve por uns instantes:

-Remo, porque você não procura a Stephine no Mapa do Maroto antes que o Rabicho se vá com ele?

-Cynthia, Sirius. Cynthia e Stephanie.- corrigiu o outro num menear de cabeça.

-Tanto faz, você entendeu.- e assim, ativou o mapa. Pedro acompanhou junto com Sirius todos os milhares de nomes e pezinhos caminharem pelo lugar, como formigas atiçadas carregando seus nomes em rótulos.-Elas estão aqui mesmo, vê se encontra Pedro

-Porque eu-resmungou,esticando o pescoço e expremendo os olhos. Por entre um ciclope e um duende vestido de verde, Pedro viu a silhueta de Katherine gargalhando frenéticamente ao lado de Elizabeth.-Achei uma delas!Aquela preta!

Remo e Sirius tentaram, mas não conseguiram conter algumas risadinhas. Rabicho sentiu-se feliz em ver que,pela primeira vez, alegrara os amigos ao em vez de receber uma repreensão. Sem mais delongas (e depois de recuperarem expressões sérias) os rapazes seguiram apressadamente, antes que as perdessem de vista.

-Hei,o bolinha-comentou Katherine quando, em meio ao seu balançar de cabeça e risadas, captou a imagem familiar do animago.

-E o Kiko-retrucou Stéphanie divertida.

-Não, o Kiko não vem.-brincou Brown se pondo na ponta dos pés-Mas,uau! O Black está um gato hoje!Ah...e aí vem o outro.

-O Tiaguinho-a jovem de cabelos castanho se pôs a procurar também pelos rapazes.Elizabeth,ao ouvir a sugestão,virou-se para a multidão correndo os olhos pelo transeuntes.

-Não,o...

-Oi-cumprimentou Rabicho; a face corada de tanto se esmagar pela multidão. As meninas reviraram os olhos. Alguns segundos depois, Sirius e Remo surgiram um tanto descabelados.

-Hei, bom dia- sorriu o moreno de modo galanteador,como era de costume quando se aproximava de um bando de belas “fêmeas”.

-Bom dia-responderam em uníssono três vozes animadas.

-Vocês sabiam que o Tiago está com a Evans-contou Pedro euforicamente. Lupin olhou para ele de modo a faze-lo calar a boca imediatamente, o que não adiantou.-Ele convidou ela pra sair, ela aceitou, e agora lá estão eles!

Elizabeth, que desviara sua atenção para a vitrine mais próxima parecendo muito interessada, ao perceber a aproximação de Sirius voltou os olhos assustados para o gordinho esperando ouvir mais.Katherine e Stéphanie se entreolharam embasbacadas enquanto que Cynthia continuou a mirar as próprias unhas displicentemente. Pedro notou a atenção e por isso inflou o peito para continuar, quando Remo o interrompeu quase que desesperadamente

-Erm,Cynthia...e-eu posso falar com você- enquanto ele gaguejava, em contraste Sirius sorria de modo brejeiro, admirando o quão atraente estavam suas novas companhias.

-Já não está falando,Remo-e apesar do modo frio que respondeu a jovem se afastou alguns passos do grupo mostrando ao rapaz que ele estava livre para falar.Remo chegou para perto dela visivelmente constrangido.

-Me desculpe por ontem á noite,Cynt.-ele começou depois de tomar coragem em um suspiro- Não te contei a verdade porque...hum, porque eu não queria que você ficasse preocupada.-parou de falar apenas para pensar no que dizer.

-Preocupada?Você soa engraçado ás vezes,Lupin...vamos andar,estou congelando aqui parada.-e puxando a blusa para mais perto ela se aproximou do rapaz para sentir também calor humano.Remo, obedecendo seus instintos cavalheirescos, cobriu-a com seu próprio casaco.

-Eu sei como você se sentiu...é que eu não sabia que isso ia acontecer.- “Magiiina, só vim planejando isso o mês inteiro!”-Acontece que eu fiquei doente...-ele começou pausadamente, refletindo que, no geral, aquilo até que não era uma mentira.

-O Sirius comentou...mas o estranho é que ninguém viu você saindo da sala comunal para ir para a ala hospitalar e para VOCÊ não ter ido pras aulas...pensei que estivesse com tuberculose.Só espero que já esteja curado e que não me passe quando eu te beijar...-e indiretamente Cynthia ia demonstrando que estava começando a desculpar o rapaz-Mas espero que isso não aconteça mais...

-Não, eu estou bem agora.- Remo abraçou-a pela cintura, tentando esconder no ato a angústia que transparecia em sua voz.-Afinal, uma semana inteira foi o suficiente. Eu fiquei com saudades, sabia?

-Ah é-um sorrisinho peralta tomou conta dos lábios da grifinória-Sentiu falta de mais o que?

Sem mais esperar, Remo puxou o rostinho da moça com suas mãos. Beijou-a com intensidade,acalorando-a e sentindo o próprio corpo se aquecer, começando dos lábios e peito. Conforme a tocava, intensificava o abraço na bela cintura, sentia um tremos fremir todo o seu corpo (um tremor que podia ser,mas não era de frio).

-Eu senti falta disso.-sorriu Remo ao desgrudar-se dela.-Vamos tomar alguma coisa?Seu rosto está gelado...

-Sim,vamos para o Três Vassoras beber cerveja amanteigada.Eu vou fazer você matar essa saudade rapidinho...-e tentando esquecer do incidente da semana anterior e de todos os rancorezinhos, a moça piscou para ele com um de seus vivos olhos azuis e de mãos dadas o guiou na direção do bar.

Katherine observou com olhos magoados o casal se afastar, olhar este que Sirius notou,mas fingiu não ver. Pigarreou:

-Querem fazer alguma coisa-os olhos cintilantes do rapaz procuraram os de Elizabeth, sedentos.Ela, por sua vez,penetrou os dele profundamente com os seus acinzentados,parecendo desafiadoramente inacessível. Stéphanie deu de ombros ligeiramente entediada e respondeu:

-Acho mesmo é que vou dar uma olhadinha naquela loja de penas e pergaminhos...meu material já está um desastre.-ela revirou os olhos cor de mel e completou-Vem comigo Kath?Eliza?

