Draco Malfoy
-CAPÍTULO QUATRO-
A verdade.
A sala comunal da Slytherin estava cheia quando Draco Malfoy passou por ela se arrastando entre Crabble e Goyle, sem dizer uma única palavra. Dirigiu-se para o dormitório e se jogou na cama sem tirar a roupa. Com um movimento rápido da varinha, a cortina se fechou envolta da sua cama, tirando-o do risco de ficar exposto caso não conseguisse controlar suas emoções. Havia muito tempo que ele estava evitando seus amigos, sentia que no momento em que abrisse a boca, acabaria contando tudo. Ele sentia muita falta de um amigo diferente para se abrir. Foi ao acaso que ele encontrou Harry na biblioteca. Jamais tinha olhado para Potter sobre a sombra de outras intenções, sempre o via como um garoto arrogante que desejava sobressair-se da grande massa. Porém, o destino o fez acordar de um sonho de ilusões que ele havia criado a muito tempo, de maneira de esconder a sua dor. Lembrou-se mais uma vez da noite em que estivera buscando um bom livro para ler. Na verdade ele estava apenas matando o tempo, caminhando amarguradamente. Batia o dedo indicador sobre a lombada dos livros, buscando algo de inédito.
Finalmente tinha encontrado um romance sobre a época da caça as bruxas, no instante em que havia puxado o exemplar, um rosto na altura dos olhos surgiu no vão entre a prateleira dos dois corredores. Draco se deparou com vivos olhos verdes escondidos do outro lado da prateleira. Malfoy conseguiu penetrar a fundo nos anéis do par de olhos verdes. Pressentiu que aquela pessoa tinha o poder de curar todas as suas feridas. Aquele era o alguém que já havia experimentado o amargo sofrimento das trevas. Ele precisava dar a volta no corredor e aliviar o final da sua busca. Finalmente havia encontrado a pessoa perfeita... Com certeza esta pessoa era visitante, pois ele nunca a encontrara em Hogwarts. Quando começou a caminhar em direção a ponta do corredor, a dito-cujo, dona dos olhos o acompanhou com igual curiosidade. Havia urgência em sua maneira de contemplá-lo, o que deixou Draco mais apreensivo... Quem seria? Quando topou com Harry o fitando inexpressivamente, sentiu o chão fugindo dos seus pés, não podia desmaiar ali mesmo.
Prontamente não poderia mais fugir. Se ele ao menos pudesse chegar em Harry... Temia que o garoto zombasse dele, mas o outro episódio no jardim acabou com todas as suas dúvidas. Andava solitário na margem do lago. Queria refletir, ele tinha absoluta certeza que não sentia atração por meninas, mas chegar a ponto de amar a Harry loucamente estava fora de questão. O melhor a fazer era esquecer tudo o que aconteceu na biblioteca... "Que Droga!" – Draco disse a si, os olhos verdes não saiam de sua cabeça!
As piores memórias de Malfoy começaram a vir em sua frente. Tudo era sempre relacionado ao seu trauma...
- Deus, seu cretino filho da puta! – Draco resmungou atirando uma pedra no leito do lago – Porque você deixou ele tocar em mim? – As lágrimas começaram a rolar pela sua face. Começou a se lembrar de quando seu pai entrou de noite no seu quarto, ele tinha apenas sete anos de idade... "esqueça isso, já passou". Depois de secar as lágrimas com a manga da camiseta, virou-se para ver se alguém o viu chorando, então encontrou Harry a poucos metros dele, estava sentado, só, embaixo de uma arvore. Não havia ninguém por perto num raio de quilômetros. Não perderia a chance, iria provocá-lo, e saber se ele o viu chorando.
"Então discutimos e ele partiu para cima de mim" – Draco falou com a cara enfiada no travesseiro enquanto fazia uma retrospectiva de semanas atrás. Sua mente voltou para aquela tarde ensolarada, no momento em que ele mobilizou Harry, ficando encima dele. Em poucos segundos sentiu o membro do menino pulsar embaixo de si! Ele havia deixado Harry excitado, queria amá-lo ali mesmo, mas ainda precisava de mais provas que ele também o desejava.
Decidiu tudo em poucos segundos – colocaria tudo limpo, iria dizer a Harry que ele era o maior amor de sua vida. Pouco se importava se ele estava com maus pensamentos e não soube interpretar corretamente os sinais em Harry. Por isso Draco foi até o corujal. Rabiscou um bilhete a Harry, marcando um encontro para aquele instante. Obviamente essa era uma atitude desesperadora, ainda mais porque ele desprezou Harry no último mês. Imaginava que se ignorasse o menino, conseguiria esquecê-lo assim, tão facilmente.
