Velha Infância



p>Oi! Quem é vivo sempre aparece não é? Pois eu estou aqui pra mostrar que estou viva sim e que o capítulo que foi tão esperado por mim e por vocês está finalmente no ar! Devo explicações a vocês e nesse exato instante vou dá-las. Na última postagem eu lhes disse que teria um gigantesco trabalho a fazer (144 págs no total) e o fiz levando mais tempo do que gostaria. Ao término desse trabalho comecei desesperadamentea fazer esse cap para o postar no dia 19/09, data muito importante e conveniente vocês verão o motivo, mas não deu tempo... Tentei pelo menos postar na mesma semana e até estava conseguindo, mas uma desgraça aconteceu e exatamente 3 dias antes da postagem o meu PC pifou enquanto eu conversava com uma leitora (me defende Mari Gracita!) e perdi as 14 págs que tinha escrito. Fiquei tão triste que não consegui nem reclamar na hora. Mandei pro conserto e comprei a peça necessária, e quando penso que tudo está bem esta também dá problema... A sorte é que uma amiga tinha guardado o capítulo no computador dela e o passou pra mim, assim eu pude ir, aos poucos, terminando de escrever no computador do curso de informática para mandar betar. Recebi então a boa notícia de que o PC estava pronto e terminei de fazer os últimos ajustes, o que deu certo, e aqui está o resultado de tanta espera! Divirtam-se e comentem!


10. Velha Infância

Pois é. Assim ficou. Harry contou a Parvati que eu gostava dele. Eu já desconfiava disso pelo comportamento estranho dela ao falar comigo no vagão, mas ainda acreditava que Harry teria o bom senso de ficar calado, mas infelizmente ele teve que abrir o bico... Não estava sendo fácil pra eu passar todos esses dias sem falar com ele. Não tenho nem noção de quanto tempo estamos sem nos falar (por minha vontade, é claro. Ainda me sinto traída e enquanto essa coisa desagradável não passar não vou falar com ele.), sem rir das piadas sem-graça que Rony conta só pra não deixa-lo constrangido e depois nos juntarmos só nós dois ao pé da lareira pra falarmos qual a piada que Rony contaria no dia seguinte e como fingiríamos não tê-la ouvido por milhares de vezes. Sentia falta das tardes que passávamos juntos fazendo lições (apesar de que só eu sentia falta daquilo )... Pequenas coisas, simples é verdade, mas que para mim preenchiam minha vida. E eu tinha tanta coisa pra falar pra ele...

Como por exemplo, o fim de semana em que saí com Simas. Foi insuportável. Ele só falava de quadribol, de como ele odeia Snape e repetia sempre que podia a frase “nossa... Você tá muito linda hoje!”. Sei que toda garota adora receber elogios, mas a falta de criatividade e as repetições consecutivas sem nenhum mísero espaço de tempo pra falar tudo de novo me deixavam entediada... Mas eu fiquei indignada mesmo foi quando eu comecei a falar de como as aulas da Profª McGonnagal estavam mais interessantes esse ano e ele ficou bocejando. Olhava pra fora... Via que horas eram... Olhava pra fora de novo... Muito folgado ele! Eu sou obrigada a ouvi-lo falar feito um papagaio e quando eu abro a boca pra falar algo coerente e que seja mais do que “O garçom não vai vir atender não?”, de tão sem paciência que estava ele pede a conta, pega as coisas dele e fala:

- Olha, você tá mesmo muito linda e até mudou um pouco o seu jeito, mas se continuar falando só da escola quando a gente nem deveria lembrar dela aqui, vai continuar encalhada.

Eu, lógico, fiquei ali estarrecida e morta de vontade de fazer alguma coisa com ele (não pensem mal de mim! É no bom sentido!), porém, eu não podia. Não estava com vontade de ter a minha atenção chamada por algum professor que sempre chega de mau-humor na segunda-feira e tenta descontar no primeiro que faz o que não deve em Hogsmead. Mas como eu precisava saber que ele pagaria pelo que me disse, fiz o que sempre faço quando Malfoy me provoca: me imagino invocando “incêndio” e vejo o corpo dele queimar bem diante de meus olhos. Isso me deixa tão tranqüila... Eu bem sei que você deve estar pensando: “Nossa! Como você é cruel!”, mas da próxima vez que alguém que você deteste diga ou faça algo que te deixe mal com você mesmo(a) experimente isso eu que garanto que você se sentir muito melhor... Testado e aprovado por Hermione Granger. Quer dizer, pra mim sempre funcionou...

Mas voltando ao assunto que interessa. Eu estava louca de vontade de contar para Harry, mas eu podia? Nãããããão! Por dois motivos: Um, porque por mais que minha língua estivesse coçando pra falar pra ele ter uma “conversinha” com Simas, ainda estava ressentida com ele. Mesmo que de cinco em cinco minutos ele viesse me pedir perdão, não estava crente de que ele merecesse. Até porque ele ainda continuava com aquele ciúme doentio de qualquer pessoa que se aproximasse de mim mesmo que fosse só pra me perguntar as horas. No começo eu até achava bonitinho ele demonstrar que se importava comigo, mas agora já é demais! Chega! Fiquei até sabendo que ele andava puxando uns garotos de lado dizendo que não deveriam chegar perto de mim porque eu freqüentemente tenho acessos de raiva e se eu não gostasse do papo do garoto eu espalharia pra escola inteira que ele não prestava. E como uns covardes tinham medo de ficar sem as outras garotas ingênuas de Hogwarts (principalmente as Lufa-lufas), não me davam mais nem oi.

O segundo motivo se dá pelo fato de que por mais que ele viesse de cinco em cinco minutos como eu disse anteriormente, nos outros quatro ele estava se engalfinhando com Parvati. Já estava virando baixaria! Se beijavam nos corredores, nas salas, no salão principal e até mesmo no dormitório masculino. E não eram beijinhos quaisquer não! Era o que costumam chamar de “beijo sifão”, onde um quase engole a cabeça do outro no beijo. Eu tinha até medo da boca de um dos dois começar a rasgar com aquilo. Fora que ninguém mais em toda a escola agüentava vê-los juntos. Chegava a ser nojento. Mas fazer o que... Foi ela que ele escolheu...

E foi nesse estado misto de raiva e mágoa (agora mais o primeiro que o segundo) que eu acordei. O sol entrava pelas frestas de minha janela e eu tive o pressentimento de que aquele dia seria perfeito e que me reservaria uma grande surpresa que eu esperava há muito tempo... Só não sabia dizer o que era, mas estava ciente de que estava certa. Não fazia nem idéia de que dia era e me levantei esfregando os olhos pra despertar. Com isso não consegui ver o chão e levei um belo de um capote. Disse todos os xingamentos que minha boca mole de sono agüentou e me ergui para brigar com Bichento. Contudo não era ele que estava lá. Não tinha nenhum vestígio de que ele tivesse passado a noite ali. Como eu já disse outra vez, era só ele voltar à Hogwarts para se comportar como o gato adorável que é. Com os olhos embaçados fui até o banheiro sem me importar com o que tinha me feito cair, lavei meu rosto, escovei meus dentes e voltei ao quarto pra pentear o cabelo e me vestir. Tomaria banho mais tarde senão me atrasaria. Fiquei com preguiça de levantar mais cedo e acabei ficando por lá mesmo. Voltei correndo para o quarto a fim de procurar minha agenda. Tinha quase certeza de que hoje era um dia importante por alguma causa, mas... qual seria?

- 17 não... 18 também não... – disse folheando a pequena agenda que comprei na floreios. –Achei! Quarta-feira, 19 de... setembro! - olhei pro lugar que tinha tropeçado e vi o que ocasionou isso. Alguns presentes estavam ao lado de minha cama.