-Eu tenho uma idéia melhor...-interrompeu Sirius depois de lançar um olhar para Pedro.- Porque é que vocês não levam o Pedroca aqui para a Dedosdemel?

-Oh,sim,sim-aprovou o baixinho esfregando as mãos.

-Vamos então Pedrinho-sorriu ironicamente Adams, apressando-se em dar o braço ao gordinho,que olhou Sirius confuso-Vem ou não com agente meninas-e mais uma vez Patil recorreu à amiga para tomar alguma decisão.

-Arh, só o cheiro daqueles doces lambuzados me deixa enjoada- a negrinha fez um gesto de desprezo com as mãos-Mas se é pra lá que todo mundo vai...

-Eu quero ir-disse Pedro rapidamente,tentando se livrar do braço da mocinha.-mas de outro jeito que não é assim.

-Como assim-perguntaram todos,inclusive Sirius.

-Eu quero ir só com as meninas menos com a Elizabeth.- Sirius olhou para ele em pânico, como quem diz “assim não,seu palerma!”.Rabicho corou, pigarreou e tentou concertar-Digo,erm...eu queria que o Sirius ficasse e ela também.

Adams observava o “rato” com repugnância completamente mal disfarçada,as sobrancelhas erguidas.

-E por que diabos você não quer que eu vá e ao invés disso fique aqui...com ele?

Suor começou a escorrer do rosto desnorteado de Rabicho,que gaguejava em busca de uma boa resposta.Sirius apressou-se em dizer alguma coisa antes que ele estragasse tudo:

-Ele não sabe o que está falando, o coitadinho!Está delirando de fome!Vamos todos pra doceria de uma vez,antes que o Rabicho tenha um piripaque e pife até o fim do dia.- Pedro comentou,embaraçado, algo como “é,é, eu fico doido de estômago vazio!” e aceitou os empurrões que Sirius foi dando para que o grupo se movesse.

Katherine,Stephanie e Pedro já haviam se dispersado completamente do mundo,pois voltaram sua atenção para o caminho que iam fazer. Elizabeth se precipitou para segui-los,quando sentiu um puxão brusco no braço, o que a fez parar imediatamente (e á força) voltando um olhar fulminante para Sirius.

-Larga o meu braço.

-Tudo bem.- ele obedeceu.- Erm...Adams,escute, sobre é...- “o que diabos eu estou-ou não estou- falando!Ah Sirius, se mata!”.-Você tem alguma coisa á dizer?

-Sobre-ela agora cruzara os braços e o observava com uma das sobrancelhas erguida. Sirius tentou controlar sua expressão para não deixar transparecer surpresa. Olhou para ela tentando buscar algum trejeito ou olhar que denunciasse que,por dentro, ela se corroia por algum comentário.Mas é óbvio que não encontrou nada,apenas uma máscara fria de indiferença.

-Bem, sobre...vamos dar uma volta.

-Conversar sobre dar uma volta-Elizabeth repetiu lentamente,gozadora.

-Durante.

-Não tenho nada o que te falar,Sirius Black.

-Ah,mas eu quero ouvir muita coisa!Venha,vamos arranjar um assunto.- Sirius encaichou seu braço ao dela para começar uma caminhada sem rumo.- Tenho que admitir que aqui eu não conheço nenhum lugar especial em que possa te levar.- disse o maroto como quem não quer nada,cheio de intenções por detrás de seu comentário.

-Não conhece aqui...então vamos para algum lugar que você conheca,Black?.-a voz da jovem era carregada de sarcasmo e ela tentou, sem sucesso, desvencilhar-se do braço do outro-Já percebi que você não consegue ficar sem ouvir minha voz por muito tempo...

-Eu gosto de ouvir o que sua voz tem a dizer.

-Para você minha voz não tem nada a dizer-retrucou a moça séria. Sirius ignorou este último comentário, parando com sua companhia em frente á uma vitrine onde belas jóias cintilavam.

-Me empresta a sua corrente por um segundo?

-Não empresto minha correntinha nem para o meu pai ,caso ele aparecesse aqui dizendo que voltaria à vida se eu a entregasse.-exagerou Elizabeth olhando também para a vitrine,com as mãos dentro dos bolsos do casaco.

O rapaz sorriu sem se abalar, e em silencio se afastou (levando-a consigo) da Beth´s love como se estivesse se afastando de uma idéia descartada. -Adams, qual era o nome do seu pai.

-Pra que você quer saber-Elizabeth recomeçou sua caminhada olhando fixamene para frente,seus olhos cinzas vidrados, o vento fustigando a cascata negra de cabelos para trás.

- Bem, se você quiser voltar comigo até a Beth´s eu te mostro.-disse ele misterioso.

-Não quero.

-Que pena.-Sirius parou novamente,olhando esperançoso para o popular bar Três Vassouras.-Quer entrar e se aquecer, ou você prefere apreciar o frio-ele queria que assim Elizabeth se lembrasse da noite estrelada em que, após um treino de Quadribol, Sirius a encontrara com os pés na água mergulhada em devaneios.Naquela noite ela pareceu á ele ser uma grande amante do frio...

-Não quero que me vejam com você em um lugar como o Três Vassouras,Black.-desprezou Adams , voltanto para ele um olhar desafiador-Que tal darmos uma olhada na Casa dos Gritos?Sempre gostei muito de lá...e aí afinal você fala o que quer...

-Casa dos gritos-engasgou-se Sirius sentindo-se quente, sem saber.-Oh, aquele lugar velho,feio,imundo e porco?Não acha que é inapropriado?

-Inapropriado para...?

-Uma garota!

