Conto II – Tentáculos a beira-



Conto II – Tentáculos a beira-lago

Nota Inicial: Conto escrito por Pontas, que neste caso torna-se narrador personagem. As informações e dados contidos neste conto foram colhidas das memórias e lembranças de Tiago Potter. Vocês verão que não haveria ninguém melhor que ele para expressar os acontecimentos do pequeno incidente ocorrido no lago. Pensamentos dos outros marotos, bem como opiniões ou dados importantes serão melhor esclarecidos no fim do conto.

Remo Lupin

Mal conhecíamos aquele garoto, mas ele insistia em andar pregado aos nossos pés. Mal conhecia qualquer um daqueles três “estranhos”, mas mesmo assim andava com eles; o que estaria acontecendo comigo?


O trem já havia chegado à estação em Hogsmeade à pelo menos dez minutos, e os monitores de cada casa guiavam os respectivos alunos aos devidos lugares na estação. Os veteranos seguiam por uma trilha escura que dava para uma estradinha de barro que serpenteava por entre uma escuridão ainda maior, os calouros permaneciam imóveis aguardando qualquer ordem senão “Fiquem quietos e aguardem!”.

Minutos depois avistei um grande vulto caminhando em nossa direção, aparentava estar vindo de muito longe, mas era tão enorme que podia se destacar de todo o resto da paisagem. Era um homem enorme tanto na altura quanto na largura, devia ter uns três metros e meio e pesar no mínimo trezentos e sessenta quilos. Tive de erguer a minha cabeça o máximo que pude para enxergar o seu rosto, o mesmo encontrava-se coberto de grandes cabelos grisalhos e uma barba mais densa ainda. Assustei-me de início e dei uma cutucada em Sirius, que estava ao meu lado:

- Uau! Se eu não soubesse que esse cara é civilizado, eu juraria que se passava de um gigante! – exclamei ao amigo que concordou com a cabeça.

- Vamos garotos, é hora de atravessarmos o lago – anunciou o “gigante”, que com o seu enorme dedo indicou uma trilha escondida em meio a uns arbustos – Maldito Albeforth, não acendeu uma chama sequer no vilarejo. Deixa o Dumbledore saber disso – ouvi o gigante resmungar.

Já estávamos a meio caminho do anunciado lago quando uma voz em tom rude ecoou:

- Aonde pensa que vai, Potter? Acha que eu realmente esqueci do que me fizeram no trem? – era o garoto de cabelos sebosos e nariz curvado, aquele que eu agora odiava, Severo Snape.

- Ei, Sirius. Está ouvindo isso? Aquele imbecil está atrás de nós, quem sabe quer se sentir acuado novamente – retruquei, parando em meio à trilha sem nem me preocupar se estava ou não impedindo a passagem dos outros alunos.

- Não, Tiago! Você pode se encrencar se brigar com ele aqui. Esqueça – Lupin disse para mim, agora aparentava estar se sentindo melhor.

- Eu não estou falando com você. Seu... anêmico anormal! – xingou o seboso a Lupin, complementando com uma cuspida aos pés do mesmo.

- Agora sou eu quem entra na briga! – ouvi Lupin dizer enraivado, enquanto erguia a sua varinha. O covarde do Pedro escondeu-se por entre os arbustos.

- Ah, atreva-se! – desafiou Snape, os seus olhos pareciam incendiar-se de ódio.

- Ah se me atrevo. Foi você quem me pediu, sua barata medíocre. Desapareça daqui! – eu nunca pensei que aquele pequeno garoto, tão pálido e calado, pudesse se encher de tanto ódio.

Não acho que tenha realmente sido a intenção do Lupin lançar um feitiço, mas foi só os seus lábios se cerrarem mais uma vez que um lampejo azulado disparou na direção de Snape acertando-o bem no meio do estômago e provocando um alto barulho de explosão. O lampejo desintegrou-se no ar, mas Snape foi lançado a seis metros de onde estava, caindo de mal jeito no solo enlameado.

Sorri alto e logo olhei para o meu amigo, mas não vi um Lupin sorridente. Parecia estar ficando tonto, seu corpo balançava da direita para a esquerda. Estava prestes a cair. Corri na sua direção para ajudá-lo bem na hora em que ele balançou uma última vez e caiu, mas caiu com o seu peso todo sobre meus ombros.

Vi de relance Sirius armar-se com a varinha e caminhar ofegante até onde estava Snape. Eu queria fazer o mesmo, mas não podia deixar o Lupin ali.

- Pedro! Pedro, seu idiota – disse eu ao garoto quando ele saiu dos arbustos – Me ajude aqui com o Lupin.

- E o que eu faço? – perguntou-me com cara de idiota.