Finalmente! Sou maior de idade! Dona do meu nariz! – Estava tão feliz que poderia abraçar o pilar da cama. Pulava como uma criança em cima dela, até que vi Bichento entrar no quarto e parar junto a porta com uma cara que dizia “o que essa louca pensa que está fazendo?”. Ele correu para minhas pernas se arrastando entre elas para que eu o pegasse no colo. Quando o ergui próximo ao meu rosto ele me lambia incansavelmente dando-me os parabéns.

- Brigada meu fofo! - ele se sentou comigo na cama para ver os presentes que eu tinha ganhado.

- Vamos ver, vamos ver... este aqui. – disse escolhendo o primeiro que abriria.

Era um pequeno embrulho de papel vermelho estampado com uma fita igualmente vermelha de cetim, o que acreditava ser de meus pais, e o abri. Devem estar se perguntando: “Como os pais dela mandavam presentes se eles não sabiam como usar uma coruja direito e sequer tinham uma?”. Simples. Eu já tinha explicado a eles como usar uma coruja para momentos especiais. E estes eram o dia do meu aniversário e uma semana antes das férias para que eu soubesse se ficaria ou não no castelo. Dumbledore já tinha preparado especialmente uma coruja para coisas desse tipo e eu abria com curiosidade o presente deles. Eram um par de brincos no formato de libélula com uma correntinha fazendo o conjunto.

- Oh que mimo! – coloquei-o dentro da caixinha de jóias que tinha trazido e já parti para o próximo.

Peguei o outro presente que estava dentro de um papel amassado com algumas manchas de doces e o abri com cuidado e medo que se desmontasse. Este era de Hagrid. Um kit de penas que mudavam de cor dependendo do estado de espírito da pessoa que a estivesse usando e um frasco de baba de scórgnio (um bichinho peludo e fedorento com apenas três patas , um olho e uma boca minúscula) que servia para proteger a pele de danos permanentes. Minha pele sempre foi muito sensível ao sol, e por mais protetor que passasse, sempre surgiam sardas. Certa vez lembro-me de ter dito isso a ele, que disse que sabia de algo que poderia me ajudar, mas que não poderia me fornecer naquele momento por ser difícil de se encontrar. Depois de meses procurando o bichinho irritante, ele o achou, o trouxe para uma das aulas e retirou a sua baba para me dar antes de devolve-lo para a floresta.

- Oh Hagrid! Quanto trabalho deve ter tido...

Deixei o frasco e o kit em cima da escrivaninha e abri os outros presentes restantes. O com um embrulho laranja era da senhora Weasley. Um sweter listrado de rosa, vermelho e laranja e um gorro combinando.

- Sempre preocupada conosco, a Sra Weasley...

O último que abri era de Nick. Era um espelho. Mas não um espelho comum. Era como aquele que Harry usava para se comunicar com Sirius. Na carta que ela tinha me mandado junto com o presente dizia que ela tinha um idêntico e me mandava dois. Um para eu usar com ela ou com outra pessoa que também tivesse um espelho daqueles, e outro para eu dar a pessoa com quem gostaria de falar quando estivesse longe. Falou que teria horário livre as 15:00 (do horário daqui) e que falaria comigo se eu quisesse testar. Seria muito mais cômodo do que escrever cartas... A coruja dela não agüentaria viajar direto e eu queria manter o contato sempre que possível. Ela disse que Thierry lhe escrevia constantemente e sempre perguntava por mim. Soube que hoje era meu aniversário e me desejou os parabéns. Terminei de abrir todos os presentes e me arrumei pensando no que escreveria a todos para agradecer. Faltavam só dez minutos para que a aula de Aritmancia começasse e eu saí correndo do quarto. No fim das contas não consegui ver Harry, o que talvez foi até melhor. Não queria falar com ele ainda, e se ele viesse me dar os parabéns eu sem querer poderia trata-lo mal e acabar piorando as coisas.

Ao findar da aula a Profª Adria veio me desejar felicidades e todas aquelas coisas que a gente escuta sempre que faz aniversário. A próxima aula seria do Hagrid, ótima oportunidade para agradece-lo pelo presente.

Alô Hagrid!

Oh, alô Hermione. Meus parabéns.

- Obrigada Hagrid. Vim aqui para lhe agradecer o presente. Muito útil, a baba da scórgnio. Deve ter dado muito trabalho para conseguir não é?

- Ah foi sim. Não é fácil achar esses bichinhos por aqui. Canino farejou por semanas até acha-los.

- Não deveria se preocupar tanto Hagrid... só de lembrar já é um grande presente. Mostra que se importa comigo...

- É claro que me importo Mione, por isso lhe dei o presente. Ah os 17 anos... Uma época muito bonita essa Hermione. – disse com um certo ar de nostalgia - Aproveite agora que as coisas no mundo mágico não estão feias quanto deveriam estar.

- Por falar nisso Hagrid, Voldemort – Hagrid soluçou ao ouvir o tão temido nome – tem andado quieto não acha? Não tem mais dado sinais.

- Bem, quieto não seria uma boa palavra. Harry vai visitar-me na cabana às vezes, e tem me contado de umas visões que envolvem Vol... Vold... Ah, Você-Sabe-Quem – o coitado estava até suando frio por tentar pronunciar o nome de uma criatura estúpida - e uma pessoa que ele tem certeza que conhece.

- As visões continuam é?

- Sim. Harry não contou a você? – como dizem por aí “quem cala, consente” – Vocês ainda estão brigados?

- Sim. Foi Rony quem lhe disse? – era ele quem sempre falava se eu estava brigada com ele ou outra pessoa

- Não. Harry me disse. Falou algo sobre você estar magoada com ele por uma coisa boba.

- Coisa boba! Hagrid ele contou a Parvati que... “Cuidado com o que fala Hermione” - minha mente alertou-me - Enfim, não importa o que ele contou. Importa que era um assunto meu e que Harry não deveria espalhar aos quatro ventos uma coisa que era para só ele estar sabendo. – cruzei meus braços e fiz uma cara amuada.

- Pense bem Mione... Ficar sem falar com Harry vai resolver a situação?

-Não, mas...

-Então – ele me interrompeu antes que eu pudesse expor minhas razões – volte a falar com ele. Isso está fazendo mal a você. Não pense que não tenho visto que você está mais pálida e que mal fala com as pessoas. – eu abaixei a cabeça. Mesmo a contra-gosto tive que dar o braço a torcer. Não estava bem, mas tentava enganar os outros para que pensassem que Harry não me fazia falta alguma. – Por falar em Harry...

- O que tem ele? – ergui a cabeça novamente. Queria saber porque Hagrid falou dele.

- Está muito mal desde que você resolveu não falar mais com ele.

- Huh... não é o que parece... Ele está é conformado e até alegre com a situação, porque não tem mais a amiga chata pra atrapalhar o namoro dele.

- Pelo que Rony tem me contado ele nem está tão bem assim com Parvati...

- Ah é? – apurei meus ouvidos pra escutar esse assunto que muito me interessava

- É sim. O namoro deles deu uma esfriada por causa da briga de vocês. Ele me disse que os dois discutiram porque ele a deixou plantada outro dia pra tentar falar com você, mas você não estava nem aí pra ele.

- Hum. – eu tenho uma vaga lembrança de Harry falando que ele estava atrasado para um compromisso, mas não levei a sério e também não o queria ver. Mas saber que ele não está muito bem com Parvati já é alguma coisa. – Eles ainda estão brigados?

