AULAS, PROFESSORES, COLEGAS E.



AULAS, PROFESSORES, COLEGAS E... UM ENVELOPE DOURADO?

O dia está belo lá fora. Sabe aqueles dias em que você acorda bem cedo e vê o céu limpo e o sol radiante que acabara de nascer? Pois bem, hoje é um dia assim. Um por um, os alunos acordavam bocejando e esfregando o rosto. Iam trocar de roupa e tomar café-da-manhã. Naquela hora, já tinham alunos rindo alto e bem ativos. Outros, porém, reclamavam porque tinham que acordar cedo. Dentre eles estava Allan.

- Ah, que saco! Por que temos que acordar tão cedo?! – reclama ele se esticando todo pelos corredores quase acertando o rosto da irmã.

- Nós sempre acordamos cedo. – diz ela zangada e afastando o braço do irmão. – Não sei porque está reclamando tanto. Vai ser assim até o sétimo ano!

- Que saco!

Harry e Jessy estavam andando com os gêmeos assistindo a briga dos dois até o Salão Principal. Era incrível como não paravam de discutir.

- Eu sei como é isso. – fala Jessy se sentando ao lado de Li. – Tenho quatro irmãos. Você tem irmãos, Harry?

- Um meio-irmão. – responde se sentando ao lado de Allan e de frente para Jessy. – Ele é filho do meu pai, do primeiro casamento dele.

- É bruxo? – perguntou Li.

- Não. Um trouxa de carteirinha. Vivia me chateando quando ia lá em casa.

- Quando vai vir o café, hein? – pergunta Allan. Neste momento sua barriga dá um ronco enorme. Li abaixa os olhos com vergonha.

Não demorou muito para a comida surgir. Vários bolos, mingaus e biscoitos estavam nas mesas. Allan, como não poderia ser diferente, devora tudo. Li se limita a comer apenas dois pedaços de bolo. Ela quase nunca sentia fome de manhã. Jessy comia seu mingau assim como Harry. Apesar do momento não ter nada a ver, Allan faz uma pergunta ao seu colega:

- Você recebeu seu nome por causa do meu bisavô, não é?

- Sim, por quê?

- Por nada. Curiosidade.

Um garoto ruivo se aproximou da mesa. Só podia ser um irmão de Jessy, pensa os gêmeos. E era mesmo. Mike, o do quarto ano. Ele queria saber como a irmã estava. Ela respondeu que estava bem e aproveitou para apresentar seus novos colegas ao irmão. Mike, apesar de ter quatorze anos, parecia ter menos. Tinha um rosto bem infantil, como o de um garoto de dez anos. Parecia ser do tipo que aprontava. Seus cabelos eram bem lisos e compridos até o ombro. Usava franja, despenteada. E claro, tinha várias sardas pelo rosto.

- Tchau, gente! – se despede Mike.

- Ele parece ser legal. – fala Allan.

- Ele é. – diz Jessy. – O único problema dele é gostar muito de aprontar.

A professora Polliter surgiu entre os alunos distribuindo os horários das aulas. Ao chegar perto de Allan e dos outros, repetiu o recado que estava dando para os outros alunos de Grifinória.

- Tomem logo o café para não se atrasarem para a primeira aula.

- Professora, minha tia já chegou? – pergunta Harry pegando um horário. - Eu não a vi ontem na cerimônia.

- Ela acaba de chegar, Harry. – responde a professora dando um horário para Li.

- Ela disse por que não veio ontem?

- Apenas disse que teve problemas familiares, mas já está tudo resolvido.

Profª. Polliter terminou de distribuir os horários e foi embora. A curiosidade falou mais alto e Li tinha que perguntar:

- Sua tia trabalha aqui?

- Sim, ela é professora.

- De quê? – pergunta Jessy.

- Herbiologia. Ah, olha ela alí dando os horários para os alunos da Lufa-Lufa.

