O VÔO E A SURPRESA LOIRA



Era hora do almoço. Allan correu para matar a fome, o que deixou Li irritada. Os dois discutiram. Harry e Jessy estavam começando a se acostumar com a cena.

Dali a alguns minutos, eles iriam ter sua primeira aula de vôo. Muitos estavam nervosos e entusiasmados. Dentre os nervosos, estavam Harry e Jessy. O rapaz nunca havia montado em uma vassoura. Segundo o que ele mesmo contou, morava em um bairro só de trouxas e era impossível sair voando em uma vassoura. Já Jessy... bom, ela tinha medo de altura. Os entusiasmados eram a maioria, incluindo os irmãos Potter.

- Eu já voei em uma vassoura uma vez. – fala James para Allan. – Isso foi ano passado, mas não pude ficar muito tempo.

- Eu quero saber como se voa. – falou Anne Marie, uma menina de cabelos castanhos, lisos e curtos ao lado de Jéssica. – Minha mãe nunca deixou eu usar a vassoura dela.

O papo não foi diferente durante o restante do almoço. Depois que todos comeram, já estava na hora de irem para a aula. A turma de Grifinória foi em um só grupo para os jardins do castelo. Alguns alunos da Sonserina já estavam esperando a professora. Dentre eles, Meg Malfoy. Porém, ela continuou conversando com seus amigos e nem olhou para os alunos que chegavam.

Dez minutos depois, uma jovem senhora, de mais ou menos uns quarenta anos, chegou diante da turma. Ela tinha cabelos grisalhos lisos e curtos, usava uma tiara vermelha na cabeça que ajudava a prender dois cachos aparentemente feitos às pressas. Li achou aquele penteado o fim. Allan achou horroroso e não conseguiu conter o riso. Realmente aquilo era o fim da picada.

- Desculpe o atraso. – falou a professora ajeitando suas luvas de couro. – Meu nome é Magda Flash. Estão todos me ouvindo aí atrás? Bem, para voar como um pássaro em uma vassoura pode parecer difícil, mas não é. Vocês precisam ter em mente que vocês dominam a vassoura e não a vassoura que domina vocês. Precisam ter em mente que vocês só irão cair se vocês quiserem. Quero que fiquem todos no lado direito de uma vassoura.

Os alunos se posicionam. Li estava ansiosa para saber como ela estava voando. Queria mostrar logo ao irmão que ela sabia voar muito bem. Já Allan... não agüentava de vontade de voar. Era uma sensação muito boa ficar no ar como um pássaro. Por ele, só ficava lá em cima.

- Agora, - continuou a professora – estiquem um dos braços em cima da vassoura e digam todos: Suba!

Todos, em uníssono, mandaram as suas vassouras subirem. Allan e Lílian não tiveram dificuldade. Harry ficou penando, penando... a vassoura nem se mexia. Jessy precisou repetir umas quatro vezes até a vassoura subir e, mesmo assim, veio um pouco torta acertando um aluno da Sonserina. Meg Malfoy, de primeira, pegou a vassoura.

- Ótimo. – falou a professora desviando de uma vassoura meio descontrolada. – Agora montem na vassoura. Segurem firme. Quando eu contar até três, dêem um impulso para frente com os pés. Não tenham medo. Voem um pouco, depois retornem. Para aterrissarem, levem o corpo um pouco para frente e joguem a vassoura para baixo. Não tem mistério. Muito bem, um, dois, três!

Por um momento, Lílian pensou que a professora havia fechado os olhos quando contou três, mas era só impressão... bem, era o que ela achava. Boa parte dos alunos permaneceu no chão. Talvez o medo não deixou que eles voassem. A outra parte, conseguiu voar sem problemas. Allan vôo até mais alto do que deveria, mas como a professora não reclamou, ele não se importou. Li não pôde voar muito porque estava com Jessy que não havia ficado mais do que um metro do chão. Harry era outro. Era um dos que estavam plantados no chão.

No alto, Allan tentava convencer Harry a subir: “Vem, Harry! Não precisa ter medo!”, gritava ele fazendo sinal com as mãos. No chão, Harry fazia sinal para o colega esperar. Vendo que não ia conseguir convencer Harry de lá de cima, Allan resolveu descer. Quando estava prestes a voltar ao chão, eis que surge Meg Malfoy na sua frente. Ela estava voando bem, tanto que Allan nem sentiu que ela se aproximava.

- Você é Allan Potter? – perguntou ela com um sorriso estranho no rosto.

- Sim, sou.

- Me chamo Meg Malfoy. – ela esticou um dos braços para apertar a mão de Allan.

- Prazer. – Allan aperta a mão da menina.

- Aquela alí embaixo é a sua irmã, não é? Vocês são realmente muito parecidos.

