Conto I – No Expresso de Hogwa
Nota Inicial: Conto escrito por Aluado, que neste caso torna-se narrador onipresente e onisciente. As informações e dados contidos neste conto foram colhidos da narrativa pessoal de cada um dos quatro marotos. As partes da história não contidas neste conto poderão ser esclarecidas mais tarde, ou simplesmente esquecidas.
Remo Lupin
A estação de King’s Cross parecia incrivelmente fria e sombria naquela manhã. O estômago de muitos jovens garotos rodopiava ao encarar a estação; era lá naquele lugar em que a plataforma 9 e meia se encontrava, a plataforma escondida que levaria os nervosos garotos à Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a partir do momento em que embarcassem no trem estariam nas mãos do seu destino. Torciam para que esse fosse bonzinho, talvez.
Talvez o destino tenha querido ser bonzinho, talvez fosse apenas uma cilada futura, mas quatro garotos entrelaçaram as suas vidas ao atravessar a plataforma; culpa do destino?
- Boa sorte, meu filho! Não há com quê se preocupar. Dumbledore é muito caridoso, já providenciou tudo para você... – dizia uma mulher um tanto magra e alta para um garoto excessivamente pálido. Estava visivelmente preocupada quando dera um último beijo em Remo Lupin, seu filho, antes dele embarcar no trem. Lupin acenara vagamente. Mal ouvia o ruído das pessoas na plataforma; seus olhos lacrimejavam enquanto ele alisava rapidamente alguma coisa que se encontrava sob a manga de sua camisa. Demorava-se a entrar no trem, parecia não possuir forças.
- Você está bem? – Lupin ouvira uma voz forte pergunta-lhe ao ouvido – Precisa de ajuda para entrar no trem?
Virou-se e viu um garoto magro e um pouco alto para a idade, possuía cabelos incrivelmente negros e estranhamente desarrumados.
- E-estou bem – bastou somente duas palavras para que uma nova amizade se formasse. O garoto alto e magro, que atendia pelo nome de Tiago Potter, preocupou-se com o menino pálido e guiou-o lentamente a uma cabine vazia. Lupin acenou sonolento para sua mãe, que enxugava as lágrimas corridas por seu rosto.
- Posso saber o que está acontecendo? Sua mãe... Aquela é sua mãe, não é mesmo? – ao que Lupin fez que sim com a cabeça – É, ela me parece muito triste e preocupada, posso acalma-la para você. Não há nada de tão perigoso a ir para Hogwarts, só talvez, se o trem desse um treco e despencasse de uma ponte!
Nisso Lupin engoliu em seco, fechou os olhos com cansaço e balbuciou:
- Não há necessidade, o trem já vai indo – ao que um ruído de engrenagem se fez e a maquinaria velha do trem começou a funcionar. Logo, lentamente, o trem afastou-se da estação deixando para trás muita gente sorridente com a exceção daquela mulher, cujo rosto expressava muita dor.
- O que há com você e sua mãe? – perguntou Tiago, mas Lupin não ouviu, havia cochilado – Que estranho!
Tiago acomodou-se no estofado próximo à janela e procurava alguma coisa em seu bolso quando a porta da cabine se abriu.
- Posso entrar? Percebi que a cabine estava, bem, um pouco vazia – perguntou um garoto de rosto belo e cabelos negros e longos que pousavam-lhe perfeitamente sobre os ombros. Tiago não se importou com a chegada do garoto e simplesmente fez um sinal positivo com uma mão, a outra buscava algo em seu bolso.
- Achei! – disse para si mesmo, mostrando em sua mão um pequeníssimo pomo de ouro. Girou-o de cabeça para baixo e cutucou um mínimo botão avermelhado com sua unha, ao que o pomo moveu velozmente as suas asinhas e deu rodopios e mergulhos dentro da cabine.
- Onde comprou isso? No Beco Diagonal? – perguntou o garoto recém-chegado, observando atentamente a pequena engenhoca.
- Ah, sim. Por quê? Também quer ser apanhador? – perguntou Tiago ao outro.
- Hm, na verdade não. Gosto de ver quadribol – respondeu, Tiago achou sua resposta tremedamente idiota; esperava que o garoto dissesse que adorava a cor dourada do pomo – E quem é esse aí?
- Nem sei, não perguntei o nome dele. Mas acho que ele tá muito doente – disse Tiago com rispidez.