***
Uma coruja de igreja bicou a janela de vidro do dormitório dos meninos. Harry tinha acabado de entrar e ele era o único no quarto. Apanhou o bilhete com a coruja e viu que o bilhete era endereçado a ele:
Potter, esteja na sala de feitiços em dez minutos.
Nada de truques, vá sem varinha.
Draco Malfoy.
Por instinto, Harry cheirou o bilhete e sentiu o perfume suave que Draco estava usando no dia em que saíram no tapa quando se encontraram nos jardins... Deveria arriscar? O que Malfoy queria lhe dizer de tamanha urgência? Resolveu colocar seu plano em prática – iria matar dois Dementadores com um patrono só! Apanhou a poção da verdade e achou aquele momento propício para saber a verdade. Por precaução, pegou apenas a capa de invisibilidade. Fechou a cortina envolta da sua cama, assim, se Rony aparecesse, pensaria que ele estava dormindo, afinal, já eram quase onze horas da noite. Cobriu-se com a capa e saiu silenciosamente da Gryffindor. Filch e Madame Nora, segundo o mapa do maroto, encontravam-se na sala de troféus. Harry correu por passagens secretas e em cinco minutos já estava de frente para a porta da sala de feitiços do professor Fliwick. Suas mãos estavam suadas quando ele tocou na maçaneta e a girou cautelosamente.
***
O coração de Draco disparou no instante em que a porta se abriu sozinha. Escutou apenas o som de passos mas não via ninguém. Ficou aliviado ao ver o corpo de Harry sair debaixo de uma capa de invisibilidade. Quando teve certeza que o garoto estava sozinho, saiu do seu esconderijo.
Eu tinha certeza que você sempre teve uma capa de invisibilidade – Draco disse saindo de trás de umas caixas, assustando também a Harry por um momento.
O que você queria? – Disse Harry com cuidado para não passar a língua sobre seus próprios lábios. Havia embebido sua boca com a pequena porção de Veritassendium que tinha produzido. Sua intenção era de beijar Draco a força, assim ele ministraria a poção da verdade em Draco sem levantar questões tão graves como a de assediá-lo.
Precisamos deixar algumas coisas resolvidas – Draco disse com a voz fraca. A simples presença de Harry o deixou fragilizado e emotivo.
O que você queria? – Harry repetiu.
Er... – Draco disse incerto. Tudo estava indo muito mal, Potter se mostrava impaciente, querendo ir logo. Ele precisava abrir logo o jogo, e agora não tinha certeza de ir enfrente.
Em questão de segundos, enquanto pensava o que falar, não percebeu a aproximação de Harry. A sala estava escura, mas era possível que cada um pudesse ver os movimentos do outro. Draco levantou os olhos e Harry estava de frente para ele. A umidade e escuridão da sala deixou Draco incômodo. Harry aproximou-se mais, o suficiente para que a ponta do seu nariz tocasse o dele. Harry passou seus braços entorno da cintura de Malfoy.
O que pensa que esta fazendo? – Draco disse tentando livrar-se de Potter que o segurou com firmeza.
Harry o colocou contra a parede e encostou seu corpo no dele. Estavam sendo banhados pela luz fraca do luar que atravessava os vidros empoeirados da janela. Harry aproximou seus lábios da boca de Draco e o tocou com o seu coração. Draco não respondeu de imediato, ainda deu leves tapas nos ombros de Harry, em "protesto", mas logo enlaçou seu pescoço de Harry com os seus braços e investiu num longo beijo. A boca de Harry tinha um sabor refrescante e levemente adocicado... ele podia ouvir os batimentos no peito do seu amado rival. Queria que aquele momento jamais acabasse. Iria beijá-lo até a morte. Suas mãos passeavam sobre o corpo do menino, de maneira que o fez ficar arrepiado por diversas vezes. Harry afastou um pouco o rosto, terminando o beijo.
Não pare... – Draco disse baixinho, com a voz rouca.
Só responda uma pergunta – Harry disse sério, com um olhar penetrante – você gosta de mim?
Não – Draco respondeu, deixando o semblante de Harry pálido – Apenas o amo.
Satisfeito, Harry partiu para outro beijo apaixonante. Eles forraram o chão com as próprias roupas, não tinham pressa de se amarem. Quando Harry começou a fazê-lo ter orgasmo, não pode segurar uma lágrima que desceu pelo seu rosto.
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