- Não pelo que eu sei. Eles tiveram uma discussão e foi só, mas isso os abalou um pouquinho. Só que Parvati soube dar um jeito. Ontem foi almoçar com ele em Hogsmead e o convenceu de que brigaram por um motivo bobo.

- Droga... – murmurei isso de cabeça baixa. A chance que Harry tinha de ficar em alta comigo ele desperdiçou.

- Hermione? Hermione? HERMIONE! – Hagrid gritara ao me ver desatenta

- Hã...?

- Você não está nada bem mesmo. Está pior do que eu pensei – disse enrugando sua fronte – Tem horário livre hoje?

- Hum... Acho que sim. Depois do almoço é aula de Adivinhação e eu iria matar aula estudando – bela forma de se aproveitar o tempo não é mesmo? Eu ao menos acho isso – E também já adiantei os trabalhos de Herbologia e História da Magia. Mas por que a pergunta?

- Quero que me explique direito o motivo da briga de vocês. E não adianta fazer bico! – ele advertiu ao perceber que eu dizia um muxoxo e tinha a expressão contraída.

- Hagrid, por favor...!

- Não senhorita. Quero esclarecer esse caso e vai ser você quem vai me dizer o que está acontecendo.

-Mas...

- Te vejo depois do almoço lá na cabana, combinado? Agora vá para o seu lugar que eu já atrasei a aula e Malfoy está me olhando feito um trasgo de novo.

Eu saí de perto de Hagrid e fiquei bem na frente para assistir a aula e fazer minhas anotações. Harry estava próximo ao meu lado direito, enlaçando Parvati e apoiando a cabeça em seu ombro. Ele arriscou um olhar de arrependimento para mim, mas eu virei meu rosto ainda pensando na desculpa que ele deu ao professor de Trato das Criaturas Mágicas sobre a razão da briga.

Rony estava distraído olhando para o chão e brincando com uma pequena joaninha que subia por sua mão.

A aula demorou a passar. Quer dizer, demorou pra mim. Harry não parava de me olhar parecendo um cão sem dono e eu não resistia mais. Não sei quanto tempo mais eu agüentaria sem correr para abraça-lo e dar Parvati de comida para o mais novo “bichinho” de Hagrid...

E, por falar neste, o que é que eu vou fazer ou dizer quando for conversar com ele? É certo que ele é um doce, além de ser compreensivo, mas também é certo que ele, por mais que tente, não é muito discreto. Só que acontece que ele é uma das únicas pessoas com quem eu posso contar. As outras pessoas além dele são Gina, que sempre me deu suporte e forças para conseguir o que quero, e Nick, que sabe de toda a minha vida e disse que vai estar lá pra mim pro que der e vier. Eu poderia até dizer que Rony está entre eles, mas não creio que faria bem. Ele é um amor de pessoa, e sei que ele deseja que eu seja, acima de tudo, feliz, entretanto eu não quero nem pensar no que aconteceria se eu contasse a ele o que eu sentia por um tal moreno de olhos verdes muito amigo dele... ele, por ser muito impulsivo, seria capaz até de brigar com Harry por causa disso, e depois contaria a Luna. Aí sim eu estaria perdida. Hogwarts inteira saberia em dois minutos e todos iriam bombardear-me de perguntas indiscretas, ou seja, é melhor deixar tudo como está antes que fique pior.

Eu refletia a propósito disto e parei quando senti alguém cutucar o meu braço. Virei-me para trás para ver quem era. Tinham muitas pessoas andando atrás de mim, que estava a caminho pra aula do Prof. Flitwick, porém, nenhuma delas parecia querer falar comigo. Dei de ombros e girei em meus calcanhares para continuar a andar ainda achando estranho o cutucão e querendo saber quem tinha feito iss...

- Buuuuu!

- Aaaaaaaaaah! – gritei quase jogando meu material pelos ares e mal respirando por causa do susto – Tinha mesmo que ser você. - eu disse olhando para o pérfido Breindesfeld que exibia um sorriso de quem achou o pote de ouro no fim do arco-íris.

- Você tá muito assustada Mione... Fez algo de errado é? – ele ria debochado

- Em primeiro lugar: só meus amigos me chamam de Mione, e você definitivamente não é um deles, portanto, é Srta Granger pra você. E em segundo lugar: Não. Ao contrário de você que já deve ter nascido com essa cara de “eu tenho culpa no cartório”, eu não fiz e nem farei nada de errado.

- Ah é... Eu esqueci que estou falando com Vossa Excelência, a senhorita Hermione Jane Granger, “A Imaculada”, que nunca comete erros. – ele depositou um casto beijo em minha mão da mesma forma que as pessoas (famosas) fazem ao conhecer o Papa. Eu, lógico, limpei-a o máximo que pude. Se aquela mão não me fosse tão importante e indispensável eu a arrancaria da mesma forma que Rabicho fez no quarto ano, mas, como não podia amputar a minha não mais preciosa mão, o jeito era usar luvas mesmo.

- Vai me deixar falando sozinho? – ele gritou quando percebeu que eu não estava mais ali ouvindo suas baboseiras.

- Quer mesmo que eu responda? – meu mau-humor já estava dando o ar da graça. – E se não quiser me ver em Azkaban (mesmo que essa não seja mais a prisão mais segura do mundo) por lhe lançar um Crucio é melhor me deixar em paz!

Fui andando a passos largos para a sala. A aula de hoje fora sobre os métodos de tortura aplicados a bruxos das trevas do século XVIII. Instantaneamente meu rosto se iluminou e minha cabeça encheu-se de esperança e pensamentos sobre as mil maneiras de matar um Malfoy... Ah... Que aula mais prazerosa que eu tive a oportunidade de assistir não acham? Meu mal-humor de uma hora atrás parecia nunca ter existido.

Compareci às outras aulas que foram interessantíssimas e ampliei meus vastos conhecimentos fazendo quantas perguntas e anotações que pude.

Harry estivera presente nas mesmas aulas que eu, mas não teve coragem nem de falar que minha pena tinha caído no chão. Bem, talvez fosse porque Parvati estava dando ataques histéricos, mas até aí isso não é justificativa pra ele não vir falar comigo, ainda mais no dia do meu aniversário.

Saí de lá cabisbaixa e fui sozinha para o Salão Principal.

A caminho de lá eu me encostei numa das paredes do saguão e pairou sobre aquele lugar um certo ar nostálgico. Lembrei-me das brincadeiras que fazíamos eu, Rony e Harry quando éramos pequenos. Que momentos admiráveis aqueles... Passávamos as tardes próximos ao lago. Era tão bom quando a maior preocupação de Harry era vencer a Sonserina no Quadribol... Lembro-me de certa vez em Harry e eu passamos o dia juntos. Rony estava na enfermaria porque teve uma séria indigestão. Faltavam dois meses para a chegada das provas finais e eu, pra variar, estava estudando desesperadamente com medo de ser reprovada em alguma matéria. Estava escorada numa árvore e minha atenção foi desviada para uma sombra que cobria meus livros. Olhei para cima tentando descobrir o que era e vi Harry olhar penalizado para um pequeno ponto sob nossas cabeças.

FLASHBACK

- Harry está me atrapalhando. – mas ele não ouviu o que eu disse – Harry o que foi?

- Olhe Hermione! Tem um pássaro ferido ali em cima!

- Onde? – levantei-me para ver melhor

- Ali ó. – ele me apontou o lugar e eu consegui ver o pequeno pássaro com algumas manchas de sangue no corpo.

- Coitado! – exclamei penalizada

- Deve ter sido atacado por alguma pessoa sem coração daqui da escola.

- O que vai fazer? – perguntei ao vê-lo erguer um pouco a barra da calça

- Vou pegá-lo oras.

- Mas e se você cair?

