Os Sonhos morrem primeiro
Os sonhos morrem Primeiro.
Uma nova etapa surgiu na vida de Draco. Ele voltou as duas da manhã para o seu quarto na Slytherin. Se alguém pudesse vê-lo, notaria um diferente brilho em seus olhos. A vida jorrava por completo em seu corpo, ele já não tinha mais medo das coisas. Tomou cuidado para não acordar seus colegas de quarto, retirou a roupa amassada e se deitou preguiçosamente no colchão quente e confortante. Embora ainda tivesse muito que pensar sobre tudo o que acabara de acontecer, conseguiu dormir quase de imediato. Sua mente, já organizada, conseguiu apagar um fantasma que o perseguia há anos. Antes de eliminar este trauma, Pela última vez, Draco sonhou com a noite em que seu pai entrou no seu quarto...
***
Dobby cobriu o pequeno Malfoy com um cobertor quente e colorido. O menino sorriu em agradecimento, bocejando logo em seguida.
Durma bem, senhor. – Dobby disse bem próximo ao ouvido de Draco.
Até amanhã, Dobby! – Draco respondeu fechando os olhinhos cansados.
O Elfo fez uma reverência e se retirou do quarto do menino Draco, ao passar pela sala da Mansão Malfoy, deparou-se com o Sr Lúcio, que tinha acabado de chegar da rua.
O que estava fazendo, seu trapo? – Lúcio disse com a voz mole, encontrar-se embriagado.
Colocando a criança para dormir, senhor. – Dobby respondeu, curvando a cabeça.
E Narcisa? – Lúcio quis saber – Já foi se deitar?
Sim, meu senhor. – Dobby disse saindo de fininho, não queria apanhar outra vez do patrão.
Com dificuldades por causa da bebida, Lúcio conseguiu chegar ao seu quarto. A luz que estava acesa provinha de um abajur e Narcisa estava sentada na ponta da cama, folheando uma revista.
Bebeu outra vez? – Narcisa questionou zangada.
Foi só uma rodada – Lúcio argumentou, caminhando em direção da esposa com os braços abertos.
Vá abraçar outra – Narcisa respondeu se livrando do abraço do marido – você vai dormir noutro quarto.
Mas eu quero trepar, inferno! – Lúcio gritou.
Desapareça do meu quarto – disse ela empurrando o marido para fora dos seus aposentos. Trancou a porta e voltou a se deitar, ignorando os socos que ele dava na porta.
Vou me aliviar com o Draco – Lúcio falou com a voz esganiçada.
Narcisa sacudiu os ombros perante aquela declaração incomum do esposo, mas sabia que ele seria incapaz de uma barbaridade dessas. Estava bêbado, porém nunca a ponto de chegar a tocar no filho – e Narcisa estava enganada. A caminho do quarto do filho, Lúcio trancou o elfo Dobby no armário, para evitar contratempos. A porta do quarto do menino de sete anos estava entreaberta. Draco tinha medo do escuro. Ele desafivelou a calça e deitou-se na pequena cama.
Papai? – Draco disse acordando – o que você esta fazendo sem as suas calças?
Não vai demorar a você descobrir, filho – ele respondeu amordaçando o menino com um lenço.
Draco olhava aterrorizado para o pai que começou a tirar o seu pijama de maneira agressiva. Pela manhã, Narcisa encontrou o filho desmaiado no chão do quarto, estava nu e empapado de sangue. Lúcio roncava alto, estirado na cama. Ela imaginou que o feitiço de memória que havia lançado em Draco houvesse surtido efeito, mas o trauma foi tão forte que ele nunca iria esquecer...
***
Harry acordou com uma disposição incomum pela manhã. Ainda não havia planejado como dividiria seu tempo entre os deveres de escola, jogos de Quadribol e as horas que passaria com Draco Malfoy. Vestiu rapidamente uma camiseta da Tracks & Field com uma calça Jeans desbotada. Quando começou a abrir a cortina da cama do Rony, foi tomado por pânico. Justino Finch-Fletchley estava ai, deitado na cama do Rony! Os dois estavam cobertos, abraçados, e aparentemente pelados. Harry sentiu que iria desmaiar. Com o máximo de cuidado para não acordar os outros meninos da Gryffindor, chamou Rony bem baixinho. O ruivo abriu os olhos abobadamente, por pouco não gritou quando notou que havia sido descoberto.