- Nem tanto.

- Olha, vou direto ao assunto. – ela chegou mais perto de Allan. – Sei que nossas famílias nunca foram amigas e sempre se desentenderam. De geração e geração nunca mudaram. Só que agora eu quero mudar tudo.

- Mudar?

- É. Chega de conflitos e brigas. Quero paz.

Várias coisas passaram pela cabeça de Allan. Ele tinha ouvido histórias da família Malfoy e seu envolvimento com as Artes das Trevas. Nunca as famílias Potter e Malfoy se entenderam e por que agora aquilo iria mudar? Mas ele nunca tinha convivido com um Malfoy antes. Poderia ser que ela estivesse sendo sincera.

- O que acha? – pergunta Meg mantendo seu sorrido estranho.

- Bom... er, pode ser.

Lílian, ainda no chão, sentia que algo de errado estava acontecendo. Ao olhar para cima, deu de cara com seu irmão conversando com Meg... Meg Malfoy? Foi o que deixou Li fora de si largando Jessy no chão.

- Ele não pode estar fazendo isso! – disse ela serrando os dentes e subindo a toda velocidade. – ALLAN!

Com o grito, Allan quase cai da vassoura. Li olhava furiosa para Meg. Esta a encarava, mas não removia o sorriso do rosto. Isso fez Li ficar mais furiosa ainda. Segurava a vassoura com tanta força que parecia querer rachá-la ao meio.

- Allan, o que está fazendo? – Li tremia de raiva.

- Estou conversando, ou pelo menos estava. – responde o rapaz calmo e recomposto do susto.

- Olá, sou...

- Meg Malfoy, eu sei BEM quem você é! Allan, Harry está precisando de apoio lá embaixo. Você bem que podia ir lá ajudá-lo! – diz Lílian praticamente dando uma ordem.

- Estou bem aqui em cima. – fala Allan, com a mínima vontade de descer.

- Ah, você vai descer! – e puxou o irmão pelo braço. Quase que ele cai de novo.

- Nós nos falaremos mais tarde, Allan! – fala Meg também voltando ao chão.

- Tá! – responde Allan. – Ai, está me machucando Lílian!

- O que houve? – pergunta Harry finalmente saindo do chão.

- Explico mais lá embaixo. – falou Li sem mesmo olhar para Harry.

- Poxa, logo agora que consegui sair do chão...

Jessy esperava a amiga também curiosa para saber o que tinha acontecido. Lílian apenas se acalmou quando viu que Meg estava bem longe dela. Foi então que ela explicou porque havia ficado tão alterada.

- Você sabe muito bem que nenhum Malfoy presta! – exclama ela sem se importar que outros colegas da Grifinória estivessem ouvindo. – Você não devia estar falando com ela!

- Como você é exagerada! – fala Allan coçando a orelha. – Estávamos conversando. Que mal há nisso?

- Imagino a conversa que vocês tiveram. – fala Lílian cruzando os braços. – Você tem que se afastar dela!

- Olha, Allan. – diz Jessy finalmente se pronunciando. – Acho que sua irmã tem razão. Não é bom ficar dando idéia para alguém como Meg. Meu pai trabalha no Ministério da Magia e ele já comentou muitas coisas que aconteceram com a família Malfoy. Pode ter certeza, não são coisas boas.

- Nunca convivi com nenhum Malfoy, mas sempre ouvi falar mal deles. – fala Harry.

Allan permanece calado. A conversa que havia tido com Meg parecia sincera, mas ele sabia que era verdade tudo o que diziam. Como era orgulhoso, não quis dar o braço a torcer. Lílian ainda falou mais até o final da aula.

..............................

A aula seguinte era de transfiguração. Harry estava ansioso para ter esta aula, pois ela seria dada por Ally Polliter.

- Ela é uma excelente bruxa. – comentava Harry com os olhos brilhando. – Já ganhou vários prêmios! Ela é ótima!

- E muito exigente. – completa Jéssica. – Meus irmãos vivem falando o quanto as aulas dela são puxadas.

- Deu para perceber no primeiro dia em Hogwarts. – fala Li. – Ela é uma pessoa bem séria.

Andaram pelos corredores repletos de alunos até chegarem na sala. Eles foram os primeiros a chegar. Harry escolheu um lugar bem na frente da mesa da professora. Li e Jessy fizeram o mesmo. Allan quis ficar na última cadeira, mas sua irmã não permitiu. Com bastante secura no modo de falar (ainda estava zangada), manda, literalmente, Allan se sentar na primeira cadeira. Ele foi, reclamando.

Aos poucos, a sala foi se enchendo de alunos. Profª. Polliter chegou bem na hora carregando uma pilha de livros. Sua cara não era a das mais amigáveis. Reclamou muito quando dois alunos chegaram depois dela. Com isso, Li já aprendia a primeira lição: nunca chegar à aula de transfiguração depois da professora, a não ser que queira levar um fora daqueles.