- Do chão eu não vou passar Mione. E também não posso deixá-lo aqui para morrer. – ele pegou o passarinho e o estendeu para que nós dois pudéssemos ver. Além do sangue em boa parte do corpo ele estava com uma perna quebrada.

- Pode fazer alguma coisa Hermione? – ele me olhou de uma maneira que eu daria o que pudesse para saber de algum feitiço ou opção para ajudá-lo.

- Por mais que eu queira, não. Conheço vários feitiços de cura e alguns de reparo, mas todos são para humanos e não para animais. Se tentar usá-los posso acabar deixando-o pior Harry. – ele ponderou um pouco e deu-me a pequena ave enquanto ele abaixava a barra da calça. – E agora Harry?

- Vou fazer a única coisa que sei que pode dar certo: levá-lo para Hagrid. Ele saberá dar um jeito.

- Isso! Não existe pessoa melhor que Hagrid para cuidar dele.

Nós o levamos com pressa para a cabana, mas não encontramos Hagrid por lá. Se não fosse tão urgente nós o esperaríamos chegar, mas não sabíamos se a criaturinha resistiria por muito tempo.

- Se não fizermos nada ele não vai resistir.

- Eu sei, Mione, eu sei... – Os olhos dele brilharam e ele virou esperançoso para mim. – E se nós o levarmos até a enfermaria?

- Está louco! Madame Pomfrey nos expulsaria de lá em dois segundos!

- Mas não custa nada tentar não é? Além do mais o máximo que ela pode fazer é nos dizer não.

- Você venceu Harry. Mas vamos rápido que já está escurecendo.

- Madame Pomfrey! Alguém! Precisamos de ajuda! – ele gritava a plenos pulmões

- Calma! Já vou, já vou! – a mulher chegou com uma expressão pouco agradável – São vocês dois... O que querem dessa vez? – ela já estava mais que acostumada em nos ver ali

- Pode dar um jeito nele?

- O que pensa que sou Sr Potter? Uma curandeira de animais! Leve-o daqui.

- A senhora vai ser tão insensível a ponto de deixar este animal morrer?

- Vou sim Sr Potter. Agora, andando vocês dois. – ele me pediu ajuda com o olhar e eu resolvi apelar

- Mas e o seu juramento de medi-bruxa? Ele não dizia que salvar uma vida é sua missão que você deve cumprir a qualquer custo?

- Sim, mas...

- E só porque este animalzinho não é humano ou animago você não vai considera-lo um ser vivo? – ela ficou sem saber o que responder e eu sorri vencedora.

- Eu vou ajuda-los dessa vez, mas vou ensina-los a fazer os curativos. Sou uma mulher muito ocupada para ficar trocando curativos de um pássaro.

- Pode deixar Sra Pomfrey. Eu mesmo vou vir aqui todos os dias para trocar as faixas.

Ela nos ensinou como ajeitar as faixas, como amarrar e deu à ave uma gota de poção restauradora com um ingrediente a mais que ela não quis me dizer.

- Ainda bem que deu certo né? – fiquei feliz por ele que estava até mais leve.

- É sim. E foi porque você me ajudou.

- Mas eu não fiz nada!

- Você esteve comigo e isso me deixou calmo. Obrigado! – ele deu um beijo estalado em minha bochecha e saiu correndo. – Desculpe não ficar, mas tenho que cumprir detenção com Snape! Tchau!

- Tchau... – eu acenava lentamente enquanto passava a outra mão no lugar que ele beijou.

FIM DO FLASHBACK

A mesa estava lotada e eu fui me sentar ao lado de Gina e de seu irmão.

- Parabéns amiga! Que Merlim te dê tudo o que desejar! – ela me dava um caloroso abraço ao falar isso.

- Que ele te ouça! – eu olhava Harry por cima do ombro dela. Ele comia tranqüilamente como se eu nem estivesse ali. Aquilo me feria. Não sabia mais o que fazer para ele falar comigo.

Não tinha mais assunto pra falar com Gina, então resolvi ficar calada e brincar com a comida só pra ninguém falar que eu não tinha tocado nela. Hoje o correio-coruja veio mais tarde que o habitual. Muitos pegavam suas cartas e liam com ansiedade os recados dos pais, amigos... só eu que já estava me sentindo solitária mais uma vez... não sei porque ainda tenho esperanças de que a cada ano o dia do meu aniversário seja memorável. Nunca tem nada de novo pra fazer, quase ninguém lembra e quando lembram mal me dão parabéns. Como eu não esperava carta de ninguém, já que tinha recebido todas as que esperava, levantei-me para dar uma volta pelos jardins e apreciar a minha solidão. Porém, justamente quando eu ia fazer isso, uma coruja deixou um embrulho relativamente grande cair em meus braços. Todos estranharam, pois eu nunca recebia outra coisa senão o meu exemplar do Profeta Diário. Eu abri cuidadosamente o embrulho pensando o que seria e quem teria mandado. Tive uma surpresa ao ver um lindo ramalhete de margaridas de todas as cores possíveis presas por uma fita de cetim cor-de-rosa. Eu confesso que não entendia as pessoas que diziam sentir um aroma maravilhoso das flores. Eu particularmente não sentia cheiro nenhum das outras flores, mas esse ramalhete tinha um cheiro ótimo. Era o mesmo cheiro de um perfume que tinha ganhado de uma pessoa querida há muito tempo atrás. Passei anos procurando esse perfume, mas não o achei em lugar nenhum.

- São lindas... – exclamei não lembrando de que não estava sozinha.

- Hum... já tá ganhando flores... Quem mandou? – perguntou Gina procurando um cartão. Ela o achou e deu-me para que eu lesse.

- Será que não foi Harry pra pedir desculpas?

- Deve ser... Ele não esqueceria seu aniversário...

Que essas flores possam alegrar esse dia especial que até agora tem sido triste pra você. De alguém que gosta muito de você e que verá hoje à noite” – eu li ainda encantada com as flores, mas decepcionada por não serem de Harry. Ele me olhava ao longe me observando com as flores.

- Muito simplesinhas estas flores. Esse cara - Rony também tinha ouvido eu ler o bilhete – devia estar sem dinheiro pra dar estas flores pra você.

- Com dinheiro ou não Rony, essa pessoa acertou em cheio. Margaridas são as minhas preferidas... Só queria saber como essa pessoa descobriu isso... Nunca contei a ninguém a minha paixão por margaridas.

- Vou coloca-las lá em cima no quarto. Com licença.

Harry vira eu me levantar e eu senti seus olhos em minha nuca, mas quando eu me virei para olha-lo Parvati virou o rosto dele para ela dando um beijo daqueles de dar inveja. Eu, lógico, não ficaria ali para me sentir mal novamente. O colorido das flores me chamou a atenção novamente e eu saí saltitante com minhas lindas flores em meus braços. Eu as cheirava a todo instante pra tentar descobrir quem poderia ter me mandado as flores. Eu as coloquei num vaso e fiz um feitiço para que elas não murchassem por pelo menos um mês. O cheiro exalado pelas flores impregnava todo o quarto. Mas não era enjoativo. Eu passaria horas lá olhando pras flores... O dono das flores conseguiu o que queria. Me fez ficar muito mais contente com aquilo. Mas quem eu queria que tivesse lembrado ou falado comigo até agora não quis saber de mim.

- Mione? Você tá aí?

Olhei para todos os lados e para a porta e não vi ninguém. “Pronto... só o que faltava... Estou ouvindo vozes” – pensei. Mas ouvi a mesma voz me chamar e vi que o espelho que Nick me deu emitia um brilho azulado.

- Vai responder ou não? Eu sei que você tá aí.