- Oras! Leve-o ao castelo! – gritei em desespero.

- Deixa que eu ajudo ele – disse-me uma garotinha de cabelos negros, pondo um braço de Lupin em seu ombro e o outro no ombro de Pedro.

Só agora eu percebera que havia dezenas de alunos observando a cena, ninguém estava seguindo a trilha, todos pararam para olhar. E o gigante chegaria a qualquer momento. Mas não pensei duas vezes e corri na direção em que Snape havia sido jogado, porém a cena agora era outra.

Sirius estava caído no chão e Snape apontava a varinha para a sua face. As vestes de Snape estavam em estado crítico; completamente rasgadas e esfiapadas meladas de barro e lodo. As faces dos dois garotos refletiam sentimentos distintos: em uma o ódio estampava-se e na outra, temor.

- Vou vingar! Jamais aceitarei ser humilhado em meu primeiro dia. Atrios Revesce! – e uma bola prateada disparou entrando pela boca de Sirius goela a baixo. Aparentemente o feitiço não fizera mal algum, mas Sirius logo começou a se contorcer levando uma mão à sua boca e outra ao coração.

- Sirius? Você está... – perguntei, mas Snape interrompeu.

- Ah! E você está aí? Expulsion! – e a coisa ocorreu tão rapidamente que mal consigo descrever. Senti meu corpo ficar leve e percebi que meus pés já não tocavam mais no chão. Meu corpo elevou-se a uns dois metros no ar e fui atirado velozmente em direção ao lago.

Não me lembro de muita coisa que aconteceu por lá enquanto eu nadava rumo à superfície, mas lembro que quando eu emergia da água uma coisa estupidamente gelatinosa agarrou-me pelas pernas. Esforcei-me para esquivar daquele obstáculo, mas ele me puxava aos poucos para dentro d’água. Quando imergi minha cabeça quase não acreditei no que vi e pensei comigo mesmo “Estou morto”. Uma lula enorme com seus oito tentáculos espiava-me com seus gigantes olhos. Não sabia o que fazer, só sabia que aos poucos eu era puxado para baixo, mais para o fundo até que...

Até que a lula movimentou o enorme tentáculo com o qual me agarrara e lançou-me velozmente para cima. O impulso foi tão potente que emergi a superfície e subi ainda uns três metros em relação ao nível da água. Depois pensei: “É agora que morro mesmo!”

Oras, do jeito em que eu caía (de barriga) só ao chocar-me com a água morreria de tanta dor. Mas a lula me amparou novamente. Bom, pelo menos foi o que momentaneamente pensei.

Antes mesmo que pudesse cair na água mais uma vez, a lula emergiu do lago e com os seus tentáculos gelatinosos me apanhou. Foi uma situação extremamente engraçada. Achei, novamente, que iria morrer, mas a lula nadou em direção a beira do lago, a um cais para ser mais direto, e me alojou em um pequeno barco de madeira.


Notas Finais: (além de conter notas do autor, há também os pensamentos, detalhes e opiniões pessoais de cada maroto sobre os diversos acontecimentos do conto).

# Os alunos já estão trajados com as devidas vestes para o banquete. Não pus isso no conto porque não caberia na história.

# Não somente Tiago Potter achava incômodo ao andar com Pedro, mas Sirius e Lupin também. Achavam que Pedro só andava com eles por puro interesse (proteção); estavam certos. Mas não comentavam isso com ninguém, nem mesmo com eles mesmos.

# Todos vocês com certeza já devem saber, mas só como nota, aquele gigante era Rúbeo Hagrid, já como guarda caça e guardião das chaves de Hogwarts.

# Todos os lojistas e moradores de Hogsmeade estão visitando Hogwarts (vocês saberão o porquê). Por isso que Hagrid reclamou de Albeforth, o único que não foi visitar a escola.

# Snape não é um “Draco Malfoy 2”, que gosta de implicar com os nossos personagens prediletos, mas simplesmente ele não quer se sentir humilhado no primeiro dia na escola. Depois, ele será mais comportado e ainda mais metido!

# Snape já sabe muitos feitiços que qualquer aluno de primeiro ano comum não sabe. Isso se deve ao fato de ele estudar muito em casa, tendo assim o conhecimento teórico de feitiço, logo maior habilidade na prática.

# A garota que ajudou Pedro com Lupin não é Lílian.

# Sirius e Lupin estão realmente muito machucados e necessitados de assistência hospitalar.

# Hagrid demorara tanto a chegar ao local da confusão, porque acendia algumas velas e tochas por Hogsmeade, e ainda fora dar umas broncas em Albeforth.

# A lula gigante estava de bom humor! “Graças a Deus – suspirou Tiago.”

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