Quando Harry disse que sua tia era professora, a primeira idéia que veio em mente era que ela seria da Grifinória, já que o sobrinho também era. Mas, ao ver a tia de Harry com os alunos da Lufa-Lufa distribuindo horários, o que significava que ela era a diretora da casa, Li, Allan e Jessy se surpreendem. A tia de Harry era jovem, deveria ter uns trinta anos. Não era magra, mas também não era gorda. Estava usando uma roupa um pouco diferente da que as outras professoras usavam, bom, pelo menos, era diferente da profª. Polliter. Estava com uma blusa de manga comprida bem solta verde-musgo deixando um dos ombros a mostra, uma calça também comprida e larga da mesma cor. Usava um cinto de couro, possivelmente de dragão, com umas tirinhas penduradas. Seus brincos davam para ver de longe, enormes argolas prateadas. Tinha os cabelos encaracolados até os ombros. Não parecia uma bruxa.

- É, ela é da Lufa-Lufa. – fala Harry. – Minha tia disse que foi um choque lá em casa quando ela deu a notícia. Todos esperavam que ela fosse para a Grifinória já que todos haviam ficado aqui. Mas, no dia da seleção, o chapéu disse claramente que ela deveria ir para Lufa-Lufa. E não pensem que ela ficou triste. Minha tia sempre quis ser aquela pessoa do contra, e foi!

- Sua tia não se veste como uma bruxa normal, não é? – pergunta Li ainda olhando para a professora.

- Ah, não! – responde Harry rindo. - Ela prefere se vestir de forma diferente das outras bruxas como vocês podem ver.

- E como ela é? Digo, como professora? – pergunta Allan em tom investigativo.

- É uma boa professora.

- Espero que não seja o tipo que nos manda muito dever de casa. – fala Jessy.

- Sobre isso, eu não sei dizer. – fala Harry sacudindo a cabeça.

Neste instante, várias corujas entraram no salão. Carregavam cartas, embrulhos e jornais. Uma coruja deixou cair no colo de Harry um grande pacote. Jessy recebeu uma carta dos pais. Harry desembrulhou o pacote sem pena e só faltou gritar de tanta felicidade. Havia recebido um livro. Allan olha com censura aquela felicidade toda. Por que ficar tão feliz por causa de um livro grosso daqueles? Allan não gostava de ler. Para ele era melhor assistir televisão ou ver um jogo de quadribol. Já Lílian era diferente. Ela gostava de ler, mas não muito.

- Finalmente chegou! Finalmente! – exclama Harry abraçando o livro como se este fosse gente.

- Desculpe, mas o que este livro tem de tão importante? – pergunta Allan com a mão apoiada no queixo.

- Este é a nova edição de Hogwarts: uma história! É uma edição histórica!

- Eu já tinha ouvido falar. – diz Jessy. – Adiaram o lançamento deste livro várias vezes, não foi?

- Foi. – confirma Harry. – Era para ter sido lançado há dois anos atrás, mas sempre a data era adiada.

Enquanto Jessy e Harry discutiam sobre o livro, Li reparou em uma coisa dourada ao lado do prato de mingau de Harry. Ela pede para que o irmão visse o que era. Quando Allan tira a tal coisa do lugar, viu que se tratava um envelope dourado destinado para ele e sua irmã:

Para Allan Potter e Lílian Potter

Jessy e Harry pararam de falar na hora. O envelope era fino. As letras pretas na parte da frente estavam escritas bem claro para quem era. Li faz sinal para o irmão abrir o envelope. Ele abre. De dentro tira um pedaço de pergaminho. Lê e em seguida o entrega para a irmã. Ela o lê imediatamente:

Vocês foram os escolhidos para conhecerem um dos maiores segredos de Hogwarts. Estejam prontos. Não revelem o conteúdo desta carta para mais ninguém.

O poder só está nas mãos daqueles que sabem usá-lo.

Ao terminar de ler, as letras do papel foram sumindo até desaparecerem por completo. Li larga a carta em cima da mesa e fica assustada. O que era aquilo? Quem havia mandado? Para piorar, Jessy diz que não conseguiu ler nada da carta porque não tinha visto nada escrito nela.