- Nick! – vi a imagem dela refletida no espelho. Ela usava um casaco preto com a camisa branca e uma gravata amarela com listras diagonais pretas. A saia era amarela assim como a gravata (foi o que ela me disse, pois não dava pra ver tudo pelo espelho) e ela usava meias e sapatos como os nossos.

- Oi amiga! Que saudades!

- Eu tô sentindo tanto a tua falta... Precisava de você aqui pra me animar... Esses dias têm sido difíceis...

- Eu imagino, mas nós vamos poder nos comunicar com mais freqüência agora.

- Pelo menos uma notícia boa...

- Saiu com alguém aí?

- Saí... mas não valeu a pena não... E por causa disso Harry está insuportavelmente ciumento.

- Isso é um bom sinal...

-Não sei se é não...

- Hum... Mas o que é isso que eu vejo em seu quarto? Seriam flores?

- Sim, são sim. Mas não sei quem as mandou, só sei que essa pessoa disse no cartão que vai falar comigo à noite.

- Então amiga se arruma que hoje pode ser o dia!

- Hehe... não dá pra me arrumar muito não... Vou estar monitorando...

- Não dá pra te dispensarem hoje não?

- Não. Eu perguntei isso à Porfª McGonagall, mas ela disse que hoje não haviam chances de ela me dispensar... Ainda mais agora que Filch, o zelador, adoeceu.

- Então vai com fé. Se arruma o quanto puder que essa noite é sua!

Fiquei conversando com a Nick por um bom tempo. Tão bom que eu tive que sair quase voando pra me encontrar com o Hagrid. Eu ri tanto com ela que esqueci que tinha que me encontrar com Hagrid como o combinado.

Eu estava há cinco minutos parada em frente à porta da cabana preparando-me para o que estava para vir. Já tinha ensaiado o meu discurso de “não há nada de errado acontecendo e você não tem motivo para preocupar-se” umas três vezes seguidas. Ouvi um latido rouco e Hagrid revirou os bolsos de seu casaco para procurar uma garrafa de poção para tosse para dar ao seu cão.

Dei três batidas tímidas na porta e gritei um “É Hermione!” quando ele perguntou quem era.

Um meio-gigante afoito convidou-me para entrar e ofereceu-me uma cadeira para sentar.

- Aceita chá? Acabei de fazer. – ele me perguntou enquanto se servia da bebida.

- Não, obrigada. Já me satisfiz com o almoço.

- Já que não quer beber nada então comece a falar.

- Falar o que?

- Não se faça de boba Hermione. É sobre você e Harry.

Suspirei profunda e longamente e entreguei os pontos.

- Por onde quer que eu comece? - me acomodava melhor na cadeira e olhava-o fixamente

- Pelo começo seria bom.

- O começo nem eu entendo...

- Hã... – ele coçava a cabeça – Então me conta o que aconteceu nas últimas semanas.

- Harry tem estado insuportável desde que aceitou namorar Parvati. Você soube que foi ela quem fez o pedido né?

- Soube sim. Ela mesma me contou quando Harry a trouxe aqui. Não conte a ele, mas eu a acho muito antipática.

- Então somos dois. Não sei se ele percebe, mas ela olha feio pra todas as garotas que chegam perto dele, inclusive eu.

- Antes fossem só as garotas... ela tem ciúmes de mim e Rony também.

- Essa garota já está exagerando!

- É não vejo o motivo de tanto ciúme. Você é a melhor amiga dele, nada mais. – ele assoprava a caneca com chá que estava fumegando.

- É... nada mais... – encostei minha cabeça na mão e fiquei olhando para a mesa. Hagrid achou estranha a entonação que usei e quis saber o que houve.

- Não senti muita animação em você Hermione.

- Isso não foi nada. Deixa pra lá.

- Você é quem sabe. – ele tomava o seu primeiro gole de chá exclamando um “Como isso tá bom!” – Mas você ainda não me disse nada sobre a briga.

- Como eu dizia, Harry tem estado um tanto estranho. Principalmente comigo. Até o jantar de abertura estava tudo normal, mas... sei lá... Ele, assim como a namorada dele, estava morrendo de ciúme. Só que o estranho é que ele sente isso por mim!

- Como é?

- É isso mesmo. Sai com Simas este sábado e desde então eles não se falam mais. Tá bom, eu me arrependo de ter saído com ele em particular, mas não me arrependo de tentar cuidar da minha vida sem ninguém se intrometer.

- Eu acho que está certa Mione. Estamos passando por momentos difíceis, e é nessas horas que vemos quem realmente vale a pena.

- Eu sei disso, mas é difícil tentar achar quem vale a pena se o seu melhor amigo os chama quando descobre que estão interessados em você.

- Hermione ele só quer proteger você.

- Me impedindo de viver! Bela maneira essa... Sem falar que ele não me deu o direito de protege-lo ao aceitar Parvati como namorada.

- Nisso eu concordo com você. Mas venhamos e convenhamos que Harry está certo quando diz que brigaram por um motivo tolo. – ele falava como se esse fosse o motivo da briga

- Seria tolo mesmo se fosse esse o motivo, mas não é.

- Então não me enrole mais e me diga o que está separando vocês.

- Hagrid você sabe o quanto me importo com Harry, não é? Digo, nunca o abandonaria e cuido dele mais do que de mim mesma.

- Sim, eu sei. E eu também sei que Harry se orgulha disso. Você é mais que uma amiga pra ele. É praticamente como uma irmã.

- E isso é o que não suporto.

- Tem alguma coisa que você ainda não me contou Hermione? – gelei a essa pergunta. Não tinha mais como fugir disso e talvez fosse até bom desabafar com alguém. “Lá vou eu então”.– Tem sim Hagrid. Minha devoção por Harry não é à toa. – eu brincava com meus dedos envergonhada demais para fitar o gigante. Escolhia em silêncio as palavras certas para comunica-lo sobre o que se passava comigo. Ele respeitou isso assoprando a o chá novamente.

- Sabe Hagrid... eu estou apaixonada...

- Tinha algo a ver com o coração, essa carinha de tristeza. Pode me contar quem é o felizardo? – ele tomou um grande gole de chá depois de fazer a pergunta.

-... Harry

Pobre Hagrid... Cuspiu todo o chá em cima de Canino e acabou engasgando. Seu rosto aos poucos adquiria um leve tom arroxeado. O cão latia preocupado com o dono e dificultava a passagem deste. Dei um pulo da cadeira e pus me a bater desesperadamente nas costas dele. Como não surtiu efeito e nada aconteceu além de minhas mãos terem ficado vermelhas e doloridas. Ele continuava sem conseguir respirar e eu, no ímpeto de ajuda-lo, peguei uma das suas frigideiras e dei-lhe uma só batida, o que foi suficiente para que a tosse cessasse.

Ele sentou-se no chão com a mão no peito e a respiração arfante. Eu continuava de pé olhando para ele preocupada e perguntava se ele estava bem.

Após um manear de cabeça afirmativo soltei o ar que nem notei ter prendido. Imitei meu professor sentando-me no chão esperando as perguntas que viriam.

- Oh Merlim! Você está... apaixonada por... Harry!

- É assustador não é? – dei um triste sorriso para ele

- Não, assustador não. Creio que a palavra certa seja surpreendente – ele me olhava de forma paternal antes de segurar minhas mãos entre as dele e perguntar ainda incerto. – Err... Mione há quanto tempo você gosta do Harry?

- Eu não gosto dele simplesmente. Eu o amo. Não sei bem há quanto tempo. Penso que foi desde o dia que o vi pular sobre o trasgo pra me salvar. Nunca ninguém me defendeu daquela forma antes. – eu olhava para Hagrid ruborizada e ele sorria compreensivo para mim.