-Não é inapropriado...pelo menos não para mim.Talvez seja para a Coox que vem vindo logo ali e que adoraria ir com você para qualquer lugar...- rebateu Eliza,apontontando para uma Ligia feliz que passava ali perto,distraida,perceptivelmente em busca de algo.

-Por Merlim-exclamou Sirius.Instintivamente,inesperadamente, ele apressou o passo para algo próximo á uma corrida, arrastando-a consigo e forçando-a a acompanhílo. Sem ter para onde ir, optou por aceitar a proposta de Elizabeth e fazer uma visita na Casa dos Gritos. Cessou ofegante apenas ao derrapar em frente ao barranco onde, no topo, tremia a sofrida construção.

- Dizem que esse lugar é amaldiçoado.- disse Sirius tentando resgatar o rumor como forma de justificar o que fazia...porque será que tinha que levar Elizabeth para todos os “pontos de encontro” de seus amigos?Só o que faltava,agora, era se transformar em cão na frente dela.

-E você acredita nisso-ofegou ela puxando para si sua mão que fora agarrada na hora da correria.

-É claro que sim!Não é sinistro-mentiu o rapaz.-Quer entrar?

-Quero,se não estiver com medo...-desdenhou Beth começando a subir a pequena encosta que sustentava a casa.Atrás dela,Sirius revirou os olhos.-O que pode se esperar de um cara que foge desabalado de uma garota como a Coox?

-Hei!Eu não estava...bem, estava mas...ora,Adams-e Sirius se pegou dando risada de si mesmo e de sua atrapalhação- O que você queria?Que eu deixasse aquela depravada me agarrar pelo pescoço até me ver ficar roxo- ele subia os degraus com rapidez.

-Como se você não fosse gostar...

-Não vindo dela.- e ao notar que Eliza já estava terminando seu caminho para chegar ao topo,avisou-Hei,cuidado com esse último degrau. O P...digo, ele quebrou.

-Você já veio aqui antes,medroso?Estou impressionada...-exclamou ela em voz altiva,mas mesmo assim seguindo o conselho e parando à porta.-Por que?Ela beija mal-ela voltou sem aviso ao assunto “Ligia Coox”.

-Porque está tão interessada-Sirius finalmente chegou junto á ela, abriu a porta e deixando que os foscos raios de sol mostrassem um chão empoeirado, sangrento e imundo, além de um quarto obscuro com cheiro de acre.

E finalmente para a felicidade do maroto, Elizabeth respondeu simplesmente,correndo os olhos por toda a casa demolida

-É apenas uma pesquisa com alguém que conhece,ou pelo menos diz conhecer o assunto,para saber se ela consegue se igualar a mim.

Sirius abriu a boca num espasmo de surpresa até que alegre, calou-se, tentou de novo

-Você é modesta,não?

-Você não respondeu a minha pergunta,Black.-e lentamente a jovem foi adentrando a casa observando detalhadamente cada milimetro de parede.Seus passos ecoavam sombrios.

-Eu tive uma boa professora.-disse Sirius com um olhar de lado muito característico. Ele,por sua vez, mantinha as mãos atrás das costas e andava como um corretor faria avaliando um apartamento já bem conhecido e pouco chamativo. Ou mais que isso:ali, Sirius se sentia bem (apesar das teias de aranha), pois o fúnebre lugarzinho guardava tantas lembranças...

-Boa professora?

-Você nunca me responde nada Estrelinha, e acho que a doença é contagiosa.-explicou o rapaz.

-Está querendo a explicação para o que agora- repentinamente, sem que nenhum dos dois esperasse, a porta de entrada que se achava entre-aberta bateu em um baque ensurdecedor.Elizabeth deu um grito e voou para o maroto, o agarrando instintivamente,de olhos bem fechados.

-Então eu que sou o medroso aqui,não é mesmo-ela ouviu a voz de Sirius em meio á escuridão, pois o vento que fechara a porta com estrondo privara o quarto das luzes do sol, que agora mal passava pelas cortinas rasgadas e mordidas da única janela do lugar. A falta de luz incentivou o rapaz á enlaçar sua amedrontada companhia entre seus braços confortáveis.-É só um fantasma Eliza,não tem nada demais...-brincou ele.

-Ora,me largue seu...seu...-e apesar das palavras zangadas e assustadoramente frias da moça ela não fazia força alguma para se desvencilhar do rapaz.Isso talvez devido ao fato das suas milhares de outras tentativas (em outras ocasiões) para se desvencilhar seja das mãos,dos braços ou pulços de Sirius,tivessem sido todas sem sucesso.

-Seu..-forçou Sirius intensificando o abraço e dificultando a fuga.

-Black.

Sirius a soltou. Mirou com desatenção um bolinho de poeira que rolava de um lado para o outro graças ao vento frio que rasgava as cortinas já em frangalhos, para suspirar num tom casual

-Você tem bons argumentos,mocinha.

-Eu sei disso.Mas vamos logo e me diga o que queria conversar.-apressou Elizabeth, satisfeita com o resultado que apenas uma palavra dita por produziaa nele. Percebeu ainda com mais facilidade que ela pudia mexer assombrosamente com o rapaz.Agora que o susto já havia passado, Elizabeth continuou à passear pela casa.Notando as escadas logo à frente encaminhou-se para elas e rapidamente começando a subi-las.

-Aonde você vai-perguntou Sirius alarmado.

-Subir,querido.Isso-e parando em meio a subida ela apontou para os degraus-se chama escada.Agora ou venha comigo e me responda...ou fique ai sozinho...

-Não vá lá em cima.- implorou Sirius subindo alguns degraus para parar em frente á garota,segurando o corrimão e a encarando- Eu já fui,não tem nada de interessante...só uma cama, um quarto sujo,poeira...-Sirius sabia que,como o quarto tinha acabado de ser usado,muitas dos pertences de seu amigo ainda estavam lá. –Vamos conversar aqui embaixo,ou lá fora...eu compro uma bebida pra você.