Meia hora de silêncio separou a última frase dita na cabine até o presente acontecimento. Tiago já havia guardado o mini-pomo e distraía-se observando as árvores e as nuvens quando a porta da cabine abriu com estúpida força, causando um barulho estrondoso capaz de acordar Lupin, logo após um garoto entrou na cabine e jogando-se no chão avisou:
- Fechem a porta! ELE VEM AÍ! – os três garotos que já estavam na cabine se encararam nos olhos e gargalharam tão alto que o ruído das engrenagens do trem pareceu sumir – FECHEM! FECHEM! É sério! – bradou um garoto gordinho e ruivo, enquanto escondia o rosto nas mãos.
- Quê que tá havendo? Você não podia ao menos pedir licen... – começou Tiago quando uma voz austera se fez.
- Aí está você, Pettigrew! Não pense que vai se safar desta vez, não há nada de engraçado em jogar bombas de bosta nos vagões, não há mesmo! – era um garoto de cabelos longos, negros e oleosos, o nariz em forma de gancho e um pouco menos pálido que Lupin.
- Não, Snape! Não faça nada comigo, por favor. Não foi porque eu quis, é que... – guinchava o garoto gordo tentando desvencilhar da varinha erguida pelo outro próximo à porta.
- Eu não tenho nada a ver nessa história, mas não vou deixar que você ataque esse garoto! – arquejou Tiago erguendo-se e apontando a varinha para o rosto de Snape.
- Muito menos, eu – e o outro garoto levantou-se mirando a varinha para o mesmo alvo de Tiago; Lupin continuava sentado, o cansaço caído sobre seus ombros, mas observava a cena atentamente, alisando o braço com uma mão enquanto a outra buscava a sua varinha no bolso das vestes.
- Dois contra um? Isso é uma grande injustiça! E além do mais vocês não precisam se meter nisso, não é mesmo? – revidou o outro, sentindo-se em desvantagem.
- Claro que preciso me meter, sou um intrometido nato! Vai dizer que nunca ouviu falar em “Sirius Black, o metido”? – disse o garoto de rosto belo e cabelos longos, dando uma risada cínica.
- E em “Tiago Potter, o valentão”?
- Viram só a cara daquele idiota quando as nossas varinhas estavam miradas para ele? – lembrava Sirius aos presentes na cabine – Essa foi a melhor do dia!
- M-muito obrigado! Eu não sei o que ele teria feito comigo se não fosse por vocês! Acho que passaria a primeira semana de aula na ala hospitalar! – agradecia Pedro Pettigrew, com os olhos brilhando de felicidade.
- Hm, vocês podem falar mais baixo e me deixar dormir? – suspirou Lupin, bocejando e voltando a cerrar os olhos.
Notas Finais:(além de conter notas do autor, há também os pensamentos, detalhes e opiniões pessoais de cada maroto sobre os diversos acontecimentos do conto).
# Tiago simpatizou com Lupin por causa de sua aparência e simplicidade. Lupin, nem reparou tanto no outro, mas poucos instantes depois se sentiu reconfortado por saber que havia alguém ali que se preocupava com ele.
# Sirius e Tiago sentiram-se incomodados em estar compartilhando a mesma cabine, logo de início, mas depois do momento no trem contra Snape os dois sentiram-se mais aproximados, afinal possuíam um inimigo em comum.
# Pedro Pettigrew se sentiria “amparado e amigo” de qualquer um que o protegesse de Snape, mas o destino escolheu Sirius, Lupin e Tiago. O garotinho está se sentindo tão enturmado que muitas vezes usa expressões como “Nós não formamos a melhor turma de amigos de Hogwarts?”
# Pedro realmente passaria uma semana ou mais na ala hospitalar se Snape o tivesse pego. Sirius até afirmava que talvez aquele fosse o primeiro e triste dia de Pedro em um trem para Hogwarts!
# Lupin, Sirius e Tiago não costumam lançar bombas de bosta nos corredores, mas defenderam o pequeno garoto por pura pena e bravura.
# Snape sentiu-se obrigado a se vingar de Sirius e Tiago. Esse era um estúpido ideal para preservar a sua honra. Para isso, planos malévolos ainda serão bolados...
# O quarteto está formado, mas, apesar de Pedro Pettigrew sentir-se já integrado no grupo, os outros não gostam muito do jeito covarde do gordinho ruivo.
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