Acorde seu namorado, mande-o agora se vestir e diga a ele para dar o fora daqui, antes que alguém os vejam nestas condições. – Harry ordenou friamente.
Rony, calado, obedeceu. Fechou as cortinas que envolviam sua cama. Em poucos minutos, voltou para espiar, e Harry que aguardava pacientemente, sentado na sua cama, fez sina de positivo para ele. Finch-Fletchley saiu rapidamente do carrossel, envergonhado, abaixou a cabeça, para não encarar Harry nos olhos.
Apanhe este mapa – Harry disse estendendo o pergaminho para o garoto – Me devolva no café da manhã. Estes pontinhos – disse ele apontando para as bolotinhas que passeavam pelo papel – são as pessoas de Hogwarts. Use este mapa para se desviar delas, e aproveite que não há ninguém na sala Comunal da Gryffindor e ninguém nos corredores do sétimo andar.
Depois que Justino saiu como correndo como em uma maratona, Rony se voltou furioso para o amigo.
Você ao menos poderia emprestar a capa de invisibilidade a ele!
Eu não posso acobertá-los sempre! – Harry indagou, furioso – Se você continuar a dar estes deslizes, será descoberto!
Do que esta falando? Já nos viu antes? – Rony perguntou temeroso.
Claro que sim, na sala comunal!
Oh meu Deus! – Rony tampou a boca com as mãos – E porque você não me disse antes? E porque venho jogar isso na minha cara só agora?
Eu não joguei nada na sua cara, só não acho muito inteligente da sua parte, ficar se expondo desta maneira. – Harry respondeu – além do mais, não poderia culpá-lo. Eu também tenho um relacionamento com um garoto.
O que? – Rony disse com o queixo caído.
Isso mesmo – Harry respirou fundo, resolvendo desabafar – Estou namorando Draco Malfoy.
Você só pode estar brincando. – Rony disse pálido.
Nunca falei tão sério na minha vida – Harry disse virando as costas, deixando Rony espantado, e tranqüilamente saiu para tomar café da manhã.
Rony, estupefato, ficou imaginando qual seria a reação do Justino Finch-Fletchley quando ele soubesse que foram descobertos... e ainda mais: que eles não eram os únicos a terem um segredo dão devastador. Se Rony ao menos soubesse dessa inclinação do Harry para outros garotos, jamais teria se torturado a ponto de forçar seu interesse em outro menino para esquecer para sempre o seu melhor amigo e secreto amor.
***
No fim do verão passado...
Os objetos pessoais de Rony já estavam no malão. Só faltava ele ir com sua família ao beco-diagonal comprar o restante da lista de Hogwarts. A primeira decepção de Rony naquelas férias, foi saber que Harry não iria a toca passar o verão. Alvo Dumbledore, por motivos óbvios, decidiu manter Harry na casa dos seus tios Durleys. Isso não era tudo – Harry só receberia cartas através de algum bruxo que estivesse fazendo a guarda dele naquele momento. Toda correspondência era lida e revistada em busca de azarações – o que poupou a Harry (mas não o Moody) de ganhar um belo par de orelhas de porco. A brincadeira foi enviada pelos irmãos Weasleys, durante a semana de inauguração de sua nova loja de Logros & Brincadeiras. É claro que foram punidos exemplarmente. Bom, então Rony não poderia escrever coisas pessoais em suas cartas. Muito menos explicar algum tipo de sentimento...
O problema é que desde o quarto ano que Rony começou a gostar secretamente de seu melhor amigo. Seu coração disparou quando na segunda prova de tribuxo, ele descobriu que era a coisa mais importante na vida de Harry, e por isso ele foi aprisionado por sereanos, no fundo do lago da escola de Hogwarts. Depois de chegar a superfície do lago, acordou do feitiço que o impossibilitava de se afogar. Harry o tinha resgatado. Ficou decepcionado e confuso quando viu Gabriela, a irmã de Fleur Delacour sendo carregada por Harry, mas deixou isso passar. Só a oportunidade de ver o corpo seminu de Harry já fora um prêmio. Ele sempre o via se trocar no vestiário da Gryffindor, mas sempre quis mais! Além disso, o espírito heróico de Harry continuamente o encantou. A cada ano que passava, sentia-se muito mais apaixonado, depois que ele (Harry) havia perdido o padrinho, pensou que iria conseguir se aproximar mais. Então, de repente, Alvo Dumbledore o isolou mais uma vez.