-Não quero bebida nenhuma,nem quero ir embora.Nunca ninguém me deixa vir aqui...e agora que consegui não vai ser VOCÊ quem vai me levar embora..-e como se não tivesse havido pausas ela continuou a subir,parando apenas no inicio do pequeno corredor do segunda e ultimo andar da casa-E me parece que você está bastante familiarizado com a casa...estou achando que este foi o lugar mais “especial” que você conseguiu encontrar para trazer a Coox na grande noite dela...

-O que!Como..mas como você..!Eu..como-Sirius não apenas subiu os degraus, mas sim voou por cima deles e a alcançou em tempo récorde.-Como você sabe de tudo isso?Quem te falou que eu...e eu não...explique-se.

Ignorando completamente o desespero do rapaz e até se divertindo com ele, Elizabeth caminhou determinada até a única porta presente no cenário e parou para encostar-se no portal,cruzando os braços para exclamar enojada:

-Não me parece o lugar ideal...mas tratando-se dela e de...bah!Que nojo dessa cama... Sirius acompanhou-a até o quarto numa inquietação nada caracteristica.

-Eu não faria nada aqui.-disse secamente.-E na verdade nunca fiz. Quem te contou essa atrocidade,Adams?

-Uh!Estou ficando com medo de você falando assim...-e finalmente a grifinória adentrou o quarto o examinando nauseada-Pergunte à sua namorada por que ela fez questão de me contar em primeira mão...eu também adoraria sabe.-e passando por ele deu dois tapinhas de “Eu acredito que você consegue!” extremamente falsos em seu peito, caminhando de volta para as escadas e descendo-as.


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Lilian olhava para o companheiro à sua frente na mesa do Tres Vassouras esperando que ele fizesse algo que valesse a pena.Uma atitude estremamente injusta,na verdade,já que os dois haviam ido se acolher no quente e aconchegante bar a pouquissimos minutos e mesmo que ele quisesse ainda não ouvera tempo para alguma coisa ser dita.

-Então...eu acho que vou pedir uma cerveja amanteigada.-comentou ela.

-É, espera que eu vou lá.-disse Tiago notando o quão lotado estava o bar.- Se a gente for esperar que a madame Rosmerta venha nos atender, vamos acabar indo embora sem nada. Eu volto num instante.- e apressadamente o maroto foi se esmigalhando na direção do balcão, trazendo logo em seguida duas canecas e garrafas para acomodar de frente á Lily. Sentou-se novamente e tentou conter a vontade desesperada de bagunçar seus cabelos. Observou Lily beber o líquido de sua caneca, pensou um pouquinho, e sorrindo notou que tinha um assunto

- Evans, o que você pensa em fazer quando se formar?

-Eu pretendia ser professora,Potter...mas não sei não...parece incrivel mas ainda tenho duvidas.Ou quem sabe curandeira...e você-ela o encarou parecendo ter se animado um pouco com a conversa.

-Bem eu...-o rapaz desviou os olhos castanhos dela para um grupo de embasbacadas garotas que acabavam de entrar. Fitou as esmeraldas de Lily novamente,buscando apoio para aguentar a lidar com a atenção que começava a atrair.-Ah,você não vai querer saber...

-Bah!Não sei por que perguntei,já sei a resposta à tempos...-falou ela ligeiramente carrancuda.

-Sabe- Tiago ergueu os olhos esperançosos-E o que é?

-Jogador de quadribol.-falou ela sem animação,revirando os olhos e fazendo um gesto largo com as mãos. Ele notou a falta de empolgação que emanava da ruiva, por isso gastou alguns segundos observando a espuma de sua cerveja intocada.

-É, eu já pensei em ser Auror.-comentou dando de ombros-Mas você pode ver,pelos jogos da escola,que aquilo é o que eu mais sei fazer.-agora o grupo atrevido de garotas corvinais sentara-se numa mesa vizinha,provocando desconforto no maroto,que tanto queria que aquele encontro fosse perfeito...e ele faria tudo para que fosse. Lily pode ver os lábios dele se abrirem num sorrisinho carinhoso ao olharem para ela,gesto este que teve continuação quando Tiago puxou para si um guardanapo, apoiou-se na mesa e gentilmente limpou ao redor dos lábios da ruiva. -Você tinha um bigodinho de espuma, me desculpe.-explicou, voltando a se sentar e a atirar o guardanapo para um canto.

-Ah...sim,obrigada.-sorriu ela de volta ligeiramente encabulada.Tiago apenas corou ligeiramente, sorriu e terminou sua bebida.

-Depois você gostaria de ir para onde? Dedosdemel?Zonko´s?Ah não, espere...aquela loja de jóias,certo?

-Jóias?Potter...você não está tentando me comp...

-Não, calma. Só se você quiser, é claro.- apressou-se ele,acrescentando- Ah, eu sei um lugar.

Ela o mirou parecendo melindrada e murmurou um “Ok!” terminando de virar a bebida nos lábios para depois perguntar mais audivelmelmente:

-Estou com bigode?

-Não.-riu ele, retirando algumas moedas do bolso.-Posso fazer minha parte cavalheiresca e te pagar a bebida?

-Não.Eu quero pagar.-e lhe entregou a quantia exata de sua bebida e da dele,como se já estivesse esperando pela pergunta-Faço questão.

-Está louca, Li...digo,Evans.-Tiago devolveu o dinehiro como quem devolve uma bomba prestes a explodir- Eu não deixaria você fazer isso nem com uma corda no pescoço.Tome.-ele fechou os nuques e sicles da palma de Lílian, despejando na mesa um punhado de suas próprias moedas.- Vamos, aposto que suas outras companhias pagam ao menos a bebida pra você...deixe eu manter minha dignidade.

-Que coisa mais idiota,Potter!Você está sooando maxista e estou começando a achar que você veio dos anos 20...eu vou pagar- e se levantou,dirigindo-se apressada para o balcão.