Já estava na hora de ir para a aula. Todos vão pegar seus materiais no dormitório. Ao chegar no seu, Allan guarda o envelope com a carta dentro do seu malão. Harry comenta que nunca tinha visto uma carta daquelas, por isso, deveriam ficar de olhos abertos.

- Não estou preocupado. – fala Allan descendo as escadas. – Deve ter sido uma brincadeira de alguém.

- Mas alguém usou magia na carta. Aquilo era magia. – fala Harry passando pelo buraco do retrato.

- Eu sei, mas não é nada demais. Que aula temos agora?

- Você não viu o horário?

- Vi, mas já me esqueci. Qual é a aula?

- Poções.

- Que legal... começar o dia com aulas de poções!

Harry não entendeu a ironia do colega, mas Allan sabia porque não estava querendo ter aulas de poções. Ele e Lílian já haviam ouvido de seu bisavô (nosso conhecido quase que íntimo) várias histórias de Hogwarts. Uma delas falava de seu professor de poções, Snape. Um cara que sempre o perseguia e era insuportavelmente desagradável. Com tudo isso, Allan foi ficando com medo de encontrar um Snape como professor de poções.

No entanto, ao chegarem às masmorras, onde aconteceriam as aulas, Allan se surpreendeu com o que viu. No lugar de um homem assustador todo vestido de preto e cara de poucos amigos, estava um senhor, mais ou menos com uns cinqüenta anos, de cabelos grisalhos e espetados. Era baixo e um pouco gordo. Andava quase como um pingüim, o que fez Allan dar uma risada abafada quando o professor passou por ele. “Quem era aquela figura?”, pensou Allan. Para completar o conjunto, as sobrancelhas do professor eram... azuis?

- Minha irmã, que é do sexto ano disse que ele ficou assim porque ele tentou se matar. – comenta James Watson em voz baixa.

- O que o fato dele ter tentado se matar tem a ver com a cor das sobrancelhas? – pergunta Allan sem entender.

- É que ele teria bebido uma poção envenenada, tentou se matar, mas acabou errando em um ingrediente. – explica James. – Resultado: não morreu e acabou ficando com as sobrancelhas azuis. Foi como uma seqüela.

- E é esse cara que vai nos dar aula? – pergunta Allan atônico.

- Ele é o melhor bruxo em poções do Reino Unido. – diz Harry de cara feia.

- Só espero que ele não nos faça experimentar nenhuma poção dele. – fala Allan ignorando Harry. – Não quero passar o resto da minha vida com o cabelo cor-de-rosa.

Harry olha bem feio para Allan, que não liga. Nunca foi puxa-saco de professor e não era agora que estava em Hogwarts que ele seria.

A aula começou. O professor se apresentou para a turma, ou melhor, as turmas. O primeiro ano de Grifinória estava junto com o da Sonserina.

- Meu nome é Joseph Burton e serei o professor de poções de vocês...

Burton começou a falar da importância de se preparar uma boa poção. Li prestava atenção em cada palavra assim como Harry. Allan bem que tentava, mas aquela conversa toda estava deixando-o entediado. Seu tédio só foi aliviado quando olhou para a outra extremidade da sala. Um grupo de alunas da Sonserina, todas loiras, cochichavam entre sim. Uma delas chamou a atenção de Allan pois estava olhando para ele. Se a memória do jovem não estivesse falhada, aquela era Meg Malfoy. Ela sorria para Allan e ele não sabia porque. Ficaram um bom tempo se olhando até que Allan sentiu uma forte dor de cabeça e desviou o olhar. Todos os outros alunos estavam começando a pegar pena e um rolo de pergaminho para anotar o que o professor iria ditar. Allan fez o mesmo.

Depois da aula de poções, era a vez a aula de herbiologia com a tia de Harry. Para alívio de Jessy, eles não iriam estudar novamente com a Sonserina. Estariam com as pessoas da Lufa-Lufa.

- Vocês viram aquelas meninas que estavam no canto da masmorra? – perguntou Jessy. – Não paravam de falar um minuto!