Ficou o verão inteiro planejando em como chegar no amigo e declarar seu amor por ele. Porém, naquele instante já tinha se decidido – Esqueceria Harry para sempre, o primeiro garoto que ele topasse na rua seria a pessoa com quem ele pretendia ficar. Determinado, desceu as escadas, rumo a cozinha. Disfarçou sua depressão, para que a Senhora Weasley não percebesse. Comeu ferozmente o desjejum e foi aguardar sua mãe e irmã do lado de fora, junto com o seu pai que já estava dentro do carro. Durante o caminho, Rony observou muitos meninos. Uns de quinze anos, dezesseis... queria alguém da sua idade – e de Hogwarts.
Você poderia ir sozinho até o cofre, Rony? – Molly perguntou ao filho, estendendo a ele a chave do cofre. – Vou com a Gina escolher os novos modelos de uniforme.
O.k. – Rony respondeu desanimadamente, pegando a chave. Foi-se praticamente rastejando até a entrada de Gringotes, o banco dos bruxos.
Bom dia, Sr...?
Weasley! – Rony disse estendendo a mão para o duende.
Em que posso ajudá-lo, Sr. Weasley? – perguntou o duende – Venho fazer um saque, devo supor.
Supôs corretamente – Rony mostrou a chave para o velho.
Importa-se de ir sozinho? Seu cofre é mesmo fácil de achar – o duende falou quase implorando – estou tão cheio de afazeres...
Por mim... que se foda.
Ótimo! – o duende exclamou, estalando os dedos e desaparecendo logo em seguida.
Sem muita alternativa, Rony caminhou até a porta de segurança do cofre. Mostrou a chave do cofre ao segurança do banco, que lhe cedeu passagem.
Se você vai sozinho, meu filho, é melhor estar com a varinha aposta. – alertou o guarda, que adorava fazer aquela piada, e a repetia para os quase mil bruxos que visitavam os cofres.
Rony deu um sorriso amarelo e entrou no corredor cavernoso dos cofres subterrâneos que ficam metros abaixo do centro de Londres. Seus passos ecoavam no chão pedrouço e úmido. O cheiro de bolor deixou se nariz um pouco irritado.
Lumus – Rony ordenou a varinha. A luz da sua varinha potencializou a iluminação deficiente do banco.
Depois de esmagar várias cabeças esqueléticas de ratos mortos, Rony escutou ao longe o ruído crocante de ossos sendo também esmagados. Os passos vinham de um corredor escuro a sua direita.
- Ola! – disse a voz da outra ponta do corredor.
- Quem esta ai? – Rony perguntou aliviado por sentir que aquela voz era familiar...
- Justino Finch-Fletchley. – disse o garoto com o seu rosto aparecendo do meio da escuridão.
- Você está sozinho? – Rony perguntou surpreso, ao encontrar o amigo da Hufflepuff um pouco apavorado.
- Não – o garoto respondeu – meu pais ficaram no beco-diagonal, estavam sem tempo, por isso eu vim sozinho, mas já peguei dinheiro suficiente.
- Vamos comigo até o meu cofre – Rony convidou o amigo – já estamos perto.
- Por mim tudo bem. – Fletchley disse dando os ombros.
Enquanto os dois caminhavam em direção ao cofre, Rony lembrou-se da promessa que fez a si mesmo, de beijar o primeiro garoto que aparecesse em sua frente. Enquanto atravessava os corredores, conversavam sobre Quadribol e depois Justino começou a falar sobre Harry.
- Ele é um ótimo apanhador, foi sorte a Gryffindor ter ganhado a taça, já que a Umbridge o proibira de jogar Quadribol.
- Uma ova! A Gryffindor conseguiu jogar muito bem sem o Harry e conseguiríamos neste ano se ele não tivesse voltado pro time nesta temporada.
- Não precisa ficar nervoso, cara! – Fletchley disse olhando desconfiado para o Grifinório – Não entendo essa sua mudança com relação ao Harry.
- Nada demais – Rony disse tentando procurar outro assunto enquanto não achava a porta do seu cofre.