-Espere, calma, eu não queria...-Tiago apressou-se atrás dela,xingando-se mentalmente numa furia descontrolada-Vamos fazer assim;você paga o seu e eu pago o meu. Tudo bem.-madame Rosmerta limpava algumas canecas,gritava para algum individuo afobado, corria e voltava para o caixa.Olhou o casal com ar apressado. A ruiva lhe entregou a sua parte e esperou que Tiago fizesse o mesmo,virando-se em seguida para o resto do bar e comentando feliz

-Veja Ti...Potter!É o Re...-e se calou imediatamente ao notar que o outro rapaz não se encontrava sozinho sentado ao fundo do bar, mas sim acompanhado por alguém estremamente desagradável(pelo menos ao olhos de Lily).

-Ah,é.- comentou o maroto sem emoção, tentando esconder o ciúmes.-Ele está ocupado agora, não vamos interferir.- disse dando um leve empurrãozinho para que Lily seguisse na direção da porta.- Eu quero te levar num lugar aqui,acho que você não conhece. E lançando um ultimo olhar zangado ao amigo,Lily seguiu o maroto para fora.


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-Ela contou pra você-engasgou-se Sirius-Quando?Porque?Como?

-Eu já disse que também gostária de saber...-respondeu Elizabeth agora de volta ao primeiro andar,já preparando-se para sair-Mas escute Black...eu pensei que você adoraria que as pessoas soubessem que você já realizou essa “proeza”, ainda mais com uma garota que não consideram tão “feia”...

Sirius fitou-a por uns instantes,claramente pensando e refeletindo sobre muitas coisas,silenciosamente.

-Eu faço isso para que todos saibam, Elizabeth.- disse ele em tom de desafio-Depende, na verdade...depende muito.-ele rearticulou a frase,um tanto atrapalhado.

-Você não queria que quem soubesse, afinal-perguntou ela apenas para tentar ouvir a resposta saido da boca dele. Sirius olhou-a espantado.

-Não preciso responder isso.-disse já abrindo a porta de saída-Vamos logo, esse mofo está me sufocando.

-Não vou enquanto não me disser o que diabos você quer falar pra mim...ou me ouvir falar,sei lá...-Elizabeth permaneceu quieta,com os pés grudados no chão e os olhos fixos nele.Chegava a dar medo. O rapaz revirou os olhos como que impaciente e relutante. Quando virou o rosto moreno para encarar aquela face muda de severidade,parecia um tanto constrangido.

-O que foi aquilo,ontem?

-Aquilo o que,Black-ironizou ela com brusquidão.

-O que aconteceu com você?Tem perca de memória- e o rapaz pegou as mãos frias da moça,que pareciam ser a única parte do corpo que nunca recebiam o sangue que circulavam (ou que deviam estar circulando) em suas veias- Você sabe o que aconteceu, não se finja de desentendida. –ele esperava uma resposta,que por Deus devia vir- Quero saber o que você pensa disso agora, vai simplesmente ignorar

-Meu Deus!Eu sei muito bem o que aconteceu e não estou me fazendo de desentedida...eu simplesmente não entendo o que é que você quer saber...afinal não há nada que eu saiba que você não saiba,com relação a isso...-ela puxou novamente as mãos de volta ,falando entre risinhos e expressões de incredulidade-Parece até que você quer me pedir em casamento...

Sirius, pela primeira vez em sua vida, sentiu o rosto queimar.

-Eu...eu...-“Que diabos, a maldição Remo Lupin está me possuindo!Eu não posso estar atrapalhado, eu não estou, eu não estou!”-Gah...ora,não seja idiota!

-Quê?Jesus...estou perdendo a paciência...o que é que você quer-e totalmente ao contrário de Sirius, Elizabeth claramente não estava confusa...pelo contrário: estava era achando a situação extremamente divertida.

-Nem eu sei.-ele se ouviu responder,num resmungo.-Eu vou embora,cansei de me degradar aqui com você...acho que é essa casa horrorosa!Ela está mofando meus miolos.

-Esta é a melhor desculpa que pode arrumar,Sirius Black-e com um ar de vitória terminou-Aprenda a perder,Black...você a cada dia se mostra mais imaturo.Eu nem sei se devo sentir pena de você ou não...lamento

-Lamenta?É só o que você sabe fazer,não é- ele parecia nervoso em perceber que, perto dela, não conseguia ser o mesmo Sirius Black de sempre.Não parecia confiante,não parecia preparado...e ele sempre fora.- Sabe, acho que este é na verdade seu único sentimento humano,porque de resto você não tem nada. Cansei!Você não,não...não é normal.

-Cansou do que- a cada palavra pronunciada por ele o tom de riso aumentava no rosto impassivel da moça-E se sou tão anormal o que você quer aqui comigo!Você,simplesmente,está perdendo a razão, meu filho...e está justificando suas loucuras pelos meus atos.

-Não sei mais de nada!Eu...eu...preciso me sentar.- e foi o que ele fez,como um soldado que bateu a cabeça e perdeu a memória.- Para de rir!Não vê que eu estou ficando louco!

Sem poder se conter mais por um segundo, Elizabeth explodiu em uma de suas gargalhadas mais profundas e debochadas.Olhando para ele com os olhos cheios de lágrimas (de riso,óbvio) caçoou:

-É você mesmo Black?Acho que alguém bebeu uma poção Polissuco e está aqui se passando por você...mas em todo o caso,vamos ser gentis e caridosas para depois você não dizer que eu não sou humana...-e abaixou-se para se sentar ao lado dele,completando-posso te ajudar em alguma coisa?

O outro virou-se para ela com olhos vidrados,quase lunáticos e vexados.