- Quando percebeu que gost... que o amava?

- Desde o Torneio Tribruxo eu tinha suspeitas. Não foi fácil saber que ele poderia morrer a qualquer momento e me fazer de inabalável pra quando ele precisasse de um porto seguro. Eu achava que todo aquele receio fosse normal já que ele é o meu melhor amigo, mas foi só saber que ele estava saindo com Cho que meu mundo despencou. Passei noites chorando escondida e me sentindo boba por chorar só porque Harry tinha dado o primeiro beijo. Mas eu me toquei que estava chateada porque não foi a mim que ele beijou. Oh Deus! Por que eu fui me apaixonar logo pelo Potter? – eu escondia meu rosto entre as mãos e Hagrid começara a gargalhar gostosamente.

- Não ria! Isso não tem graça! – eu pedia com voz de choro

- Não é de você que eu estou rindo Mione. É do que você falou – ele limpava as grossas lágrimas que lhe saíam dos olhos de besouro e pôs a mão no meu ombro que desceu com tamanho peso. – É a segunda vez que eu ouço essa mesma frase. Lílian a disse para mim. - Nós não éramos muito chegados, mas eu fui o primeiro a notar que ela há muito tempo gostava de Tiago quando todos achavam que ela o detestava. Inicialmente ela dizia que eu estava vendo asas no copo de centauros, mas depois ela assumiu, e disse o mesmo que você falou agora.

- Só que ela teve mais sorte que eu. O cara que ela amava ficou com ela no fim das contas. – “o cara!” Preciso passar mais tempo relendo meus dicionários e menos tempo conversando com Rony - Pena que tudo terminou de maneira tão trágica.

- Sim... Foi um amor bonito o daqueles dois... Voltando ao assunto anterior, eu sempre pensei que você gostasse do Rony. E muita gente acha o mesmo.

- Ah francamente...! Só porque brigamos e temos um pouco de ciúme não quer dizer que estamos perdidamente apaixonados. E talvez se não fosse por Harry nós nem nos falaríamos.

- E Harry? Já sabe o que você sente por ele?

- Sabe. Eu contei a ele no ano passado.

- E o que ele disse?

- Que sentia muito, mas não me correspondia. Ele já estava gostando da Parvati.

- Não consigo acreditar que ele preferiu ela a você... O pai dele não faria essa besteira.

- Por falar em besteira por que foi que vocês brigaram? Será que depois de me contar tudo isso você vai me dizer o que aconteceu?

- Vou sim. – disse com a cara amarrada – Brigamos porque Harry cometeu o disparate de contar a Parvati que eu o amo.

- Ele não fez isso fez?

- Fez sim Hagrid. Ela falava comigo numa petulância que você tinha que estar lá pra ver. Claro que Harry não percebeu. Mas tanto Gina quanto eu percebemos que ela olhava para mim querendo dizer “eu venci você”. Eu saquei que ele poderia ter dito algo a ela, mas não imaginava que ele diria tudo e que acharia tão normal fazer isso.

- É... não é bem uma besteira isso.

- Claro que não! Besteira é Harry achar que ele é quem está com a razão.

- Você pode até não gostar do que eu vou dizer Hermione, mas eu digo mesmo assim. Você está é fazendo birra com essa história toda.

- Hagrid não me venha você também dizer que o que ele fez foi uma bobagem.

- Não vou dizer porque não acho correto o que ele fez. Mas você conhece o Harry. Mais até do que Rony e eu. Então deve saber que ele fez isso sem malícia. Ele não sabia o tamanho do problema que criaria contando à namorada o que não devia. Veja pelo lado dele: ele é um garoto que cresceu sem os pais e principalmente sem uma presença feminina para lhe explicar o que passa por suas cabeças, coisa que eu não entendo até hoje...– ele coçara a barba e eu dei uma risadinha – Só o que ele queria era contar pra alguém o dilema que estava passando, e por inocência acabou contando não para o melhor amigo dele, mas sim pra quem ele mais gosta no momento.

- Hum...

- Perdoe-o Hermione. Sabe que ele não fez por mal.

- Já estou cansada de perdoa-lo por todas as coisas que ele me tem feito.

- Mas isso é a coisa mais bonita do amor, perdoar infinitas vezes algum deslize que a pessoa amada venha cometer. A não ser uma traição, claro.

- Não sei Hagrid...

- Isso não faria bem só pra ele, mas pra você também. Todos estamos cansados de vê-la dessa forma, andando cabisbaixa e com o olhar perdido em todos os lugares por onde passa quando está só. Perdoe-o sim...?

- Tá... Não consigo mais ficar sem falar com ele mesmo... – eu sorri para Hagrid e o abracei enquanto ele fazia cafuné em meus cabelos – Obrigada por me ouvir.

- Estou sempre as ordens Mione.

Tédio. É isso o que sinto neste exato momento. E também decepção. Nunca mais invento de acreditar nessa história fajuta de premonição. Papo furado. Se Firenze consegue mesmo traçar seu destino olhando pras estrelas eu não sei. Só sei que para mim elas são só minúsculos pontinhos que servem pra pessoas que não tem mais o que fazer cantarem “Brilha brilha estrelinha”.

Já estava tarde e eu chutaria uma pedra para longe se tivesse uma na minha frente. Em pleno dia do meu aniversário tenho que aturar Malfoy falando com quase todas as letras que eu era mal-amada, em monte de garotos chatos vindo me dar parabéns com a intenção de me levar para Hogsmead, Breind me atormentando, Harry e Parvati fazendo contorcionismo com a língua, e, por fim, o mesmo se esquecer do meu aniversário. Esse foi o único motivo que eu encontrei para a não-vinda dele. Tudo bem, estávamos brigados, mas isso não é desculpa pra não congratular a melhor amiga. Mesmo nas férias quando eu estava triste por ele não me corresponder eu me lembrei dele e mandei-lhe “Desviando de Balaços Errantes” (um livro que Nick, que também era fanática quadribol, me indicou) e uma carta de felicitação. E ele? Lembrou de mim? Huh... Não quis nem saber!

Agora eu fiquei magoada mesmo... Já estava até passando, mas essa foi à gota d’água. Vou só esperar a patrulha acabar pra voltar pro quarto, desabar na cama e passar o resto da noite chorando porque alguém que eu considerava meu amigo esqueceu que eu existo por estar namorando umazinha qualquer.

-... É bom eu parar de pensar essas coisas, senão vou ficar deprimida.

Enquanto eu me esforçava para distrair-me e esquecer tamanha desfeita de Harry, o mesmo estava no salão comunal sozinho. Parvati havia saído alegando procurar a Profª Trelawney porque queria saber o que significava sonhar com hipogrifos bailarinos dançando sob uma fonte que jorrava água amarela e com bolos flutuantes a rodeá-los.

Ele olhava o tremular do fogo da lareira pensativo. Achava que minha briga com ele não passava de uma coisa infantil e sem motivo.

- Que mal tem em você contar pra uma pessoa que sua amiga gosta de você? - dizia pra si mesmo não esperando uma resposta, que sem ele esperar veio em seguida.

- Mal nenhum. - disse sua consciência.

-É totalmente normal. - disse para as paredes.

- É totalmente normal contar isso a alguém, a não ser que esse alguém seja a sua namorada, que pela visão da sua amiga, o tirou dela.

- Mas é tão normal! - disse se defendendo de si mesmo.

- Se fosse tão normal quanto você diz, por que contou a Parvati e não ao Rony? - ótima pergunta. Aquilo o fez pensar bastante. Nunca reparou que não havia contado ao amigo o dilema por qual passava. Se bem que não contar foi a melhor coisa que ele fez.