- Pode se abrir comigo, Rony. Se eu puder te ajudar...
- Você não pode, ninguém pode! – Rony falou perdendo de repente o controle da emoção.
- É tão sério assim? – Justino disse encarando Rony no fundo dos seus olhos marejado de lágrimas.
Os dois se olharam demoradamente, chegando a parar de andar. A porta do cofre de Rony estava as suas costas, ele sentiu a aproximação de Fletchley. O menino de pele branca e olhos azuis preencheu todo o amargo da sua boca. Ao perceber que o amigo tentaria ir mais longe na questão de aproximação, fechou os olhos lentamente e assim como Draco, pode sentir sua ama sendo tocada pela boca, no instante em que seus lábios se uniram.
- Esqueça o Potter – Justino sussurrou – ao pé do ouvido de Rony – abra logo o seu cofre antes que alguém nos veja assim...
Rony, abobadamente abriu a porta do cofre espaçoso (e vazio, a não ser por míseros cents da coleção de Arthur), mantendo apenas a fraca iluminação do local. Finch entrou logo atrás dele, fechando a porta atrás de si.
***
- Rony! Querido, porque demorou tanto? – Molly perguntou a filho que vinha na direção a entrada da sorveteria onde todos os Weasleys estavam matando o verão com belos sorvetes de nozes.
- Demorei a encontrar o cofre – Rony respondeu corando.
- Que sorriso é este? – Molly disse se levantando da cadeira, puxando o filho pela manga da camisa – não o vi com essa felicidade o verão todo...
- Por oras, ficamos o verão todo sozinhos, hein? – Gina argumentou.
- Isso mesmo – Rony suspirou aliviado por sua irmã espontaneamente o livrar de maiores explicações – Estou feliz por votar a Hogwarts.
- Que bom, então aplique esta sua paixão pela escoa também nos estudos, já que suas notas não são as melhores... – Molly ralhou.
Rony, já cansado de emoções, afundou-se em uma cadeira de sol e se concentrou no seu sorvete de fadas desencantadas.
***
Enquanto arrumava sua cama na hora de dormir, uma coruja enorme, do tipo igreja, começou a bater na janela do quarto. Rony demorou a perceber de onde vinha o ruído. Abriu o vidro e deixou a discreta coruja entrar. Pichí saiu do seu poleiro para verificar a coruja intrusa. A carta estava endereçada por Justino Finch-Fletchley. Rony, mais do que depressa abriu o envelope.
Rony, guarde segredo, não conte
Nada nem ao Potter!
Amor, Justino.
- De quem é essa carta? – Gina perguntou parada ao lado de Rony.
- De uma amiga da escola – Rony disse assustado. Nem percebera a irmã entrar no quarto. – Porque você não bateu na porta antes de entrar? – ele brigou.
- Se o seu quarto tivesse porta...
- Não importa – Rony já estava começando a ficar vermelho – e o que você queria?
- Apenas avisar que o Harry acabou de chegar. Esta lá embaixo com o papai, ele esta explicando algumas coisas que ele estava por fora neste verão.
Rony enfiou a carta no bolso da calça, desceu os lances da escada de dois em dois degraus. Ofegante, deparou-se com Harry um tanto deprimido na soleira da sala.
- Oi – Harry disse com um olhar distante.
- Você não parece muito bem – Rony comentou – venha, vamos para o meu quarto.
- Claro – Harry respondeu com a mesma comoção.
Rony ajudou a Harry na tarefa de carregar o malão. Rony imaginou se até amanhã ele agüentaria dividir o quarto com o amigo sem dar nenhum sinal de tudo que ele passou naquele verão. Somente quando Harry já estava embaixo do edredom foi que Rony começou a falar sobre coisas mais sentimentais.
- Já esta de olho em alguma garota para este ano? – quis saber.
- Nenhuma garota em Hogwarts seria capaz de virar minha cabeça – Harry respondeu apoiando a cabeça no travesseiro.
- E o oposto? – Rony arriscou, arrependendo-se imediatamente.
- Não entendi, pode repetir?
- Deixa pra lá...
Um silêncio incômodo abateu o quarto. Os dois se olharam por muito tempo.
- Seus pés não param de crescer – Harry disse rindo.