-Você?Me ajudar?Eu nem sei o que tem de errado comigo, só sei que você me faz mal...devo estar doente.- e se levantou,como que com medo de pegar uma doença contagiosa que parecia emanar dos olhos cinzentos e penetrantes de Elizabeth. Olhos estes que sugavam toda a sua atenção...- Vamos fazer assim; você finge que isso nunca aconteceu, eu vou embora e nunca mais te encontro. Tudo bem?Você fica livre de mim e eu de...dessa loucura

-Você está com medo Black?

-Claro que não- exclamou Almofadinhas, fingindo estar perplexo mas,ao mesmo tempo, sentindo que sim, devia ser isto...mas medo do que!. Levantando-se ela parou de frente para ele e desafiou:

-Se não está com medo me dê um beijo aqui.-e apontou para a bochecha-e não precisa nunca mais olhar para mim, não fará mesmo muita falta...mas depois você terá que descobrir,às suas proprias custas,se tomou a decisão certa.Vamos lá...estou esperando!

Ao ouvir o pedido o rapaz cambaleou para trás, afastando-se de costas. Não podia mais se aproximar, não se prezava sua alma. Ela lhe deixava extasiado, louco, embevecido...e ele não queria mais estar neste estado de devaneio. Se optasse pela porta, estaria livre para sempre. Seria fácil esquecer aquela necessidade de vê-la: era só ir procurar Ligia. Mas, por outro lado, se aceitasse o pedido e avançasse para ela, sentia que estaria aceitando um copo de veneno,ou droga, ou algo viciante do qual ele se tornaria dependente. No dia seguinte iria querer voltar, e depois, e depois...não. Não podia ser assim. Aquilo teria de encontrar um fim, não uma desvairada continuação.

-Não posso.

-Então...eu sinto muito.-a expressão da jovem voltara a ser séria e chegava a alcançar um quê de pena-Em todo o caso o fim seria o mesmo...você está com medo.-e lentamente ela caminhou para começar a descer o morro da Casa dos Gritos para poder voltar à rua principal.

-Medo de quê-ele fez a pergunta que fazia internamente a si mesmo, como um pedido para que ela voltasse. A garota não respondeu mas parou de caminhar e continuou estacionada de costas para o maroto, claramente esperando que ele chegasse a essa conclusão sozinho.

-Espere.- disse Sirius com convicção, alcançando-a em passos largos,porèm um tanto trêmulos. Ele fitou o rosto pálido e macio, desviou os olhos, inclinou-se rapidamente e triscou seus lábios na bochecha da garota, como que evitando um contato mais profundo,ou intenso.

-É isso então,Black...a história que nem começou já encontrou seu fim.Te desejo muita sorte...-e com um aceno amigável de cabeça Elizabeth foi descendo a encosta de volta à população.

Sirius deixou-a ir, pois queria resgatar sua respiração. O que fazia até então não era respirar,mas sim se engasgar, era inflar os pulmões com fúria e sentir falta de ar. Ele murmurou para si mesmo um “O que está acontecendo comigo?”, passou a mão pelos cabelos negros (que rapidamente voltaram à posição normal), olhou para as nuvens densas como que procurando por respostas para a sua pergunta e, embaraçado, suspirou.


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-É um presente.-disse Tiago imediatamente,tentando fazer Lily aceitar o fato de que ele iria buscar algo na floricultura próxima, para onde a carregara. O lugar ficava um pouco distante da tumultuada praça principal de Hogsmead. Era uma das últimas lojas nos limiares do povoado,mas nem por isso menos encantadora: para os amantes de flores aquilo era o paraíso.

Mesmo no inverno, a bruxa responsável pelo lugar plantava e cultivava belos exemplos de flores, que viviam cercadas por fadinhas coloridas, sedentas por néctar. As criaturinhas aladas ziguezagueavam pelas pétalas, caules e vazos, importunando a bruxa que lhes espantava com gestos de mão.

Tiago pagou um dinheirinho á parte para que a lojista lhe montasse um arranjo com lírios brancos e ramos verdes de uma outra espécie de flor. O buquê valeu a pena, o dinheiro foi entregue e o rapaz, em passos firmes, foi até uma distante Lily, que o aguardava.Mantendo os braços atrás das costas,ele disse

-Pra você,Lil´s.- rapidamente revelando o lindo buquê.-Desculpe, só consigo pensar em lírios quando olho pra você.

-Oh...Tiago!É lindo!Muito obrigada-exclamou a ruiva sorrindo e segurando o buquê, observando cada flor com atenção-Na verdade não é muito aconselhaval dar lirios de presente a ninguém...mas eu adoro eles.-completou ela ao perceber que o sorriso no rosto do rapaz murchara ligeiramente.Inclinou-se para frente e lhe estalou um beijinho até que carinhoso no rosto. Tiago atrapalhou-se todo, sorriu novamente, pigarreou:

-Venha, vamos voltar pra multidão.- estendeu o braço para que ela encaixasse sua mão delicada. Levou-a então para um passeio pela praça, segurando-se para não desatar á falar tudo o que retia em sua garganta. Levou-a mais para admirar vitrines,cumprimentar pessoas e esticar as pernas.

-Lils...-disse então, sentando-se num banco público ao lado dela (que esperou acomodar-se primeiro).- E-eu queria ...queria...arm, o que achou do dia de hoje?

Ligeiramente surpresa ela aquietou-se para refletir um pouco.Para os padrões de Tiago Potter,o dia fora encantador.Afinal de contas,depois que ela ouvira “por acidente” aquela conversa do rapaz com os amigos seus conceitos mudaram um pouco...e ele estava se comportando tão bem que chegara a ser até fofinho.

-Bom Tiago...foi bem legal.Eu me diverti...e eu nunca esperei me divertir com você, sabe.-e antes que ele se deprimesse ela remendou-Mas você é bem...bem...bem divertido.

-Uau!Já sei minha nova profissão Lils, acho que vou trabalhar num circo com tanto senso de humor assim.-brincou ele. –Posso divertir as pessoas então.