- Como já sabem, meu nome é Ally Polliter. – falou a professorando andando pela sala. – Sou professora de transfiguração. Não é uma matéria difícil se vocês prestarem atenção. – neste momento ela olha para Allan que estava brincando com sua pena. O rapaz, assim que percebe o olhar fulminante da professora, se endireita e guarda a pena. – Bom, como eu ia dizendo, se prestarem atenção nas aulas, serão ótimos bruxos. E eu tenho preciso dizer que eu não formo bruxos mais ou menos ou bruxos bons. Eu SEMPRE formo bruxos muito bons ou ótimos. Eu sempre faço de tudo para que meus alunos sejam muito bons ou ótimos.

A primeira parte da aula se limitou a ouvir o que a professora falava e a escrever o que ela ditava. Em seguida, provavelmente para testar os alunos, profª. Polliter deu para cada aluno um palito. Eles deveriam transfigurá-los em agulhas. “Isso é fácil”, pensou Allan. É, tão fácil que nem conseguiu fazer seu palito mudar de cor. Lílian, depois de algumas tentativas, conseguiu que seu palito ficasse metálico, mas faltou o buraco da agulha.

- Minha agulha se partiu ao meio. – comenta Jessy voltando para o dormitório de Grifinória após as aulas de transfiguração.

- O único que conseguiu uma agulha perfeita foi Harry. – fala Li.

- É que eu já havia tentado isso em casa. – fala Harry um pouco envergonhado.

- Já Allan... – Li nem olha para o irmão. – Que vergonha, hein?

- Eu não estava preparado psicologicamente para fazer a transfiguração. – Allan tenta dar uma justificativa, mas no fundo estava morrendo de vergonha por não ter conseguido. – E eu não fui o único a não conseguir. Caramba... por causa disso ela passou dever de casa! Pode uma coisa dessas? No primeiro dia de aula já dar dever de casa?! Essa professora é maluca.

- Ela não é maluca. – fala Harry visivelmente irritado com o que Allan acabou de falar. – Profª. Polliter é a bruxa mais competente de toda Hogwarts! E a mais inteligente também!

- Harry, não ligue para as coisas horrorosas que meu irmão fala. Ele só está com raiva porque vai ter que fazer dever de casa.

- Estou com fome. – e Allan sai na frente. Não estava com a mínima vontade de ouvir Lílian falando mal dele.

No jantar, o salão principal estava cheio. Todos comiam e falavam bastante. Os professores, em suas mesas, também conversavam uns com os outros. Lílian e Allan não trocaram palavras durante todo o jantar. Só foram se falar quando já estavam na sala comunal. Os dois se lembraram do envelope dourado que haviam recebido logo cedo. Allan foi buscá-lo no seu dormitório. Li, Jessy e Harry aguardavam sentados nas poltronas de frente para a lareira.

- Aqui está. – fala Allan secamente para a irmã.

- Obrigada. – Li também responde com secura.

- Não tem nada escrito! – fala Harry ao ver Li retirando a carta do envelope.

- Mas tinha! Eu vi! – exclama Li. – Você também viu, não foi?

- Sim. – responde Allan sentando no braço de uma das poltronas.

- Quem será que mandou isso? – pergunta Jessy intrigada.

- Não sei. – responde Li pensativa.

- Acho que não devemos nos preocupar com isso. – fala Allan tranqüilo.

- E por que não? – pergunta Li irritada olhando bem nos olhos do irmão. – As letras sumiram da carta depois que eu li. Eu nunca tinha visto isso antes!

- O que dizia mesmo na carta? – pergunta Jessy franzindo a testa.

- Ah, que nós, Allan e eu, éramos os escolhidos para... para saber algum segredo de Hogwarts. – responde Li tentando se lembrar direito. – Um dos maiores segredos de Hogwarts. Acho que era isso.

- Que segredo será esse? – se pergunta Harry. – Vou dar uma lida minuciosa em Hogwarts: uma história. Quem sabe lá não tenha algo falando disso?

- Vocês se preocupam demais! – fala Allan se levantando e indo subir as escadas para o dormitório. – Eu vou dormir! Boa noite! – e subiu.

Li fica olhando o irmão até este desaparecer de vista. Em seguida dá um longo suspiro. Olha para o pedaço de pergaminho em branco e diz:

- Ele nunca se preocupa com nada!

Eu gostaria de pedir desculpas pela demora em postar este quarto capítulo. Tanta coisa na cabeça.... ai, ai, mas espero que agora eu consiga colocar o fanfic em ordem. Por favor, comentem!!! Um abraço!!!

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