- É, e aquilo estava me chateando! – exclama Lílian. – Só podiam ser as amiguinhas da queridinha Malfoy. Ai, que raiva que eu tenho deste nome! Foi um tal de Malfoy que ficou pentelhando a vida no nosso avô.

- Vamos ter que conviver com a Sonserina nas aulas de poções e de vôo também. – fala Harry consultando o horário. – Dá para sobreviver.

Estavam chegando nas estufas, do lado de fora do castelo. Alguns alunos da Lufa-Lufa já estavam esperando a professora. Ela chegou bem na hora e antes de abrir uma das estufas, vai conversar com os alunos.

- Meu nome é Suzan Granger. Sou professora de herbiologia. Antes de entrarmos na estufa peço que não mexam em nada que desconheçam. Apenas toquem naquilo que eu disser que pode ter tocado. Não quero ninguém se acidentando por bobeiras.

E entraram. A estufa nº1 só tinha plantas pequenas em jarros também pequenos, no entanto, algumas eram bem perigosas. Tinha uma que, apesar da aparência bem inocente, podia arrancar a ponta do dedo de alguém. Bom, foi o que quase aconteceu com Rimsky Longbotton (sim, ele também está aqui!). Ele foi fazer um carinho na florzinha branca da planta e teve o dedo mordido.

- Ah, não! – exclama Profª Granger largando uma caixa das florezinhas carnívoras em cima da mesa. – Eu disse para não mexerem com elas! Phill, leve-o para a enfermaria.

Um aluno da Lufa-Lufa se levantou para acompanhar Rimsky até a enfermaria.

- Bom, alguém sabe me dizer o nome desta planta que acaba de morder o colega de vocês? – pergunta a professora.

Harry levanta o comprido braço lá no alto. Lílian achou que ele iria encostar no teto da estufa.

- Diga, Harry.

- São Flores de Linho. – responde prontamente.

- Exato. E alguém sabe para que elas servem?

Novamente o braço de Harry se levantou. O único.

- Responde, Harry.

- Curar queimaduras.

- Certo. Dez pontos para Grifinória.

O restante da aula não foi diferente. Profª. Granger fazia as perguntas e sempre Harry as respondia. Às vezes Lílian arriscava também responder, mas suas respostas não eram tão precisas. Isso significava uma coisa: ela precisava estudar mais.

No final da aula, Harry foi conversar com sua tia. Allan, Lílian e Jéssica o aguardavam na porta da estufa.

- Pensei que a senhora não iria vir. – fala Harry sorrindo.

- É que tive problemas com seu tio. – responde a professora recolhendo alguns vasos de Flores de Linho e pondo dentro das caixas. - Ele ainda não aceitou o fato de que sou uma bruxa, mas eu não vou me estressar. Se ele não quer entender, problema é dele! Vou viver a minha vida e fazer o que eu gosto.

Ao saírem da estufa, Lílian, tomada novamente pela sua curiosidade (mal de família, não é?) perguntou a Harry quantos anos sua tia tinha. O colega respondeu que ela tinha 29 anos e que dali a três semanas ela faria trinta.

- Mas como ela sempre diz, - continua Harry – ela vai ser uma mulher 3.0, um modelo mais moderno.

Allan e Lílian riem. Jessy bóia. Li tenta explicar a piada, mas acha melhor deixar pra lá. Não ia conseguir fazer Jessy entender a relação do 3.0 com alguns equipamentos que os trouxas usam.

- Ela está casada há muito tempo? – continua perguntando Lílian.

- Cinco anos. – responde Harry.

- Eu gostei da aula dela. – fala Jessy. – Parece ser uma professora bem legal.

- Herbiologia não parece ser uma matéria tão ruim. – diz Allan.

- Você fala isso porque ela não passou dever de casa. – fala Lílian.

- Não é nada disso! – nega Allan.

- É sim! – insiste Lílian.

Ao dois ficam discutindo sem parar. No meio do fogo cruzado, Harry e Jéssica ficam se perguntando quando eles iriam parar.

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