-Pode sim.-disse ela alegre,piscando.Tiago escorregou o braço pelo encosto do banco,aproximando-se dela.

-Está com frio-perguntou,mirando o pôr do sol por detrás das telhas vermelhas das lojas e casas.O vento soprava forte ainda e trazia consigo flocos um pouco mais violentos de neve,agora que o fim da tarde chegara.

-Sim...mas não precisa me dar seu casaco.-apressou-se Lily sem fazer nenhuma objeção a aproximação.

-Então vou te abraçar.- e assim ele o fez, envolvendo-a em seus braços,aconchegando seu rostinho em seu peito, tentando protegê-lo dos finos cristais aguados que riscavam o vento, rasgavam a pele e perfuravam o calor que emanava dela. Tiago a abraçou tanto, de modo tão envolvente que suas respirações quentes se confundiam, seus corpos se tocavam e seus casacos se roçavam. Os fios ruivos de Lily já tinham suas pontinhas levemente congeladas, e seu nariz afilado avermelhava-se. Tiago esquentava suas mãos entre as luvas que usava,enquanto sussurrava:

-Olhe o pôr do sol...eu acho tão legal.

-É,eu também acho.-comentou ela.Sentia-se estranha por estar sendo tão calorosamente abraçada por ele,mas mesmo assim não fez objeção, pois em seu intimo ela sabia que estava achando aquilo maravilhoso.Apenas com as mãos(que estavam,assim como ela,envolvidas pelas dele)ela demonstrou algum sinal de humanidade.Mexeu seus dedos lentamente fazendo-os roçar na pele do outro,produzindo um leve porém delicioso carinho.Lily sentiu um suave tremor em Tiago, que arrepiou-se com o prazeiroso roçar em sua mão. Ele não sabia se aquilo era proposital,também não queria arriscar, então agiu apenas da maneira mais sensata:encostou a cabeça sobre a de Lílian, permitindo que ela usasse seu ombro como apoio para assim ficar embrulhada por ele.

Ficaram em silencio, apenas deleitando os olhos com a visão do céu se queimando de dourado. Algumas corujas voaram e sumiram no horizonte, piando distante. As nuvens estavam cor de laranja, bronzeando a apática Hogsmead. A temperatura talvez estivesse caindo,mas a de Tiago subia, subia, chegando no limite de seu termômetro corpório.Ele sentia o coração da ruiva tão perto do seu que se confundia em tentar adivinhar de quem era o batuque, de onde saía, se dele ou dela.

-Está aquecida-depois de longos minutos mudos ele decidiu perguntar, numa voz relaxada.

-Sim,estou.-respondeu ela vaga, com os olhos fechados e a cabeça recostada no ombro do rapaz.Resolveu,finalmente,com os braços, enlaçar os mesmos dele fazendo com que os dois ficassem agora(se possivel)ainda mais enroscados.Tiago olhou-a de soslaio, tentando checar se ela realmente estava o puxando para aumentar a proximidade, ou se ele é queestava apenas delirando.

Ela estava de olhos fechados.

Ele voltou seus próprios para as nuvens, sentindo-a em seus braços como sempre sonhara.

-Lily,meu doce,eu...

-Finalmente encontramos-Courtney, a descorada magricela, correu de encontro ao casal puxando Berta pela mão (que parecia ser um fardo difícil de carregar), que tropeçava. Tiago soltou Lily imediatamente, como que num impulso, fazendo-a sentir uma golfada de frio por todo o corpo recém aquecido.

-Oi,Banks.-cumprimentou o rapaz mecanicamente, amaldiçoando todos os ancestrais da pobre caveira, até a última geração.

-Ah,oi meninas.-cumprimentou Evans ligeiramente desapontada pois ficara realmente curiosa para saber o que Tiago ia dizer e no momento exato...bom,mas ela já tinha uma pequena idéia do que seria.-E então o que fizeram o dia todo?

Berta a olhou claramente dizendo “Ahnnnnnn...tô sabendo!”,mas não foi nem um pouco discreta.Pelo contrário,apontou para os dois e apenas moveu os lábios dizendo a frase de modo silencioso.Carregava em suas mãos um grosso livro de capa preta cujo o titulo estava virado para seu próprio corpo gordo.

-O que é isso-exclamou Courtney,recolhendo o buquê de flores e o acalentando como á um filho-É seu, Lily- perguntou cínica, fingindo-se de desentendida. Ela não era inocente como Jorkins. O motivo de ter entrado em cena era justamente o de interromper, o de atrapalhar aquela relação. Courtney gostava muito de Lily para vê-la se machucar...não confiava em Tiago, repudiava-o na verdade, e não conseguia aceitar a hipótese de que talvez ele pudesse mudar. Aquele rapaz era pura arrogância, era puro egocentrismo, orgulho e malícia. Ele não merecia sua melhor amiga, sua exemplar melhor amiga, que provavelmente não iria colher bons frutos daquela relação.

-Potter...- disse Cortney secamente, chamando a atenção do maroto para ela.

-Sim?

- Foi apenas impressão minha ou vocêjá estava tentando engolir a Lily no primeiro encontro?Quem vê de longe se assusta, garoto...de verdade.

Tiago abriu a boca para soltar uma leva de palavrões, mas se conteve, olhou para a ruiva e fez um aceno magoado de “até logo”.

-Não Potter...Courtney?Se explique!O que você pensa que está fazendo-Lily segurou o maroto pela mão, não parecia nem um pouco amigável quando se voltou para a amiga. Tiago apertou os dedos contra os dela, agarrando sua mão como forma de apoio.

-Fazendo sutis perguntas para seu...erm, do que devo chamílo?Seu cafageste companheiro. –ela foi direta. Largou o buquê de volta ao banco, sem cuidados.

Pontas começava a se sentir oprimido,mas engolia suas respostas graças á presença de Lily. Berta ia arregalando os olhos e boca para a cena,muda.Lilian por sua vez se levantou de um salto e parou de frente para Banks,os braços cruzados e os olhos inteligentes.