- Harry? O que faz aqui há essa hora? - Gina aparecera sonolenta no salão comunal desviando a linha de raciocínio do moreno que agradecia internamente por não ter que responder à sua consciência.

- Não consigo dormir e Parvati saiu.

- Quando você ficava sem sono era Hermione quem lhe fazia companhia né?

- Sim. Sinto falta dela.

- Por que não tenta pedir desculpas a ela?

- Você acha que eu já não tentei! Cansei de falar com ela e ser evitado.

- Ela tá magoada com você Harry! E pra falar a verdade você não está se esforçando muito para que ela o desculpe.

- Gina eu passo um terço do meu dia me humilhando pra ela.

- E passa dois terços com Parvati.

- Geralmente é isso que namorados fazem. Passam o tempo juntos.

- Se me permite falar, você se preocupa muito mais com ela do que ela com você. Agora mesmo ela está resolvendo os problemas dela sozinha e quando quer falar com os amigo nem lembra que você existe.

- Gina, vamos mudar de assunto?

- Não agüenta saber que estou certa. Mas todo mundo vê que ela faz parte da sua vida enquanto você faz parcialmente da dela.

- E o que Hermione tem a ver com isso? - perguntou não entendendo aonde ela queria chegar

- Tem tudo. Parvati divide o tempo dela entre ficar com você e os amigos dela. Você não sabe fazer isso e está preterindo Hermione. Respira sua namorada 24 horas por dia e esquece que sua melhor amiga já te salvou várias vezes e foi a única a acreditar em você quando todos nós inclusive sua namorada suspeitávamos que você tinha feito alguma coisa pra entrar no Torneio Tribruxo.

- Se ela quisesse mesmo falar comigo ela já teria parado com essa briga idiota.

-Briga idiota! Ela ainda fez muito pouco só ficando sem falar com você. Se fosse eu no lugar dela iria lhe azarar até que seu cérebro fosse tão útil quanto o da Lula Gigante.

- Não é pra tanto.

- Não é pra Hermione que foi piedosa com você. E ela está irritadíssima por você impedí-la de sair com os garotos que a convidam. - disse se sentando ao lado dele no sofá.

- Eu estou fazendo um favor a ela afastando-a daqueles abutres. Domingo eu ouvi o Finnigan falando que a suportou o máximo que pôde esperando que quando voltassem do passeio rolassem uns amassos na sala de Astronomia Avançada. Como ela não deixou que isso acontecesse ele a largou falando sozinha no 3 Vassouras.

- Ela me contou.

- Por isso não deixo aquele bando de tarados chegar perto da Mione.

- E quem te garante que o próximo com quem ela sair vai tratá-la assim?

- Eu me garanto. Se você ouvisse o que dizem dela no dormitório, concordaria comigo.

- É aí que você se engana Harry. Ela tem maturidade o bastante pra colocar qualquer engraçadinho no seu devido lugar.

- Mas o que você faria se estivesse em meu lugar e visse os retardados falarem dela como se fosse um pedaço de carne? - disse alterado

- É o que lhe atormenta Harry? Que aqueles que antes a repudiavam com gozações agora a achem bonita e estejam competindo por ela?

- Da maneira que você fala parece até que é algo bom...

- E é Harry! Hermione provou a todos, até a você mesmo, que ela não era só a dentuça sabe-tudo de Hogwarts. E quem acabou se dando bem foi Krum que percebeu isso antes de todos vocês.

- Mas agora que todos viram não tiram mais os olhos dela e ela virou a Miss Popularidade. Todo mundo corria atrás dela hoje com presentinhos chinfrins e ela os aceitava na maior cara dura! Ela está se vendendo!

- Espera um minutinho. Eu vou ao banheiro lavar o rosto pra ver se desperto. Já estou até tendo alucinações de você falando que Hermione está se vendendo. - eu adoro esses momentos de ironia de Gina!

-Não brinque. Sabe que eu estou certo. Você mesma a viu receber flores no almoço e sair radiante por causa disso.

- Eu vou me sentar de novo e esquecer que ouvi o que disse.

- É verdade Gina! Ela está mudando demais! Em que outra época ela aceitaria presentinhos com segundas intenções?

- Por favor, Harry, grita "surpresa" agora e diga que estava me pregando uma peça...

- Responda a minha pergunta.

- Responda-me primeiro duas perguntas que lhe farei. Se você acertar, o que eu tenho certeza que fará, vai descobrir a resposta para a pergunta que me fez.

Então tá. Manda.

- Em que mês nós estamos?

- Eu não vou perder meu tempo com algo assim.

- Você é quem sabe. Dou-lhe meus pêsames, afinal, amanhã Hermione vai matá-lo.

- É setembro.

- Agora a pergunta de 1000 galeões: Que dia é hoje?

- Quarta-feira.

- Ai Merlim... Dá-me paciência! - ela olhava para o teto como se falasse com uma divindade - Eu tô perguntando do dia do mês!

- Bem, hoje é dia... - os olhos dele se arregalaram com a percepção da importância desse dia e ele colocou o rosto entre os joelhos. - Ah não!

- Ah sim. - disse Gina se espreguiçando.

- Por que não me disse antes?

- Por que nunca me passou pela cabeça que logo você ia esquecer do aniversário dela.

- O que é que eu faço agora?

- Use a cabeça. Se for criativo o suficiente pra bolar uma desculpa legal ela vai te perdoar.

- A essa hora da noite não dá pra fazer nada. - disse andando de um lado para o outro inquieto.

- Faltam ainda 45 minutos pro turno dela acabar. Você já foi muito mais criativo em menos tempo, sendo que sua vida dependia disso.

- Mas lidar com feitiços nunca foi o meu maior problema, agora presentes...

- Não é tão difícil. Hermione não é uma garota que goste de exageros. Pra você ver, enquanto tem garotas por aí que amam um buquê de rosas caríssimas, nossa amiga prefere simples margaridas. Foi um golpe de mestre dar aquelas flores a ela, seja lá quem as mandou.

- Você não sabe quem foi?

- Não, nem ela sabe. Era anônimo.

- Que coisa... Mas e o meu problema? Como vamos resolver?

- Vamos não, você vai. Eu só desci pra pegar um pergaminho que esqueci aqui embaixo e já vou dormir. Amanhã cedo tenho teste de Transfiguração e preciso me sair muito bem. - Harry sentiu um estalo na cabeça e sorrira com sua grande idéia.

- É isso Gina! Você é um gênio!

- Que foi que eu fiz?

- Tudo! - disse correndo para o dormitório. - Até amanhã.

- Agora quem não entende nada sou eu... - disse a ruiva recolhendo o que viera buscar e subindo as escadas.

- Até que enfim acabou... - eu falei olhando meu relógio de pulso. Agora vou poder tomar meu banho, e se der sorte me afogo - exagerado não? Mas era assim que me sentia. Meu ânimo era tanto que eu praticamente me arrastava até o saguão.

Senti um vulto passar por trás de mim e empunhei a varinha por segurança. Olhei para todos os lados, porém nada vi.

- Pirraça se for você eu mesma vou contar ao Barão Sangrento que está aprontando outra vez! - não era o Poltergheist que estava ali, era alguém vivo que em breve se transformaria num fantasma se não se explicasse.

- Oi Mione! Como vai? - perguntou Harry educadamente dobrando a capa da invisibilidade.

- Estava mal antes, agora estou péssima. Se puder me dar licença eu vou dormir. Você deveria fazer isso também, mesmo porque ainda que meu turno tenha acabado eu continuo tendo tenho autoridade o suficiente para tirar pontos da Grifinória por você estar fora da cama esse horário.