- Muito espirituoso – Rony falou escondendo os pés enormes para dentro das cobertas, o que não era uma tarefa fácil.
Outra vez silêncio. Era isso. Passaram o verão inteiro ansiando para se reencontrarem e agora mal tinham assunto para falar. Assunto de Meninos deveria ser sobre garotas, um amava intimamente o outro amigo, contudo receavam declarar isso. Era uma luta sem fim... em vão.
***
Tempo: Presente.
A torre da Gryffindor morreu em completo silêncio quando Harry atravessou o quadro da mulher gorda e entrou na sala comunal. Pairou no ar um cheiro de acre (provido de uma das gemialidades Weasley) e uma leve sensação de desconforto. O garoto olhou ao seu redor e engoliu seco. Todos os olhares se concentravam nele. - Será que sabiam de alguma coisa? – Harry perguntou a si mesmo. Baixou a cabeça com a intenção de não mostrar os olhos marejados de lágrimas. Não permitiria que os outros soubessem o quão ele era fraco – a ponto de derramar lágrimas e mostrar sua fragilidade. Ainda sentindo o peso dos olhares de censura em seus ombros, subiu pesadamente a escada que o levava ao dormitório do sexto ano. Ah, o sexto ano! E que ano! Mal passou dos dias das bruxas e já vinha desejando seu próximo verão com os Dursleys. Bom, este era o menor de todos os problemas. O rapaz jogou-se em sua cama sem ao menos ter o trabalho de puxar o cobertor ou ao menos ter o bom censo de retirar a capa empoeirada e suja – que indicava uma pequena visita a floresta proibida. Pequena não era a palavra bem apropriada. Harry acabara de encerrar uma conversa de horas, regada com muito choro e melancolia... mas já que as coisas tinham que ser assim... Não notou ou realmente fingiu que Rony não acabara de entrar atrás dele. Não foi possível fingir que ainda estava dormindo. Não depois que Rony sentou-se paternalmente na cabeceira da cama de Harry e começou a cutucá-lo com a varinha.
Que foi? – Harry perguntou asperamente.
Não vai me dizer o que aconteceu? – Rony foi mais direto.
Do que esta falando? – Harry deu de cínico.
Vejamos – disse Rony fingindo concentração – Eu estava fugindo do Filch pelas masmorras quando vi Draco passar por mim sem ao menos me ver. Ele chorava feito criança. Vocês brigaram? Escute, Harry. A Mione me contou que você chegou na sala comunal todo vermelho e com o corpo coberto de fuligem. Tinha os olhos manchados de lágrimas e isso chamou toda a atenção dos outros alunos, principalmente porque sua respiração estava alta e você bufou até aqui feito louco.
Só isso? – Harry disse em tom conclusivo.
Não é não, Harry! Escute, se você e o Draco começarem a ter essas briguinhas, todo mundo vai perceber. Eu estou acobertando vocês ao máximo que posso, mas se você não colaborar, logo serão revelados.
Oh Rony! – Harry disse entre lágrimas – Tenho vontade de morrer.
Não seja estúpido – Rony afirmou – você precisa de um bom chocolate quente. Se eu fosse me matar toda vez que Justino e eu brigamos, Nick-Quase-Sem-Cabeça não seria páreo pra mim!
Draco me chamou pra conversar, me disse que não daria certo se a gente continuasse, ele tinha medo que alguém descobrisse. Eu tentei convencê-lo do contrário! Sei que ele me ama de verdade, Rony!
Os olhos de Harry já estavam vermelhos outra vez – me abrace, por favor – Harry pediu ao amigo – estou sentindo frio na alma.
Rony colocou a cabeça de Harry em seu colo e ficou acariciando os cabelos rebeldes do menino, até ele começar a bocejar e por fim, dormir. Ele tirou as roupas do Harry, deixando-o apenas de cueca. O cobriu com um fofo cobertor, ajeitou Harry nos lençóis e o beijou na testa de forma paternal. Desde que havia descoberto um verdadeiro amor por Justino, Rony conseguiu esquecer o que sentia por Harry...completamente.
Harry estava com pouco tempo para se reconciliar com Draco. Ele nem imaginava que a vida do único garoto que ele amou, estava por um fio. O relógio tornou-se seu pior inimigo. Precisava aproveitar aqueles dias.
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