-Courtney,eu não acho que aqui seja o lugar apropriado para você dar sua opnião,que é sempre MUITO bem vinda,sobre os meus encontros,entende-disse ela sinceramente.

Elizabeth ia passando ao lado da cena,perdida em seus devaneios.Captou ao longe,infiltrando-se em seus pensamentos, as tão conhecidas vozes de alguén’s que nunca haviam sido tão bem vindas(para animar um pouquinho sua vida!).Virou os olhos atentos para o grupo e se aproximou bastante, parando ao lado de Berta.Cruzou os braços e começou a observa-los com um fingido interesse e uma expresão de total gozação.

-Ah Lily,mas eu acho que vai ser muito mais interessante se seu “encontro” ouvir ao vivo a minha opinião-vociferou a loira, apontando o dedo magro da amiga para o rapaz e por fim para o próprio peito. Tiago finalmente decidiu quebrar o seu silencio forçado

-Eu não preciso da sua opinião nem “ao vivo”, nem gravado, seu palito humano!O que é isso?Inveja?Ciúmes?Falta de homem? Fale logo Boneca de pano,para que eu possa saber a razão e o porquê de estar sendo atacado aqui- a loirinha deixou o queixo cair mais de um palmo. Tentou vociferar em resposta,mas acabou por perceber que havia perdido a voz tamanha a exaltação.

-Ti,com certeza é inveja e falta de homem.-intrometeu-se Elizabeth rindo e em seguida,com uma voz forçada como se falasse com um bebê, virou-se para a loirinha e exclamou-Isso é muito feio,nã-nã-nã...não pode invejar o homem das amigas.Isso faz parte dos Dez Mandamentos femininos...você esperava isso da Caveira,Evans?

-Ora...ora...-Lilian uma fúria avassaladora voou até Adams e lhe desferiu um tapa com todas as suas forças no rosto claro.Antes que a vítima pudesse se recuperar, uma segunda mão acertou o outro lado de sua face, desviando o caminho que seu corpo fazia para tombar. Era Courtney, furiosa, descontrolada. Elizabeth cambaleou e em passos lentos, com uma das mãos apenas do lado em que Lilian golpeara, voltou-se: a voz soou mais fria,humilhadora e debochada do que qualqueroutraque ospresentes já a ouvira usar:

-Esperava que você fosse capaz de mais do que um tapa para ferir alguém,Evans...é melhor voltar para o seu mundinho de Trouxas aonde provavelmente as pessoas preferem usar a agressão fisica,quando não encontram palavras suficientemente boas.

-Meninas, parem com isso- insistiu Tiago, indo segurar as mãos avermelhadas de Lílian.- Vocês não precisam se rebaixar á tanto...Eliza, vá embora.- pediu, serenamente. Courtney, no entanto, precisava explodir toda a sua ira:

-CALE A BOCA,POTTER! Se ela for vai ter que levar o macho dela consigo, pois todo mundo sabe o quanto você e a Adams são “grudados”,literalmente, um no outro. E TIRE AS MÃOS “ELIZABETHADAS” DA MINHA AMIGA!

Berta ainda não movera um músculo;a unica mudança em sua aparencia era o aspecto de deslocamento que o seu queixo adotara.Lilian puxou as mãos parecendo nervosa,não com Tiago,mas sim com a situação.Elizabeth respondeu em uma voz baixa e perigosa:

-Eu vou sim embora,Potter.Mas antes quero lembrar a Banks que ainda existem homens que pagam pelo serviçinho e não se importam muito com a aparencia sabe...

-Você certamente deve ter aprendido isso no Bordel de onde veio-urrou Courtney, já erguendo seu tom de voz para um timbre próximo ao de um urso. Ignorando completamente a furia da menina ,Eliza terminou:

-Adeusinho para vocês queridas..e eu lhe aconselho Potter a tomar vergonha na cara e se tocar que meninas odeiam caras grudentos...a sua querida Lilian está errada,e você deveria admitir isso,ao menos uma vez na vida.-e novamente ignorando os gritos enlouquecidos “Ah,mas bem que você gosta de se grudar com ele!” de Courtney e os de “Suma de minha frente sua...” e uma serie assustadora de palavrões vindas de Lilian, a jovem se afastou como se nada daquilo tivesse acontecido.

Tiago assistiu Elizabeth partir com um avassalador sentimento de culpa,como se toda aquela discussão tivesse sido provocada por ele.

-Evans, eu sinto muito...eu não queria que...

-Oh,poupe-me, Potter-Courtney bateu o pé.

-Quem deve me poupar é você,Courtney.Vai embora,foi sua culpa...por sua culpa eu agi feito uma idiota!Por favor,saia e leve esta estátua com você-a ruiva se referiu á Berta Jorkins;tinha os olhos pulados e seu rosto estava vermelho de ódio-E você Tiago...-continuou ela um pouco mais calma-se eu fosse você ia agradecer sua amiguinha...- novamente virando-se para Court-E POR SUA CULPA AGORA ESTOU ME SENTINDO UMA PALHAÇA...estou quase indo pedir desculpas...POR FAVOR,TODOS VOCÊS,ME DEIXEM EM PAZ-e ao invés de esperar que todos se distanceassem,ela mesma saiu pisando firme para longe.

Tiago voou atrás dela, abandonando uma loira estasiada e uma Berta ainda chocada para trás.

-Lily...-ele a reteu pelo ombro,fazendo-a se virar.- Você se esqueceu disso...- e carinhosamente o rapaz colocou nos braços femininos da ruiva o aromático buquê de Lírios do campo. Sorriu.

-Ah,sim,que doçura-disse ela recolhendo com carinho as flores e em seguida anunciando em altos brados-AGORA POR FAVOR ME DEIXE SOZINHA-e se foi.

Tiago mirou-a assustado, embasbacado, mas principalmente decepcionado.







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