- Calma! Você não alivia nem no dia do seu aniversário...

- Ah! Lembrou foi? O que houve? Você brigou com Parvati e veio correr atrás da amiga que você nem lembrava que existia?

- Não. Parvati e eu estamos muito bem, obrigado. E, se você não se recorda foi você quem brigou comigo e me evitava até agora.

- É verdade! Preciso ir embora correndo e continuar a te evitar tá? Tchauzinho! – eu dei-lhe as minhas costas, todavia ele puxou o meu braço fazendo-me encará-lo.

- Espera aí mocinha. Não fiquei preparando a sua surpresa à toa.

- Surpresa? – “Ai que fofo! Então ele lembrou sim! Foi ele quem me mandou as flores e o cartão dizendo que me faria uma surpresa agora à noite!” pensei.

- Sim. E antes que eu me esqueça, aqui está o seu presente. – ele me entregou uma caixinha embrulhada que continha uma bonita presilha prateada com algumas pedrinhas coloridas. Harry sorria ao ver o resultado de seu hábil trabalho. Ele transfigurara uma colher de chá que achara jogada embaixo de sua cama numa bela jóia.

- Brigada Harry! Como pude pensar que você tinha esquecido o meu aniversário... – não vou negar que ainda estava magoada com ele, mas as palavras de Hagrid me vieram em mente e achei que perdoá-lo seria sim o melhor a fazer.

- Você não me conhece tão bem assim. – pensou ele fazendo uma anotação mental de comprar um presente pra Gina em agradecimento por ter salvado sua vida. – Eu só esperei até agora porque não queria que ninguém nos atrapalhasse. E também porque tem gente tão maliciosa que poderia pensar que o simples fato de eu te abraçar significaria um flerte. – ele tinha que me provocar... O melhor presente que eu poderia receber seria ele me falando que terminou com “Aquilo” e queria ficar comigo pro resto da vida... Mal sabia eu que tudo não passava de uma mentira e que ele só lembrou porque Gina falou. Entretanto, eu ainda estava contente.

- Disse ao Dobby que você fazia 17 anos hoje e ele nos preparou algumas guloseimas. – ele só omitiu que foi ele que pediu em cima da hora para o pobre elfo preparar tudo. Se eu soubesse, teria um ataque. Garanto a vocês que ainda vou retomar o F.A.L.E.

- Tudo isso é pra pedir desculpas? – perguntei para ver se ele também estava pronto para ceder.

- Uhum... – ele achou melhor não me contrariar, pois a briga recomeçaria.

- Então você conseguiu isso no momento em que meu deu aquelas flores. São as mais lindas que já vi! Como descobriu que margaridas são as minhas preferidas?

- Err... não sou eu o remetente das suas flores. Eu nem fazia idéia de que você gostava de flores. – ele disse sem-graça.

- Ow... Desculpe então... – eu estava em igual estado. Não conseguíamos nos olhar depois desse mal-entendido, que foi muito desagradável. – Mas... se não foi você que as mandou... Quem foi?

- Eu é claro. – disse alguém que corria em minha direção.

- Eu não mereço isso... Quando eu penso que o meu dia não pode ficar pior... – dou um prêmio pra quem adivinhar quem era a criatura esbaforida que vinha até mim. Se alguém aí falou que era um loiro-aguado chamado Breindesfeld, acertou. Pode vir retirar seu prêmio aqui mesmo em Hogwarts das 13:00 hrs às 14:00 (meu horário de almoço) que eu mesma vou entregá-lo.

- É muita petulância sua vir aqui e olhar na minha cara depois de tantos “foras” que eu te dei.

- Ainda bem que eu não sou de guardar rancor de ninguém. Olá Potter, como vai?

- Tô aqui pensando no que você quer com a Mione se sabe que ela o detesta. – disparou irritado pela presença dele e por sua interrupção na reconciliação entre ele e eu.

- Era só perguntar, mas não precisa, já falo agorinha mesmo. Vim pra pedir desculpas a ela e tirá-la dessa depressão insuportável. Sem falar que ela vai deixar de ser ranzinza.

- Ei! Eu não sou ranzinza! – como diz uma atriz brasileira de um filme brasileiro que eu vi, eu tava pronta pra “rodar a baiana”. – E quem foi o louco que te disse que eu estou depressiva?

- Nem precisa dizer. Há dias que você não come direito e não dorme. Por isso que tá parecendo um zumbi com essas olheiras fundas. Hoje então tava pior ainda. Acho que se alguém triscasse em você sem querer você já teria uma crise de choro. E tá na cara que é por causa desse aí que não lembrou do seu aniversário.

- Ora seu... – tive que, aos trancos e barrancos, segurar Harry com toda a força que tinha para impedi-lo de pular no pescoço do outro. Seria muito bem feito se isso acontecesse, mas isso renderia muitos problemas a todos nós tardiamente.

- ... Por isso lhe mandei as margaridas, pra ver se você ficava melhor. Consegui não foi? – perguntou sorrindo, pra variar.

- Bem... Sim. – tinha que tomar cuidado com o que falaria pra não deixar Harry mais transtornado do que já estava. – As flores são maravilhosas, e eu agradeço pelo presente, contudo, creio que já está na hora de você ir embora. Nós temos mais o que fazer. – eu também ia embora com Harry, e ele chamou novamente a minha atenção.

- Que aspereza! Devia ter te dado um pote de mel, assim, quem sabe você parava de me dar ferroadas feito uma abelha? – mais uma piadinha sem comentários... Quantas mais ele guardava na manga?

- Ah que gracinha. Pena que eu detesto mel.

- Eu sei. Também sei que tem alergia a coco. – calei-me e fixei meu olhar nele por um tempo. Como ele poderia saber de tudo aquilo se eu nunca contei nada parecido pra ninguém da escola?

- Hermione você vai ficar enchendo a bola desse cara aí ou vem comigo de uma vez?

- Desculpe Harry... Estava só pensando, mas você tem razão. Se ele não vai embora, vamos nós. Passar bem! – disse ao ser arrastada por Harry (coisa que eu francamente adorei).

- Espera Mia!


N/A da Cá: Mil e trinta nove anos depois... aqui estamos nós... culpa da dona Paty dessa vez, eu demorei dois dias pra Betar só... p... Bjos

N/A da Autora: Ah Cá... num fala assim vai... a culpa foi dessa carroça velha que eu chamo de computador hehehe...

Bem, fim do capítulo 10! E, como TODOS vocês sabiam, o Breindesfeld é o Richard sim... Ah! Quanto ao prêmio de vocês quem os deve é a Mione viram? Não gritem comigo! Mais uma vez vocês devem estar querendo me trucidar, imagino eu... Mas valerá a pena esperar! Garanto a Vocês! Paty balança as mãos muito rápido tentando acalmar as pessoas que estão ao seu redor segurando foices e machados prontos a decaptá-la por um fim como esse. Pra acalmar vocês mais um pouquinho, aqui vai um trechinho do cap 11:

– Você falou sério quando disse que voltou por mim? – perguntei meio sem-graça. Ele ficou meio tenso e soltou suas mãos das minhas para acariciar meu rosto.”

Já deu pra sentir o gostinho do que está por vir né?

E é aqui que nós encerramos esse capítulo. Muito obrigado a todos vocês! Vou agradecê-los um a um nos comentários. Tentei faz\er isso enquanto eu adicionava esse capítuo à fic nesse site, mas com as recentes modificações ocorreram uns probleminhas e eu não consegui colocar todos os agradecimentos (snif...) E me esperem com o cap 11! Beijos estralados na bochecha de todo mundo!

.:Paty Selenita:.


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